Novo Amanhecer escrita por Raquelzinha


Capítulo 42
Simples como respirar! VI


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo...



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Bella

Olhei o relógio do ambulatório pela vigésima vez, a hora hoje não passa, pensei, minha colega estava terminado de tratar um cão que chegou atropelado, ele tem identificação e já ligamos para os donos que virão para busca-lo. Eu, terminei de colocar ração para os outros e saia do canil quando o rapaz que trabalha no camburão, o responsável por vasculhar as ruas, chegou, carregando um cão grande, de pelo avermelhado, machucado e sangrando, minhas pernas bambearam e no mesmo instante corri ao encontro dele falando:

- Sunshine!

Ray me olhou surpreso e perguntou:

- Ela é sua?

Como ela? – eu pensei observando melhor o animal, e só então reparei em pequenas diferenças, a cadela era mais jovem e um pouco menor do que meu cão, tinha também uma orelha mais escura do que a outra, seus os olhos tinham uma expressão triste, vasculhei o pescoço a procura de uma coleira, mas não encontrei, apenas a marca deixada por ela.

Carregamos a cadela para a mesa e tratei de cuidar dela, era um ferimento sob a pata, provavelmente tinha pisado em algo perfurante e o corte era profundo.

Com cuidado fiz o tratamento necessário e depois a encaminhamos para uma baia, não consegui desviar minha atenção dela depois disso, estava louca para saber de onde ela era, se tinha donos, e quem eram os donos, pois era um animal bem cuidado, o pelo liso e brilhante me dizia isso.

Enquanto voltava para casa muitas idéias iam passando pela minha cabeça, o que eu poderia fazer  caso os donos não aparecessem, Jacob com certeza não se negaria em ficar com ela, e depois nos queríamos mesmo uma companheira para Sunshine, ja estava na hora, e também prometemos um filhote dele a Seth. E esse foi meu discurso para meu marido enquanto ele tomava banho depois de chegar, Jake ouviu tudo calado, me fazendo temer por sua resposta, mas como sempre, ele não me decepcionou, assim que saiu de debaixo do chuveiro, me olhou carinhoso e sorrindo falando:

- Quando vamos poder trazer ela para casa? Temos que pensar em um nome e construir uma casa maior. – sorri feliz beijando seus lábios, eu tinha certeza que encontraria apoio nele para fazer o que eu queria.

- Vamos ter que esperar um tempo, se não aparecer ninguém procurando aí poderemos adota-la, se aparecer, - encarei o rosto bronzeado que me olhava ansioso e falei: - Eu pensei nessa possibilidade também, poderíamos organizar de colocar os dois juntos, aí dividimos os filhotes.

Ele fez um gesto indicativo de que concordava com a idéia e me abraçou falando:

- Estou com fome Bells.

- Eu sei, já está tudo pronto, vamos descer? – me virei para sair do banheiro e ele segurou meu braço com firmeza.

- Primeiro eu quero um beijo. – seu olhar era provocante.

- Só um. – concordei encarando seu jeito maroto.

- Prometo. – foi a ultima coisa que ouvi, pq depois, quando os lábios dele tocaram nos meus, a única coisa que eu ouvi foi o som do meu coração acelerando no meu peito.

Mais tarde, sentados juntos no sofá da sala, conversávamos sobre as coisas que ele, Nicolas e Alan tinham feito na empresa nos últimos cinco meses, muitas coisas ainda tinham que ser feitas, mas agora Jake já não precisava ficar até muito tarde lá, e eu podia aproveitar a presença do meu marido comigo.

Ele moveu meu cabelo e acariciou meu rosto, sua voz saiu suave e gentil:

- Lembra que eu prometi que não iria mais ficar longe de você?

Não gostei do tom daquele inicio de conversa e me virei rápida encarando seus olhos carinhosos e preocupados.

- Vou precisar passar um mês fora. Só eu não, o Alan e o Nicolas também vão.

Aquilo foi como se eu estivesse perdendo o chão, me aproximei me aconchegando nele enquanto jake continuava a explicar o que iria fazer:

- Você sabe que nós temos aquele negocio online não é? Pois é, teremos que ir até a sede da empresa na capital e fazer um estagio de um mês, cada um ficara com dois setores, assim, os três terão que ir. Eu sinto muito Bells. – sua voz estava triste, apertei minhas mãos no corpo dele e respirando fundo falei:

- Não se preocupe, vou sentir sua falta, mas entendo. E você não está descumprindo uma promessa,- me afastei um pouquinho, apenas o suficiente para olhar em seus olhos – pq sei que onde quer que você vá, sempre está ligado a mim e se seu trabalho pede isso, não posso negar, é do nosso futuro que você cuida.

O rosto dele pareceu se tranqüilizar, ouvi um suspiro leve e braços fortes e quentes me apertaram contra ele, eu sei o quanto vou sentir falta disto, sei que vou chorar, sei que não será fácil, estes cinco meses juntos tem sido maravilhosos, mesmo com a correria diária, Jake tem a capacidade de me fazer feliz em qualquer momento e situação. Nossos finais de semana livres são perfeitos, as reuniões com os anciões onde as historias são contadas aos mais jovens, nossa ligação com nossos familiares. Tudo está em ordem, não posso reclamar de nada, preciso apenas agradecer cada segundo e desejar que esse mês passe muito rápido.

- Quando vocês vão? – perguntei acariciando seu peito.

- No final do próximo mês.

Um arrepio percorreu meu corpo, tínhamos um bom tempo para ficarmos juntos antes dessa viagem e eu pretendia aproveita-lo bem. Jake pareceu ter a mesma idéia que eu, passou a mão no controle remoto e desligou a tv que estava ligada, mas sem volume e me puxou para cima dele, afagando minhas costas, me olhando intensamente, fazendo meu coração saltar como se fosse o nosso primeiro beijo.

Dois dias depois os donos da cadela apareceram, era um casal bem idoso, estavam preocupados e contaram que ela fora roubada do quintal da casa deles, o que justificava o fato da cadela não estar nem com a coleira, nem com o registro, e a felicidade que o animal demonstrou ao vê-los me fez crer em cada uma das palavras que ouvi, e, apesar de triste, tive que devolve-la. Mas antes do casal sair pedi alguns instantes e conversei a sós com eles, expus meu pedido e sugeri a eles que considerassem o negocio, dei meu endereço para que fossem conhecer Sunshine. Eles ficaram com meu telefone e disseram que ligariam depois.

A noite Jake percebeu que eu estava chateada com isso e tentando me animar disse que tentaria conversar com o casal, eu sei da capacidade de convencimento dele, mas acho que com eles não vai surtir efeito, eles são velhos e pelo jeito teimosos, a única maneira é esperar.

A resposta veio no dia seguinte, eles aceitavam, mas antes queria conhecer nosso cão, marcamos uma visita para o final de semana e como era de se esperar nosso Sunshine se comportou muito bem e ele e a cadela logo se adaptaram, mas ela não estava em seu período fértil, entretanto me comprometi em ficar com ela na nossa casa, assim eles teriam um maior conhecimento e ficaria mais fácil o acasalamento.

Naquela noite Jacob comentou antes de dormir:

- Sunshine parece que ficou feliz.

Eu sorri feliz concordando e comentei:

- Ela é linda não é?

- Muito parecida com ele. – eu entendi o que ele queria dizer, afaguei o seu braço com carinho e continuei:

- Eu queria ter certeza de que teríamos filhotes parecidos com ele, quando a vi, pensei: meus desejos foram atendidos, eu quero ficar com o que for mais parecido com ele Jake.

Ele suspirou e me abraçou forte.

- Com certeza, mas primeiro o casal precisa se entender. – nesse instante ouvimos rosnados bravos, pulei da cama e olhei pela janela, ela tomara conta da casa e não queria que ele entrasse.

- Parece que é a primeira briga. – Jacob comentou risonho enquanto víamos nosso cão caminhar cabisbaixo para a lateral e deitar sobre a grama. – É, hoje ele dorme fora.

Sorri feliz e puxei meu amor para a cama, os dias estavam passando rápido e eu queria aproveitar antes que ele tivesse que viajar, eu, não pretendia que ele dormisse fora aquela noite.

Depois da primeira noite o namoro vingou e logo eles estavam dormindo na mesma casa, e eu estava tão feliz, que mal me continha, esperando e contando os dias para ter novamente um filhote por perto.

Jacob viajou dois dias depois que a cadela foi levada, o que produziu um sentimento ainda pior em mim e em Sunshine que chorou por uma semana inteira, desejei poder leva-lo para o meu quarto, mas ele estava tão grande, e já acostumado a ficar no seu espaço, seria injusto coloca-lo lá e depois ter de tirar. Seria pior, suportei sua dor, junto com a minha.

Jacob, como sempre, ligava todas as noites, junto com um outro telefonema que depois de muito tempo voltou a acontecer, três noites seguidas o telefone tocou e eu corri pensando ser o meu sol, mas ninguém falava nada, e depois de alguns segundos desligava.

Tenho dormido com as camisetas de Jacob, me parece que assim estou junto com ele, pois elas tem seu cheiro, é uma maneira boba de enganar meu consciente, mas confesso que tranqüiliza em parte o meu coração saudoso.

Hoje, quando acordei, o quarto girou e tive que sentar na cama para não cair, não tenho comido direito, ando sem fome, é como se algo estivesse trancado na minha garganta, minha colega de trabalho disse que preciso ir ao médico, mas estou bem, é apenas a falta de Jake que produz isso em mim.

No mesmo dia, cheguei em casa mais cedo, não estou bem, a sensação de que meu estomago pesa não me deixou o dia todo, preciso de um banho e cama, uma sonolência irritante tem me incomodado também, talvez Lais tenha razão, acho que vou ter que visitar um medico.

Tomei um banho longo e relaxante, fiz um lanche e logo depois falei com meu amor por quase uma hora, tentando segurar as lágrimas, Jake me contou tudo o que tem feito e que está tentando terminar logo para voltar para casa, fiquei tão feliz em ouvir isso, não pensei que a saudade fosse doer tanto desta vez, afinal, é apenas um mês para quem ficou quase cinco anos longe.

Assim que desliguei, voltei para o meu quarto, arrumei os cobertores e ouvi uma chuva fina na rua, vesti a camiseta dele e me acomodei em seu espaço na cama, me sentindo mole e sonolenta, entretanto um enjôo forte me correu da cama me obrigando a ir direto para o banheiro, o lanche se foi e a sensação de mal estar também, voltei para a cama decidida a ir ao medico no dia seguinte.

Tão logo pulei da cama o enjôo voltou e não havia nada no meu estomago que justificasse isso, nem consegui comer nada também, sem outra alternativa, liguei para o trabalho avisando que iria ao médico. Liguei marcando a hora e segui caminho pensando em chamar Raquel para me acompanhar, mas ela tinha a bebe para cuidar, no final, fui sozinha, o médico me examinou e perguntou direto:

- Quando foi a ultima menstruação?

Fiquei sem resposta, não sabia, contei e recontei e no fim percebi que fazia muito mais do que mês.

Ele sorriu e comentou:

- Você está aparentemente bem, mas vamos tirar as duvidas, apesar de que minha experiência me diz que com certeza você está grávida.

- Grávida! – pensei e imediatamente comecei a chorar, grávida com Jake a quilomentros de mim, sem poder lhe contar, sem poder lhe abraçar, o medico saiu da cadeira e sentou ao meu lado me confortando quando eu contei o motivo do choro.

- Não se preocupe. – sua voz gentil me aliviou um pouco. – Você terá tempo de sobra para contar, ele volta em poucos dias não é?

- Quinze! – falei soluçando, mas esses dias me pareciam um ano.

Fui direto para casa depois de pegar o resultado do exame confirmando minha gravidez de cinco semanas, pensei em chegar para ver meu pai, mas não conseguiria guardar segredo dele, e eu queria que Jake fosse o primeiro a saber. Antes porem de entrar em casa parei na do meu sogro, fui ver Raquel e Sarah que estava completando dois meses, um bebe lindo de cabelos negros e pele bronzeada, fiquei admirando aquelas pequenas mãozinhas, os dedos finos agarrados ao meu, não consegui me controlar e voltei a chorar. Raquel me olhou curiosa, mas atribuiu minhas lágrimas a ausência de Jake e eu concordei, disse que não agüentava mais, o que era verdade, cada dia estava ficando mais difícil ficar longe dele.

Jacob

Era alta madrugada quando Nicolas e Alan me deixaram  perto da casa de meu pai, lentamente caminhei até minha própria casa, esperando que Sunshine não fizesse muita bagunça, mas definitivamente isso é um desejo impossível de se realizar, ele salta e pula feliz toda vez que nos vê, principalmente depois de tantos dias, mas ao menos não faz sons como latidos, o que em parte já é alguma coisa, eu não queria acordar Bells, ao menos não ainda.

Depois de finalmente me livrar dele abri a porta com todo cuidado e atenção fazendo o mínimo ruído possivel, estava tudo em ordem e em completo silencio, larguei a mala na sala e caminhei até o quarto, abri uma pequena fresta e escorreguei por ali, a peça estava levemente iluminada pela luz da rua, Bells estava dormindo do meu lado da cama, enrolada em um cobertor, e encolhida, quase como uma bolinha. Me aproximei tirando os sapatos e a roupa e me enfiando sob os cobertores ao lado dela. Um suspiro e ela se virou me encarando sonolenta.

- Jake! -  seus braços colaram no meu pescoço me puxando para perto enquanto eu colava meus lábios nos dela tentando matar minha saudade.

- Estava com saudades. – ela falou assim que se afastou um pouquinho, isso não era novidade, eu sentia saudades durante o dia quando estava no trabalho, depois de quase trinta dias sem vê-la, estava quase insuportável ficar longe. – falei acariciando seu rosto, ela sorriu concordando, se aconchegando a mim comentando que eu chegara mais cedo do que o esperado e que estava imensamente feliz por isso. Expliquei que quando o estagio foi dado por encerrado, nos fizemos uma votação, Alan queria descansar, Nicolas e eu queríamos voltar, no fim ele foi voto vencido, e também, por isso, dormiu a maior parte da viagem, fomos nós, os apressadinhos que nos dividimos na direção.

- Ainda bem que esse namoro do Nick com a Leah vingou. – ela comentou sorridente me abraçando e eu concordei, ou teria que voltar para casa no dia seguinte.

- Agora, fica quietinha. – falei me aconchegando nela passando as mãos pelo corpo delicado e pela pele macia que me fez tanta falta, ouvindo sua respiração acelerar e um sorriso antes do beijo.

Pela manhã, quando acordei Bella já não estava mais na cama, o que muito me surpreendeu apesar de ser a folga dela, levantei sonolento, ainda sentindo o cansaço por horas na direção, tomei um banho e depois fui a procura dela, que estava na cozinha terminando nosso café.

- Cheiro bom! – falei segurando sua cintura e antes de lhe dar um beijo percebi uma careta. – O que foi? – perguntei sorrindo.

- Nada não. – a voz me pareceu  tranqüila apesar da cara de nojo - Senta ali, vou servir você. – fiquei parado observando o rosto dela, ali tinha alguma coisa, todo esse formalismo não é normal mas, obedeci, e ela se virou sorrindo vindo em minha direção com um prato cheio de panquecas, imediatamente meu estomago deu sinal de vida diante daquilo.

A caixa de cereal estava sobre a mesa e meu prato estava coberto com um guardanapo que eu puxei rápido ainda encarando o rosto dela, a cada instante mais curioso, tentando descobrir o que ela me escondia. Peguei a caixa e  estava prestes a encher prato com os flocos quando vi uma pequena caixinha verde amarrada com fitas dento dele. Sorri vendo aquilo. - Um presente? Pensei

- O que é isto? – encarei o rosto maroto dela e peguei a caixinha nas mãos, era leve. – O que tem aqui?

- Pq você não abre e vê?

- Um presente para mim? – será que eu esqueci alguma coisa? -  pensei rápido, mas nada me vinha a mente que merecesse comemoração, encarei seu rosto meigo.

- Bells!- ela riu e comentou:

- É um presente para nós.

Um presente para nós numa caixa tão pequena? O que poderia ser? Estava tão ansioso que mal consegui desfazer o tope, puxei a ponta da fita, mas um nó se formou me  proibindo de abrir o pequeno presente, e Bella riu sentando diante de mim.

- Você parece criança sabia? – falei encarando o rosto dela – Quando está aprontando alguma.

Puxei a fita com força e a arranquei do lugar, finalmente eu iria descobrir o que tinha ali, puxei a tampa e me deparei com um par de pequenos sapatos, sapatinhos de bebe, tão pequenos que cabiam na palma da minha mão, encarei os olhos agora úmidos dela e dei um berro feliz pulando da cadeira enquanto ela ria alto.

- Nós vamos ter...

- Um  bebê. – ela completou minha frase enquanto eu a erguia da cadeira para enche-la de beijos.

- Quando você soube? – perguntei sentando com ela em meu colo.

- A mais ou menos doze dias, foi difícil,  não contei a ninguém, queria fazer uma surpresa para você.

- A melhor surpresa que eu poderia receber.  - falei afagando a barriga dela delicadamente, nosso pequeno já estava ali, mesmo que não pudesse ser visto nem sentido, já fazia parte da nossa vida.

 Sem me separar de Bella liguei para os rapazes e avisei que não pretendia ir trabalhar naquele dia, tinha uma comemoração para por em pratica e muitas pessoas para avisar sobre a novidade. Bells me olhava feliz e aceitava rindo cada um dos muitos beijos que lhe dei, confessando que eu gostaria de estar presente quando ela soube.

- Também queria que você estivesse comigo! – sua voz era magoada, acariciei o rosto delicado e a abracei, prometendo cuidar dela todos os dias a partir de agora.

Começamos o comunicado pelos mais próximos, meu pai, Rachel, sua pequena Sarah e Paul, o atual papai babão do bando. Esse posto ele iria perder logo, pq ninguém seria mais bobo do que eu com certeza.

Mas quando contamos a Charlie e Renee eu descobri que sim, poderia haver alguém mais bobo e babão do que eu, emocionado meu sogro logo encheu Bella de presentes, mas acho que isso também era um certo incentivo de Ellen que já estava se imaginando vovó. Essa demonstração nos deu uma vaga idéia da loucura que será quando ele nascer, teremos muito trabalho para evitar a influencia dos avós, o mais calmo acho que era meu pai, afinal ele não será vovô de primeira viagem.

Bella escolheu um médico em Forks o mesmo que ela fora na primeira consulta e nós passamos a freqüenta-lo todos os meses, acompanhando o desenvolvimento do nosso bebê, mas nos recusamos a saber o sexo, tanto ela quanto eu preferimos a surpresa.

Por alguns dias nossa atenção então foi desviada pelo nascimento dos filhos de  Sunshine, nove pequenos, de pelos avermelhados, alguns mais escuros, outros mais claros, mas todos com as mesmas características. Da gangue, Seth ficou com um, nós escolhemos dois, um casal, os mais parecidos com os pais, Alan acabou ficando com o último, o restante ficou com a dona da cadela, mas nós estávamos mais do que satisfeitos.

 Que loucura foram aqueles dias, os filhotes só viriam para casa com dois meses, mas precisávamos de espaço e um canil para acomodá-los especialmente com a chegada do nosso filho, eram muitas coisas juntas, mas com certeza era um período feliz.

Bells e eu fizemos uma lista de nomes, para meninos e meninas e lentamente fomos riscando aqueles que menos se encaixavam conosco, e acabamos com John, Peter e Gabriel para menino e na lista dos nomes femininos, estava Ana, Mary, mas resolvemos que quando víssemos o bebe decidiríamos o nome, de acordo com o rostinho dele.

Assim que coisas práticas foram resolvidas, começamos a arrumar o quarto dele, uma peça perto do nosso quarto que estivera servindo como escritório, mas que era espaçoso bem arejado e iluminado. As paredes foram pintadas de verde, bem clarinho, o berço e os moveis brancos, encontramos uma faixa colorida com pequenos animais, cães na maioria, Bells quem escolheu é verdade.

O armário estava lotado, roupas, muitas fraldas, talcos, sabonetes, banheira, minha nossa como se precisa de coisas para um bebe!

- E então? – perguntei descendo da escada depois de colocar a luminária no lugar.

Sentada na poltrona ao lado do berço Bells acarinhava a barriga e me olhava trabalhar, apenas indicando onde queria que cada coisa ficasse.

- Ficou torta. – falou séria.

- O que? – retruquei olhando bem, não estava torta nada, ela se ergueu com cuidado e me abraçou sorrindo:

- Está perfeito, ficou lindo!

Isso sim, agora, sim estava tudo certo e pronto, abracei seu corpo por trás repousando minhas mãos sobre a barriga saliente e ficamos observando nossa produção, Bells recostou a cabeça no meu peito e se esticou gemendo.

- O que foi?

- Minhas costas, ele está ficando pesado, doi muito.

A ergui com cuidado beijando os lábios macios e a levei para o quarto, depois a coloquei sobre a cama, ajudando a se acomodar de lado, certos movimentos que antes eram rápidos agora são realizados com lentidão e entre gemidos, me sentei atrás dela e comecei uma massagem, já estava especialista nisso nas ultimas semanas fizera muitas vezes, no curso pré natal que estamos frequentando eles ensinam muitas coisas, nem imaginava que certas coisas eram necessárias. E também de todos os cuidados que a mulher precisa, Bells chora por qualquer motivo, a alguns dias até vendo uma comedia ela chorou, e não posso rir disso ou fazer brincadeiras, ela fica magoada, tenho evitado nossas habituais provocações  ao menos nesse período enquanto ela está com os hormônios a mil. A licença no trabalho também já está valendo, estava ficando difícil para ela atender e cuidar dos animais com o tamanho da barriga atrapalhando.

- Isso é bom Jake! – ouvi sua voz baixinha e relaxada. – Você é um amor comigo.

- Eu amo você. – falei perto do ouvido dela – Cada dia mais, você me faz muito feliz.

Lentamente ela se sentou, gemendo como sempre e me encarou:

- Você que me faz feliz quando diz que é feliz, tudo o que eu quero é ver sua felicidade, pq ela é também a minha.

Beijei seus lábios e ela riu, me afastei um pouco e encarei seu rosto.

- Ele mexeu! – falou justificando seu riso, isso era comum, mas nos sempre aproveitamos esses momentos ao máximo, me aproximei encostando o rosto na barriga dela, na espera, logo senti outro movimento e o som da risada de Bells enquanto acarinhava meu cabelo.

Nossa ultima visita ao medico esta marcada para o ultimo dia da semana e eu tirei uns dias de folga antes do parto para poder acompanhá-la em tudo o que fosse necessário, Bells é miúda e o bebe é grande, ultimamente está difícil até para dormir, ela só fica bem acomodada em uma posição, deitada de lado e ainda com um travesseiro entre as pernas, tenho evitado colocar o braço sobre a sua cintura, mas é difícil, estou habituado a isso, sinto falta, para compensar essa falta, me aconchego o maximo que posso dando apoio para as costas dela.

Está tudo correndo certo, nada fora do normal aconteceu, o que me tranqüilizou, mas, nosso bebe chegará em breve e por mais pronto que eu me sinta ainda parece que falta alguma coisa para acertar, acho que é a ansiedade.

Ela tem dormido muito, e eu gosto de ficar observando-a dormir, tranqüila, Bells está ainda mais bonita, apesar de não acreditar quando eu digo isso. Suas formas estão arredondadas e suaves, a barriga apesar de grande está redondinha e linda, algumas vezes, fico horas acordado olhando cada mínimo detalhe dizendo a mim mesmo que isso não é mais um sonho, que esses momentos são reais, que fazem parte do meu dia a dia, quase sempre, depois, acabo dormindo mal acomodado, mas isso não faz a menor importância, não há reclamações para um sonho realizado.

A ultima consulta foi rápida e tranqüila, o bebe está pronto e em posição, Bells entrou na quadragésima semana, é questão de dias agora, ela parece calma, mas eu estou me sentindo agitado, fico prestando atenção a qualquer ruído mais agitado dela.

 Na tentativa de relaxar, resolvi que iria assistir um filme, me sentei no sofá e coloquei um pratão de pipoca sobre o móvel ao meu lado e ajudei Bella a se acomodar entre minhas pernas, ela fica melhor acomodada recostada no meu corpo, e eu gosto de senti-los perto de mim.

O filme na tv era uma comedia leve, não temos assistido nada mais agitado ou triste não quando ela está acordada, algumas vezes Bells acaba dormindo no meio do filme com cuidado acomodo seu corpo perto do meu e troco o canal, aproveitando a presença dela colada a mim.

Naquele momento ela comentava tranqüila a piada que o personagem principal fizera afagando meu braço e pegando uma pipoca de vez em quando, sua respiração era suave e tranqüila, por isso quando seu corpo ficou firme e a respiração acelerou eu estranhei. Não precisei perguntar ela logo falou:

- A bolsa rompeu Jake!

Ao ouvir isso quem se agitou fui eu, mas ela estranhamente, estava tranqüila, me afastei um pouco e pulei pelo encosto do sofá ajudando-a a levantar, havia uma poça úmida no assento.

- O que vamos fazer? – perguntei ansioso, minha cabeça não estava funcionando, não lembrava de mais nada que o medico falara.

Ela sorriu acariciando meu rosto e falou:

- Vou tomar um banho. Isto ainda vai demorar com certeza, lembra do que o medico falou?

Concordei com a cabeça, não conseguia lembrar de nada, mas, achei que banho era uma idéia absurda para aquele momento, eu queria pegar a mala e ir direto para o hospital.

Mas Bells me contrariando foi em direção ao banheiro, não adiantou eu tentar convence-la do contrario, sem outra alternativa, a ajudei a se despir e entrei no banho com ela, acariciando a pele delicada do corpo e totalmente esticada da barriga, as costas, os seios que agora estavam bem maiores.

A paciência dela foi até o momento que a primeira contração surgiu, ela estava quase vestida quando soltou um grito forte e ficou estática com a mão sob a barriga me assustando.

- Acho que agora podemos nos apressar. – sua voz saiu entrecortada pela dor.

Suspirei. - Até que enfim ela se decidiu! – agradeci em silencio, pq se eu falasse algo ela começaria a chorar.


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Notas finais do capítulo

Momentos de casal? Momentos d qualquer casal? Monotonia real?
QUERIDOS E QUERIDAS, AS NARRAÇÕES CONTARÃO UM POUCO DA VIDINHA DELES E DE ALGUMAS PESSOAS A MAIS Q TOMEI A LIBERDADE DE ACRESCENTAR A ESTA HISTÓRIA!!!
OBRIGADA A TODAS E TODOS Q LEEM E Q TIRAM UM TEMPINHO PARA COMENTAR ESTA HISTÓRIA, FAZEM UMA AUTORA MAIS BOBA E MAIS FELIZ!!!
bjs e até o proximo