There is Beauty in the Dark escrita por tori traurig, Jude


Capítulo 1
1. Lar Doce Lar


Notas iniciais do capítulo

ViihMaia: Então people... Primeiro capítulo. Espero que gostem e boa leitura! :)
Biaah: É isso aí povo. Espero que gostem :)



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— James, sai daqui! — falei empurrando aquele veado para fora do meu quarto. O idiota saiu rindo.

— Calma, estressadinha! — ele gargalhou e eu fechei a porta com força.

Eu estava morrendo de sono e não queria nem pensar que aquele seria o meu último ano em Hogwarts. E que também era o ano dos N.I.E.M.s. Merlin! Só eu sei o quanto fiquei terrivelmente perturbada nas semanas que antecediam os N.O.M.s.

Foi uma loucura só! Eu tive uma crise no meio da aula de transfiguração, comecei a suar e meu coração começou a bater tão forte que doía. Aí de repente eu desmaiei e acordei na Ala Hospitalar gritando "Eu sou burra, muito burra!".

Malditos N.O.M.s! No fim, adquiri um "Ótimo" em Transfiguração, mas até hoje James e Sirius ficam me enchendo o saco, fazendo uma péssima imitação da minha voz gritando "Sou burra". Idiotas!

Terminei de me vestir e desci a escada pulando de dois em dois degraus. Cheguei à mesa da sala e encontrei meu pai, James e mamãe comendo.

— Bom dia, Isabelle! — falou a minha mãe.

— É... Um ótimo dia mesmo, hein? — falei, com a voz carregada de sarcasmo, pegando uma torrada e olhando para as cadeiras vazias e sentindo falta de alguém, ou melhor, de um pulguento. Ela revirou os olhos — Cadê o Almofadinhas?

— Estou aqui, Amendoada — ele disse me assustando, cruzando a sala e sentando-se ao lado de James — Eu sei que estava sentindo minha falta. Calma, não precisa se desesperar. Prometo tentar te dar atenção!

— Haha, que engraçado, nossa, estou morrendo de tanto rir! — apontei para meu rosto e ele riu piscando.

Sirius, James, Peter e eu somos Animagos. Ilegalmente, claro! Acontece que somos exímios em Transfiguração. Fazemos isso para acompanhar o Remus nas transformações dele nas luas cheias da vida.

James é um veado, ou, como ele insiste em dizer, cervo, com chifres enormes; Sirius é um cachorro – pulguento! – preto de olhos azuis; Peter é um rato – sinceramente, que forma Animaga mais sem graça – e eu sou um coiote.

Um coiote é mais ou menos um cachorro-do-mato misturado com uma raposa. E eu recebi o apelido de Amendoada porque, quando eu viro um coiote, meu pelo fica da cor de amêndoa. Aí já viu, né?

Sentei à mesa e comecei a tomar meu café em silêncio enquanto observava Sirius e James conversarem.

— Suas malas já estão prontas? — James me perguntou.

— É óbvio, eu não deixo tudo pra última hora como você — respondi.

— Ah, Merlin — Sirius gritou levando as mãos à cabeça — Minhas malas!

— Viu? Eu não sigo o exemplo dele — eu disse séria enquanto James começava a rir.

— Eu tô falando sério, cara, não ri — ele continuou desesperado — Vem, me ajuda! — ele puxou James escada acima.

— Cara, meu café da manhã! — James protestou — Por sua causa vou morrer de fome, ótimo!

— Dramáticos — comentei baixinho e mamãe deu uma risada.

— Por que não os ajuda? — ela sugeriu — Anda, Bells. Eles vão fazer uma bagunça grande sem você.

— Tá bem, tá bem — suspirei de má vontade — Eu vou lá ajudar aquelas duas lesmas inúteis.

Subi as escadas e entrei no quarto de Sirius. Ele estava com a cabeça enfiada no armário jogando coisas para James, que as encarava com nojo e enfiava dentro da mala.

— Eca, Sirius, há quanto tempo você não lava essa meia? — James perguntou uma repulsa evidente em seu rosto.

— Ah, isso não vem ao caso agora, cara, só enfia tudo aí — Sirius disse apressadamente.

— Os dois patetas vão precisar da minha linda ajuda? — perguntei com a voz propositalmente doce.

— Será que da pra você enfiar essas coisas na mala? — James me perguntou com um olhar aflito.

— Tá, mas só porque eu tô generosa hoje. Ei, não sei se vocês se lembram, mas por certo acaso vocês são bruxos, sabem — debochei — Então por que estão perdendo tempo?

— Eu não vou tentar fazer aquele feitiço de novo — Sirius falou, num tom sombrio, parando de repente de jogar roupas.

— Ah, cara, você não pode ficar sem usá-lo pra sempre! — James falou sem conter o riso.

Acontece que quando estávamos em Hogwarts no nosso 4º ano, Sirius foi arrumar as malas dele de última hora – será que nunca aprende? – e aí ele usou o feitiço básico para guardar as coisas, mas ao invés de irem para a mala, todas as coisas dele voaram de vez na direção dele. Ah, uma coisa que eu deveria ter fotografado: Sirius com cara de ódio saindo de um monte de roupa suja.

— Ah, tudo bem, eu faço — falei rindo com a minha lembrança — Fazer malas!

As coisas dele foram se arrumando na mala de forma – mais ou menos – perfeita.

Depois que tudo já estava pronto, descemos as escadas. Entramos nos carros do ministério que o papai conseguiu e seguimos até a plataforma. Nós já éramos maiores de idade, mas Sirius não podia aparatar. Aquele inútil.

Ele não passou no teste. Foi engraçado, sua imagem sem dentes e sobrancelhas não deixaria a minha memória tão cedo. Às vezes, quando me pergunto o porquê de não aparatar para todos os lugares, me lembro de que é porque tenho medo de chegar sem sobrancelha.

No caminho, fomos praticamente em silêncio, enquanto Sirius cantarolava uma música e papai acompanhava com um batuque muito louco. Chegamos à estação e entramos na plataforma.

Corri os olhos pela plataforma procurando o Remus. Não o via desde o fim das aulas, só conversamos por cartas. Peter não conversa muito comigo. Na verdade ele não conversa com ninguém, acho que ele só serve pra comer e dar pulinhos quando o James faz alguma coisa legal.

Não o encontrei... Devia estar fazendo alguma coisa lá de monitor. Procurei Lily e Alice. Nenhuma à vista.

Guardei minha mala no bagageiro e entrei no trem. Lá estava Lily, como sempre, reclamando com alguém. Nunca vi aquele garotinho, devia ser do primeiro ano.

— Ei, será que você tem tempo pra mim ou ainda precisa dar alguns sermões hoje? — perguntei brincando.

— Não está vendo que estou ocupa... Bells! — ela gritou e me abraçou — Aqueles dois idiotas machucaram você? Você tá bem?

— Sim, mamãe, mas assim eu morro asfixiada — ri abraçando-a de volta — E aí, ruiva?

Ela riu e seguimos procurando uma cabine. Eu olhava para todos os lados procurando o Remus.

— Ei, você viu o Remus? — perguntei — procurei-o por toda parte, não está em lugar nenhum.

— Não, não vi ainda. Não estava no vagão dos monitores — Lily respondeu simplesmente.

— Procurando por mim?

Pulei com o susto e virei as costas para Lily, vendo Remus ali parado com um livro na mão enquanto sorria. Sorri para ele e o abracei com força.

— Estava com saudades — falei partindo o abraço.

— Eu também! — ele sorriu de novo — E aí, como foram as suas férias?

— Muito monótonas. E eu ainda tive que aguentar aqueles dois idiotas sozinha, enquanto você estava viajando com seus pais — falei revirando os olhos. Ele riu.

Procuramos por um vagão vazio, mas não achamos. Até que em um deles encontrei James e Sirius.

— Oi, povo! — falei me jogando em cima de James.

— Sai, sua gorda! — ele falou tentando me empurrar — Estou. Ficando. Sem. Ar! — ele fingiu, se abanando. Eu comecei a rir. Remus ria baixinho com o ataque de James e Sirius olhava para a janela com a testa franzida.

— Qual o problema, Almofadinhas? — perguntei parando de rir do ataque do meu irmão.

James aproveitou minha distração e me empurrou, me fazendo cair com tudo no chão.

— Ai! — gritei me levantando e passando a mão no local da queda, querendo fazer parar de doer — Idiota! Só podia ser um veado mesmo!

— Não é veado, é...

— ...cervo! — disse Remus, interrompendo-o — É, Pontas, nós já sabemos!

— Certo, Sirius, por que essa cara de macaco? — perguntei me sentando à sua frente e ao lado de Remo.

— Ah, é que... Não acham estranho? Peter, desde o ano passado... Ele anda meio estranho. Quase não passa o tempo com a gente.

— Tem razão — disse James pensativo.

(...)

— Amendoada? Ei, psiu — me balançaram — Amendoada?

— Hum?

— Acorda, nós já chegamos!

— Hum, legal.

— Bells...

— Deixa comigo, Aluado! — falou uma voz grave. Apenas me remexi, pedindo para calarem a boca.

Caí no chão da cabine com tudo e dei um grito.

Aaaaah! Onde diabos eu estou? — gritei em meio aos berros sem sentido.

Depois do meu pequeno momento de pânico, notei James e Sirius rindo descontroladamente e Remus olhando pra mim com uma mistura de preocupação e tentativa de esconder o riso.

— Seus dois idiotas! — eles riram mais — Onde está minha bagagem? Onde tá essa merda? Será que dá pra vocês pararem de rir?

Eles pararam, se entreolharam por um segundo e começaram a rir mais. Ótimo.

— Sua bagagem está aqui Bells — Remus me passou a bagagem, ainda tentando não rir.

— Deixa esses idiotas aí mesmo — indiquei James e Sirius que já estavam quase caindo no chão de tanto rir — Cadê a Lily?

— Tentou te acordar, não conseguiu e saiu na frente para ajudar os alunos do primeiro ano.

— E você? Por que não foi também?

— Medo do que James e Sirius fariam com você — ele riu.

— E com razão — ri também e saímos do Expresso, sendo seguidos por um James e um Sirius cambaleantes de tanto rir.


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Notas finais do capítulo

ViihMaia: Ah, gente, naquela parte que ele fala que eles tavam no 4º ano e blá blá blá, o feitiço que Sirius fez foi em Hogwarts, e não em casa, ok? Até porque eles eram menores de idade e o Sirius nem morava na casa de James ainda. Enfim... Merecemos reviews? :3
Biaah: E aí? Bom, eu não tenho nada pra falar porque é o primeiro capítulo, então... Merecemos reviews?