A Última Música escrita por Karol Montblanc


Capítulo 24
Mãe


Notas iniciais do capítulo

Yoo galerinha, como estão??? Ate que enfim nosso amado Nyah voltou!!! lol

Bom, cap beeeemm dramático mas esclarecedor. Espero que gostem, é o meu presentinho iper, mega atrasado de dia das mãe, apesar que o dia delas são todos os dias não é?

Boa Leitura!!!



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Já não sabia, mas quanto tempo estava sentada naquela sala de espera. Ainda vestida com o traje da noite anterior, seus olhos vermelhos borrados pela maquiagem demonstravam que havia chorado incansavelmente.

Assim que acordou não esperou nem mesmo um único segundo para sair em direção ao hospital. O pior de tudo é que se encontrava tão impaciente que acabou vindo a pé, correu como nunca em toda sua vida, chegou ofegante assustando os pacientes e as enfermeiras que se encontravam ali.

De inicio a recepcionista não lhe disse informação alguma sobre o estado do Uchiha. O que a irritou gradativamente, fazendo com que alterasse sua voz quase subindo encima do balcão para esganar a pobre moça.

Um medico conhecido pela rosada surgiu a impedindo de cometer um assassinato.Por coincidência o mesmo medico é quem estava cuidando dos ferimentos do moreno desacordado.

– Como ele esta?- perguntou angustiada assim que o viu sair da sala de emergência.

– Sakura? - estranhou vê-la ali - O que faz aqui?

– Me diga Kabuto, como ele esta? Como esta Sasuke? - perguntou novamente ignorando a pergunta do medico.

– O garoto com um corte na cabeça? Estável - a respondeu simplesmente, suspirou pesadamente percebendo que a Haruno não achara aquela informação nem um pouco suficiente - Ele vai ficar bem, não se preocupe. - sorriu massageando um dos ombros da garota.

– Eu posso ver ele? - seus olhos suplicavam por um único minuto ao lado do Uchiha, queria ela mesma constatar que tudo ficaria bem.

– Não. Não agora, melhor você ir descansar e comer alguma coisa -

– Kabuto me deixe vê-lo ?- pediu mais uma vez ignorando as recomendações do médico.

– Sakura - tentou repreende-la

– Por favor. Por favor, eu sei que pode fazer isso por mim - com aqueles olhos esmeraldinos suplicantes, aquele rostinho avermelhado. Não teve escapatória.

– Tudo bem. Cinco minutos e você irá para casa descansar - declarou rendendo-se a rosada.

Não levou nem mesmo dois minutos para encontrarem o quarto ocupado pelo moreno. Kabuto abriu a porta vagarosamente dando passagem a Haruno.

Sakura caminhou lentamente ate o leito de seu amado o encontrando inconsciente. Se a faixa em sua cabeça não estivesse lá diria que ele estaria muito bem. Finalmente soltou um suspiro sentindo-se aliviada. Acariciou seus cabelos negros desejando que acordasse logo, sorrisse e a chamasse de patricinha boba.

– Me chamaria de boba agora se soubesse o quanto fiquei preocupada? - sorriu com a sua própria pergunta.

– Hora de ir Sakura - alertou-a

– Ok. Volto mas tarde. - caminhou para fora do quarto sentindo-se mas calma.

– Seu noivo sabe que esta aqui? - ouviu o de cabelos acinzentados murmurar para si. Olhos esmeraldinos direcionaram-se para o médico ao seu lado, o encarou com frieza.

– Não preciso de nenhum cão de guarda– rebateu irritadiça.

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem. - Kabuto não pareceu se preocupar com a arrogância da rosada, pelo contrario, sorriu divertindo-se com a aquela atitude. Logo acenou despedindo-se e sumindo pelos corredores daquele hospital.

Sakura sentou-se ali na sala de espera, fechou seus olhos os sentindo finalmente pesarem. Esticou seu corpo sobre o banco gélido, encolheu-se sentindo a brisa fria daquela manhã. Sem ao menos perceber adormeceu, sem se importar com a sua fome ou com as roupas que ja a incomodavam.

– Sakura! Sakura acorde. - ouviu alguém chamá-la ao longe - Sakura! - seus olhos se abriram ainda sonolentos, a imagem de um homem surgia aos poucos diante de si.

– Pai? - perguntou incerta reconhecendo aquela voz, esfregou seus olhos tentando visualizar melhor quem estava ali.

– Vamos levante - ordenou

– Eu não vou sair daqui, não embora ate que ele esteja bem o suficiente para sair deste hospital. - declarou determinada.

.

– Se parece com sua mãe agora - soltou um suspiro nostálgico. Sakura arregalou seus olhos para logo semicerrá-los com fúria.

– Eu não tenho mãe, agora pare de falar idiotices. O que faz aqui em? - ser comparada com ela, com a mulher que abandonou era ridiculamente cruel. Seu interior queimava de odio.

– Já disse para não falar desta forma. - pronunciou tranquilamente, estranhamente calmo - Soube do acidente e sabia que a encontraria aqui.

Aquele homem que estava a sua frente agia de forma suspeita, estranhamente suspeita. Sua calmaria não condizia com as atitudes absurdas que o mesmo vinha cometendo.

– Agora que sabe que estou aqui ja pode ir, não vou voltar com você.

O Haruno sorriu minimamente observando a filha.

– O que foi? Acabar com o meu futuro não foi o suficiente? Se quer saber eu..

– Chega! - ele não gritou, nem mesmo alterou sua voz - Foi um erro meu ter deixado as coisas chegarem a este ponto.

Sakura franziu o cenho confusa, os olhos verdes opacos de seu pai pareciam transmitir um sentimento, algo que ela duvidava muito que aquele homem sentisse.

– Vamos, precisamos conversar - avisou-a caminhando em direção a porta de entrada.

– Eu nã...

– Filha venha. Por favor - chocada, sua boca entreabriu em um pequeno " O" seus olhos surpresos acompanhavam as costas de seu pai.

A contra gosto a rosada o acompanhou, adentraram no carro em silencio. Confusa e curiosa queria entender pela primeira vez o que se passava com seu pai.

Seus olhos direcionaram-se para a paisagem surpreendendo-se ao perceber somente naquele instante que se aproximavam do cemitério da cidade.

– O que estamos fazendo aqui? - perguntou estranhamente nervosa. Seu pai apenas parou o carro descendo do mesmo - O que estamos fazendo aqui? - tornou a repetir sua pergunta alterando sua voz - Me responda seu idi...

– Me respeite - a interrompeu rispidamente - Eu exijo respeito. - Sakura riu balançando a cabeça negativamente.

– Respeito? Quer respeito depois de acabar com a minha vida por puro egoísmo papai? - o encarou seria.

– Vamos - ordenou ignorando-a.

– Me diga o que estamos fazendo aqui ou eu vou embora agora mesmo! - gritou impaciente, mimada, exigindo sua resposta naquele mesmo instante.

Ryu Haruno se encontrava uma pilha de nervos, não conseguia raciocinar, jamais havia agido de maneira tão impulsiva. A segurou violentamente. Os gritos de sua filha exigente e mimada o fizeram explodir.

Com certa força agarrou um dos braços finos puxando-a com brutalidade, arrastou-a ate encontrarem uma grande arvore de cerejeira, a mesma não continha flores parecia triste e abandonada assim como o tumulo ao seus pés. A jogou no gramado não se importando com o seu estado, encarou a arvore pensativo.

– De quem é este tumulo? - perguntou furiosa massageando seu pulso marcado pelo puxão.

– Veja por si mesma - murmurou

(PLAY)_ Avril Lavigne - Goodbye

Adeus, Adeus

Adeus, meu amor.

Eu não posso esconder, não posso esconder

Não posso esconder o que está por vir

Eu tenho que partir, eu tenho que partir,

Eu tenho que partir, e deixá-la sozinha,

Mas sempre saiba, sempre saiba

Sempre saiba, que eu te amo tanto

Eu te amo tanto

Eu te amo tanto

Sakura encarou irritada aquela lapide, não tinha a menor idéia de quem estaria enterrado ali, e muito menos por que ela tinha que estar ali. Retirou as folhas secas com raiva, as empurrou jogando-as para o lado ate encontrar o nome de sua mãe esculpido ali. Seus olhos arregalaram-se surpresa, para em seguida ser tomada pelo desprezo, por tamanho ódio que levantou-se voltando a encarar aquele homem que tanto amava vê-la sofrer, que tanto parecia se divertir com a sua dor.

– Gosta tanto assim de me ver sofrer? - a surpresa era nítida nos olhos do Haruno mais velho.

– Ficou louca? Você é minha filha! - a respondeu alterando sua voz, demonstrando o quão irritado havia ficado com aquela pergunta sem pé e sem cabeça.

– Não é o que parece - seus olhos vagaram rapidamente pela lapide - Eu a odeio. Me trazendo ate aqui não vai mudar isso, não vai mudar o que essa...o que esse monstro fez! - sua voz alterava-se a cada frase.

– Cale a boca - murmurou

– Eu odeio essa mulher, eu a odeio... odeio! - gritou mais alto

– CALE A BOCA! - exaltou-se, ofegante o Haruno aproximou-se da filha - É a mim que você tem que odiar, somente a mim. Eu sou o monstro! - desta vez soube dizer que claramente em seus olhos se encontravam arrependimento - Sua mãe não a abandonou... - começou.

– Eu não quero ouvir - tapou os ouvidos impondo sua barreira, a barreira que a protegia dês de que seu pai lhe contou sobre o abandono de sua mãe.

Adeus, olhos castanhos.

Adeus, por enquanto

Adeus, raio de sol

Cuide-se

Eu tenho que partir, eu tenho que partir,

Eu tenho que partir, e deixa-la sozinha

Mas sempre saiba, sempre saiba

Sempre saiba, que eu te amo tanto

Eu te amo tanto, oh

Eu te amo tanto, ooh

– Sakura me ouça! - tentou ordenar, mas sua voz estava falha, sem forças - Ela não te abandonou.

– Mentira, pare de tentar me fazer mudar de idéia. PARE - fechou seus olhos confusa com que aquele homem tentava lhe dizer, como assim a mulher que aprendeu a odiar por toda sua vida não havia abandonado?

– Ela morreu quando te deu a luz - despejou de uma vez. Sakura abriu os olhos imediatamente assustada.

Canção de ninar. Distraia-me com suas rimas

Canção de ninar

Canção de ninar, me ajude a dormir essa noite

Canção de ninar (Canção de ninar)

– Mentira - sussurrou - Isso é mentira - murmurou mais uma vez, agora ele jogava a culpa para si, agora ela tornava-se a vilã a assassina de sua mãe - Pare de mentir, pare de jogar a culpa em mim! - seus olhos marejaram, não iria chorar.

– Era exatamente por isso que eu não queria te contar. Por isso escondi por todos esses anos a verdade - o mais velho a encarava com arrependimento - Eu nunca quis que você se sentisse culpada pela morte de sua mãe. Ela te amava, te amava muito.

Sakura se calou as mãos de seu pai sobre seus ombros se afrouxaram. Aos poucos a pequena Haruno caiu ajoelhada sobre o tumulo de sua mãe. Sua garganta fechou-se com um choro contido, seu peito doeu, queimou como labaredas.

– Ela sabia dês do dia em que ficou grávida que teria que fazer uma escolha. Sua mãe sempre escolheu você, sempre amou você. - lembrou-se com melancolia de sua esposa - Mebuki te amou ao ponto de me fazer jurar diante de testemunhas que nunca contaria esta historia á você, que mentiria somente para te proteger.

– Ela...ela quem inventou tudo isso? - perguntou incrédula

– Sim. Sua mãe preferiria que você a visse como um monstro que a abandonou do que se culpar pela sua morte. - seus olhos arderam e logo as lagrimas inundaram seu rosto, freneticamente.

Eu tenho que ir (Adeus)

Eu tenho que ir (Adeus)

Eu tenho que ir (Adeus)

E deixá-la sozinha

Mas sempre saiba (Adeus)

Sempre saiba

(Adeus)

– Agora entendo o porque de me tratar de forma tão fria. Sempre me culpou não é? - perguntou não contendo suas lagrimas enquanto encarava o tumulo de sua mãe. Ali continha uma foto pequena e antiga sua cor perdia-se aos poucos, mas ainda sim conseguia enxergar os cabelos vermelhos e olhos castanhos de sua mãe.

Ela era linda!

– Desculpe - sussurrou ajoelhando-se ao lado da filha - Peço perdão, á vocês duas. - Sakura o encarou, seu olhar tornou-se indecifrável para Ryu. Sem que esperasse foi surpreendido pelos braços da filha o envolvendo em um aconchegante abraço.

– Os Uchihas me ensinaram que não importa o quão grande e profundo forem as feridas, sempre devemos perdoar. Um dia elas irão cicatrizar e não irão mas doer. - pela primeira vez orgulhou-se de sua pequena. Não correspondeu ao abraço, pois não se sentia digno daquele ato. Então apenas a recebeu, recebeu todo o carinho e amor de sua filha.

– Obrigado - murmurou. Juntos permaneceram ali por toda a tarde ate mesmo quando o sol ja havia adormecido e deu lugar a escuridão, ambos permaneceram ali, observando e refletindo perdidos em seus próprios pensamentos.

Eu te amo tanto (Adeus, canção de ninar)

Eu te amo tanto (Adeus)

Eu te amo tanto (Adeus)

Eu te amo tanto (Adeus)

Eu te amo tanto

Eu te amo tanto

Adeus olhos castanhos

Adeus meu amor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Odiaram??? Comentem!!! Recomendações sempre serão bem vindas :]

Obrigada ate o proximo next o/