The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 5
capítulo quatro




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— Angelina White —

Eu olhei para o lado, surpresa e, ao mesmo tempo, temerosa. O que ela estava fazendo aqui? Controlei a vontade de respondê-la, pois Lily e Rosa poderiam me achar uma louca que falava sozinha.

— E, então, Angelina — começou Rosa —, você não está muito velha para ser escolhida junto com os mais novos?

— Er... na verdade, eu não sei bem o que vão fazer comigo quando chegar lá — respondi tímida. Nunca me senti muito a vontade em ficar perto de pessoas. Eu sempre ouvia o que eles estavam pensando e, muitas vezes, magoava. Nunca eram verdadeiros.

Mas, por incrível que pareça, elas tinham pensamentos bons em relação a mim. Lily tinha pensamentos — embora um pouco irônicos — divertidos e amigos. Já Rosa, tinha os pensamentos organizados e curiosos. Ambas queriam ser minhas amigas. Só que eu fiquei em dúvida; da última vez que alguém quisera ser meu amigo, não acabaram muito bem. Morreram pelos Caçadores.

Olhei para as duas, que agora discutiam como seria a escolha de minha Casa. Imaginavam cada coisa.

— Ei, Angel — chamou-me Lily. Eu a olhei. — É melhor colocarmos nossas vestes. Estamos quase chegando.

Assenti e procurei minhas vestes negras.

— Estão debaixo desse monte de livros — apontou Danica. Pensei que ela havia ido fazer... seja lá o que os fantasmas fazem. Assenti, para não dizer "Obrigada". Lily poderia pensar que era com ela.

Peguei minhas vestes e comecei a me despir. Lily trocava de roupa sem se envergonhar por eu estar ali; já eu, me trocava num cano longe enquanto eu a escutava cantar um música em pensamento.

Lily olhou para mim e sorriu.

— É bem mais fácil fazer isso com uma menina por perto — comentou ela. — Não sabe o quão constrangedor é trocar de roupa com seus irmãos e primos homens a olhando. Quero dizer, Alvo e Tiago sempre faziam uma "cabaninha" para ninguém me ver, mas mesmo assim era vergonhoso.

— Já é constrangedor assim — sussurrou Danica. Eu nada falei, apenas concordei com a cabeça: uma resposta para as duas.

Uma vez vestidas, sentamos uma ao lado da outra. Rosa havia ido para a cabine dos monitores para ajudar os outros alunos. Ficamos conversando sobre várias coisas. Lily havia adorado Black Eyes e eu fiquei feliz por isso.

Já era tarde e eu estava morrendo de fome. Fechei os olhos, imaginando uma mulher gorducha, trazendo vários doces bizarros r outras guloseimas. Abri os olhos e, para minha surpresa, vi a mesma mulher da minha imaginação ali, falando:

— Carrinho de doces. — Sorriu. — O que vão querer, crianças?

Lílian levantou-se nem salto, animada, e começou a escolher várias coisas. Eu, por outro lado, fiquei sentada. Vi Lily entregar moedas de ouro à mulher enquanto eu pensava nas mesmas moedas que Maria me dera. Eu sabia que era dinheiro bruxo, mas não sabia contá-lo.

A mulher gorducha e simpática virou-se para mim, sorrindo:

— Não vai querer nada? — Eu ia responder, porém Lily respondeu por mim.

— Comprei para nós duas. Obrigada.

Selly (era o nome da mulher do carrinho) sorriu, sem nenhum pensamento irritado e saiu. Me virei para Lily, que me jogou um sapo de chocolate.

— Eu tenho dinheiro. Não precisava ter comprado para mim — falei.

Lily engoliu um pedaço do seu pastelão de carne e sorriu.

— Primeiro: você está tão perdia, que não saberia contar o dinheiro. Segundo: Come aí, vai. Senão vai me deixar mal. Não tenho problema em dividir ou comprar mais.

— Deixa de ser mala sem alça, Angelina — disse-me Danica e depois suspirou. — Eu daria tudo para comer alguns dos feijõezinhos de todos os sabores agora.

Suspirei também e abri meu sapo de chocolate. Comi um pedaço e olhei para o cartão com o nome, alguns feitos e a foto de um bruxo chamado Alvo Dumbledore. Lily espichou a cabeça para ver a carta.

— Meu pai ainda não acredita que fazem o cartão dele. — Disse, voltando a se recostar na banco. — Sabia que o primeiro nome do meu irmão do meio é em homenagem a ele? — apontou para o cartão. — Alvo — ela revirou os olhos. — Ele até que é legal. Já Tiago... garoto insuportável e implicante. — Eu sabia que ela estava falando isso por falar. Eles se amavam, na verdade. Só não admitiam. — Meu pai e meus tios também aparecem nesses cartões.

A viagem foi calma e divertida. Tivemos mais uma visita de Rosa; comemos mais um pouco, até que o trem foi desacelerando, desacelerando... e, enfim, parou. Um apito soou do lado de fora, na estação. Lily sorriu para mim com os olhos brilhando.

— Hagrid! — exclamou e saiu correndo.

Saí com a minha bagagem e com Black Eyes. Havia várias pessoas do lado de fora e no lado de dentro do trem; minha cabeça começou a latejar, por conta de vários pensamentos juntos.

Assim que eu pisei na estação apinhada de estudantes, logo vi um homem, praticamente, do tamanho de um armário grande, com cabelos e barba castanhos, olhos miúdos que combinavam com seus cabelos desgrenhados. Segurava um lampião na mão gigante e guiava os alunos do primeiro ano, enquanto conversava com uma menina de cabelos flamejantes. Fui até eles, talvez ele poderia me dar uma informação.

Vi que Lily conversava animadamente com o homem e eu esperava não atrapalhar os dois, quando eu cheguei. O grandão, Hagrid, me olhou e sorriu.

— Olá, Angelina — disse. — É o seu nome, certo? Angelina White?

— Sim, senhor — respondi.

Hagrid riu.

— Não me chame de senhor — falou Hagrid. — Bem, eu estava mesmo esperando por você. Hã, você irá junto com os mais velhos e, no Saguão de Entrada, a professora McGonagall estará lhe esperando. — Ele fez uma pausa para ajudar os pequenos e depois nos olhou. — Agora, vão. Senão, vão perder as carruagens. Vejo vocês depois.

— Até mais, Hagrid — despediu-se Lily feliz. Eu acenei para ele, que retribuiu com entusiasmo, e depois segui Lily até onde ficava as carruagens.

Quando chegamos as mesmas, vi vários adolescentes subindo nelas. E, se eu não me enganava — o que nunca acontecia —, estas eram puxadas por cavalos alados. Porém, não cavalos alados bonitos e sim cavalos esqueléticos, com olhos vermelhos e seu nariz parecia sair fumaça. Sinceramente, eles eram... medonhos. Nunca tinha visto algo assim antes.

Rosa nos alcançou e apontou para uma carruagem vazia. A seguimos até a mesma, eu, sem tirar os olhos dos cavalos estranhos. Será que eles podiam fazer alguma coisa? Ao mesmo tempo que eu estava com medo, eu estava admirada. As outras carruagens seguiram por um caminho iluminado pela lua, com a floresta nos lados e, lá no final, havia uma figura — pequena, pela distância — imponente de um castelo totalmente iluminado.

Lliy e eu subimos logo depois de Rosa. Imediatamente, os cavalos alados puderam-se a puxar a carruagem. Eu fiquei os observando puxar, um pouco receosa.

— O que são essas coisas? — perguntei ainda olhando os cavalos. Lílian e Rosa acompanharam o meu olhar, confusas.

— Que coisas? — Lily inclinou a cabeça. Eu apontei para a frente da carruagem.

— Essas, que estão puxando a carruagem — respondi.

— Ah — disseram em uníssono, finalmente compreendendo o que eu quis dizer. — Aquilo — falou Rosa —, são os Testrálios. Não não o vimos porque...

— Quem você viu morrer? — interrompeu Lily curiosa.

— ... não vimos a Morte — completou Rosa, balançando a cabeça na direção da prima.

— Hein, quem você viu morrer? — tronou Lílian.

— Eu... eu não sei — respondi.

Nós três ficamos em silêncio. Rosa pensava que era estranho, eu não saber quem eu vira morrer e Lily... bem, Lílian contava uma música em sua cabeça, já tendo esquecido e nem se importado com o fato de eu não saber quem morrera. Sinceramente, essa era uma das melhores qualidades de Lily: se alguém não sabia ou não queria responder, ela não pressionava.

O caminho para Hogwarts estava acabado e já dava para ver o castelo. E, se eu o achava deslumbrante apenas em vê-lo à distância, agora era totalmente impressionante! Era imenso e várias luzes amarelas estavam acesas, sua estrutura de pedras no alto de uma encosta marítima e ele fora construído com torres em forma medieval, tornando-o misterioso e tudo nele me atraía. Como seu já houvesse visto um — embora eu nunca tenha visto um em toda a minha vida; apenas os becos das ruas de Londres.

Lily e Rosa acompanharam o meu olhar e sorriram. A primeira vez, nunca se esquece, pensou Rosa. Sorri, permanecendo em meu estado de admiração.

— Sabe — disse Lílian —, se você está impressionada vendo-o por terra, imagina lá do lago, onde os primeiranistas vão. É mais incrível ainda.

— É mesmo — sussurrei para mim mesma, vendo a imagem em sua mente. Era mesmo impressionante ver o castelo do lago, onde a imagem de Hogwarts, com todas as luzinhas e torres, se refletindo na água, fazendo uma réplica perfeita sob as ondulações da mesma. Era uma memória fascinante.

Os Testrálios fizeram a trilha e, juntos, desaceleraram ao aproximar-se dos portões do castelo, que se abriram, convidando-os a entrar.

Assim que os cavalos esqueléticos pararam, tivemos que descer e seguir a pé até a entrada de Hogwarts. Dali, dava para ver os outros alunos subindo as estrada de barro. Um garoto correu à nossa frente, empurrando Lily para o lado.

— Anda logo, irmãzinha! — exclamou Tiago, rindo e olhando somente para a irmã. Lily começou a levantar o dedo médio na direção dele, mas a mão de Rosa a impediu de concluir o gesto.

— Argh, Rosa. — Disse Lílian e se virou para o irmão. — Vai... Cala a boca, seu panaca! — Mas não era essa palavra que ela estava pensando. O irmão mais velho riu e se juntou aos seus amigos. — Ele é tão... estúpido!

Rosa virou-se para me ver, achando que deveria ficar mal por eu ter presenciado aquela briga diária de família. Só que eu sorria, percebendo que eu gostaria de ter uma família, um irmão para brigar. E vendo que nem isso eu tinha.

Olhei para o castelo; eu me perguntava se estaria segura ali. Se algum dos Caçadores poderiam entrar ali. Suspirei. Eu não tinha vida, fugia deles desde que eles invadiram o orfanato onde eu cresci. Os vi caçar meu amigos, os vi caçarem pessoas iguais a mim e elas eram tão poucas. Porém, comigo, eles queriam algo diferente, pareciam que eles queriam algo de mim... Ou me manter viva.

Balancei a cabeça. Não tinha percebido que estávamos à poucos metros dos portões imensos de madeira, que dava para o Saguão de Entrada. Lily e Rosa ofegavam ao meu lado, mas pareciam estar excitadas por estarem de volta a sua segunda casa.

Quando chegamos aos grandes portões de madeira, uma mulher alta estava chamando o meu nome. Provavelmente, era a professora McGonagall que de todos falavam. A diretora de Hogwarts. Me despedi das garotas e fui até ela. Quando cheguei, ela me fitou por um momento e disse:

— Você é a senhorita White? — perguntou e eu confirmei com a cabeça. Ela assentiu. — Venha comigo, não posso me demorar.

— Sim, senhora.

Caminhamos em silêncio, passando por mais alunos. Tive de controlar a vontade de tampar os ouvidos, ao ouvir os barulhos de seus pensamentos.

Eu sabia aonde ela estava me levando, porém, não era motivo para eu me gabar. Pois era difícil me concentrar com quadros que se mexiam e falavam. Era muita coisa para ver, muita coisa para admirar. Então chegamos a uma sala. Ela abriu a porta e fez sinal para eu entrar e logo depois entrou.

A professora McGonagall fechou a porta atrás de si e me olhou. Acendeu a luz e indicou um banquinho para eu me sentar. Sentei-me no mesmo e ela tirou, não se de onde, algo parecido com um chapéu velho. Bem velho. Eu ia colocá-lo na cabeça.

Ela ficou em pé, me olhando.

— Bem — começou —, como era para a senhorita estar aqui desde os onze naos de idade e está começando somente agora, resolvi fazer sua seleção à parte. Longe dos curiosos. Colocarei o Chapéu Seletor em sua cabeça e depois que for selecionada, irá sentar-se com seus colegas de sua Casa — havia irritação em sua voz quando disse isso. — Está entendendo?

— Sim, senhora — respondi, nervosa.

— Ok. — Ela fez uma pausa. — São quatro Casas: Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. Você será escolhida para uma delas e lá será sua moradia. Você será leal à sua Casa.

Assenti e ela colocou o Chapéu Seletor sob meus cabelos. Este caiu sobre meus olhos, impedindo-me de ver qualquer coisa.

— Hum — disse uma voz em minha cabeça: era o chapéu. Ele estava falando! — Mas é claro que eu falo, senhorita White. — Ele fez uma pausa. —Você é interessante... Pode ouvir o que ninguém mais ouve, tem coragem... valente.... Nunca parou em um lugar só, sempre fugindo. Você é diferente, senhorita White. De todas daqui.

— Eu não sou mais importante do que as outras garotas daqui — respondi. — Sou igual à todas. — O chapéu riu.

— Não é disso que eu estou falando, minha cara. Mais tarde você saberá o que significa — disse o Chapéu Seletor. Uma pausa demorada e depois gritou: Grifinória!

 


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Notas finais do capítulo

Ah, gente, garanto que a história neem é tão ruim assim ://
Comentem e faça uma autora feliz :D



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