Novo Amanhecer escrita por Raquelzinha


Capítulo 44
Simples como respirar! VIII


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo...



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Bella

O silencio total em casa, isso é raro, pensei observando a rua, Sunshine sentado perto da cerca, seus filhos agitados estavam em pé observando Paul que passava perto e me acenava. Mas essa tranqüilidade não durou muito, me virei com uma travessa na mão para colocar no forno, quando um garotinho passou correndo pelo corredor em direção a porta, totalmente  pelado, os cabelos longos balançando com o movimento agitado da pernas e gritando:

- Mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! – e logo depois a voz forte e firme de Jacob chamando:

- John venha cá!

Ri comigo mesma e continuei o que estava fazendo, nosso filho estava outra vez escapando do banho, e logo o rosto de Jake surgiu na porta perguntando:

- Onde ele está?

Apenas fiz um gesto com a cabeça mostrando que ele fora em direção a porta da frente, é muito difícil faze-lo ficar vestido, está sempre querendo tirar tudo, isso me deixava preocupada antes, mas Jacob me garantiu que nada tem a ver com os genes, pois o pequeno ficava roxo de frio, só não queria mesmo era colocar roupas.

Nesse instante vi uma dupla passar, Jacob trazia John pendurado sobre o ombro, o pequeno, com os braços esticados e os cabelos balançando com o movimento dos passos pai sorria, assim que me viu ele gritou:

- Oiiiiiiiiiiiiiiiiii mãeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! – fiz uma expressão fechada como se estivesse brava e comentei:

- Quero ver o que você vai fazer quando este nascer! – passei a mão pela barriga de seis meses e senti um leve movimento, era Gabriel, desta vez nos decidimos que queríamos saber o sexo, John estava enlouquecido para saber se ganharia um maninho ou uma maninha,  mas uma coisa eu sabia a muito tempo, este era muito mais agitado do que seu irmão, e isso me fazia ter uma leve idéia do que nos esperava com dois garotos em casa, um com quatro anos e meio e um bebe.

Suspirei feliz, nada como momentos assim para me comprovar o quanto ser feliz é bom.

- Vou ficar maluco! – ele gritou lá do banheiro me fazendo rir alto.

A mesa estava posta e eu esperava pela minha dupla quando eles surgiram na porta, John entrou primeiro e correu para seu lugar, os cabelos negros molhados puxados para detrás da orelha, estavam na altura do queixo, o rosto bronzeado se abriu num grande sorriso. - Minha nossa! Isso acaba comigo. – pensei, acaba com todas as minhas resistências, observei o homem imensamente lindo que entrava na cozinha com uma camiseta e uma bermuda e o mesmo sorriso no rosto. Suspirei, mais um sorriso desses estava a caminho com certeza, o que será de mim?

- Tive que mudar a roupa. – e me beijando falou: - Desculpe a demora amor. - e encarando o pequeno que voltou a sorrir comentou: – Ele tinha areia até na cabeça. - seu tom era de reclamação. - O que você fez na creche John? – Jacob perguntou sentando também.

- Brinquei. – a resposta saiu tranqüila enquanto ele colocava um pedaço de carne na boca.

- Imagino o tipo de brincadeira. – a voz de Jacob saiu seria, mas eu sabia que ele gostava do fato de seu filho ser tão esperto e inteligente. John demonstrava que herdara muito do pai, do temperamento ao jeito, da facilidade em se comunicar, em resolver problemas e convencer os outros de sua opinião, não era raro vê-lo comandar as brincadeiras mesmo entre meninos mais velhos.

A gravidez de Gabriel já não foi tão novidade para nós, estávamos mais amadurecidos nesse ponto, mas foi vivida com a mesma intensa felicidade da primeira. Jacob fez uma peça maior para colocar os dois meninos no mesmo quarto, e voltamos a montar o escritório na velha peça pequena.

John adorou o espaço, principalmente pq havia agora um lugar mais acomodado para seus brinquedos e ficou ainda mais agitado quando montamos o berço de irmão, achou que o nascimento seria em breve, foi difícil faze-lo entender que ainda faltava um pouco, mas no final ele aceitou.

 A noite sentávamos os três juntos no sofá para assistir desenho, nosso programa de família ultimamente, Jacob ri muito o que me faz rir também, ele está tranqüilo, e isso é bom, os telefonemas não tem acontecido o que me deixa feliz, quando lembro de certas coisas que aconteceram conosco nos últimos anos parece que antes de Jacob e eu nos acertarmos eu não vivi, parece que eu só comecei a ser alguém e a viver depois que nós nos acertamos.

Temos estado ocupados, mas nunca deixo para depois quando posso estar junto com ele, sozinha, sempre, depois que John finalmente dorme nós aproveitamos para namorar, ficamos juntos sentados no sofá, conversando, trocando carinhos e beijos, é bom demais, não consigo viver sem isso.

Mas, nem tudo é certo sempre, outro telefonema tirou nossa paz, logo agora, que Gabriel está prestes a nascer, além da ansiedade do final da gestação, ainda acontece isso, não há como negar que esse fato afeta nossa vida, tenho percebido o nervosismo em Jacob, sua preocupação.

Observei seu jeito ao entrar no quarto depois de voltar do quarto de John e deitar ao meu lado,  acariciei seu rosto assim que se recostou em mim e perguntei:

- John dormiu?

- Sim. Ele está bem. – um suspiro longo e seu braço circulou carinhosamente meu corpo acariciando minha barriga. – Eu amo vocês, amo a nossa vida Bells, estar com você, e...

- seus olhos colaram nos meus – tenho medo, está tudo diferente agora, nós não somos mais os mesmos, nenhum de nós, nenhum dos garotos do bando. – apertei meu braço sobre o ombro dele, sentindo meu peito doer e um medo antigo voltar, mais forte e dolorido, por meu amor que estava colado a mim, por nossos filhos, nossos preciosos filhos, por nossa vida e falei:

- Desejo muito que tudo continue como tem sido até hoje Jake, que nada mude, que nossa vida continue assim como está, com as artes e peraltices do nosso John, com a chegada de Gabriel com nossos trabalhos.

Senti suas mãos mais próximas de mim e um afago quente no meu pescoço produzido pelos lábios dele.

- Eu amo você Bells, você é a melhor coisa da minha vida, através de você é a única maneira de eu ser feliz.

- E eu amo você Jake, com todas as forças que existem em mim, cada dia mais.

Nos aconchegamos assim e ficamos calados esperando o sono chegar aproveitando nosso momento juntos.

Gabriel chegou uma semana depois, tão grande quanto John, os cabelos também negros, mas a pele mais clara, mas de resto era uma copia do irmão ao nascer, Jacob como no nascimento do nosso primeiro filho esteve comigo todo o tempo me dando força e seu apoio. Charlie e Ellen se encarregaram de cuidar do outro neto enquanto nos estivemos no hospital, nem quero imaginar as loucuras que eles devem ter aprontado.

Como tudo correu com tranqüilidade no parto e as coisas já não eram novidade para nos, foi tudo mais simples, logo voltei para casa, meu pai e Ellen foram conosco e levaram John que estava eufórico com a chegada do irmão.

No final da tarde, ao ficarmos sozinhos em casa, me sentei na poltrona ao lado do berço para amamentar meu pequeno, sob os olhares atentos do irmão e de Jake, quando movimentos dele despertaram a atenção de John que se aproximou e com sua pequena mão bronzeada tocou a cabeça de Gabriel que sorriu.

- Ele ta sonhando mãe. – sua voz era tão tranqüila e apesar de me encarar sorrindo era  como se ele pudesse ver alguma coisa que eu não via.

Jacob se aproximou ajoelhando perto de nós, e perguntando:

- Como é John?

O rosto do nosso menino virou-se para Jacob e outro sorriso, desta vez mais aberto surgiu e um comentário quase fez meu coração parar:

- Gabriel ta sonhando pai, tem dois lobo correndo, um grande e um pequeno.

Jacob encarou nosso filho e fez a pergunta que estava trancada na minha garganta:

- Você sabe quem eles são John?

Novamente a voz era tranqüila e natural ao responder:

- É ele pai, ele e eu.

Meus olhos se encheram de lágrimas e não pude evitar um soluço forte, apesar da expressão feliz nos rostos dos meus filhos,  John me olhou e comentou inocentemente:

- Eles tão brincando mãe. - observei Jacob que olhava direto para o rosto do nosso filho, sua expressão era um reflexo da minha, susto.

Nesse momento outra voz se fez ouvir:

- É o futuro alfa quem fala. – era Billy que chegara sem que o tivéssemos notado, seguido de Rachel que carregava Sarah pela mão, a pequena de cabelos negros amarrados em uma trança veio em minha direção e também tocou no meu bebe, senti minha cunhada trancar a respiração, a espera, mas a menina pareceu tranqüila, apenas sorriu e acariciou o bracinho de Gabriel.

Jacob ficou em pé e se aproximou de seu pai, Rachel veio para perto de mim me olhando de maneira preocupada, eles saíram do quarto, Sarah e John foram para a estante de brinquedos, ao observar as crianças afastadas ela comentou:

- Paul e meu pai tem falado muito nisso ultimamente Bella. Depois que aquelas ligações aconteceram, todos acham que não escaparemos de ver um novo bando se formar em breve, e o Alfa desta vez, com certeza será John, ele tem esse espírito de liderança.

Suspirei e observei meu pequeno filho, seu cabelo negro e liso, seu jeito carinhoso com a prima, ele realmente é assim, forte, decidido, determinado, já demonstrava essas características desde muito pequeno, mas também sabe ser doce e gentil como agora com a pequena Sarah, que apesar de mais velha, sempre o atende em tudo.

 Acariciei o rosto de Gabriel, adormecido em meus braços, nesse tempo todo eu cheguei a imaginar que nossa vida pudesse tomar um rumo normal como tantas outras familias, mas tem algo que pesa sobre nossas cabeças, algo que não depende de nós. Nenhum dos garotos que pertenceram ao bando podem controlar, e se eles, os vampiros voltarem eu terei que aceitar o fato de que meus filhos serão o que o pai deles foi um dia.

De repente me peguei pensando qual seria a cor do pelo deles, isso me pareceu um pensamento sem nexo naquela altura, eu deveria estar morrendo de preocupação e ansiedade, mas por incrível que pareça isso aconteceu apenas no primeiro momento, agora ao ver John brincando e Gabriel dormindo suavemente não me pareceu tão preocupante assim, era como se esse fosse um rumo natural também, eles seriam tão especiais quanto seu pai era, quanto os garotos do bando eram e palavras inexplicáveis saíram pelos meus lábios.

- Acho que se tiver de acontecer Rachel, vai acontecer, não adianta tentar fugir ou nos esconder, precisamos manter nossos filhos alertas e muito próximos da família, desta família que nos cerca. – minha lembrança me trouxe de volta a conversa com os Volturi, a fala tão certa do velho Quill que já nem está mais entre nós, mas a mensagem que ele passou está ainda aqui, em Jacob, em Paul, em Sam e em cada um dos seus descendentes  – é essa união que faz deste grupo de pessoas uma família real, e eles, nossos filhos, são parte disso, terão que estar incluídos nesse mundo e é a hora de começarmos nosso trabalho, talvez isto que aconteceu, tenha sido um indicativo que estamos nos descuidando de algo.

Minha cunhada suspirou e comentou:

- Meu pai já me falou que precisamos manter Sarah próxima da família, eu tenho medo Bella, medo do que pode acontecer com nossas crianças, você sabe como a vida da Leah não foi fácil, e nem é.

Lembrei de Leah, sim ela fora uma vitima de tudo assim como nós, talvez ela tenha sido a que mais perdeu, mas agora estava feliz junto com Nicolas.

Ouvi a risada da dupla que brincava tranqüila a pouca distancia de nós.

- Vamos esperar e ver. – encerrei o assunto levantando e acomodando Gabriel na sua cama.

Rachel não me pareceu mais tranqüila com o que ouviu de mim, mas eu estava estranhamente calma, me sentindo segura da presença de Jake, do amor dele, da nossa força juntos, eu sei que essa força faz parte da vida dos nossos filhos e que qualquer coisa que venha a acontecer eles não estarão sós, nós estaremos com eles.

Assim que meu sogro e Rachel se foram, Jacob e eu nos sentamos juntos para conversar, John ainda brincava no seu quarto, atento a qualquer ruído mais alto que o irmão fazia.

- O que Billy falou? – perguntei acariciando a mão que estava pousada na minha cintura e me recostando sobre o peito quente.

- Não há o que fazer Bells, se acontecer, acontecerá com os dois, John primeiro, é o mais velho. – sua voz ficou distante como se lembrasse de algo e depois perguntou: - Mas, lembra de Seth? Era um menino quando aconteceu com ele. Tudo depende, e pode não acontecer nunca.

Eu queria acreditar nessa ultima hipótese, mas não me sentia tranqüila por causa das ligações, era muito provável que os vampiros voltassem e se isso acontecesse, o bando também voltaria a atuar.

Jake me olhou profundamente, seus olhos estavam ligados em mim como sempre, eu podia ver sua alma atormentada pelo que ele sabia que aconteceria com seus filhos, queria mostrar a ele que nossa força era também a força deles, e que estaríamos juntos para qualquer coisa e vi um sorriso tímido surgir, mas Jacob ainda tinha mais uma duvida:

- Se ele voltar Bells? – senti um arrepio, comecei a entende seu medo – Ele vai procurar por você, eu sei.

- Você é o meu amor. – falei por fim – Esta pessoa que está aqui Jake tem muito pouco daquela que ele conheceu, esta tem uma família feliz, um marido maravilhoso e muito amado, um lar perfeito, eu não trocaria nada disso, nunca.

Finalmente o meu sorriso apareceu e se aproximando Jake acariciou meu pescoço com a ponta dos dedos, isso é bom pensei me sentindo mole e fechei os olhos na espera, logo os lábios quentes e macios roçaram a maçã do meu rosto e a voz rouca sussurrou no meu ouvido:

- Estou com saudades...

- Eu também, mas é só um pouquinho agora...- falei baixinho acariciando seu cabelo carinhosamente e os lábios dele cobriram os meus. Foram poucos segundos e ouvi uma risada abafada, Jake se afastou e riu falando:

- Vem! – me virei e vi John parado nos olhando, os olhos brilhando e as mãos apertadas na frente, mas assim que percebeu que eu o chamava também correu e Jacob o pulou sobre o encosto do sofá e deitou sobre nós. A bagunça estava formada.

Jacob

Johh e Gabriel não demonstraram mais sinais de que se comunicassem de outra forma que não fosse a verbal, aquela tarde foi a única vez em que vi meus filhos se comunicando como nos fazíamos em forma lupina, através do pensamento. Mas não tinha como não notar a imensa ligação que há entre eles, a dupla se entende muito bem apesar de John ser falante e Gabriel calado, John costuma conduzir tudo e proteger o outro de qualquer coisa. Sei que o pequeno tem condições de se defender sozinho, ele é inteligente e forte, mas nunca faz nada sem a aprovação do mais velho, eles são tão ligados que é difícil você tirar de um deles algo que o outro fez de errado e é normal os dois ficarem de castigo por não se saber quem aprontou e quem está protegendo.

Bella  fez um curso de especialização e toda sexta-feira a noite nós ficamos só os três, fazendo a bagunça. É claro que essa é  uma boa maneira de cansar a dupla, assim, quando ela chega, eles estão prontos para dormir, e principalmente cansados, apenas dão boa noite e caem na cama pesados e eu e ela podemos aproveitar o restante do tempo sozinhos, e esse tempo é muito bem aproveitado garanto.

Há alguns dias perdemos um membro importante da família, Sunshine morreu, tive que fazer o enterro dele perto das árvores a uns cem metros de casa, era um lugar que ele adorava e os garotos acharam que seria bom ele ficar ali para sempre, perto de nós. Bells e eu concordamos e tivemos que fazer um funeral a altura.

Gabriel fez questão de levar os filhos e os netos dele, filhos de Luna, a cadela que nós ficamos da primeira cria que tiramos dele. Foi um momento ruim, triste para Bells e para mim, ele nos acompanhou em momentos complicados de nossas vidas, foi um bom companheiro. O que me surpreendeu foi a capacidade de meus filhos de enfrentar essa perda, mesmo eles sendo muito ligados ao cão.

A dupla agora faz  muitas perguntas, especialmente quando ouvem historias contadas por meu pai, eles querem saber de tudo, são muito curiosos, espertos, não deixam nada passar, e já reparei que eles conversam entre eles, e depois John toma a frente e me faz as perguntas  cabeludas.

As ligações cessaram, Bella e eu estivemos conversando muito sobre isso e chegamos a conclusão que elas aconteceram em momentos chave das nossas vidas, antes do nosso casamento, antes de sabermos que ela estava gravida de John, quando ele era pequeno, antes de Gabriel nascer. Elas cessam quando não há novidades para nós, mas isso não nos tranqüiliza, afinal, nunca sabemos quando outra ligação pode acontecer.

O bando continua a crescer, Seth será papai em breve, duas meninas, ele está bobo demais, nem dá para conversar com ele, Raquel já teve um menino a um ano e o chamou de Lucas, e assim, a vida continua.

Entrei na sala de casa depois de um longo dia de trabalho e me deparei com um garoto de dez anos sentado no sofá, assistindo televisão, o corpo recostado nas almofadas, as pernas longas sobre o móvel no meio da peça, ele parece mais velho - pensei.

- John! – falei e olhos espertos me encararam, ele agora está a cada dia mais auto suficiente, já acha que tem muita autonomia sobre sua vida, é um ótimo jogador de futebol, tem agilidade, rapidez e liderança, tanto que joga no time dos mais velhos. – Onde está o Gabriel?

Uma voz vinda de trás de mim falou:

- To aqui pai. – e mãos pequenas e fortes seguraram minhas pernas com força, - Você nem me ouviu chegar.

Não tinha ouvido mesmo, ele é silencioso e muito atento, fala pouco, mas seus olhos estão sempre atentos a tudo, analisando e imaginando coisas.

 Ele adora minha velha oficina, está sempre por lá, desmancha tudo o que aparece para depois montar novamente, Bells fica quase doida, pq os brinquedos eletrônicos dele nenhum funciona mais.

- E a mamãe? – perguntei por fim.

- Mamãe não está bem, ela foi deitar. – a voz rouca de John me respondeu.

Bells não estava bem, que aconteceu? Corri para o quarto e me deparei com ela deitada, dormindo, fechei a porta atrás de mim, me aproximei lentamente e acariciei os cabelos sedosos, nenhum movimento, me aproximei mais e beijei delicadamente seu pescoço e só então ouvi um gemido leve.

Ela se moveu preguiçosa na cama e se virando passou os braços pelo meu pescoço me fazendo rir.

- Cansada? John me disse que você não estava bem, fiquei preocupado. – falei observando seu rosto com atenção, admirando seu jeito que me remetia aquelas noites em que eu pulava a janela do quarto dela para estarmos juntos.

Ela sentou na cama e me olhou carinhosa, as mãos caminhando sobre o meu rosto, recostei minha cabeça no seu ombro sentindo o mesmo aroma que eu adoro e a puxei para perto colando seu corpo no meu e sua voz saiu sonolenta:

- Não, não estou cansada, sonolenta, enjoada, mas cansada não.

- Sonolenta e enjoada? – pensei e me afastando encarei o rosto dela, - Será que? – não cheguei a fazer a pergunta, ela logo me respondeu com outra pergunta:

- Você está pronto para ter mais um?

Pronto para ter quantos viessem, falei e ela riu, nossos meninos já estavam grandes, podíamos mesmo ter outro filho.

Me aproximei beijando seus lábios e acariciando aquela barriga que em breve estaria novamente esticada carregando mais uma parte de nós.

Como nos esperávamos que acontecesse, uma ligação surgiu antes de Bells entrar para o quarto mês de gestação, esse fato foi comunicado a todos os membros do bando para que ficássemos atentos a qualquer coisa de diferente, mas tentamos manter a tranqüilidade, pois, eram apenas ligações até agora, nada demais acontecera, entretanto nunca é demais manter a atenção.

Os garotos estavam felizes e esperando com ansiedade o momento de descobrirem o sexo do bebe, e foi com muita alegria que soubemos que seria uma menina, eles nos ajudaram a montar o quarto dela numa peça que fiz especialmente para isso, John não cansou um momento, ajudando em tudo, Gabriel, apesar de pequeno, se manteve na organização, ajudando a montar e encaixar móveis.

Nesse meio tempo, as filhas de Seth nasceram, elas tem muito dos dois, são pequenas e muito bonitas. Assim como ele o restante do nosso antigo bando segue sua vida, nós nos encontramos em nossas reuniões para ouvir as historias, para conversar e conviver, manter nossos elos, a cada mais fortes, é isso o que faz de nós o que somos, apesar de tudo.

A gravidez de Bella está mais complicada desta vez, ela tem muitos enjôos e desejos, coisas que não aconteceram nas outras, o medico disse que é normal e que está tudo bem com ela e com a bebe,  então estamos levando, mas ter que descobrir onde conseguir certas frutas e comidas em horários inapropriados tem sido uma batalha feroz para mim.

John e Gabriel estão sempre juntos brincando ou aprontando, Philip aparece algumas vezes, assim como Sarah, eles formam um grupo bem unido, se dão bem. Muitas vezes vamos para a praia, fazer bagunça, aproveitar, conversar e conviver.

A noite sentamos os quatro juntos, jogamos vídeo-game, depois cama para as crianças e ficamos apenas Bells e eu, nossa pequena Mary é muito tranqüila, é a menor dos três, a barriga de Bella não está tão grande como das outras vezes, se não fosse pelos desejos malucos, tudo estaria as mil maravilhas.

Billy e eu conversamos muito sobre as tais ligações, é muito provável que os vampiros retornem e nós como os mais velhos provavelmente teremos muito trabalho com esse grupo de garotos, mas meu maior medo não é eles vierem para cá, é qual será a reação dele diante da minha família, dos meus filhos, de Bells, que tipo de interferência ele tentará, pq não acredito que alguém que liga sempre que algo de diferente acontece não esteja  lembrando e pensando em nós, outro agravante é que as nossas mudanças não aconteceram rápido, elas tiveram intervalos de anos, e ele continua ligando. Sim pq essas ligações so podem ser feitas por ele, e ele sabe das novidades através das visões da maninha dele eu tenho certeza.

 Muitas foram as vezes em que me recriminei por não ter conseguido acabar com ele naquela noite, tudo estaria liquidado ali, teria sido colocado um ponto final numa historia triste da minha vida.

Mary finalmente chegou, é pequena e muito clarinha, delicada como Bella, os garotos estão totalmente encantados, esse é um dos momentos mais felizes da minha vida, todos nós juntos, Charlie está realizado com a chegada da neta, tão bobo quanto qualquer um de nós, Renee então nem se fala, fica todo o tempo comparando e encontrando semelhanças dela com Bells, é muito engraçado isso, mas não tem como negar, com exceção do cabelo escuro, nossa filha é muito parecida com a mãe.

Parado na porta do quarto eu observo os quatro juntos, Bella está sentada perto da janela com  Mary em seus braços a amamentando, John, recostado no encosto da poltrona está com a mão sobre o ombro dela, os cabelos longos caídos escondendo boa parte do seu rosto, Gabriel de costas está atento a tudo e de vez em quando faz alguma pergunta:

- Mamãe! – lá vem mais uma pergunta pensei.

- O que é meu amor?

- Ela vai chorar como as gêmeas do tio Seth?

Tive que rir da pergunta e Bella me deu uma olhada atravessada e depois tranquilamente respondeu:

- Espero que não, você tem ouvido sua irmã chorar?

A mão dele segurou os dedinhos pequenos de Mary antes de responder:

- Não, eu já tentei ouvir, mas ela só dorme.

John fez uma careta e se afastou da poltrona vindo em direção a mim, passei o braço sobre os seus ombros e ele perguntou:

- Os garotos vão jogar na praia, posso ir?

Então um rosto pequeno e esperto me encarou perguntando:

- Eu também posso?

Observei o rosto de Bella, e percebendo que ela concordava falei:

- Voltem antes de escurecer.

- Tá certo pai. – a voz de John era firme e se dirigindo a Gabriel falou: - Vem, mas nada de se meter em encrenca ouviu? Eu vou jogar e você se cuida, não quero sair do jogo para ter que defender você.

Parei o pequeno que passava por mim encarei seu rosto serio recomendando que ele obedecesse o irmão e um gesto afirmativo me fez ficar mais tranquilo, porem, isso nem era preciso, era mais fácil ele atender a John do que a nós mesmos.

Assim que a dupla saiu ouvi o latido dos cães, qual deles eles levariam desta vez? Os dois provavelmente. Cada um levaria um, me aproximei de Bella e de Mary e me ajoelhei ao lado da poltrona, ela sorria feliz, e se esticando aceitou o beijo que eu lhe oferecia.

- Eu amo você. – sua voz saiu baixinha perto do meu rosto, ficamos encostados sentindo a respiração um do outro.

- Eu te amo mais. – falei e ouvi um sorriso se abrir, encarei os olhos dela fechados, entregues e senti meu coração disparar como sempre antes de beijá-la novamente, me sentindo completo ao lado dela e de tudo o que temos construído juntos.

Por mais que eu tema a volta deles, sei que estaremos juntos para enfrentar o que vier, temo mais pelos meus filhos, pelos filhos dos meus amigos, por toda a dor que eles terão que enfrentar no futuro caso se confirme nossos medos, mas não há como fugir, e a força de Bella tem me surpreendido e me feito mais forte para enfrentar o que vier.


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Notas finais do capítulo

Então!!!
Estamos tomando a direção final!!!
Não há modificações do q foi postado nas outras vezes, o texto é o mesmo, inclusive os erros são os mesmos kkkkkkkkkkkkkkkkkk
BEIJOS QUERIDOS, OBRIGADA POR CADA COMENTÁRIO, É UMA GRANDE ALEGRIA LER E RESPONDER CADA UM DELES!!!!
bjs