Novo Amanhecer escrita por Raquelzinha


Capítulo 16
Jacob V


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, agora uma parte do lobão com visões, pensamentos, desejos e decisões dele!!!



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A noite estava muito agradável, e aproveitando esse clima tranquilo, deitei sobre a grama macia e estiquei as patas, pensando que meu relacionamento com o bando assumia um novo estágio, estávamos mais comunicativos, com exceção de Leah é claro, o grupo parecia cada dia mais unido, finalmente estava aceitando a idéia de família. Era bom estar com eles, mesmo com o pavio curto de Paul, a implicância chata do ex-casal, algumas vezes eu ria da dupla, meu senso de humor melhorara bastante.  

Seth não me abandonava nunca, estava sempre por perto. Embry, Jared, e os outros, eternamente com suas brincadeiras bobas me divertiam..

Não posso negar que isso começou a acontecer depois da visita de Bells,  de voltarmos a nos falar com frequência diária, Sam já não se incomoda tanto quando  saio do caminho e acabo circundando a área da casa dela, ou quando fico pensando em nós em vez de ouvir suas ordens e ele tem que repetir tudo.

Seth sempre me acompanha, ele gosta de Bells, posso sentir isso em seu jeito e ver isso em seus pensamentos, mesmo quando reclama.

Em uma das muitas noites que passei perto da casa dela, ouvi Sunshine latir furioso, o vampiro estava lá e o pequeno lobo riu de mim ao perceber que eu ficara satisfeito com isso, comentou brincalhão:

- Você gostou do cão.

Não pude negar. Eu gostara, mas gostara mais do fato de que ele também odiava o sanguessuga e pelo fato de seu pelo parecer com o meu, isso devia deixar o vampiro irritado. E isso era muito bom, de alguma forma ele tinha que aturar alguém que não gostava dele e que o lembrava de mim.

Mas ainda havia uma coisa que me incomodava, que não me permitia ficar tranquilo totalmente, eu tentava encontrar algo para fazer com Bella antes da formatura dela, só nós, há dias e noites pensava no assunto, tinha que ser algo especial, mas nada me vinha a mente, tudo parecia tão normal, tão comum, foi então que Seth que estivera deitado ao meu lado todo o tempo disse:

- Você poderia parar de pensar nisso um pouco, minha cabeça já está doendo.

Dei-lhe uma olhada atravessada e me levantei esticando as patas, a brisa da noite movimentou meus pelos e o pequeno lobinho continuou, me surpreendendo:

- Ela ama você mesmo! – parecia estar falando mais consigo do que comigo. – É uma pena essa história do imprinting... – depois se dirigindo a mim continuou: - Veja Sam e Leah, eles vivem as turras e isso é muito chato!

- Pois é. – falei lembrando da última cena deles a poucos minutos atras. – Mas se tudo acontecer como o planejado pelo sanguessuga será muito pior entre Bella e eu.

Seth balançou a cabeça antes de continuar:

- É, ela vai virar um deles né? – e fazendo um som com a garganta completou: - E o cheiro deles é insuportável!

Tive vontade de dar-lhe uma patada, mas o que ele dizia era verdade.

- Isso não pode acontecer! Preciso impedir isso de qualquer jeito!

Ele ficou calado como que por milagre, mas logo começou a lembrar de algo, algo que eu ainda não vira nem sabia, e a medida que as recordações do lobinho evoluíam eu me sentia mais esperançoso.

- Quando você viu isso? – perguntei pensando que se estivéssemos na outra forma eu lhe daria um abraço.

- Há alguns dias enquanto patrulhava com Sam.

Não tive tempo de perguntar mais nada, ouvi a voz do alfa atrás de mim:

- Isso só pode ser feito depois do impriting.

Olhei sério para ele e emendei:

-Quem lhe garante que algum dia eu vou imprintar com alguém? – o alfa me dirigiu um olhar amedrontador, que eu ignorei.

Sam se aproximou mais, passou por mim e ficou no lugar em que estávamos antes, seus pensamentos pareciam confusos nesse momento, eu mal conseguia acompanhar a rapidez das imagens, a maioria delas, eram minhas e de Bella e quando ele falou estava tão tranqüilo que até estranhei:

- Todos esses dias, durante as patrulhas eu tenho visto seus pensamentos, já repassei suas conversas muitas vezes, as imagens dela, as expressões dela, e preciso lhe dizer uma coisa...- ele se virou e me encarou, seus olhos estavam mais escuros. - Você tem razão, se eu pudesse fazer algo também teria feito, mas não houve chances para mim e Leah, - nesse momento vi Leah parada a poucos metros e me assustei ao perceber que ela estava presenciando aquela conversa, nunca pensei em ouvir Sam se colocando assim abertamente diante dela, ele continuou:

 – Mas você tem essa chance, Bella e você tem algo que eu nunca tive, nem tenho. – sua voz era dolorida

 – Vá em frente, nós te apoiaremos.

Jamais me imaginei nessa situação, tendo o apoio do alfa, ouvi-lo falar daquela maneira era quase irreal, cheguei a pensar que poderia ser um sonho, a voz de Leah que  também se aproximava desviou meus pensamentos.

- Você precisa falar com todos. – era a voz dela – Você precisa da autorização de todos para isso.

Ela parecia já saber de tudo, pelo visto eu era o único que ainda não sabia.

- Falo com todos! – fui direto e firme.

De repente apareceu Jared, me olhou sorridente  e eu pensei:

- Isto está virando uma reunião. – mas quando falou entendi que eu realmente não estava mais só.

- Vou com você!

- Eu também! – era a voz de Seth, isso em nada me surpreendeu, ele sempre me apoiava, seria estranho se ficasse de fora dessa.

E então mais surpreso fiquei quando Sam falou:

- Leah e eu também vamos!

Isso era um milagre, de repente todos estavam se colocando a meu favor, Sam logo respondeu ao meu pensamento:

- Não é milagre Jake, é apenas uma constatação, nós fomos contra pq achamos que ela só usava você, mas depois daquela batalha, das suas últimas conversas, sabemos como ela se sente, e estaremos prontos caso você precise de nós.

Este grupo realmente estava se tornando minha família, fiquei tão feliz que mal podia me conter, agradeci a todos pelo apoio, garanti que não queria confusão, apenas queria ficar ao lado da mulher que amo e que me ama.

Leah sentou-se e me olhou séria, depois comentou:

- Não gosto dessa garota. Mas sei que a gente não manda no coração. – seus olhos se dirigiram a Sam que estava distante, mas percebeu bem de quem ela falava, ele fez menção de sair e eu quis pedir para ir até a casa de Bells, sabia que não poderia vê-la, mas queria estar perto, Seth se ofereceu para ir comigo.

Sam não recusou meu pedido, nós corremos juntos, maneirei na velocidade aquela noite para que ele pudesse me acompanhar com facilidade, estava me sentindo generoso aquele momento, e percebi a alegria do garoto em poder estar ao meu lado.

 Quando  finalmente chegamos soube que o sanguessuga estava lá como sempre, ouvi o cão latir furioso, isso era normal, e muito apoiado, eu sabia que Edward tinha consciência da minha presença, mas provavelmente não falava nada a ela, afinal tudo o que ele queria era me manter longe, mas isso era algo que eu não permitiria mais que acontecesse.

 Minha cabeça estava voltada para a noite seguinte, quando eu deveria me reunir com o grupo e conversar, só depois da autorização teria como falar com ela, estava contando os minutos para poder fazer isso, era mais um passo que daríamos, o primeiro foi aquele beijo antes da luta, depois ela admitir que me ama, agora seríamos mais do que amigos que se amam e que tem uma ligação muito forte, estaríamos unidos. Depois  iria até o trabalho dela e marcaria o nosso encontro, nosso encontro especial.

-  Ah! Como eu estava ansioso por esse dia!

A noite se arrastou, quando as luzes se apagaram no quarto dela Seth e eu voltamos para a ronda, o pequeno caminhava silencioso ao meu lado,  enquanto eu pensava no que acontecera, talvez isso quisesse dizer que finalmente minha vida vai voltar a se organizar, que depois de todas as mudanças que ocorreram eu voltaria a ser uma pessoa feliz.

Seth então comentou:

- Acho que não quero me apaixonar...

Não precisei perguntar o pq daquele comentário, ele se encarregou de continuar falando sem esperar pela minha pergunta:

- A gente sofre muito, acho que prefiro só esperar pelo imprinting, assim sei que não terei problemas.

Tive de contradizer a filosofia do meu amigo:
- Se você conseguir controlar seu coração pode fazer isso...se conseguir, me avise como se faz, pq eu não controlo o meu.

Ele riu e continuamos a ronda, nos afastando lentamente da casa dela.

O dia seguinte foi muito demorado, passei horas planejando como seria a bendita conversa que mudaria o rumo da minha vida, quase esqueci de ligar para Bells,  mas isso eu não deixava de fazer, marcamos um horário para nos falarmos se ela demorasse eu ligava, não permitiria que ela ficasse um só dia sem conversar comigo.

Paul apareceu em casa de tarde, queria dizer que apesar de tudo ele iria me apoiar, eu quis saber o que significava o apesar de tudo, ele foi direto:

- Apesar do que Bella tem feito com você, com a gente, nos obrigando a conviver com aqueles sanguessugas. – seu rosto se contorceu ao falar neles – Sei que você a ama, e que ela te ama, e se não fizermos alguma coisa ela acabará casando com o vampiro.

Para Paul era mais importante Bella não ficar com Edward do que ficar comigo, mas isso não me preocupava, o que eu precisava era de apoio e isso eu teria. Não pude deixar de agradecer o apoio torto dele, e ao sair ele me mostrou os dentes sem ser num rosnado.

A noite chegou, estava nervoso quando me encaminhei para a reunião, tive de aturar o velho Quil contando suas histórias, na realidade pouco ouvi do que ele contou, minha cabeça estava pensando no que faria se o que eu pretendia fosse apoiado.

- A palavra está com Sam. – ouvi Billy falar e meu coração disparou, o momento chegara,  eu estava confiante, mas mesmo assim não estava totalmente seguro do que aconteceria.

Sam começou falando de tudo o que acontecera nos últimos meses, de nosso trato com os vampiros, da batalha que havíamos travado contra os recém criados, e eu nervoso esperava o  momento em que ele finalmente falaria sobre Bella. Quando ele se dirigiu para esse assunto, foi tão enfático em suas palavras que fiquei admirado e não falou sozinho, todos falaram, no final apenas o grupo dos mais velhos não falara nada e meu pai me olhava surpreso, e foi o primeiro a concordar com o que eu queria fazer. O último foi o velho Quill, ele me olhou muito sério e falou:

- Você tem certeza de que ela representa algo tão importante em sua vida para você sacrificar algo que fazemos apenas com aquela que nos foi destinada? Tem consciência de que isso não pode ser feito uma segunda vez? – sua pergunta era direta, minha resposta precisava ser convincente.

Eu sabia disso, tinha total conhecimento do que estava abrindo mão por Bella, mas nada me impediria de ficar ligado a ela de alguma forma, isso seria a garantia de que o nosso amor não acabou.

- Bella sempre foi mais do que uma amiga, é difícil definir o que ela significa pq não encontro palavras que possam explicar corretamente tudo o que sinto, mas por ela faço o que for necessário. Eu sei como Sam se sente com o imprinting, - encarei o rosto do alfa por alguns segundos, eu não queria magoar Emily, por isso maneirei – mas nem de longe é o que sinto por Bella, sei que ele se sente ligado a sua parceira, é algo mágico que vai além dos sentimentos.

Mas meus sentimentos – enfatizei o máximo que pude essa palavra -  tem a mesma conecção, a mesma ligação, mesmo sem o imprinting ter acontecido, eu sei como ela se sente sem que ela precise falar, e ela sabe de mim...

- Isso é verdade. – ouvi a voz pensativa de Embry perto e tive de sorrir antes de continuar:

- Mas não é algo imposto pela minha natureza, é livre, é uma escolha feita pelo meu coração, não pela necessidade.

 Quando terminei de falar o velho Quill me olhou ainda mais sério, levantou e se aproximando me fez ficar em pé, nesse momento tive medo de ter falado demais, mas quando falou sua voz era tranqüila e serena como sempre, seu rosto tinha uma expressão leve, ele estava certo do que diria:

- Você tem o apoio de todo o bando, eles sabem muito mais de você e dela do que nós sabemos, e depois de ouvir todos os relatos e o que você falou, só posso concluir que há muitas coisas que ainda desconheço, que apesar de todas as minhas certezas a vida tem seus próprios rumos para cada um, e acho que você encontrou o seu antes que um  lhe fosse imposto.

Você tem o nosso apoio, poderá fazer com ela o ritual que fazemos com  nossas escolhidas, afinal ela é a sua escolhida, talvez a única realmente escolhida. – esta ultima parte ele quase cochichou e eu sorri, sim, Bella era minha escolha, escolha para toda a vida.

Aquela noite foi complicada, não consegui dormir, passei a noite me revirando na cama e caminhando  no pequeno espaço que havia dentro do meu quarto, levantei sei lá quantas vezes, até que Billy gritou comigo:

- Vá para a rua, e me deixe dormir.

Ele tinha razão, era o melhor a fazer, me olhei, estava apenas de cueca.

- Menos uma, azar!

Sai de casa e pouco depois corria entre as árvores, sentindo o aroma delas, o orvalho da noite fria, cada momento  me aproximando mais da casa de Bella, havia força em mim, força vinda do meu amor por ela e do apoio da minha família, vontade de estar mais perto, de poder vê-la, tocá-la, dizer a ela que seriamos um, que de uma forma Edward jamais conseguiria se colocar entre nós. De repente esbarrei, um pensamento me afligiu,  nem tudo poderia sair como eu esperava, e se ela recusasse? Se não quisesse?  E se o vampiro  não deixasse que ela fosse? Muitas coisas podiam acontecer e nosso encontro acabar não sendo possível, afastei essa idéia depois de ontem tudo é possível.

Foi  então que percebi, chegara ao meu local favorito, eu não seria pessimista, não agora em que tudo parecia cooperar, fiquei observando a casa, muitas coisas tinham acontecido desde que Bells viera morar com Charlie, minha vida virou de pernas para o ar, tudo estava diferente, e muitas outras  aconteceriam ainda, pensei  deitando de frente para a janela do quarto dela que estava com a luz desligada, com certeza ela dormia, desejei estar lá, ao lado dela, foi então que vi uma imagem na janela, era ele, ele sabia onde eu estava e vinha me informar que era ele e não eu quem estava junto de Bella.

Tentei me manter calmo, respirei fundo, aquela noite ele teria que aturar minha presença até amanhecer, eu não pretendia arredar pé dali,  não me afastaria um centímetro de onde estava.

Ouvi um rosnado irritado, Sunshine acordara, ri sozinho e vi o vampiro se afastar da janela,  logo a voz de Bells falando carinhosa com o cão que  silenciou. Isso deve deixa-lo maluco, pensei satisfeito, era agradável saber que algo o incomodava, que algo atrapalhava sua existência monótona.

Quando a claridade surgiu no horizonte anunciando a manhã fui para casa, contrariado por ser o primeiro a sair, mas ainda teria quase um dia inteiro para esperar, pretendia ir ao trabalho dela conversar sobre o encontro e desejava ardentemente que ela aceitasse minha sugestão, algo me dizia que ela não recusaria, mas sempre havia o vampiro, não posso me descuidar dele, essa era minha maior certeza, ele conseguia controlar a vida dela e eu precisava de jeito para fazer com que ela visse isso.

Procurei me ocupar na garagem, tinha algumas coisas para fazer, mas quem diz que consegui me concentrar no trabalho? Não foram poucas as vezes em que peguei uma ferramenta errada, ou peça errada, acabei por desistir, depois do almoço nem voltei para lá, tomei um banho longo e tentei assistir televisão, por algum tempo a coisa foi, mas depois não agüentei mais, peguei a chave da moto e o capacete e saí, fiquei um tempo rodando e acabei na frente da loja, Bells logo apareceu, sua expressão era surpresa e feliz em me ver, o que me tranqüilizou, talvez seja mais fácil do que eu pensei.

 Ela ainda demoraria um pouco a sair, explicou, fui o mais enfático possível ao dizer  que ficaria esperando e encabulada voltou ao trabalho depois de me jogar um beijo.

Me recostei na moto impacientemente, já não bastava o tempo que eu estivera esperando ainda teria que esperar mais um pouco, a impaciência me corroendo, não tirava os olhos daquela loja como se isso fizesse o relógio funcionar mais rápido, foi quando ouvi alguém falar comigo.

Era uma garota, ela sorria e eu sorri de volta, esperando que ela sumisse logo.

- Você pode me ajudar? – falou com sua voz irritante.

- O que você precisa? – perguntei direto, ouvi risinhos atrás dela e vi um grupo de garotas bobas me olhando.

- O pneu do meu carro furou, será que você pode trocar para mim? Nunca faço isso direito. – ela tinha um jeitinho bobinho e falava como se estivesse miando.

- Era só o que me faltava, aparecer essa boboca aqui para me atrapalhar. – pensei e dei uma olhada rápida para a loja que neste momento estava cheia, e se Edward aparecer enquanto eu não estiver aqui?

A voz da garota insistindo me irritou:

- Por favor!!!

- Está bem. – falei por fim  entre dentes e a segui com a cara amarrada, elas iam na minha frente rindo e conversando, algumas vezes olhavam para trás e cochichavam, isso estava me irritando mais, se fosse muito longe eu daria volta e ela que arrumasse outro idiota para fazer o serviço.

Então ela parou perto de um conversível, me mostrou o pneu furado, pedi a ela que abrisse o capo para eu pegar o pneu e as outras coisas, ela foi rápida, mas não sem antes soltar um de seus risinhos chatos, tentei ignora essa parte e assim que consegui pegar tudo, me acoquei no chão, fiz o serviço o mais rápido que pude, sabe-se lá o que está acontecendo naquela loja, meu medo era voltar e ver que Bells não estava mais, eu não havia dito que queria conversar, ela podia pensar que era apenas uma visita, se o vampiro aparecesse poderia levá-la embora e eu teria de adiar nossa conversa. – Não isso não iria acontecer. – disse a mim mesmo.

Terminei o serviço, a garota surgiu diante de mim com um lenço para que eu me limpasse, olhei minhas mãos e percebi que havia um pouco de pó, mas como estava acostumado a trabalhar com esse tipo de coisa, não me sujara, mas aceitei, não queria falar com Bells empoeirado depois do banho caprichado.

Então a garota me convidou para sair, eu a olhei surpreso, ela queria ir até a lanchonete. As outras continuavam cochichando e rindo, tive vontade de dizer a ela que a única pessoa com quem pretendia tomar um lanche ainda estava trabalhando e eu estava ali perdendo meu tempo com elas. Mas tentei ser gentil, agradeci pelo convite e saí, ela me chamou, disse que se chamava  Pamela e quis me dar o seu numero de telefone, falei que não tinha onde anotar, então rápida tirou o celular do bolso, se preparando para arquivar o meu, sorri e dei a ela o numero de Embry. Ela agradeceu pela ajuda e disse que logo me ligaria, garanti que esperaria a ligação, pensando na surpresa que ela teria.

Quando insisti que precisava ir ela se aproximou, queria um beijo. - Essas garotas perderam mesmo a noção? – pensei me afastando e de longe acenei fugindo daquelas doidas o mais rápido possivel. Elas ficaram lá, rindo, falando e tudo o que eu queria era voltar para perto de Bella.

Ao me recostar na moto novamente notei que ainda havia gente na loja, suspirei aliviado ao perceber que não era o sanguessuga, meus pensamentos voaram, foram para o encontro que eu estava planejando, o passeio precisava ser longo, era necessário que tudo estivesse perfeito, o lugar era lindo, pude ver nas lembranças de Sam, o dia apropriado seria o anterior a formatura, já que a festa era na casa deles, o anterior pertenceria totalmente a mim, e seria inesquecível. Sorri diante deste pensamento e quando levantei o rosto a vi, ela caminhou em minha direção, parecia nervosa, a abracei com força, mas senti seu corpo firme, alguma coisa a incomodava. Sem rodeios Bella quis saber quem era a garota com quem eu conversara, ih, já havia até esquecido desse incidente, mas percebi que ela estava com ciúmes, seu olhar, sua respiração, seu jeito empinado, o corpo todo mostrava como ela se sentia, não pude evitar a risada que me invadia, aquela constatação me fez muito feliz, e mais feliz fiquei quando ela admitiu, tive vontade de beija-la ali mesmo, no meio da rua, mas não fiz isso, apenas garanti que ela era a única, ela sabe que é.

 Bells se desculpou, o que para mim não era necessário, ela não tinha noção do quanto era bom saber que ela me amava a ponto de ter ciúmes de mim, de se sentir insegura, ela ainda não percebeu que não vejo, não ouço e não sinto mais ninguém.

Fui o mais gentil possível ao colocar o capacete nela, mantendo minhas mãos próximas, quando ela sentou e me abraçou meu coração disparou, fazia tantos dias desde aquele encontro rápido na praia, a saudade era imensa, cada minuto era uma tortura. Fizemos o trajeto até a casa dela mais rápido do que eu pretendia, entretanto a moto facilitava para estar assim bem pertinho sem culpas.

 Quando chegamos, ela me convidou para entrar, fiz uma brincadeira, mas acabei entrando, era exatamente o que pretendia desde incio. Logo que pus os pés dentro da casa ouvi um ruído leve, só poderia ter vindo do cão, Bells me disse que ele ficava na lavanderia, fui até lá e vi que o pequeno estava machucado, chorava baixinho, ela veio logo, parecia preocupada, mas não conseguia chegar perto para ajudar, insisti que precisava dela, eu não poderia fazer sozinho, finalmente veio, pude sentir seu temor, mas no fim a dor por ver seu cão naquela situação foi mais forte, e vencendo a si mesma fez o que deveria, aquele gesto significou muito, muito mais do que ela imagina, era um sinal de que minha Bells tinha muita força dentro de si, força principalmente para enfrentar nossos piores medos, só precisava de um empurrãozinho, e esse eu me encarregaria de dar.

Não perdi tempo e lhe falei o que pensava, ela recebeu bem meu comentário, estava receptiva e me olhou de maneira doce fazendo meu coração acelerar, já tinha me controlado o suficiente, puxei-a pela cintura e colei meu corpo no dela sentindo seus músculos se movimentarem ao meu contato.

 – Ela gosta. – pensei satisfeito e me aproximei lentamente, Bells estava totalmente entregue, seu corpo todo estava em alerta, desejando tanto quanto eu aquele proximidade, ela fechou os olhos convidativa com um leve sorriso passeando pelos lábios, ao abri-los novamente, ficamos muito próximos, a suavidade da pele dela contra minha mão, seu aroma suave, quanto tempo desde a última vez em que estivemos assim? Tempo demais, já estava na hora de por um fim em tanta espera. Me aproximei mais, não haveria resistência, antecipei o sabor doce daqueles lábios, esse era um momento há muito desejado, mas que infelizmente não se realizaria por culpa de Charlie, tive vontade de manda-lo sair, mas ele chegou todo feliz em me ver, me desarmando.

– Tudo bem, haverá o passeio, nesse dia você não me escapa. – pensei olhando-a diretamente nos olhos, Bells sorria, estava ofegante, tanto quanto eu ela desejara aquele beijo, depois fez uma careta e me fiz de coitadinho provocando risos, é tão bom e leve estar com ela, quase como éramos antes da volta daquele lá.

O lanche foi mais demorado pq Charlie esteve conosco, a conversa fluiu fácil, percebi que Bella gostava de me ver conversando com seu pai, isso a agradava. Quando terminamos Charlie se foi apressado e Bells tratou de me explicar que ele tinha arrumado uma amiga, aquele tipo de amiga, ela falou me fazendo gargalhar, jamais imaginei ver Charlie com alguém, o conhecia a tanto tempo, a vida toda para ser exato, e nunca vi isso, ao menos não lembrava.

Bella me contou tudo, rimos e debochamos dessa história, quando terminamos com a cozinha, avisei contrariado que precisava ir, mas antes tinha que fazer o convite, com o coração pulsando acelerado fiz a pergunta, ela ficou pensativa por alguns instantes me obrigando a segurar a respiração, mas logo um sim enfático saiu de seus lábios, era tudo o que eu queria ouvir, quase dei um berro de alegria, mas apenas me aproximei, beijei seu rosto com carinho e confessei mais uma vez meu amor, ela não me decepcionou, dizendo que me amava também.

Fiquei alguns instantes olhando-a sorrir, ela não percebe como sua expressão fica suave e meiga quando está assim, feliz, e o quanto amo vê-la assim, tive vontade de jogar tudo para o alto e ficar ali, mas não podia provocar uma nova crise com o bando, não depois do que eles fizeram por mim.

 Antes de sair pedi a Sunshine que cuidasse dela, sei que ele entende o que quero dizer, mas para Bella é apenas um gesto de carinho meu para com seu cão. Nos despedimos com um abraço apertado e me fui.

Os dias seguintes foram de preparação, muitas coisas para organizar, coisas que eu precisava acertar, nada poderia dar errado, liguei confirmando a data, ela estava ansiosa, acho que tão ansiosa quanto eu, mas nada me faria contar antes, seria uma surpresa, algumas vezes essa idéia me assustava, talvez não fosse bem recebida por ela, mas logo algo me dizia que tudo daria certo, que seria como eu planejara, que depois desse dia nossas vidas não seriam mais as mesmas, a certeza de que jamais nos separaríamos me invadia.

Na manha de quinta liguei marcando o horário para buscá-la ela quis novamente saber o que faríamos, mas não lhe falei, apenas fiz uma brincadeira, me despedi dizendo que a amava, isso nunca esqueceria de dizer.

O tempo até a hora que marquei pareceu se arrastar, arrumei tudo cedo, o cesto com lanche, Emily me ajudou com isso sob os olhares atentos de Sam, apesar de ter me apoiado eu via um certo medo em seus olhos, mas aquele não era um dia no qual eu quisesse me incomodar, passei por cima disso e fiz o que deveria.

Seth me emprestou seu rádio portátil, e alguns CDs, escolhi o mais romântico que encontrei e escondi tudo dentro da manta que era bem grande e coloquei no carro, tomei um banho frio, vesti minha calça jeans e uma camiseta, passei as mãos pelos cabelos me olhando no espelho eles estavam ficando longos, precisava de uma escova e saí a cata de uma, depois de escovado me achei melhor.

- Agora sim! – falei para minha imagem no espelho, esse cara que me olhava não parecia muito com o mesmo que eu via alguns dias atrás, havia um brilho nesses olhos que não havia no outro, esse brilho tinha nome, Bella, ela tem o poder de me fazer feliz ou infeliz, e não posso escapar disso.

 Saí de casa feliz e acenei para Billy que sorriu fazendo um gesto indicando sorte. O trajeto curto me pareceu maior do que normalmente era, estava difícil controlar a vontade de ve-la e de te-la ao meu lado.

Quando estacionei o carro diante da casa ouvi Bells gritar que não iria demorar e logo ela surgiu na porta, caminhava com cuidado, estranhei aquele comportamento, ela parecia tatear, mas quando se aproximou do carro seu sorriso me garantiu que estava tudo bem, ao entrar perguntei:

- Oi Bells...Tudo pronto?

Ela me olhou muito séria e me assustando falou:

- Não, ainda falta uma coisa.

- O que? O que está faltando? – perguntei ansioso, eu pensara em tudo, o que faltava?

- Isto. – falou se aproximando e se enroscando em mim, aquele gesto foi o primeiro daquele dia que seria perfeito, parecia um prenuncio de que nada daria errado.

Ela queria saber onde iríamos, mas não falei, Bella se recostou em mim fazendo meu corpo ficar relaxado com seu toque suave. Essa era uma sensação gostosa, tive vontade de cantar, uma música que ouvi enquanto escolhia os CDs surgiu na minha cabeça e cantarolei baixinho até chegarmos no local, ela não parecia preocupada em saber realmente onde eu a levaria, essa confiança me tranqüilizava também, estávamos em paz e felizes, pensei, enquanto descia do carro pedindo a ela que pegasse a manta, Bells é tão distraída que não percebeu o pequeno rádio no meio dela, fiquei calado, assim seria melhor.

Assim que entrei no terreno ocupado a tanto tempo por meus ancestrais com minha amada pela mão meu corpo se arrepiou, olhei em volta escolhendo a melhor posição e estendi a manta, Bella olhava em volta, estava curiosa, escondi o rádio no meio da grama alta e me aproximei dela contando o que aquele lugar e aquelas arvores significavam. Ela me olhou, sua expressão me deu a certeza de que ela entendera a profundidade e a importância do que eu falava, então continuei inseguro e ansioso pela resposta que receberia:

- Uma delas, será a nossa...- tentei sorrir e conclui : - Cabe a você escolher.

Bells me olhou assustada e perguntou:

- Eu? Não é melhor que seja você?

Tentei mostrar a ela que aquilo era muito sério:

- Não, deve ser você.

Ela continuava assustada, mas logo vi um brilho especial em seus olhos, num movimento lento admirou cada árvore, eu sabia que ela não iria me decepcionar, e então me fazendo ainda mais feliz escolheu a árvore que outras mulheres de minha família já haviam escolhido mostrando que nunca estive errado a nosso respeito, sorri transparecendo a ela minha aprovação e voltamos de mãos dadas até a manta, agora viria a principal pergunta, mas eu deveria prepará-la antes, ela não poderia aceitar sem antes saber exatamente o que aquilo significaria na vida dela e na minha.

Tive que informar que apenas casais imprintados faziam aquilo o que a deixou apreensiva e vi sua surpresa ao constatar que eu recebera autorização para fazer o ritual com ela. Bells então respondeu ao meu comentário com uma frase tão clara do que éramos que tive a certeza de tudo o que sempre pensei:

- Você é minha alma gêmea. – sua voz era firme, tão firme quanto jamais a ouvira falar, mas eu não podia negar que mesmo que fizéssemos isso não seria uma garantia de que ficaríamos juntos, havia ainda muitas coisas entre nós, coisas alheias a mim, a minha vontade, que escapavam de minhas mãos, mas esse não era o momento para pensar nisso e tomando ar continuei falando, a pergunta principal estava chegando e com ela meu nervosismo aumentava, percebi que Bells iria chorar e falei direto, sem rodeios:

- Você quer fazer isso? Você quer que sua alma fique ligada a minha? - nos olhávamos diretamente, totalmente ligados, segurei as mãos delas entre as minhas com mais força, esse era o momento que eu esperara tanto tempo, mal conseguia conter minha ansiedade quando ela falou:

- Sim.


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Notas finais do capítulo

É isso meus queridos amigos, uma parte do nosso lobo!!!
Espero q vcs gostem, espero continuem acompanhando!!!
Um agradecimento muito especial a minha querida amiga Aloeene, fiquei imensamente feliz em ler sua recomendação, obrigada pelas palavras e pelo seu carinho de sempre, em todas as vezes que lê este texto!!!
bjs em todos q estão lendo, mas especialmente aqueles que estão lendo e ainda tem a paciência de deixar um comentário dando sua opinião!!!
OBRIGADAAAAA