Savin Me escrita por Brus


Capítulo 5
4 - Virei Fazendeira


Notas iniciais do capítulo

Oláá pessoas... podem tacar pedras, eu sei que demorei... mas como sempre, minha inspiração não estava de bem comigo ): e eu só consegui produzir essa meleca... Sinto muito.
Boa leitura, se vocês conseguirem sobreviver.



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Terminei meus ovos com bacon o mais rápido que pude, antes que o tempo do café acabasse. Digjaw, digo, avô do Rain, deixou os papéis com nossas tarefas na mesinha de madeira na sala, perto do telefone que parecia ter acabado de sair do século passado. Peguei o papel que estava escrito "Summer" em uma caligrafia elegante. Ali tinha um sermão sobre responsabilidade que eu fiz questão de não ler, e depois, uma lista não muito grande. Minhas tarefas do dia eram:

– Alimentar as galinhas;

– Limpar o estábulo;

– Escovar os cavalos;

– Ordenhar as vacas até ter um balde de leite.

Ah, que ótimo. Eles estavam me explorando na maior cara de pau e meus pais não davam a mínima. Não tinha lição de moral nenhuma no final das contas. Eles só queria que eu fizesse o trabalho duro que ELES tinham que fazer. Olhei para a folha de tarefas de Rain e xinguei. A folha dele continha o mesmo sermão que a minha, e em baixo uma única linha:

–Consertar o trator.

COMO ASSIM EU IRIA TER QUE DE UMA FAZENDEIRA E O CANALHA SÓ TERIA QUE CONSERTAR UMA MERDA DE UM TRATOR?

Fechei os olhos e respirei fundo tentando me acalmar. Ouvi passos na escada e um prato sendo jogado na pia. Depois o dono daqueles passos foi se aproximando, e pegou a folha com a tarefa. A reação dele não foi muito diferente da minha.

– Mas que merda essas pessoas tem na cabeça? Como elas querem que eu conserte um trator?

– Ah, você está reclamando que vai consertar uma droga de trator? EU VOU TER UM REENCONTRO COM AS GALINHAS EXORCISTAS, E VOU ORDENHAR UMA VACA! - Explodi - Você pode enrolar nessa tarefa até o final das férias! Mas que injustiça!

– Summer, - Rain disse colocando as mãos nos meus ombros pra que eu me acalmasse. - Eu tenho dois dias pra consertar isso. A não ser que eu queira arar o campo todo à mão. - ele apontou para uma parte da folha que eu não tinha lido.

Ali dizia exatamente o que Rain havia falado. "Conserte em dois dias, caso contrário, terá que fazer o trabalho do trator com suas próprias mãos." Bem, aquilo até teria me deixado penalizada, se eu não estivesse quase tendo um colapso por estar sendo obrigada a rever as galinhas.

– Hm... agora parece mais justo. - disse simplesmente e me encaminhei para a porta.

Fui direto para o galinheiro para começar a minha primeira tarefa. As galinhas estavam acomodadas em seus ninhos e aparentemente não perceberam a minha presença. Subi a pequena escadinha de madeira que tinha ali, e tentei pegar o saco de milho. Leia: tentei. O saco simplesmente se recusava a sair do lugar.

Tomei impulso, contei até três e puxei com todas as minhas forças. O problema, era que a merda do saco não se mexeu, e a força que eu usei para puxa-lo foi muito grande. O que resultou no saco se rasgando e o milho caiu por todo o andar de baixo. As galinhas saíram apavoradas e começaram a se empurrar por todo o galinheiro para bicar o milho.

– Era pra elas se alimentarem, não importa como. - murmurei pra mim mesma. Desci da escadinha batendo minhas mãos para tirar o excesso de farelos satisfeita comigo mesma. Fechei o galinheiro e fui para a minha próxima tarefa.

****

Desabei sobre o pequeno e bambo banquinho de madeira, sentindo uma vontade enorme de me jogar no monte de feno que tinha ali perto das vacas, e só acordar nas próximas férias. Peguei o balde de ferro e coloquei em baixo da vaca que eu tinha escolhido.

– Vamos lá dona vaca. Vamos esquecer nossas diferenças e nos ajudar. - murmurei me sentindo uma completa idiota por estar falando com uma vaca. Literalmente.

Uma hora depois, eu tinha um litro de leite de leite de vaca tingido de vermelho. Ou a vaca estava no cio, ou eu tinha acabado de castrá-la (se é que vacas fazem sexo com as tetas). Cheguei à cozinha com o leite e encontrei todos na mesa lanchando e conversando animadamente. Quando viram o meu estado, pararam de rir e começaram a me encarar. Eu devia estar parecendo uma maníaca.

Meu cabelo estava cheio de palha e milho, meus braços estavam com arranhões, cada milímetro do meu corpo estava doendo, minha respiração estava acelerada, meu rosto corado e eu sentia que meus olhos estavam arregalados. Depois de um longo tempo em silêncio, o avô de Rain decidiu pigarrear e falar algo.

– Bem, Summer, você completou suas tarefas do dia. Pode ir para o seu quarto. - larguei o balde de leite no chão com violência e comecei a marchar em direção à escada.

– Querida... - minha avó gritou.

– O que é? - parei no meio da escada.

– Hoje à noite você e Rain vão à cidade comprar suas roupas e mais algumas coisas. Então se arrume e esteja pronta em quarenta minutos. - cara, o que mais eles poderia querer que eu fizesse? Eles não viam que eu estava morta de cansaço?

Cheguei ao meu quarto e fui direto para o banheiro tomar um bom e demorado banho quente. Meia hora depois eu estava vestida com meus jeans escuros, uma blusa colada e sapatilhas de camurça vermelha. Acho que esqueci de comentar que foi a minha mãe quem fez a minha mala. Então nenhuma roupa era exatamente minha. Isso explicava a etiqueta com a marca em cada peça de roupa que tinha ali (inclusive nas roupas íntimas). Eram todas novas.

Ok, eu já tinha um motivo para sobreviver às ferias e voltar para casa viva. Matar a minha mãe.

Dentro da minha mala tinha um compartimento cheio de maquiagens e acessórios de cabelo. Eu nunca usava maquiagem, mas algo me dizia que eu iria precisar essa noite. Passei uma sombra clara, lápis de olho e rímel. Passei um blush nas bochechas que fazia com que eu parecesse constantemente corada, e um gloss transparente. Eu tinha lábios grossos e extremamente vermelhos, o que dispensava o uso de batons.

Rain entrou no quarto e foi direto para o banheiro assim como eu. Nossa. Ele realmente era a minha cópia, só que totalmente diferente de mim. Confuso? Nem me fale. Fui para a sacada esperá-lo sair do banho e se arrumar.

Me debrucei sobre o parapeito e observei o sol se pôr lenta e preguiçosamente, até que o céu se tornou um azul extremamente escuro e o único ponto que iluminava tudo à minha volta eram a lua enorme, redonda e branca, e várias estrelas espalhadas. Eu tinha que admitir que era lindo. E era a única coisa que parecia valer a pena por estar na roça. Os prédios altos e feios de Nova York não me deixavam ter essa visão. Era dia, e num piscar de olhos estava escuro e a lua já estava no céu. Sem tarde, anoitecer ou crepúsculo. Sem estrelas, e sem esse azul escuro e bonito.

Ouvi o som de passos se aproximando e entrei no quarto. Olhei para Rain que estava procurando algo em sua mala. Ele vestia uma camisa polo branca, uma calça jeans escura e all star preto. Seu cabelo estava molhado e gotejando. Acompanhei uma gota que escorregou do seu cabelo e passou pelo seu nariz e se prendeu em seu lábio inferior. Um pensamento se fixou automaticamente em minha cabeça. Eu queria sugar essa gota. Arregalei os olhos para o meu próprio pensamento, e quando de por mim Rain estava parado me observando.

– Vamos logo. Eu estou morrendo de fome. - Ele disse passando por mim e descendo a escada do chão/teto do nosso quarto.

Fiquei parada ali no quarta por mais alguns minutos, tentando processar o que a minha mente tinha acabado de pensar. Desisti e o segui para fora de casa.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse capítulo ficou um saco ): mas eu prometo, prometo, prometo que o próximo está MUUUITO legal e engraçado kkkk (ou não né...)
QUEEEEEEEEEEM quer me fazer feliz e mandar a primeira recomendação da fic??? Ein? Ein??? EEEEEEEEEEEEin???? Ninguém? Ok ):
Mas sério gente, estou carente esses dias... preciso de um namorado e.e algum garoto se habilita? kkkkk brincadeira. E ai, como vai a vida amorosa de vocês? Bem, confusa e deturpada como a minha, ou já desistiram e mataram suas vidas amorosas? Ok, chega de falar besteiras. Até o próximo capítulo :*