A Última Música escrita por Karol Montblanc


Capítulo 28
Sozinho


Notas iniciais do capítulo

Ola, demorei novamente, mas voltei! Como disse da ultima vez, esta difícil prosseguir com a fic. Espero que tenham paciência comigo >.<

Obrigada a todos que ainda não desistiram!
Muito bem, hoje o capitulo terá uma musica que foi pedido de uma leitora muito fofa, Estefany Uchiha esta ai como prometido, espero que goste!

Boa Leitura!



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Desde que foi levado para o quarto não saiu mais, não quis comer nem mesmo falar com ninguém. Todos estavam preocupados, mas ninguém era tão insistente quanto Karin.

─ Ei Sasuke me deixe entrar – esperou por uma resposta e tudo que recebeu foi o silencio – Sasuke, me responda. Eu não vou sair daqui ate que abra essa porta.

A tranca se desfez e a porta foi vagarosamente aberta. Karin o olhou surpresa. Sasuke tinha os cabelos ainda mais desgrenhados, a roupa amassada, uma barba rala e olheiras enormes abaixo dos olhos.

─ Fala – murmurou rouco.

─ O que houve? Por que esta assim? – perguntou preocupada adentrando no quarto sem nem mesmo pedir – Sasuke o que esta acontecendo?

O Uchiha se manteve calado, inexpressivo. Seus olhos fixaram-se na janela entre aberta e por ali permaneceram.

─ Sasuke eu estou falando com você! – irritou-se – Eu não sei o motivo dessa cara de peixe morto, mas é melhor melhora-la – aproximou-se furiosa – Não importa o que tenha que fazer, você terá que ganhar aquele concurso.

As sobrancelhas negras se arquearam, não estava compreendendo a razão da ruiva estar tão brava. Por mais que seus ouvidos estivessem pouco a pouco falhando conseguia escutar ao longe o que a mesma dizia.

─ Por que? – sua voz saiu esganiçada, se odiou.

─ Não te contaram que quem ganhar irá fazer um tour mundial comigo? – sorriu – E é obvio que eu não vou com aquela ameba cor-de-rosa. Eu quero passar longos meses ao seu lado Sasuke-kun – aproximou sua boca de um de seus ouvidos e sussurrou - Saiba que por trás dos bastidores, eu posso conseguir tudo que quiser – abriu a porta sem esperar por uma resposta e saiu.

Sasuke soltou um suspiro longo e voltou a se deitar. Quando seus olhos estavam quase se fechando a porta foi aberta de forma brutal.

─ Você vai se levantar daí e é agora – ordenou – Eu não estou brincando, assuma suas responsabilidades e pare de choramingar feito uma menininha.

─ Sakura – a olhou assustado quando foi derrubado no chão.

A rosada parecia gritar, mas sua voz tornava-se cada vez mais distante. Sentiu ser puxado para fora, não obteve tempo para reações. Quando percebeu estavam na sala de Konan.

─ Parece que Sakura conseguiu – murmurou a azulada.

Sakura nada respondeu, apenas pegou dois microfones e entregou um ao moreno que observava tudo calado.

Os primeiros acordes começaram com um toque suave, Sakura entrou primeiro, cantou lindamente. Suas esmeraldas direcionaram ao moreno para que ele prosseguisse em seguida, o que não foi feito.

─ Preste atenção! – esbravejou – Comece de novo Konan.

A música recomeçou mais uma vez. Sasuke mantinha seus olhos fixos no chão, sua mão que segurava o microfone tremia. Quando mais uma vez não cantou, Sakura gritou.

─ O QUE ESTA ACONTECENDO COM VOCÊ? – o segurou pelos ombros. Seus olhos se chocaram e ela não pode conter a surpresa – Sasuke, por que esta chorando? – no momento seguinte o Uchiha deixou que o microfone colidisse ao chão e agarrou o corpo feminino com força, os derrubando.

Suas lagrimas desciam em silencio, nem mesmo Konan ousou interferir. Por alguns minutos ambos permaneceram ali no chão. Sakura estava perdida, queria compreende-lo e assim dizer com convecção que tudo ficaria bem.

─ Sasuke – sussurrou seu nome baixinho – Quer me contar algo? – sua voz soou tão meiga, parecia estar falando com uma criança.

Ele não a respondeu, parecia inerte em seu próprio mundo. Ele não a ouvia.

─ Ok, vamos ir para o seu quarto então – junto consigo ela tentou o levantar, não fez muito esforço, pois assim que percebeu suas intenções ele a ajudou.

PLAY_ On my own – McFly

Vejo todas essas pessoas no chão
Perdendo tempo
Tentei segurar tudo por dentro,
Mas só por esta noite.
O topo do mundo,
Sentado aqui desejando
As coisas que eu me tornei
Que há algo faltando.
Talvez eu...
Mas o que eu sei?

Voltaram para o quarto em silencio, Sakura o depositou na cama e o cobriu. Preocupada permaneceu ali o observando. Sasuke não fechou os olhos, continuou fitando o teto.

─ Eu não vou cantar – declarou ele com os olhos perdidos.

─ Por que? – ela o perguntou seria, não ter ideia do que estava acontecendo fazia com que ela se sentisse inútil.

─ Eu não quero mais – continuou dizendo, supôs que ela havia perguntando o motivo.

─ Por que Sasuke? – Sakura continha sua impaciência e irritação, queria lhe arrancar informações claras que pudesse entender o havia acontecido – Me responda! - com raiva de ser ignorada, subiu em cima dele o forçando a olhar para ela – OLHE PRA MIM E RESPONDA DROGA!

─ SAI DAQUI, VAI EMBORA. ME DEIXA SOZINHO – a empurrou fazendo com que ela se sentasse na cama assustada – Vai embora!

─ Quer saber – levantou-se e foi ate porta – Vou te deixar sozinho.

Sozinho

Sozinho

Cansado ele fechou os olhos e permitiu-se chorar, aquele seria o seu destino e nada mais poderia ser feito.

Afastar-se-ia de todos, se afastaria de Sakura. Desistiria de tudo e voltaria para casa, pois nada mais importava. Não tinha sentido.

Seus ouvidos faziam um zumbido estranho que o irritava. Mas o que deixava ainda mais furioso era não poder ouvi-la.

Estava cansado, mas não dormiu.

Sua mente trabalhava a mil.

Sua família o perdoaria?

E agora parece que eu

Não encontrei nada.

Quero ouvir sua voz alta e clara.

Vá mais devagar,mais devagar

Sem tudo isso

Estou sufocando com nada

Está claro em minha cabeça

Que eu estou gritando por algo

Saber nada é melhor do que saber.

Sozinho

* *

Tudo já estava arrumado, os poucos móveis na caixa eram amontoados sobre o caminhão. Mikoto olhou para aquela mansão imensa e sorriu ao constatar que não se arrependeria de sua decisão.

─ Tem certeza do que estava fazendo mãe? – perguntou Itachi ao seu lado.

─ Sim, este não é nosso mundo. Nada disso nos pertence – apontou para a mansão.

─ Onde vamos morar mamãe? – Yuna perguntou abraçada a perna da mãe.

─ Eu e seu pai conversamos, ele se arrependeu e vai nos devolver nosso lar – contou com um sorriso.

─ Mãe você enlouqueceu? – Itachi a olhou indignado – Um simples pedido de desculpas não vai mudar o que ele fez!

─ Itachi meu filho...

─ Não mãe, eu não vou permitir que você e as meninas fiquem perto dele. Ele é perigoso, será qu...

─ E nós vamos morar onde? Embaixo da ponte? – alterou sua voz – Meus filhos vão para onde eu for e sem objeções – encerrou o assunto autoritária.

Assim que chegaram Fugaku os aguardava enfrente a pequena casa. Estava arrumado, com um ar sereno no rosto e um mínimo sorriso nos lábios.

─ Pensei que não viriam – indagou observando os filhos – Senti falta de vocês – emocionado, abraçou os filhos.

─ Você só pode estar de brincadeira – pronunciou Itachi afastando-se consideravelmente.

─ Itachi – repreendeu Mikoto, seu filho mais velho jamais havia levantando a voz – Vamos entrar.

A casa estava limpa, no telhado havia alguns remendos que antes se tornavam goteiras nos dias chuvosos.

─ Me desculpem – disse Fugaku cortando o silencio – Eu sei que não tem como voltar no tempo, tudo que posso fazer é pedir desculpas e... Eu vou parar de beber.

─ E de jogar também? – riu Itachi – Pois eu duvido.

─ Ita não fala assim do papai – disse Yami.

─ Acha mesmo que vou acreditar nisso? Você maltratou a todos nós o quanto quis e agora aparece com o rabo entre as pernas e acha que tudo ficara numa boa – acusou apontando para o mais velho.

─ Eu amo vocês, não duvide disso e é por isso que vou tentar! – declarou firme.

─ Faça o que quiser, mas se você encostar um fio de cabelo delas – aproximou-se, sua voz soou ameaçadora – Eu acabo com você – o olhou nos olhos e saiu para buscar as caixas.

Mikoto nada disse. Mesmo aceitando o pedido de Fugaku para um recomeço, sentia medo do que poderia acontecer, tudo era incerto.

Após o clima tenso, as gêmeas conversavam com o pai sobre algo relacionando a escola, ele prestava atenção e ria algumas vezes. Mikoto nunca havia presenciado nenhuma cena do tipo. Itachi terminava de colocar as caixas no local onde seria a sala.

─ Mãe, eu vou me encontrar com Aya, vai ficar tudo bem? –

─ Não se preocupe meu filho, pode ir – beijou a bochecha do rapaz e acariciou – Traga ela algum dia aqui, quero conhecer a garota que conquistou meu rapazinho.

─ Pode deixar, vamos combinar – beijou a testa da mãe e somente depois de dar uma olhada em suas irmãs que se foi.

* *

PLAY_ Severely – FtIsland

Deixando você ir sem qualquer expressão, como se isso não fosse nada -
Eu pratiquei isso todos os dias, mas ainda é estranho.

Seus olhos perdiam-se ao deslumbrar a noite estrelada, mas não era ali que seus pensamentos permaneciam. Tudo parecia conspirar contra si, era incrível.

─ Sakura

Despertou de seus devaneios assim que ouviu Konan a chamar.

─ Sim?

─ Quero conversar com você – sentou-se ao lado da rosada e admirou a mesma paisagem – Tomei a liberdade de falar com o médico responsável por Sasuke durante os dias que esteve internado.

─ Ele disse algo? Ele disse se...se aconteceu alguma coisa? – perguntou nervosa.

─ Querida eu quero que você seja forte, mais forte do que foi algum dia em sua vida – ponderou acolhendo a mão da Haruno entre a sua.

─ Fale logo, assim você esta me deixando assustada.

─ Sakura, a pancada que Sasuke levou na cabeça aparentemente não havia deixado lesões. Mas após alguns exames o médico descobriu que Sasuke estava perdendo a audição.

─ Não pode ser. Ele esta bem, alias, esta ótimo. Ele...ele pode me ouvir, eu sei que pode. Hoje mesmo eu falei com ele e... – sua voz tornou-se baixa ate o ponto de sumir, seus pensamentos a levaram ao momento que tentou fazer com que o Uchiha lhe dissesse algo – Não Konan, ele teria me contado... Ele teria...

Eu também pratiquei como chorar secretamente enquanto sorrio, mas
eu sinto que minha voz trêmula vai me entregar rapidamente

─ Se acalme querida – abraçou a Haruno que se segurava para não chorar – Eu disse ao médico como ele estava agindo e ele falou que Sasuke relutou para não permanecer no hospital, ele recusou o tratamento. Mas nos vamos dar um jeito nisso. – murmurou afagando os fios rosados.

─ Ele é tão idiota – soluçou frustrada – É tudo minha culpa, isso tudo era pra mim.

Amar é, provavelmente, centenas e milhares de vezes mais difícil do que terminar.
Mas eu sou uma tola que não pode viver sem você
O que você quer que eu faça?

─ Não pense assim, nada disso é culpa sua – sussurrou tentando acalma-la.

─ Sim, é Konan, e eu vou resolver isso – levantou-se e correu entre os corredores, procurou desesperadamente pelo quarto de filmagens. Assim que encontrou adentrou sem ao menos bater – Não me importo de ser expulsa dessa competição, eu só quero me ajudem a encontrar uma gravação e nada mais.

─ Senhorita, não podemos fazer isso. Sinto muito mas é contra as regras – disse um dos homens que estavam ali.

─ Foda-se as regras, eu não vou sair daqui enquanto tiver o que procuro – gritou exasperada.

─ Chamem os seguranças – indagou o outro a ignorando.

Sakura sentia seu coração se apertar, precisava raciocinar, precisava fazer algo.

─ Espera – pediu conseguindo atenção – Se lembram do dia que Sasuke Uchiha sofreu o acidente, lembram-se?

─ Qualquer um sabe que aquilo não foi acidente – um dos homens comentou o outro ao seu lado lhe deu uma cotovelada o repreendendo – Ai cara, eu só disse a verdade.

─ Viu só, qualquer um sabe disso. E eu quero descobrir quem foi – os dois homens se entreolharam – Por favor, me ajudem – suplicou.

─ Tudo bem, mas nada de escândalos.

Ela assentiu positivamente, temerosa, sentou-se próxima ao monitor e esperou ate que chegassem a alguns minutos antes de tudo acontecer. O show ocorria normalmente e não pode evitar sorrir quando viu Sasuke sorrindo e a observando com aqueles olhos que transpareciam a alma.

A câmera mudou seu ângulo para cima do palco, uma silhueta masculina passou e não conseguiu identificar quem era, em menos de dois minutos a mesma pessoa voltou e foi quando viu o rosto que tanto conhecia.

─ Daysuke? – sussurrou incrédula.

─ Conhece ele?

─ Eu... eu não posso acreditar – levantou-se perdida – Ele não pode ter feito isso.

─ Ei, vamos continuar vendo.

─ Pra mim já esta claro – disse o outro

─ Continua, continua, por favor – pediu voltando a se sentar.

Após Daysuke sair passou cinco minutos sem nada acontecer, Sakura já estava desistindo.

─ Ei, olhem só isso – apontou para o canto da tela.

Uma mulher parecia gritar com alguém e tentava puxar a pessoa para ir consigo. Ela carregava algo em uma das mãos que não conseguiam identificar.

─ Esperem, voltem um pouco – seus olhos semicerram ate conseguir enxergar quem era aquela mulher – Ah mais eu sabia – um sorriso sádico surgiu em seus lábios – Hoje eu acabo com esses dois – levantou e saiu batendo a porta furiosa – Me espere Sasuke.

─ Mas quem é essa moça? –

─ Não estava vendo, é aquela cantora ruiva – aproximou a câmera tendo a nítida imagem do rosto de Karin estampada na tela.

Severamente, eu acho que amei muito severamente
Eu sequer respiro e apenas olho para você.


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Notas finais do capítulo

Espero ainda ter leitores >.<
Se tiver algum deem um sinal de vida o/

Beijos ate a próxima =)



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