Estava ansioso para ir buscar Bells em sua casa, ainda tinha aquela sensação de ansiedade, como se a qualquer momento alguma coisa fosse acontecer e nos obrigar a ficar separados, as horas não passavam.

Depois daquela maldita conversa com o sanguessuga eu não conseguira ficar  tranquilo, a expressão dele me deu a certeza que a nada estava resolvido, ao menos não para ele, mesmo depois do que ele vira no quarto de Bella. Mas o sanguessuga pouco me importa, estou disposto a ir até o fim, enfrentar o que for, depois de toda a luta que passei por todo esse tempo, agora que Bells finalmente caíra em si, não, não vou desistir só pq alguns vampiros virão cobrar uma promessa, isso não faz parte de mim, fugir com o rabo entre as pernas. Ele que se contentasse com o tempo que ficara com ela, que já fora demais, ela agora é minha, e não vou dar bobeira para ninguém.

Passei algum tempo na garagem, arrumei algumas coisas, este é um ambiente que me sinto bem, gosto de fazer isso, mas poderia ser mais, poderia me dedicar mesmo, não era uma idéia ruim, afinal sei que o pessoal gosta do meu trabalho.

Fui o caminho todo pensando em tudo o que pretendo fazer de agora em diante, por muito tempo eu lutei para te-la comigo, isso agora é real, sorri diante desse pensamento e outros vieram a minha mente, mas eu sabia que a vida de um casal depende de muitas coisas, lembrei de Sam, de suas memórias com Emily, eles eram felizes, mas nem tudo se resume a isso, quero que minha vida com Bells seja perfeita e essa será minha luta agora.

Quando estacionei a moto perto da casa dela, os pensamentos felizes que me acompanharam o caminho todo me abandonaram quando percebi que ele estivera por ali, a medida que me aproximei o cheiro foi ficando mais forte, isso me irritou, Bella me recebeu com uma expressão preocupada fazendo meu coração se apertar, mas quando recebi aquele abraço apertado, firme, demonstrando a saudade dela, foi impossível meus músculos continuarem tensos e tentando brincar falei:

- Senti sua falta também. – encaixei o rosto dela entre minhas mãos e encarei aquele olhar assustado, Bella estava com medo, mas eu ainda não sabia ao certo do que, a única coisa que tinha certeza era da presença constante do que ela sente por mim, esse sentimento agora é transparente em seus olhos, acabei por perguntar:

- O que há? O que aconteceu? – eu sabia que era alguma coisa relacionada com ele, sempre ele, o que fizera agora? Com certeza depois que falou comigo veio aqui e Bella me veio com uma mentira:

- Nada. Senti sua falta, é só.

Ela sabia que eu não acreditei em nada daquilo, queria a verdade, esperei:

- Tenho medo de perder você. – ela demonstrava esse medo em cada gesto desde que eu chegara, e então tive certeza que ele viera para atrapalhar aquele momento perfeito que vivemos com suas intrigas e coloquei minha irritação para fora:

- Foi isso o que ele veio fazer aqui? Infernizar você? Colocar caraminholas na sua cabeça?

Ela me olhou assustada percebendo o quanto eu estava irritado com aquele sanguessuga e foi sincera contando que ele viera para ter certeza de sua decisão, não pude evitar que uma duvida me assaltasse apesar de saber que tudo o que aconteceu era forte demais para que Edward voltasse a manipulá-la como sempre fez, perguntei quase sem conseguir respirar:

- Qual foi sua resposta?

Nesse momento o rosto dela ficou tão suave e tão certo do que iria dizer que não tive mais medo da resposta, mas ouvi-la dos lábios de Bells é sempre melhor:

- Amo você, só você, não vou voltar atrás em minha decisão, foi isso o que ele ouviu e ouvirá se perguntar novamente. – mas nem tudo lhe parecia tão certo, ainda havia medo nela e sem se conter falou: - Mas tenho medo, medo do que possa acontecer, de colocar a vida de vocês em risco, mas principalmente de te perder.

Apesar de ficar feliz em saber que minha Bells tem medo de me perder não quero que ela se sinta assim, quero que sejamos felizes sempre, em todos os momentos, puxei-a de encontro ao meu corpo, querendo que ela sempre confie que nunca permitirei que nada se coloque entre nós.

- Não se preocupe mais com isso, não dê ouvidos para o que ele vier falar, vou cuidar de tudo por nós.

Sua voz delicada foi firme ao determinar:

- Confio em você!

Isso era muito importante, confiança, a mesma confiança que deposito nela, mas preciso fazê-la garantir que mesmo que ela ache que não deve me contar, eu quero saber, seja o que for e pedi:

- E não vai guardar segredos de mim?

Seus rosto ficou sereno quando falou:

- E tem maneira de fazer isso? – e terminou com uma frase que comprovava nossa ligação: - Você me conhece tanto quanto eu mesma.

Sorri diante dessa confirmação, nós estamos realmente ligados, unidos de corpo e alma, de mente e coração, sempre foi e sempre será assim.

Tentando aliviar aquele momento fiz o convite:

- Tenho um convite de meu pai para você.

Seus olhos brilharam me fazendo feliz:

- Convite?

- Vamos ter uma pequena reunião lá hoje, aquelas que você já sabe, e ele quer que a nora esteja. – ela fez um ar de dúvida ao ouvir a ultima palavra e tive vontade de rir, mas logo lembrei de Rachel e emendei: – E tem uma surpresa também.

- Surpresa?- sua voz agora era brincalhona. -  Boa eu espero.

- Com certeza! Você vai gostar.

- Vou pegar um agasalho, já volto.

Fiquei observando-a subir, tomando cuidado, Bells realmente é muito desastrada, mas eu gosto disso nela, vi então Sunshine passar para a lavanderia, provavelmente ia comer ou deitar, aproveitei que  Bells fora até o quarto, fui até o cão, conversei com ele por alguns segundos, caminhei pela casa, sentindo os odores, fora apenas Edward  quem estivera lá, e não voltara, mas eu preciso ficar atento a esse sanguessuga infeliz, não vou permitir que ele continue com isso, nem que fique entre nós.

Saímos juntos, abraçados depois que ela deixou um bilhete para Charlie explicando onde e com quem fora, acho que não haverá problemas, mas sempre é bom prevenir, principalmente depois daquela história com as motos, por falar em moto, fui nela para buscá-la, Bella sentou-se muito próxima a mim e seus braços circularam minha cintura, colados, fomos até em casa, mas não imaginei o que nos esperava ou a teria levado para outro lugar, quando vi o bando reunido em casa soube que havia problemas, a expressão deles, tudo indicava problemas, só esperava que não fosse com os sanguessugas, acho que estou ficando louco por causa deles. Descemos e de mãos dadas tomamos a direção do grupo, segurei firme a mão dela, tentando me controlar.

Quando Seth veio em minha direção com aquela cara de cachorro pidão percebi que a coisa era séria, logo atrás Sam, ih, é muito séria, e eles começaram a enrolar, fazer voltas para contar, fiquei ainda mais irritado, queria saber logo o que estava acontecendo para eles estarem assim cheios de dedos, então Sam falou que o problema era com Paul.

Com Paul? Pensei, e o que eu tenho com isso, aquele doido, vive metendo os pés pelas mãos mas o chão sumiu quando Sam falou direto:

- Imprintou com sua irmã.

Senti o corpo de Bella reagir imediatamente a esse comentário, sua pulsação acelerou, ela parou de respirar por alguns segundos, puxei-a para perto tentando me controlar por ela, se Bells não estivesse comigo não sei o que faria, mas por ela, por saber o medo que isso provoca nela, não fiz nada, controlando meu corpo e o lobo que desejava sair e acabar com Paul. Mesmo sabendo que isso não era uma coisa que ele pudesse controlar,- Mas pq com a minha irmã? -  pensei, tantas garotas no mundo, logo ela.

A dupla continuava parada a nossa frente, esperando alguma reação minha, vi os outros mais atrás, com o mesmo olhar de Sam e Seth, e senti vontade de rir, eles estavam ao mesmo tempo preparados para me segurar e surpresos por eu ainda estar parado ali. Senti muito decepciona-

los, mas desta vez eles não precisariam me deter, tinha alguém ao meu lado que apesar de frágil tinha mais poder sobre mim do que todos eles. Bella me segurava com firmeza pela cintura, sua mão delicada tremia levemente, ela também estava preocupada com minha reação e fui relaxando lentamente quando notei que ela controlava seu nervosismo, sua voz saiu quase normal quando perguntou:

- Sua irmã? – tentei demonstrar tranqüilidade, mas não consegui, minha voz ainda demonstrava que eu não me acalmara totalmente:

- Essa era a surpresa, minha irmã Rachel está aqui. Mas agora parece que temos outra surpresa. Vamos entrar?

Abraçados, fomos em direção a minha casa, Bells cumprimentou os garotos e eles foram sumindo aos poucos. Mas a medida que nos aproximávamos da entrada eu me preocupava com o que ela veria lá dentro, não precisei pensar muito nisso, ao entrarmos vi o idiota brigão parado com um olhar abestalhado para minha irmã, Bella voltou a tremer e a respiração dela travou enquanto me segurava firme, mas ainda tentava se manter calma o que me deu segurança, ela estava reagindo bem, preciso me controlar também. Percebendo o clima Billy veio em nosso socorro, fiquei agradecido por meu pai ter presença de espírito, foi carinhoso e gentil em seus cumprimentos, minha atenção então se voltou para Paul por alguns momentos, ele estava hipnotizado, totalmente entregue, não quero isso para mim, o que sinto por Bella é livre de qualquer pressão, obrigação, eu a amo por que meu coração assim quis, nossos olhares se encontraram confirmando meu pensamento, sorri certo de tudo o que sinto e do que ela sente por mim. - Isto é real! – pensei.

Bells e Rachel logo começaram a conversar, e como sei que conversas femininas são longas, aproveitei para ter uma com Paul, já que a partir de agora não havia outro jeito, ele seria meu cunhado, mesmo que eu estivesse totalmente contra esse fato.

Saímos e paramos perto da porta, nenhum deles conseguiria ouvir nossa conversa, fui direto ao ponto, não queria ficar longe de Bella muito tempo, sabia que ela ficara preocupada ao nos ver saindo, dera uma ultima olhada nela antes de fechar a porta e percebi seu olhar amedrontado. Falei o que pensava sobre ele e sobre o que acontecera, não sou idiota e sei bem que ele não tem culpa de nada, mas isso não me impede de não gostar, ele apenas ouviu, o que muito me surpreendeu, Paul não é dado a ser tão tranqüilo e ameno quando precisa ouvir alguma coisa.  Meus sentidos estavam na conversa e em Bells que mal respirava lá dentro, o papo não poderia ser longo, mas no final foi proveitoso, podemos nos acertar mais, afinal, depois daquele dia em que recebi seu apoio, torto é verdade, tão torto quanto o que eu lhe dava agora, para ficar com Bella, nossa relação está mais amena.

Antes de entrarmos ainda disse que esperava que ele se comportasse com minha irmã ou iria se ver comigo, recebi um sorriso irritado como resposta e retornamos para a casa, o primeiro olhar que vi foi o de Bells, ela estava preocupada com o que pudesse ter acontecido e me aproximei beijando-lhe a cabeça, não queria que ela ficasse mais tempo ali, diante daquele novo casal e falei:

- Estamos indo, vocês ficam? – após receber um gesto afirmativo de meu pai saímos, o ar puro estava fazendo falta e caminhar ao lado de Bells, abraçado ao seu corpo delicado me fazia esquecer de qualquer coisa que me incomodasse. Era noite e havia luzes e muito movimento das mulheres, fomos até Emily para cumprimentá-la, enquanto passávamos eu olhava as travessas, 

havia muitas coisas gostosas ali, quase esqueci da historia de Paul e Rachel, Bella de repente apertou minha mão, ela vira Leah e seu olhar amargurado, impossível ficar indiferente, especialmente para ela depois do que vira em minha casa, e tive de perguntar:

- E então, tudo bem?

Sua voz saiu calma.

– Sim e você, mais calmo?

Mostrei um sorriso, mas tive de confessar minha frustração:

- Estou calmo. Mas com tantos garotos legais, minha irmã tinha que imprintar com Paul?

Ela abriu um lindo sorriso e falou:

- E por acaso escolhemos quem amar?

Isso merecia uma resposta bem dada, ela não me pegaria desprevenido nunca, girei meu corpo ficando de frente, segurando-a pela cintura, olhando-a nos olhos como sempre faço, sorri tranqüilo e feliz, não consigo ficar triste ou irritado por muito tempo perto dela e respondi:

-  No nosso caso essa frase faz muito sentido, meu coração escolheu você, só depois o resto do meu corpo apoiou a escolha dele e estamos aqui. – me aproximei aproveitando que ela me olhava docemente encantada com o que eu dissera, seus olhos se fecharam, adoro a maneira como ela se entrega, é total, demonstrando a segurança que sente comigo, nossos lábios se tocaram suavemente o suficiente para fazer meu coração saltar, ouvi o dela acelerar também, ia aprofundar o beijo quando ouvi Seth falando:

- Vocês tem platéia.

Bella me olhou assustada e corada, tive que rir dela, era muito engraçado ela se sentir assim por algo tão bobo, mas não posso negar que gosto, e falei baixinho:

- Elas estão com inveja de você. – recebi uma tentativa de beliscão como resposta e um comentário que apenas aparentava irritação:

- E você ficando convencido. – ri mais alto desta vez e vi a aprovação em seus olhos, tive vontade de voltar a beijá-la, mas colocando no beijo todo o amor que sinto, não me importando se todas as mulheres da reserva nos vissem e morressem de susto ao perceber que mesmo imprintadas elas não tem o amor que Bella e eu temos.

A comemoração foi normal, a comida, como sempre, estava ótima, foi muito bom ver Bells se movimentar entre as pessoas, abandonando aquele seu jeito travado, ela parece mais espontânea ultimamente, gostei disso, e acho que ela também, mas evitei ficar muito tempo longe, mesmo pq não conseguia.

Quando o pessoal se reuniu em volta da fogueira  sentei muito perto dela, mantendo sua mão entre a minha, era bom traze-la para assistir sem ser como amiga, mas como alguém que faz parte da minha vida de forma definitiva, todos sempre souberam que não há escapatória para mim, Bella é o amor da minha vida, ninguém se compara a ela, nem nunca se comparará, estejam eles a favor ou contra,  não mudara esse fato.

Ouvi o começo do que o velho Quill falava, mas acabei me desligando, sentindo as batidas suaves do coração dela, pensando em nossa vida juntos, isso não é novidade, sempre pensei, mas agora penso mais, no meu desejo de te-la sempre comigo, de faze-la feliz todos os dias, enquanto vivermos. Ela se encostou em mim num gesto carinhoso que eu adorei, mostrei isso a ela apertando meus dedos contra os dela suspirando de felicidade, Bella estava reagindo bem ao que acontecera entre Paul e minha irmã, e agradeci por ninguém mais ter tocado no assunto depois, foi uma maneira bonita de mostrar que se importavam comigo e com ela, entretanto percebi que seus olhos corriam de Sam e Emily para Paul e Rachel, algumas vezes também a vi se concentrar em Leah com um olhar de compaixão e compreensão, espero que a esquentada não tenha se irritado com isso, mas pelo jeito foi tranqüilo, ou ela teria saído bufando, coisa que não aconteceu.

Quando a reunião finalmente acabou ficamos a sós depois que as pessoas se afastaram, ela encostada em mim, foi um momento a mais de tranqüilidade e paz aproveitado até o último segundo. Quando todos se foram puxei-a para perto até que sentasse no meu colo, circulei sua cintura com meu braço para que ela não tivesse formas de escapar enquanto Bella acariciava meu rosto, fazendo meu corpo desejar mais caricias, sorri feliz e ouvi um suspiro longo e apaixonado como sempre desejei ouvir, era para mim que ela suspirava, sua voz saiu meiga numa pergunta direta:

- No que você pensava enquanto o velho Quill falava?

Só havia uma resposta a essa pergunta:

- Em você. – sempre fui muito claro quanto a isso e não será agora que vou me fazer de bobo se é só nela que eu penso  – Você ocupa meu pensamento o tempo todo, não importa o que estou fazendo. –  a resposta foi melhor do que a que eu esperava, Bells me beijou puxando meu corpo contra o dela, não resisti e passei as mãos pelas suas costas e ela sorriu ainda com os lábios nos meus me acariciando daquele jeito que me faz parar de pensar, me segurei e enquanto ainda conseguia usar da minha sanidade falando:

 - Amo você cada dia mais, - sussurrei me concentrando em ouvir o coração dela reagir as minha palavras - e sempre acho que é o máximo que consigo, mas contrariando o que penso, todos os dias meu amor aumenta, não sei viver sem você.

- Nem eu. – é bom demais ouvir isso, mas a última frase me fez tremer  – Não quero ficar longe de você, quero viver todos os nossos momentos intensamente. – parecia um prenuncio de que algo poderia se colocar entre nós no futuro, eu sei que há coisas que escapam a minha vontade, mas o que eu puder fazer para que nada nos atrapalhe, farei.Só  havia ainda uma duvida que eu precisava tirar:

- Você ficou preocupada com o que aconteceu com Paul e Rachel?

Ela foi mais sincera do que eu esperava que fosse:

- Na hora dá aquele medo.  Mas tem alguma coisa que me diz que com a gente é muito diferente e sempre será. – essa é minha certeza também, fico feliz que ela pense assim, beijei-a com paixão, mostrando meu contentamento com a resposta e o coração dela disparou.  Uma outra duvida me assaltou de repente:

- O que você pretende fazer agora que terminou a escola?

Sua voz foi muito serena ao responder

- Ainda não pensei. Charlie praticamente me obrigou a me  inscrever para algumas faculdades, mas não sei o que quero ainda, além de ficar com você e ser imensamente feliz, é claro!

Sorri feliz, e logo comentei:

- Isso eu sempre soube, você não vive sem mim. Você sempre me amou.

Para minha surpresa Bells foi muito direta e respondeu seriamente a minha brincadeira:

- Ainda bem que você sabia. – seu olhar era apaixonado, pensei sorrindo e aproveitei para fazer outra pergunta que estava travada em minha garganta desde a manhã, depois de nossos momentos juntos:

- Quer dizer que se eu pedisse para você se casar comigo você aceitaria?

A resposta perfeita saiu de sua boca:

- No dia e na hora em que você escolher. – beijei-a  com paixão, apertando seu corpo num abraço mostrando minha alegria, mas precisava dizer como me sentia quanto a isso:

- Você espera eu me organizar? Ser alguém digno de ter você como esposa e de ser o pai dos seus filhos?- ela me olhou como se não tivesse entendido o que falei, mas isso não me saia da cabeça desde a conversa com o sanguessuga pela manha,  logo os olhos de Bella ficaram úmidos e sua voz saiu embargada quando falou:

- Você já é a pessoa perfeita  para mim, e para ser o pai dos meus filhos. Achei que tinha provado isso naquela noite, sou eu quem precisa ser digna de você – beijei-a com todo meu amor, pensando, você já tudo o que eu preciso, só sua presença é capaz de me fazer feliz assim, mas ela continuou: – nós temos muito tempo, casados ou não, não pretendo mais ficar sem você.

Nunca mais ficaremos longe. – pensei e sentenciei:

- A vida toda! – encarando seu olhar doce conclui certo de que não havia duvidas entre nós : - Eu ofereci servidão eterna, e é isso o que você terá. – essa é minha maior certeza, nada muda esse fato, eu garanto

Estávamos tranqüilos, totalmente sintonizados, como sempre, não há nada que aconteça com um de nós que não seja claro e cristalino para o outro, vislumbro momentos assim quando finalmente ficarmos juntos, será fácil e natural como respirar, e esses primeiros momentos tem comprovado isso. Me levantei e puxei seu corpo para muito perto de mim, olhando-a profundamente, sabendo que teria que leva-la para casa e que não poderia ficar lá com ela como era meu desejo, tentei falar isso de maneira engraçada:

- Tenho uma noticia ruim e outra péssima, qual você quer primeiro?

Num primeiro momento ela me olhou assustada, mas logo seus olhos me mostraram que ela entendera que eu brincava e entrou na brincadeira afirmando:

- Vamos começar pela péssima. – seus olhos se fecharam e ela fez uma careta, não contive o riso que saiu rápido e fácil e afirmei, me sentindo mais contrariado por ter de deixa-la depois de vê-la tão descontraída:

- Não vou poder ficar com você esta noite, tenho ir para a ronda, a três noites que escapo dela, hoje não poderei, ou Sam me mata.

Percebi a tristeza nela, em seu olhar, mas ela ainda queria a outra noticia:

- Bem a ruim não deve ser pior, qual é?

- Tenho que levar você para casa, já está tarde, o pessoal já deve estar saindo para a ronda.

Um suspiro doído saiu pelos seus lábios, enquanto ela me olhava firmemente, parecia sentir saudades, as mesmas que eu já começara a sentir, mas nosso futuro não era mais ficar separados, tínhamos todos os dias, beijei levemente seus lábios e sussurrei em seu ouvido:

- Mas vamos no meu carro, abraçadinhos até sua casa. E amanhã prometo que passo a noite com você. – essa era a melhor parte irmos abraçadinhos o tempo todo, colados, o coração dela batia tão forte que eu podia sentir no meu peito o eco, esses momentos tem compensado cada minuto de dor que passei nos últimos meses, mas Bella consegue se  superar em me fazer feliz, me encarando falou ainda:

- Vou contar os segundos.

Não pude evitar o riso, não era pq algo engraçado havia sido dito, mas pq eu estava total e incondicionalmente feliz, e a causa disso era ela.

- Você não sabe o quanto desejei ouvir isso dos seus lábios todos esses meses intermináveis, e me sinto exatamente como achei que me sentiria, nada poderia me fazer mais feliz. Amo você.

Ela insistiu na frase que eu dissera tempos atrás:

- Amo você mais.

Tive que comentar com uma fingida irritação:

- Essa frase é minha. Amo você muito mais. – puxei seu corpo delicado com facilidade e apertei-a num abraço logo ouvi seu riso alto, um riso de felicidade, felicidade provocada por mim finalmente e no que depender de mim sempre será assim.

Caminhamos lentamente até a casa vermelha, avisei meu pai que levaria Bells em casa, ela se despediu de Billy e Rachel e abraçados fomos até o Rabitt, como eu sugerira e  desejara ela não me soltou, foi colada a mim até sua casa, fiz o trajeto com calma, aproveitando cada segundo, tive vontade de cantar, e foi isso o que fiz, baixinho e suavemente, aproveitando a serenidade dela que refletia a minha, se mesmo depois do que acontecera em minha casa ela estava assim era mais um ponto para ficar tranqüilo, tudo estava correndo bem, tudo vai dar certo.

Vi a luz da casa dela ainda acesa e tive certeza que Charlie esperava por nós. -  Isso não é problema. – pensei me preparando, uma hora ou outra vou ter que falar com ele mesmo, mas para minha surpresa ele não parecia zangado, apenas  nos olhou com estranheza, seus olhos pararam sobre nossas mãos unidas, percebi que junto com a interrogação havia também um ar de aprovação, o que me deixou mais seguro para perguntar:

- Você se incomoda? –  ergui nossas mãos mostrando a ele.

Charlie não me decepcionou, foi direto e claro em sua resposta:

- Não, não me incomodo, mas até ontem essa garota era namorada de outro, ficou noiva, e agora isso?

Bels e eu rimos do comentário, da ironia dele que contrastava com um leve sorriso, e não deixei passar a oportunidade de dizer o quanto eu não gostava de vê-la com aquele sanguessuga, que eu quisera estar no lugar dele sempre:

- Por mim ela nunca teria namorado aquele cara, seria sempre eu, mas como nem tudo é como nos queremos... antes tarde do que nunca.

Ele repetiu, eu sabia que Charlie não gostava do sanguessuga:

 - É, antes tarde do que nunca. – e antes de voltar para o sofá perguntou: - Você vai ficar?

Tive que recusar o convite apesar de desejar ficar, pelo tempo que pudesse, a vida toda se fosse possível, expliquei que entrara apenas para esclarecer que viera buscar sua filha para a comemoração que foi feita na reserva pela chegada de Rachel e como ele não estava na hora Bella tinha deixado um bilhete, ele foi irônico:

- Eu li o bilhete. - olhando  diretamente para Bells que apenas sorriu e me acompanhou até a porta, eu  não queria ir, olhei seu rosto delicado que me encarava e sussurrei bem perto dos seus lábios:

- Até amanhã.

- Já estou com saudades. – ela conseguiu outra vez – pensei sorrindo feliz, eu estava de alma leve como a muito tempo não me sentia, isso saiu pelos meus lábios da forma mais clara possível apesar de já ter repetido inúmeras vezes:

- Amo você.

- Também amo você. – a resposta foi imediata e roubei um beijo rápido de despedida ficando com uma sensação de insatisfação, aquilo não fora o suficiente, eu queria poder ficar ali toda a noite. Um gosto de quero mais em meus lábios, o cheiro dela me meu corpo,  sem alternativa entrei no carro confessando a ela aquilo que talvez ela já saiba:  – estarei por perto sempre.

- Eu sei, você está aqui. –  suas mãos estavam sobre o peito indicando que eu estava ali, tive vontade  de descer daquele carro e voltar, passar o restante da noite junto dela, mas não poderia, senti um tremor de raiva me invadir, depois de  muito tempo voltei a ficar contrariado por ser o que sou.

Fui rápido até em casa, sentindo o perfume dela pela minha roupa, pela minha pele, se fechasse os olhos seria como te-la ao meu lado só faltava seu braço enroscado no meu e sua cabeça no em meu ombro.

Largar o carro, voltar a ser o animal que habita em mim foi algo tão automatico que so percebi que já acontecera quando estava a meio caminho de volta a casa dela, sentindo o ar da noite entrar pelas minhas narinas, meu coração bater no ritmo acelerado que minhas patas tocavam o chão, acelerando a medida que ficava mais perto, como se um imã me chamasse para lá.

Então a voz de Sam me chamando me fez parar, ele dizia que aquela não era a área que eu deveria estar, so mais tarde teria a chance de me aproximar, fiquei irritado e uma idéia me atingiu, uma forma de dizer a ela que eu já estivera ali, e que voltaria logo, uivei, o mais forte que pude, ao longe ouvi Paul, ele estava feliz, feliz por ele e por mim, gostei de ter sido respondido dessa forma,  Seth respondeu logo depois, o clima era tranqüilo no bando, essa seria uma noite de paz, dei uma ultima olhada na direção que eu deseja ir e corri em direção oposta, mais tarde estarei aqui novamente.

Mas as horas como sempre não passam quando estou longe dela, e durante todo o tempo fiquei fora do ar, deitei sobre a grama quando finalmente fiz tudo o que deveria, esperando apenas pela autorização de Sam, que caso demorasse muito não seria mais esperada.

Cheguei perto de Seth, a cabeça do garoto estava uma confusão aquela noite, até parecia  a minha a algum tempo e tentando ajudar perguntei:

- O que te incomoda?

Ouvi um uhhhhhhhhh, irritado, e ele se virou de costas para mim, não me dando por vencido voltei a falar:

- De nada adianta você ficar se fazendo de bobo, vou acabar sabendo mesmo, assim que você pensar no assunto.

Ele falou firme:

- Não vou pensar em nada. – esse não era o comportamento típico do garoto, o que está havendo aqui, pensei, todos estão mudando de personalidade?

Me levantei e caminhei até ele,  o garoto estava com uma expressão estranha na cara.

- Vamos lá, me conte, você foi meu confidente involuntário, agora posso retribuir o favor.

Ele falou firme:

- Se você souber todos saberão. Não estou a fim de ser gozado por eles.

Entendi tudo, ele não precisou falar mais nada e não pude evitar um comentário:

- Alguém me disse que não iria se apaixonar, que iria esperar pelo imprinting, para não sofrer. Você sabe quem foi?

Um olhar atravessado me respondeu ao comentário e quase me arrependi de te-lo feito, ele tinha razão os garotos iriam rir muito e gozar muito também, falei por fim:

- Você quem sabe, na hora em que quiser falar, estarei a disposição.