Novo Amanhecer escrita por Raquelzinha


Capítulo 30
Jacob XI


Notas iniciais do capítulo

Mais um...



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Assim que se virou Bells soltou um grito de susto  me fazendo rir:

- Jake! – falou com a mão espalmada sobre o peito - Você quer me matar de susto? – perguntou se agarrando ao meu pescoço, era tão bom ter a mulher que amo assim colada a mim, apertei-a querendo esquecer cada uma das palavras daquele sanguessuga idiota que está aqui apenas para atrapalhar minha vida.

- Jake! – sua voz saiu sufocada – Jake...não consigo respirar.

Eu sabia que estava apertando muito, mas não conseguia me afastar, contra minha vontade soltei-a um pouquinho e mantive minha testa colada a dela, lentamente abri os olhos e vi que ela me olhava carinhosa e apaixonada, todas as minhas forças voltaram, suas mãos acariciaram meu rosto com delicadeza, aliviando o cansaço da noite e a sensação ruim deixada pelas palavras de Edward.

Segurei sua cabeça entre minhas mãos enquanto ela espalmava as mãos no meu peito molhado e fechava os olhos esperando pelo beijo que dei logo depois, leve e carinhoso, apagando qualquer dor que eu ainda sentia.

- Eu sabia que você vinha.- a ouvi dizer sorrindo, e quando me afastei seus olhos se arregalaram e um sorriso diferente surgiu enquanto ela continuava: - Acho que você precisa deixar uma bermuda por aqui.

Ri do comentário, sim eu precisava e fui logo confessando:

- Tive um acidente, estou sem a minha...Até dei uma olhada nas suas roupas, mas não achei nada que me sirva.

Ela me deu um tapa rindo e falando:

- Se você entrasse em uma das minhas roupas eu iria achar que você é mágico. – e com rapidez saiu do quarto.

- Onde você vai?

- Já volto! - ela gritou do quarto de Charlie e logo voltou com um calção nas mãos,  me alcançando, olhei para aquilo nas mãos dela, Bells está doida? Ela sorria divertida com a peça de roupa na mão, aquilo era roupa de velho, mas sem outra alternativa acabei por vestir, não tinha outra opção, enquanto eu me vestia ela perguntou: - Está com  fome?

Não precisei responder, apenas olhei seu rosto mostrando um sorriso e Bells entendeu o que eu queria dizer.

- Então vem, vamos até a cozinha pegar alguma coisa para comermos.

Ela encheu um pote com cereal e colocou biscoitos em outra vasilha depois subimos para o quarto, Sunshine desta vez ficou na lavanderia.

Sentamos sobre a cama e conversamos sobre a noite, tive de contar a ela meu encontro com Edward, sobre o que ele falara, que claramente me provocara. Confessei então  que tinha medo de perder o controle, respirando fundo fiz a pergunta que me atormentava:

- Você me desculparia se eu...

Bells me encarou séria e seus olhos ficaram parados por alguns instantes, uma leve ruga surgiu em sua testa enquanto ela pensava, parei de respirar esperando pela resposta, aqueles segundos me pareceram eternos, sua voz era dolorida quando falou:

- Eu amo você Jake. – me encarou carinhosa e parecia certa do que iria dizer – Mas não posso apagar tudo o que vivi com ele, nossa historia, - soltei a vasilha com biscoitos sobre a cama e me virei sentindo raiva e tremores leves, logo a mão dela  passeou sobre o meu braço enquanto falava – Sei que parece complicado para você, mas não quero ser a responsável pela morte dele, entende? – e encerrou - Eu quero que ele seja feliz.

Fechei os olhos, era realmente difícil compreender pq ela ainda se importava com ele, talvez pq eu o odiasse com toda todas as forças do meu ser, por não conseguir imaginar nada de bom que viesse dele, nem acreditar que ele pudesse despertar qualquer sentimento que não fosse aversão, a aversão que eu sentia. Ela se aproximou me beijando levemente o pescoço e  afagando meu peito.

- Você agora ocupa todo o espaço do meu coração, nada mais faz sentido sem você, eu te amo inteiramente, acho que nem preciso falar, você sabe, sempre soube. Mas não quero o mal dele por ter deixado de amá-lo – seu  tom mudou, parecia distante quando falou – Talvez nunca tenha sido amor, mas..,daí a querer o mal dele. - com a voz suave concluiu: - Ele vai acabar aceitando Jake, ao menos eu espero que seja assim, se for preciso, converso com ele novamente.

- Não! – fui direto. – Esse e cara é manipulador. Eu agüento, não se preocupe. – me virei para ela tentando mostrar que tentaria me manter calmo, mas não poderia deixar de ser sincero:

- Vou tentar Bells, por você, por nós.

- Eu sei, - e sorrindo me alcançou a vasilha com biscoitos – Vamos continuar? – aceitei e ela sorriu de leve  perguntando:

- Quando você vai falar com Carlisle?

- Hoje.

O olhar dela se transformou, uma sombra cobriu seu rosto delicado e desta vez fui eu quem precisou animá-la:

- Vai dar tudo certo Bells.

- Espero que sim, desejo que sim, não suportaria se alguma coisa acontecesse com você, - isso me trouxe a memória as palavras do sanguessuga, fechei os olhos furioso, rapidamente, sentindo meu corpo tremer, eu não daria a ele essa vantagem de saber que eu me incomodava com o que ele me falava, ou a alegria de me ver morto e de ficar com minha mulher. Encarei o rosto suave de Bells e vi meu amor refletido naqueles olhos, sua voz clara logo confirmou o que eu via. – Eu amo você Jacob, não há ninguém além você para mim.

Puxei-a para perto sentindo meu coração se expandir e bater descompassado falando baixinho:

- E eu amo você,  faço qualquer coisa por você, qualquer coisa para que nosso amor seja sempre nossa fonte de força.

- Ele é... minha força. – ela falou sussurrando e beijou meu lábios delicadamente – Sempre que me sinto triste, com medo, sozinha, lembro de nós, de nosso amor e me sinto forte. Forte por você e por mim.

Encerrei o assunto com um beijo apaixonado, sentindo suas mãos correrem para o meu pescoço me segurando muito perto, os lábios dela agora eram tão rápidos e vorazes quanto os meus, abri levemente os olhos e encarei os dela que me olhavam com paixão e com um imenso sorriso.

 - Isso é a tão esperada felicidade, a tão desejada paz, o tão buscado amor. – pensei, erguendo seu corpo do colchão e me dirigindo para o banheiro, a casa estava em completo silencio, apenas meus pés nus faziam leves sons no assoalho e nossos lábios que se mantinham colados pareciam ter vida. Mas para mim havia um outro som, um som suave que parecia musica para meus ouvidos, o som do coração dela.

Assim que entrei na pequena peça a coloquei no chão enquanto Bells me encarava, as faces rosadas, os lábios entreabertos, a respiração curta e rápida, lentamente a despi aproveitando cada segundo daquele momento, beijando de leve a pele do seu pescoço e do seu ombro,  recebendo sua entrega como uma prova total do amor que sentimos. O tempo todo ela sorriu me olhando diretamente, todas as vezes em que isso acontece é como se fosse a primeira, é sempre a mesma emoção, a mesma entrega, mas  há sempre sensações novas que brotam e a nossa ligação se fortalece mais.

Enlacei sua cintura nua e caminhei em direção ao chuveiro sentindo a água morna sobre o meu corpo e as mãos ensaboadas dela caminharem pelo meu peito, não pude evitar um suspiro de felicidade e Bells me encarou carinhosa para logo depois fechar os olhos, o rosto erguido, os lábios agora vermelhos me convidavam atrevidos, não pude recusar, isso é tudo o que eu sempre desejei.

 As horas passam rápido demais quando estamos juntos e depois do banho a enrolei em uma toalha e a carreguei de volta ao quarto com a cabeça molhada encostada no meu ombro, sequei delicadamente seu corpo pequeno e a ajudei a vestir cada uma das peças de roupa, fazendo-a rir algumas vezes, depois, ela fez o mesmo comigo, por cada parte da minha pele que a toalha passava era um beijo que eu recebia me fazendo arrepiar por inteiro.

 Levamos tanto tempo nisso que logo era hora dela sair, Bella iria trabalhar, e eu, precisava voltar para casa e depois ver o doutor,  abri a janela e espiei a rua que naquele momento parecia vazia, observei  o calção de Charlie, ele ficaria em pedaços, como Bells iria explicar isso ao pai dela?

Olhei para ela que sorriu, e entendendo o que eu pensara falou:

- Vou dizer que Sunshine pegou e rasgou.

Ri da solução pensando que Charlie não acreditaria, afinal o calção  ficaria em pedaços, e não simplesmente rasgado, dando-lhe um ultimo beijo desejei um bom dia e confessei que já sentia saudades, depois pulei pela janela, só me transformei num lugar mais seguro voltando a observar a janela que já estava fechada novamente, era bom saber que Bells não mais se descuidava disso.

Já em casa dei de cara com Paul e Rachel que  namoravam, quando os vi ali se beijando acomodados no sofá, aquela hora,  tive que comentar:

- Você agora não sai mais daqui?

Paul virou o rosto e me encarando falou:

- Assim como você não sai da casa da Bella. – olhei para ele e sorri apontando, indicando que ele fizera um ponto e fui para meu quarto tinha assuntos mais importantes para resolver que ficar de picuinha com meu cunhado, cunhado...essa palavra ainda não passava direito pela minha garganta, mas, fazer o que?

Me arrumei e assim que pude fui a casa do Alfa avisar que teríamos que ir até o hospital falar com o doutor, Emily me recebeu bem, Jared e Embry estavam lá, e acabaram pedindo para nos acompanhar, Sam aceitou, mas disse que ficariam no carro,  eles se olharam descontentes, mas aceitaram.

 Nossa conversa foi tranqüila apesar do mal estar por ter que estar ali com um sanguessuga, de qualquer forma era melhor do que agüentar o Edward com certeza. Gentil e sempre muito educado, -  até nisso eles são frios – pensei enquanto ele  nos  explicava o motivo da tal reunião, eles queriam mais informações sobre o acordo feito pelo velho Black e os outros com os frios. Já que Carlisle fora obrigado a dizer que o segredo dos vampiros  não seria violado se Bella não casasse com Edward, afinal ela estava se unindo a alguém que tinha um segredo para guardar e que esse segredo estava diretamente ligado ao dos vampiros, e que isso acontecia  por muitos anos.

Fiquei o tempo todo apreensivo durante a conversa, mas por alguma razão idiota, acredito no maldito doutor, ele me parece sincero, Sam pediu a ele que marcasse a data, que estávamos esperando e que quando a data estivesse marcada  daríamos a eles o local do encontro.

Carlisle disse que seria difícil o líder dos Volturi se submeter a isso e garantimos  que se não fosse assim não haveria acordo, e eles que viessem conversar de outra forma. O doutor me olhou muito serio e comentou que sou muito jovem e não tenho idéia do que eles são capazes, que deveria ser mais ponderado em minhas decisões, ponderado, pensei, ta aí uma palavra que ainda não aprendi corretamente o significado, fui firme e disse a ele que nós daríamos o local e se eles quisessem conversar teriam que aceitar.

O doutor então se virou para Sam, mas ele como alfa deu a ultima palavra confirmando que seria do jeito que eu falara, que se eles não quisessem aceitar o local que nós marcaríamos não haveria encontro.

- Isso soará como provocação. – a voz de Carlisle era preocupada e Sam me olhou, tínhamos o mesmo pensamento e virando-se para o doutor ele completou:

- Nós não queremos nada demais, eles querem o encontro, nós não recusamos, mas temos uma condição para que isso aconteça.

Sorri encarando o doutor ele nos olhava amedrontado, provavelmente pensando que somos idiotas, como com certeza pensou durante os treinamentos, que somos um bando desordenado e furioso que age por instinto selvagem e que não sabe se controlar. De repente, fiquei surpreso em perceber que eu também cheguei a pensar isso de nós, mas agora tudo é diferente, estou numa nova fase, um amadurecimento que me ajuda a acreditar que toda essa loucura que minha vida se tornou finalmente tem e faz algum sentido.

Saímos juntos do hospital, Sam ficou parado ao lado do carro por alguns instantes me encarando e tive certeza que ele se sentia como eu, dividido entre a certeza e o receio de que algo acontecesse de errado, mas essa é a vida, é preciso arriscar para se chegar a algum lugar, se eu não tivesse feito isso Bells estaria junto com o sanguessuga ainda, e eu não seria o homem mais feliz do mundo pois continuaria a sofre como um condenado. – pensei entrando no carro e encarando a dupla curiosa que logo iniciaria um interrogatório.

Após respondermos todas as perguntas deles, um silencio pesado caiu sobre nós, eu poderia ouvir o som de um pensamento acho, nunca vi os garotos tão calados, fizemos todo o restante do caminho em silencio.

Assim que chegamos nos despedimos, eu tinha coisas a fazer e iria direto para a garagem e Sam e os garotos voltaram  para a casa dele, nos afastamos com um aperto de mão, só então vi meu pai parado ao lado da porta e me aproximei caminhando lentamente, ele me olhou como se me analisasse e falou:

- Tudo certo?

- Com certeza! – falei me recostando na parede com as mãos nos bolsos e esperando pelo que ele diria, ele sempre tem algo a dizer:

- Será algo de que jamais nos esqueceremos, assim como deve ter sido para o velho Black e os outros quando fizeram o trato com os frios. Você tem noção Jacob – seus olhos estavam distantes - que estamos agora criando mais uma lenda. – um leve sorriso e ele continuou – Uma lenda que será contada com todos reunidos em volta da fogueira.

Meus pensamentos voaram diante daquele comentário, Bells agora faria parte da nossa história, ela e eu estaríamos em nossas lendas, que serão contadas e recontadas para os descendentes do nosso povo, por anos.

Encarei meu pai que ainda estava perdido em algum lugar do futuro ou do passado, pensativo e comentei:

- Você está tranqüilo.

- Sim, estou. Você também deve ficar, é preciso que todos estejam calmos e seguros, e certos de que lutaremos juntos. – meus olhos caíram sobre sua cadeira de rodas e vi sua expressão se manter serena ao falar : - Não se deixe levar apenas pelo que seus olhos vêem.

Frases enigmáticas, nisso se transformara minha vida ultimamente, mas tudo bem, já aprendi que aqui tudo tem seu tempo, sei que logo esse comentário será claro e transparente como água.

Fui para a garagem e trabalhei toda a tarde, depois cansado e dolorido fui para casa, tomei um banho e me dirigi ao lugar onde me recupero de qualquer dor, ou pensamento ruim.

Bells fizera um jantar especial com alguns peixes que Charlie trouxera e apesar do aroma estar me chamando, me contive um pouco na hora de comer, sempre que meu sogro está conosco tenho tentado ser controlado, não quero assusta-lo e Bells me olha curiosa, ela sabe da capacidade do meu estomago, mas não comenta nada. Mesmo com o meu controle, sempre ouço alguma brincadeira de Charlie sobre minha capacidade de comer. Bella apenas sorri e entra na brincadeira junto comigo  e depois que estamos no quarto ela volta e pega mais alguma coisa para eu comer.

Mas, naquela noite fui chantageado, ela queria saber tudo da conversa com Carlisle antes de me trazer qualquer coisa, e percebi que será assim agora que ela descobriu meu outro ponto fraco, o estomago, pq o primeiro é ela. Tive que contar que fui com Sam, Jared e Embry e tudo o que conversamos, assim que conclui ela me olhou preocupada  e me puxou para perto, me segurando com força.

- Segurei sua cabeça contra meu ombro, afagando suas costas queria que ela tivesse a certeza que tenho e contei a ela a conversa que tive com Billy e dos meus pensamentos sobre ela.

- Você já imaginou! – falou risonha – o velho Quil contando historias sobre nós?

- Vamos ficar importantes. – falei brincalhão.

E ela sorriu me dando um selinho e levantando para descer até a cozinha e buscar algo para mim, lenta abriu a porta fazendo uma careta e sumiu, fiquei atento ao quarto de  Charlie, na expectativa do que aconteceria, mas logo ela voltou com um prato cheio de sanduíches, que devorei rapidamente sob o olhar debochado dela.

Acomodada nas almofadas com os braços a volta das pernas ela me olhava divertida e assim que terminei ela se aproximou e inesperadamente sugou o canto da minha boca, depois passou a língua pelos meus lábios me fazendo perder o juízo.

- Você gosta de me provocar! – falei  caindo sobre ela e Bells gritou, no mesmo instante cobri a boca dela com a mão e fiquei em silencio total, esperando que Charlie entrasse pela porta com uma arma na mão, mas nada, ele apenas se moveu na cama e logo voltou a dormir e eu a respirar.

 Olhei para Bella e percebi que ela tinha vontade de rir, e fui tirando a mão com calma me aproximando e fazendo baixinho:

- Shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, - abri um sorriso diante do olhar maroto dela e comentei: - vou sentir falta disto quando estivermos casados e não precisarmos nos esconder mais de Charlie.

Ela passou os braços pela minha cintura e concordou:

- Eu também.

Me acomodei ao lado dela e senti algo frio no meu pé, rápido, fiquei em pé,vi o prato que caia no canto da cama e antes que ele atingisse o chão o peguei, - Estamos ficando muito descuidados. -  pensei vendo a expressão de susto no rosto dela.

Muitas emoções para uma noite só pensei deitando ao lado dela e acomodando seu corpo colado ao meu, sentindo ela respirar com calma e sua mão caminhar sobre o meu peito, apertei a cintura dela contra o meu quadril e beijei sua testa me sentindo completo e feliz ao lado da única mulher que amo. Ela acomodou a cabeça no meu pescoço e baixinho sussurrou:

- Você é o amor da minha vida!

- E você, é o único, amor da minha vida!

Um sorriso leve e lentamente senti sua respiração ficando cadenciada, regular e leve, Bells adormecera, fui relaxando também e não percebi quando, mas logo estava dormindo também.


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Notas finais do capítulo

Mais partes do Jake... agora falta pouco... caminhando a passos largos em direção ao final!!!!
BJS A TODAS E TODOS VCS Q LEEM E COMENTAM, OBRIGADA PELA PACIÊNCIA D PARAR ALGUNS MINUTOS PARA ACOMPANHAR ESTA HISTÓRIA!!!
até amanhã se Deus quiser... fiquem bem!!!