Entrelaçados A Uma Paixão escrita por Gil Haruno
Notas iniciais do capítulo
Capítulo postado!
Beijos, beijos!
Completamente entediados, essa era a palavra mais que perfeita para descrever que tipo de expressão estava no rosto de cada um.
–E não é a primeira vez que seu filho me afronta em sala de aula. Se fosse para somar quantas vezes isso se repetiu, uma folha de caderno não daria, nem se usássemos o verso dela.
Sakura levou a mão à boca, prendendo o riso, já não se aguentava mais de olhar a cara azeda do professor, e sua voz inconvenientemente roca.
–Já conversamos com Sasuke – disse Mikoto a fim de diminuir o tempo da conversa. –, ele vai se comportar, se por acaso ele lhe desrespeitar, nos informe imediatamente. Quanto a Sakura... Não entendo o que ela pode ter feito de tão grave para você nos chamar aqui.
–O que minha esposa quer dizer – Fugaku lançou um olhar reprovador à esposa, tomando frente da conversa, antes que ela falasse mais que o necessário. –, é que você foi extremamente exigente com sua aluna quando deveria, primeiramente, recepcioná-la em seu primeiro dia de aula.
–Não vejo nada demais pedir a ela que trouxesse seus pais aqui.
–Esse é o problema. – disse Fugaku ganhando a atenção de todos. –Até onde eu sei, ela lhe disse que os pais estão mortos, ainda assim você exigiu que alguém viesse no lugar deles. – notava-se uma grave alteração na sua voz. –Ninguém precisa ser intimidado dessa forma, mesmo que essa pessoa esteja sob as ordens de outras.
Mikoto olhou o marido e seu peito estufou de orgulho. Aquele pequeno discurso merecia um grande prêmio. Então por que não reunir toda a família e servir um jantar especial?Fazia tempos que ela não planejava algo assim, e no puro momento de excitação que estava agora, nada a impediria!
–Acalmem-se, por favor. – desde o momento que a reuniãozinha começou o diretor só havia dado partida nela, pois logo em seguida fora quase impossível contê-los. –Tenho certeza que o professor Orochimaru está profundamente decepcionado com o ocorrido – e, lhe lançou um olhar de gelar a espinha. –, então, já que tudo foi esclarecido, vamos virar essa página lamentável.
–Sim, senhor diretor, mas que isso não volte acontecer. – disse Mikoto, olhando Orochimaru como se ele fosse um bicho asqueroso.
Sakura respirou fundo, e olhou Sasuke que também a olhou e se surpreendeu por ele está sorrindo sarcástico. Era como se ele já soubesse que aquilo não daria em nada, especificamente em suspensão, a não ser para o professor que os olhavam com cara de tolo.
–Nós iremos embora, e vocês irão para a sala. – percebia-se a empolgação incontida em Mikoto. –E não comam nada na rua quando estiverem voltando. Hoje o jantar será especial. – e piscou.
–Putz! – Sasuke murmurou olhando para trás, vendo a mãe ainda acenar para eles. –O que será que ela está aprontando dessa vez?
–Você não a ouviu?Ela está fazendo um jantar especial. – Sakura sorriu. –Ela é a mulher mais enérgica que conheci na vida!
Chegaram à porta da sala, ambos mantendo o olhar, e Sasuke deu um passo na direção de Sakura, fazendo-a ir para trás, o que o fez rir.
–Esteja no meu quarto essa noite, depois do jantar.
–Não vou ir a seu quarto.
Ela sorriu, achando mesmo que ele só estava tentando jogar-lhe charme, mas a mão dele que segurou a dela, bruscamente, a fez parar e concentrar-se nele.
–Eu vou esperar.
Sakura puxou sua mão, ainda atordoada, e evitou olhá-lo nos olhos.
–Eu não quero ir.
Sasuke segurou seu queixo, e a obrigou olhar a profundeza de seus belos olhos negros.
–Se você não for... Não vou mais insistir.
–Não sou do tipo de garota que se deixa manipular.
Sasuke deu meio sorriso, e se aproximou do rosto dela, hipnotizando-a, e a beijou no canto da boca.
–Ficando com você ou não, terminarei com Ino, então se esse é seu único problema, estou eliminando-o nesse instante.
Sakura abaixou a cabeça, pensativa, e quando a levantou seus olhos brilharam como nunca.
–Você... – cuidadosamente ela acariciou o rosto dele. –, você nunca me magoaria, não é?
–Nunca.
Era uma promessa, que inexperiente Sakura se agarrou, ainda que todo o seu ser depositasse toda a confiança nela. Ela o amava, talvez inexplicavelmente, e ela só precisava saber disso.
Inundada por aqueles doces sentimentos, ela o beijou, correspondendo o beijo que sonhara tão secretamente.
O dia passara tão depressa quanto a chuva de verão, deixando rastro por toda a parte de ansiedade.
Ela não aguentava mais contar os minutos, mesmo que o futuro ainda a assustasse, e só se dava conta de que estava feliz. Alegre por tantas coisas que estavam acontecendo, e que estavam por vim... Seu coração voltava a bater com emoção depois de tanto tempo, e ela só precisava sentir que ele a amava... Somente isso.
–Com licença.
Era costume dela, pelos anos ao lado dos pais, de às vezes deixar a porta do quarto, entreaberta, às vistas de quem passasse.
–Oi. – disse sem tirar os olhos de Mikoto, e surpreendente acompanhada de uma mulher muito bonita.
–Essa é Shizune, a namorada de Itachi.
–Eu estava tão ansiosa para conhecê-la. – Shizune abraçou Sakura como se ela fosse uma antiga amiga do passado, e que a muito não via. –Quando Itachi falou um pouco mais sobre você, minha curiosidade aumentou gradualmente. Eu sinto muito pelo que aconteceu com seus pais, e a você, pelos anos que passou desacordada.
–Obrigada. – Sakura se sentia bem acolhida, e ao mesmo tempo aturdida.
–Eu trouxe um presente para você. – disse já entregando o embrulho a Sakura. –Mas acho que não será muito do seu agrado. Sabe, Itachi se refere a você como se estivesse falando de uma garotinha de dez ou doze anos, e eu imaginei mesmo que você estivesse na faixa dessa idade, então trouxe um presente bem menininha.
–É que ele disse a Shizune que você é uma irmanzinha. – completou Mikoto fazendo Sakura sorrir.
–No fundo eu já sabia que logo, logo, eles me fariam a proposta, e confesso que fiquei muito tentada, mas outros convites virão. E, além disso, eu não poderia arriscar minha felicidade por causa de um estágio.
Ao terminar, Shizune olhou Itachi, e ele sutilmente retribuiu o olhar.
–Você teve muita sorte. É uma pena ter recusado o convite, pois estaria muito bem empregada agora. – disse Fugaku, recebendo o olhar pensativo do filho.
–Eu fico muito feliz de ela não ter aceitado, assim meus sonhos de me casar com a mulher que eu admiro não irão por água abaixo.
Os risos contagiaram a todos.
–Itachi quer ser modesto, Shizune, mas está pensando igualzinho ao pai. – cochichou Mikoto.
–Sakura, o que você vai estudar quando terminar o ensino médio?
Perguntou Shizune sempre curiosa.
–Honestamente, eu não sei. – ela deu de ombros, recebendo o olhar de Sasuke. –Não tenho ambições como a maioria das pessoas da minha idade. Acho que vou deixar o tempo passar e ver se me encaixo em alguma coisa.
–Ela é ótima na cozinha – afirmou Mikoto com base na conversa que teve com Sakura. –, com certeza seria elogiada por cada prato que fizesse.
–Que ótimo!Agora estou curiosa para provar um de seus pratos! – comentou Shizune, tão empolgada quanto Mikoto. –Você ainda não me disse o que vai estudar, Sasuke.
Todos olharam para Sasuke, principalmente Fugaku, e aguardaram. Sakura ficou torcendo para que ele dissesse algo que, pelo menos, agradasse o pai, mas pela cara ‘tô nem aí’ dele, aquilo estava muito longe de acontecer. Foi então que ela se precipitou e disse:
–Não conte nada agora, Sasuke, espere até a formatura. Aposto como o senhor Fugaku gostará de saber sobre seus planos nesse dia.
Ela sorriu, dando a entender a todos os presentes, que ele agradaria a família. Sasuke ia falar algo quando percebeu que o pai sorria para ele. Talvez já não se lembrasse da última vez que ele sorria assim, esperançoso, e decidiu que as coisas ficariam assim. Quando todos voltaram a interagir com outros assuntos, Sasuke a olhou, imaginando que ela ainda estivesse sustentando o foco nele, e assim procedeu até o fim do jantar.
Ela estava desesperadamente nervosa, imaginando milhões de situações desconfortáveis se alguém a pegasse entrando no quarto vizinho. Porém, ela não ia fazer nada demais!Poderia ser uma visita fora de horário, e completamente arredia de qualquer argumento ou comentário, ainda assim, não era nada demais!
–Sasuke...
Chamou-o com a mão na maçaneta, e se ele estivesse dormindo, ela não pensaria duas vezes antes de voltar.
–Eu sabia que você viria...
Ele a puxou pelo braço, fechando logo a porta, e a encostou à parede.
–Tenho que voltar logo para meu quarto, então seja breve.
–Não a chamei até aqui para conversarmos, senão teríamos feito isso na escola ou no jantar.
–Então, para quê?
–Para isso.
Ele a abraçou pela cintura, enquanto ela ainda tentava apoiar as mãos no peito dele, a fim de empurrá-lo, mas a cada tentativa seus lábios pediam por mais, e seu corpo correspondia.
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