Por alguns instantes ambos permaneceram imoveis e em silencio. A rosada ainda tentava processar toda aquela informação.

Queria rir de toda aquela situação ou apenas fechar olhos e assim que os abrissem percebesse que tudo foi apenas um sonho. Mas não, não era. Assim que o ouviu pronunciar que gostava dela, tudo o que fez foi sair correndo como uma garotinha assustada.

Onde estava a verdadeira Sakura Haruno? A garota popularmente conhecida que sempre si mostrou inabalável e superior a tudo e todos. Talvez aquela garota tenha desaparecido assim que conheceu o Uchiha...Mas não poderia deixa-lo muda-la tanto assim poderia? Oh! não, claro que não.

E como ficariam seus sentimentos por Daysuke? Por tanto tempo o amou incondicionalmente ate o dia em que foi correspondida, de certa forma...Claro que não poderia se esquecer do que aquele idiota havia tentado, mas mesmo assim sentia algo por ele... não sentia?

Todas essas perguntas ja estavam a deixando a beira da loucura. Tudo que pode concluir é que sentiu-se diferente ao ser beijada pelo moreno...talvez seja atração? Bom não importa o que seja, porem, tinha a plena certeza de que se sentiu tão frágil quanto um cristal diante daqueles ônix, isso não poderia negar.

Três batidas na porta a fizeram despertar de seus desvaneios.

– Entra.

A Haruno permaneceu deitada em sua cama esperando que a alma bondosa não estivesse a escutado e simplesmente fosse embora, mas não foi o que aconteceu. O Homem de porte rígido e aparência jovial adentrou ao quarto fazendo com que a rosada se surpreendesse com a presença do mesmo.

– O que esta fazendo aqui? - Perguntou levantando-se e mantendo-se em pé a frente do homem

– Não posso mais visitar a minha filha? - Esboçou um pequeno sorriso da qual a Sakura não havia gostado nem um pouco - Venha cá, me de um abraço! Estava com tanta saudade - Abraçou, porem a rosada não elevou um músculo para corresponde-lo

– Diga logo, o que quer? - A magoa ainda era nítida em seus olhos, nunca se esqueceria da forma da qual seu pai a tratava sempre a colocando em segundo, terceiro ou ate mesmo em ultimo plano, Porque acima de tudo sempre estava as empresas Haruno.

– Não mudou nada não é? - Afastou-se com um sorriso irônico nos lábios

– Não á nada para mudar, o único que deveria rever seus conceitos aqui é o senhor - Ódio, repulsa, desdem, raiva... tudo si mesclava, com certeza aquele não era o seu pai.

– Ok, chega de dramas e vamos direto ao assunto - Colocou as mãos dentro dos bolsos e passou a andar pelo quarto analisando cada sentimento do local. - Sabe, para uma empresa evoluir ela necessita de novas parcerias, novas ideias... ideias estas que façam a empresa assim expandir.

– Por que esta dizendo isso a mim? - Seus olhos seguiam os passos do homem a sua frente

– Soube que anda si envolvendo com os garotos deste lugar inútil...Acho que si esqueceu das minhas regras ou apenas as ignorou - Continuou a falar ignorando totalmente a pergunta da rosada

– Eu não me esqueci e nem...

– Então as ignorou - concluiu

– Não, é claro que eu não ignorei - Tentou se explicar

– Hmm... então me diga filha - pronunciou com deboche - Conhece Sasuke Uchiha? - Seu coração só faltou sair pela boca, suas mãos suavam friamente...tentou o máximo possível acalmar sua respiração que ja iniciava estar ofegante

– E-eu n-não conheço - O Haruno se aproximou da filha, sem ao menos cogitar em ter alguma reação Sakura ja estava sentada no chão com a marca avermelhada em seu rosto, suas mãos tremiam sob o rosto molhado pelas lagrimas

– Sabe que odeio mentiras. Irei avisar apenas uma vez, não si envolva com aquele moleque Uchiha - Deu as costas e se aproximou-se da porta - Ja que não a ouvi perguntar pelo por que, mesmo assim lhe direi...Primeiro tenho minhas regras que você conhece muito bem e Segundo, Oh! claro a grande surpresa - Virou-se com um sorriso no rosto - Você irá se casar em 6 meses, como eu disse preciso expandir a empresa... Foi com muita dor em meu coração que eu tive que aceitar a proposta de trinta bilhões de dólares, sabe como é né filhinha - O Haruno gargalhou para em seguida fechar a porta.

SAKURA POV -ON

Doia, não o fato daquele homem da qual diz ser meu pai ter me dado um tapa...mas sim, dele me trocar por inuteis costruções de concreto.

Este homem não é o meu pai, nem ao menos pode ser mais chamado de homem e sim de mostro.

A quem eu quero enganar, sou tão parecida com esse crápula imbecil.

Me levantei vagarosamente do chão, meu corpo todo doía. Me dirigi ao banheiro e assim que olhei no espelho eu me assustei... aqueles olhos vermelhos, rosto inchado e banhado por lagrimas, cabelos desalinhados...aquela era eu??

Soltei um suspiro pesado, abri a torneira e molhei meu rosto.Voltei ate minha cama e me deitei ali, não pude evitar em pensar em Sasuke.

Quando percebi meus dedos dedilhavam sob meus lábios e um sorriso involuntários surgia.

– Imbecil, por que fez isso? - Refiz esta pergunta a mim diversa vezes, sempre o tratei da pior forma possível e agora ele simplesmente diz que gosta de mim? Outro imbecil.

Isso é tão confuso... e é mais confuso ainda saber que em 6 meses irei me casar com um completo estranho. Aquele velhote não tem direito algum de decidir minha vida desta forma.

Por muitas vezes fico pensando se eu tivesse uma mãe algo mudaria? Como seria ser acordada todas as manhãs pela mulher que te gerou...assim que abrir os olhos a primeira coisa que vê é aquele sorriso radiante querendo lhe dizer que mesmo que você não tem um bom dia ela sempre estará la, querendo ou não ela sempre estara la se sentindo feliz com a sua felicidade com as suas conquistas, se sentindo quebrada ao te ver triste, sofrendo e sentindo sua dor quando você estiver sofrendo.

– Ela me abandonou - Sorri fracamente - Então nada mudaria - esta é a conclusão da qual sempre chego

Suspirei mais uma vez, com certeza com todo esse turbilhão de pensamentos eu não irei conseguir dormir. Me levantei e abri minha mala de lá retirei meu violino... ah! a unica coisa que ira me acalmar agora será meu melhor amigo violino.

Sai do quarto verificando se não havia ninguém, olhei para todos os lados e tudo que via era um corredor vazio e iluminado pela claridade do do sol. O pessoal todo deve estar ensaiando a este horário, ja que hoje anoite teremos que nos apresentar novamente.

Desci ate o andar do estúdio e como eu havia imaginado ninguém esta ali, O palco estava pouco iluminado o retante do local estava tão escuro que dava medo...mas era melhor assim.

Peguei um dos banquinhos que tinha em um canto e coloquei no centro do palco, me sentei e posicionei meu violino em meu ombro direcionei o arco ao mesmo e toquei suavemente as primeiras notas...

(PLAY)_ https://www.youtube.com/watch?v=75r9QVwzKFU

Ah! que maravilhosa sensação, não á nada melhor que a harmonia suave e delicada de um violino.

Aya quem me ensinou tudo que sei...Com ela me esqueço ate que fui gerada por outra mulher. Aya é como uma mãe para mim....e sinto tanto...tanto a falta dela.

Não sei por que me lembrei de minha infância... Papai era tão carinhoso comigo, ele não si importava tanto com as empresas. Ele simplesmente vivia para mim...sua filha.

Não quero me tornar alguém como ele...

Por que faz isso comigo papai?

Por que se afastou tanto de mim? Por que não acaricia mais meus fios róseos dizendo o quanto ama sua pequena e logo após sorrir e depositar um beijo cálido em minha testa.

Meus olhos se mantinham fechados e as lagrimas deslizavam livremente pelo meu rosto. Eu permanecia a tocar, e sentia o quanto a musica a melodia ressaltada em cada nota me compreendia.

Neste momento minha alma também chorava, chorava pelo abandono de minha mãe...uma mulher completamente desconhecida por mim que com uma frieza desumana me deixou sem ao menos olhar para trás, com um único pingo de remorso ou compaixão.

Minha alma chora por um pai que um dia foi tão bondoso e amoroso, que se preocupava com o minimo machucado em minha pele frágil. Um pai que um dia me disse que sempre estaria comigo não importa o que acontecesse, que cuidaria de mim quando sentisse medo dos relâmpagos nas noites chuvosas... Pois este homem não existe mais, talvez esteja escondido em um canto por trás daquele monstro que sem pensar duas vezes submeteu a sua filha a um casamento arranjado, simplesmente para expandir sua maldita empresa.

Minha alma não só chora de dor mas também por saudade. Saudade da unica mulher que me ama e continua me amando apesar de todos os meus erros, saudade de ter alguém que me abrace sem eu ao menos pedir, saudade de me aconchegar em um colo e ser acariciada ternamente ate que meus medos não existam mais.

Meus joelhos fraquejaram e minhas mãos tremiam, deixei o violino e o arco caírem e esperei meu corpo alcançar o chão, porem nada disso ocorreu. Senti braços fortes envolverem meu corpo, elevei meus olhos e pudi encarar quem havia me segurado.

Minhas lagrimas somente aumentaram ao ve-lo, aquele par de ônix da qual me deixava tão frágil...tão indefesa.

– Sasuke, você não pode.. - minha voz estava terrivelmente embargada - Só fique longe de mim – ele não me encarou.

– Ficara tudo bem, pode chorar - Ele me puxou colando meu corpo ao seu, meu rosto se enterrou em seu peitoral...eu não tinha mais forças para afasta-lo de mim e dizer que aquilo era errado. Seus braços me apertaram mais contra seu corpo, me senti tão leve em seus braços e apenas deixei minhas lagrimas rolarem... logo soluços altos eram ecoados pelo local, pois finalmente eu estava libertando a dor que permaneceu em minha alma por tantos anos.

Suas palavras me trouxeram muito conforto, e como nunca eu me senti bem.

SAKURA POV -OFF