The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 34
Capítulo trinta e três


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Eu sei, sei, eu demorei... mas, como está quase acabando, preciso de inspiração. Afinal, escrever cenas de batalhas não são fáceis, não (e eu até acho que não estou escrevendo direito).



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— Narrador —

Os Caçadores deram comandos para chamar os reforços, quando viram mais de uma centena de Caçadores tombarem com flechas no peito. Mas várias tropas vinham naquela direção e eles não estavam com sua Majestade por perto.

Dentro do castelo, Jeremy percebeu a mudança. Gritos eram ouvidos do lado de fora e os ataques contra castelo cessaram e o capitão soube que suas preces foram atendidas.

E, então, Jeremy ordenou que abrissem os portões. Rapidamente, os soldados que estavam ali foram abrir os imensos portões e o que viram era realmente um milagre: soldados de diferentes reinos lutavam bravamente contra os Caçadores, que agora estavam em menor número. Impelido por aquele momento de êxtase, Jeremy ergueu sua espada e gritou. Excitados por ver seu capitão estar novamente com aquele brilho no olhar, seus soldados bradaram ao mesmo tempo e voltaram para o campo de batalha.

•••

— Queria saber quanto tempo falta — resmungou Alvo, se arrastando. — Nós não podemos aparatar? Seria muito mais fácil.

— Mas como reclama. Você é homem ou uma florzinha? — perguntou Escórpio, irritado. Alvo ficou ereto, olhando bem para o amigo louro e alto.

— Sou muito homem, valeu? — Ele parou e ergueu uma das sobrancelhas. — Você está com fome, não está?

— Sim, como sabe?

— Você fica de TPM quando está com fome — observou Alvo e Escórpio o fuzilou com o olhar, mas não disse nada.

— Ai, como eu posso namorar com uma coisa dessas? — Rachel olhou para o céu, como se pudesse obter a resposta daquela maneira.

— Eu me faço essa mesma pergunta — disse Rosa.

Eles caminhavam pela floresta não mais morta. A magia que emanava de Tiago e Branca de Neve era mais poderosa quando ambos estavam juntos. Eles não precisavam tocar para que tudo voltasse como era; a natureza sentia que eles estavam ali, a natureza agradecia por eles estarem ali. E Harry Potter ficava fascinado como aquilo poderia acontecer. Gina teria orgulho do filho, ao ver que este estava destinado à coisas incríveis.

Levaria mais algum tempo para chegar ao local exato de batalha. Sem cavalos e sem nenhum meio de transporte, eles só chegariam em Arcadia quando todos fossem dizimados. E Branca de Neve temia isso. Mas todos estavam com fome e cansados; sol parecia ter mudado de lugar e queimava as nucas do grupo. Branca podia escutar os sussurros entre o pai de Tiago e o pai de Rosa... e eles tinham razão.

Ela esperava um milagre.

Foi quando ela ouviu aquela voz.

— Ei, Branca, você acham mesmo que eu perderia isso? — Danica flutuava bem ao lado de Branca de Neve. Sua voz era brincalhona e irônica, mas a expressão era séria.

Branca a olhou e a fantasma garota sorriu, piscando um olho.

— Danica. Boas notícias?

— Mais ou menos — Danica pendeu a cabeça de um lado e depois para o outro. Branca de Neve a olhou, esperando. — Ok... A boa notícia é que os exército já chegaram e Blancus. A má é que Marisa não está lá.

— E você não sabe aonde ela está?

— Se eu soubesse, você seria a primeira a saber. Maas, como não sei e não sou adivinha... — Danica deu de ombros e Branca revirou os olhos.

— Não custava tentar.

— Olha... eu tenho uma ideia — disse Danica, mas foi interrompida ao ouvir sons de cavalos trotando a todo vapor e se aproximando cada vez mais do grupo de bruxos, anões e um outro personagem de contos de fadas.

Eles pararam ao ouvir aquilo e se entreolharam, temerosos. Harry e Rony foram para frente do grupo, seguidos pelos anões, Tiago, Alvo, Marcus e Escórpio. Eles empurraram as garotas para trás, esperando protegê-las do que quer que estivesse vindo da direção deles. Rosa revirou os olhos foi para o lado de Escórpio; este a olhou com uma expressão reprovadora, mas não disse nada. Sabia que ela não arredaria o pé.

O barulho do trote dos cavalos aumentou e todos prepararam as varinhas. No fim — ou no início, não importa —, centenas de cavalos vinham com soldados montados e uma bandeira com uma rosa entrelaçados por muitos espinhos era carregada por uma carruagem de guerra.

— Não creio... — sussurrou Rony e olhou para o anão Zangado, que devolveu o olhar sem muita surpresa, mas assentindo para o auror.

O pequeno exército parou em frente ao pequeno grupo surpreso. A porta da carruagem — que por sinal era grande — foi aberta e o Rei Eric colocou o corpo para fora. Ele estava vestido com uma armadura brilhante, com o brasão de La Rosa, e com insígnias de condecoração. Branca ficou curiosa para saber como Aurora se apaixonara por ele, se amava o melhor amigo dela.

— Olá — Eric sorriu e abriu ainda mais a porta da carruagem. — Acho que vocês vão precisar de ajuda e... carona. Subam.

Eles se entreolharam mais uma vez, mas resolveram aceitar e subiram na imensa carruagem. Branca notou que Aurora não se encontrava ali.

— Onde está Aurora? — perguntou Clara.

•••

Jason estava ficando sem planos. Ele fora designado para comandar os Caçadores pela própria Marisa Dare. Mas, agora, eles não o estavam ouvindo e muito menos seguindo suas ordens. Era como se soubessem ou sentissem que Jason nunca fora um deles de verdade.

Agora, tudo pirou com a chegada dos outros reinos. Se Clara não conhecesse alguns dos Reis e Rainhas, talvez Jason estivesse morto naquele momento.

O sol ainda brilhava enquanto Caçadores enfrentavam soldados e arqueiros de outros reinos. E ele ainda não havia visto nenhum sinal de Branca de Neve. Aquilo estava ficando difícil; Jason queria logo se juntar ao reino pelo qual ele realmente pertencia.

Ele viu a capitã do Reino Crystal, cujo o apelido ela detestava, a Gata Borralheira (ou Cinderela) bradar com espadas em mãos e enfiar a lâmina afiada no peito de um Caçador. E se seguiu assim, até que, no meio do caos, ela viu Jason. E ele viu que ela estava cega pela batalha. E ele viu o que ela estava prestes a fazer.

Jason estava cansado de lutar contra aqueles que eram seus aliados. Cinderela veio com força total e já estava praticamente em cima de Jason Montez, quando o Caçador exclamou:

— Sou eu, Mellody! Sou eu, Jason! — Ele tirou o capuz.

E a lâmina que lhe perfuraria o coração parou no meio do caminho.

•••

— Alguém tinha de ficar no castelo — dizia Eric, sua expressão se fechando. — Ela queria vir no meu lugar, mas eu recusei. Ela não pode morrer.

— Mas... com todo respeito, não quero que isso aconteça... mas e se você morrer? — questionou Tiago. — Será que a sua vida não é importante para ela também?

Todos observaram a reação de Eric diante da pergunta inteligente de Tiago. Eric, por sua vez, olhou atentamente para Tiago, que sustentou o olhar sem vacilar. O Rei de La Rosa ficou curioso com aquele jovem rapaz que em breve também seria Rei de Arcadia.

— Sabemos o que está em jogo, Tiago Potter — respondeu Eric. — E um de nós teria de vir... você deixaria Branca de Neve lutar sozinha?

Tiago ponderou por alguns segundos.

— Não — respondeu o jovem bruxo. E, olhando para Branca, acrescentou: — Mas eu sei que ela daria um jeito de burlar o que eu lhe dissesse e iria lutar comigo... como eu estou fazendo por ela agora.

— Isso é interessante e corajoso... — refletiu Eric. — Contudo, senhor Potter, há algo que você esqueceu. — Tiago inclinou a cabeça, indicando que o estava ouvindo. — Quando você governa um reino, seja Rei e Rainha, um é obrigado a ficar para trás para proteger seu castelo. Um sempre terá de ficar.

— Podemos mudar isso — disse Tiago.

— Como? — Rei Eric de La Oren ergueu uma das sobrancelhas.

— Não sei — respondeu o garoto e acrescentou: — Mas daremos um jeito. Essa guerra, será a última.

— Como pode ter tanta certeza?

Tiago deu um sorriso malicioso — um sorriso que fazia meses que ele não dava. Como se estivesse feito a maior marotice de sua vida.

— Se vencermos essa guerra (e vamos vencer), treinaremos homens — Tiago olhou para o pai e o tio. — E eles serão os Caçadores de Bruxas.

— Isso é meio controverso — observou Eric. — Você também não é bruxo? — E olhou para todos os que ele não conhecia. — Vocês todos não o são?

— Rei Eric — Tiago ainda era todo sorriso —, todos aqui já queimaram uma bruxa, estou certo? — Eric assentiu, ainda tentando enxergar que tipo de príncipe Tiago era. — Quantas delas seu exército já assassinaram sem provas de que eram bruxas das trevas? — Eric não respondeu. — Pois eu sei a diferença, Rei. Todos aqui sabemos distinguir bruxas más e bruxas boas. Meu pai e meu tio são especialistas em caçar bruxos e bruxas do mal, e nunca falharam. Esse sempre foi o meu sonho e agora que não vou poder exercê-lo de forma direta, treinarei aqueles que poderão fazer sem hesitar. E mostrar que nem tudo na vida significa matar aqueles que não se sabe de nada.

Rei Eric fitou Tiago com uma certa admiração. Já Harry, o olhava para o filho mais velho com extremo orgulho; Alvo, que sempre se espelhara no irmão, sentiu que podia fazer aquela diferença que Tiago falara. Era isso o que ele queria fazer. Escórpio sorria diante da expressão de Eric e Marcus e Teddy viram que Branca tinha razão: qualquer um seguiria as ordens de Tiago Sirius Potter.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo. Branca sentia tanta admiração para com Tiago... ele seria, realmente, um grande Rei.

— Rei Eric... — Branca de Neve quebrou o silêncio.

— Pode me chamar apenas de Eric, Branca.

— Eric... posso lhe fazer uma pergunta? Isso me corrói desde que eu conversei com Aurora — ela estava sem graça.

— Fique à vontade — Eric fez um uma reverência.

— Bem... Aurora deixou claro que... bem, que amava o melhor amigo — disse Branca e os olhos de Eric endureceram. — Mas... onde você se encaixa?

Eric a olhou profundamente, mas suspirou. Clara estava muito mais interessada do que antes na conversa; Tiago observava a reação do Rei.

— Eu sou filho de um importante barão — explicou Eric lentamente. — E sempre brinquei com Aurora e Paul, que era filho de um dos empregados. Mas eu quase não ficava no castelo de La Rosa, entende? Então, apesar de nutrir sentimentos por Aurora desde aquela época, ela passava muito mais tempo com Paul. Quando... quando Marisa adquiriu o poder, Paul, Aurora e eu, já tínhamos quatorze anos e Paul conseguiu entrar para a Guarda Real. Ele foi atrás de Marisa para impedir que ela viesse até o nosso reino e... bem... ela matou todos que foram até ela. Aurora ficou dias sem falar com ninguém, apenas comigo. Apesar de eu amá-la, eu gostava do Paul. Ele era meu melhor amigo, não me entendam mal. Então começamos a passar um bom tempo juntos... até que soubemos que a Maldição de Marisa alcançaria o Reino de La Rosa, o pai de Aurora teve a ideia de pedir ajuda à Fada Azul. Todos do reino dormiram por cem anos... menos eu.

— Como ainda está jovem? — perguntou Harry Potter.

— Porque eu... eu era destinado a acordá-la. Se eu ficasse lá, eu dormiria também e ninguém jamais a acordaria e o Reino de La Rosa estaria dormindo até os dias de hoje — respondeu o Rei. — Portanto, eu fui levado ao Reino Crystal, onde a Maldição já havia se alastrado. Eu tinha quase 20 anos. E, como o Reino de La Rosa já estava sob a Maldição do sono, a Maldição de Marisa não conseguiu surtir efeito. O nosso Reino é o único que envelhece. Quando eu voltei e vi Aurora deitada naquela cama... meu coração se quebrou... Ela ainda tinha aparência de 16. Eu chorei naquele dia. E minhas lágrimas caíram no canto de um dos olhos de Aurora... E ela acordou.

— Espera — disse Harry, agindo como uma criança que ouvia a história pela primeira vez. Rei Eric o olhou. — Você não a beijou?

— Não... eu a amava, sem sombra de dúvidas. Mas as minhas lágrimas foram mais verdadeiras do que o beijo, pois continha as minhas lembranças, meus desejos e meu amor por ela — respondeu Eric com paciência. — Eu não sei bem o porquê, mas soube que, em minhas lágrimas, continha o sopro da vida. Não que o meu beijo não o tivesse. Acho que, quando você é destinado a uma pessoa, tudo em você despertará aquela pessoa amaldiçoada, porque as suas emoções e seus sentimentos são verdadeiros. Poderia ter sido um beijo, lágrimas, um abraço ou palavras... se você é o destino daquela pessoa, tudo o que fizer irá salvá-la.

— E a Aurora? — perguntou Rosa, curiosa e emocionada. — O que ela sentiu?

— Quando ela acordou e me viu chorar, ela me abraçou. Eu senti que tudo tinha sentido na vida... ela viu minhas lembranças, ela viu através de minhas memórias meus sentimentos para com ela desde criança.

— E ela te ama?

Eric sorriu.

— Com todo o coração.

De repente, a carruagem parou. Todos trocaram olhares preocupados e ouviram estrondes sacudir o chão em que estavam. Eric abriu a porta e o que viu não foi nada agradável. O capitão da Guarda Real correu até o seu Rei.

— Majestade... chegamos — anunciou o capitão. Todos gelaram.

•••

Jeremy e Jason olharam para a carruagem Real de La Rosa e viram que tudo estava tendo vida outra vez.

Rei Eric saiu com sua armadura brilhante e, logo em seguida, Tiago Potter, Branca de Neve, os anões, Clara e os novos amigos acompanharam o Rei, olhando para o caos como se estivessem vendo algo surreal. Jeremy e Jason nunca estiveram tão felizes em vê-los ali.

Ambos, Caçador e Capitão, correram em meio ao embate mortal entre os outros Reinos e os seguidores de Marisa Dare, correram até onde os guardas reais de La Rosa montavam um acampamento. Jason viu a Capitã do Reino Crystal, Mellody Wood, olhá-los e, sem hesitar, segui-los até onde estavam Rei Eric e Branca de Neve. Outros comandantes também foram ao encontro deles.

Quando Jeremy e Jason chegaram, Rei Eric e dois homens com um sobretudo cinza, com um "M" do lado esquerdo do peito em bordado de ouro, um de cabelos pretos arrepiados e outro ruivo alto, estavam contando algo. Jason os reconheceu e disse que, o moreno, era o pai de Tiago; e o ruivo era o melhor amigo deste.

— Quantos Reinos estão presentes aqui? — perguntava Rei Eric, com um tom de voz diferente. Uma voz potente e de comando.

— Somos seis Reinos, contando com o de La Rosa, Vossa Majestade — respondeu a Capitã de Crystal, surpreendendo a todos.

Rei Eric a olhou.

— E tu és...?

— Meu nome é Melldy Wood, Majestade. Capitã da Guarda Real do Reino de Crystal — disse a loura, agora, com o elmo nas mãos. Alguns do grupo a olhavam com admiração... Inclusive um certo garoto de dezesseis anos e de olhos verdes.

— Você não é muito jovem para ser Capitã? — perguntou Alvo, sem se frear. Mellody o olhou como se o avaliasse.

— Mereci estar onde eu estou — respondeu ela e Alvo fez sinal de rendição com as mãos.

— Eu não disse que não.

— Alvo, temos mais com o que nos preocupar — disse Tiago e o Rei de La Rosa assentiu, virando-se para Harry, ainda sério.

— Quantos bruxos temos aqui? — Rei Eric tomou novamente a palavra, fazendo com que Mellody Wood se surpreendesse. Já era de se esperar, visto que o povo do Mundo Encantado sempre tiveram bruxos e bruxas como coisas ruins.

Em alguns casos, como o de Marisa, o era.

— Somos doze — respondeu Rony depois de contar rapidamente. Eric assentiu e virou-se para eles.

— Dividiremos. Tu — ele apontou para Alvo, que pulou no mesmo lugar —, e tu — apontou para Rosa — irão com a Capitã Wood e ajudará o Reino de Crystal.

Alvo olhou para o pai, depois para Tiago e, por último, para Rachel. Ela respirou fundo e passou as mãos no rosto do namorado. Escórpio quase teve um ataque, mas Rosa o acalmou, dizendo que não o deixaria tão facilmente. Ele não se sentiu confortado, mas a deixou partir junto com Alvo e Mellody. Angelina apenas observava tudo, com medo de perder os amigos.

Então a voz de Rei Eric preencheu mente dela mais uma vez.

— Você e você — ele apontou para Rachel e Marcus —, irão auxiliar o Reino de Bestial. — Ambos assentiram e correram de mãos dadas até onde uma bandeira com uma besta mostrava os dentes, que Rei Eric havia apontado. — Harry e Rony, gostaria que os senhores protegessem o lado do Reino Nahiel, pois eles não são muito bons em guerra.

Eles assentiram e foram para onde o Rei apontara. Eric virou-se para Lily e Ted e os mandou ajudar o Reino Leriel; depois, ordenou Roxanne e Escórpio para que fosse ajudar o soldado Frederic Goteu no combate no meio dos Reinos Kiern e Columbus. E, por último, ordenou que Tiago e Branca ficassem ali, para proteger o castelo e ficar na vista do Rei Eric e do Capitão Jeremy, pois ambos eram a esperança daquele reino.

Rei Eric olhou para os anões e depois para Clara e Jason.

— Clara e Jason... não tenho como pedir que se separem. Portanto, certifiquem-se que todos os inocentes no castelo fiquem lá. — Os dois assentiram e sumiram em meio ao caos. Eric voltou a olhar para os sete anões e deu um sorriso esquisito. — E, anões, façam a festa. — Os sete também sorriram e se afastaram para guerrear.

A batalha que se seguiu naquele local foi lastimável; Harry e Rony pareciam feitos para combater juntos: enquanto um bloqueava o outro azarava, ou (dependendo da situação de risco) lançavam a Maldição da Morte. Os que morriam, nem sabiam o que os havia atingido. Ted e Lily pareciam se divertir no campo de batalha, apesar de Ted estar sempre em todos os lugares para que Lily não tivesse que lutar muito (o que gerou uma pequena discussão enquanto desviavam ataques).

Escórpio e Roxanne também faziam um ótimo trabalho. Eles haviam se posicionado um de costas para o outro e giravam quando precisavam girar. Escórpio (apesar de estar com a metade dos pensamentos na batalha) tentava proteger a morena de qualquer jeito; mas esta não queria. Ela queria lutar e vingar a morte de Jared. Frederic Gotteau adorou ver aquele brilho furioso no olhar da garota.

Um dos Caçadores aproveitou a distração do rapaz e o atacou. Porém, antes que este alcançasse o alvo, o feitiço estuporante de Roxanne fez o Caçador voar para trás e bater com a cabeça na pedra. Ninguém ouviu o pescoço do homem estalar.

Frederic sentiu o coração bater mais forte e mais vivo. Ele virou a cabeça na direção de Roxanne, que arfava, e correu até ela. Roxanne estava tão concentrada no momento que quase não sentiu o corpo do soldado se chocar contra o dela....

… e chapar-lhe um beijo na boca.

Escórpio quase perdeu o foco da batalha ao ver que um estranho beijava Roxanne no meio de uma guerra. Estuporou outro Caçador por reflexo e irritou-se pelos dois que trocavam línguas um com o outro, correndo o risco de morrerem!

— Vocês aí, eu não sou dois! — Escórpio gritou e ambos pareceram perceber que aquele momento não era apropriado para aquilo.

Roxanne o olhou para o soldado, agora, indignada. Mas Frederic sorria, manejando a espada com destreza.

— Eu lhe devo a minha vida — gritou ele e ela apenas o olhou, atingindo um Caçador na testa com uma azaração ferreteante. — E, se a gente sobreviver a isso, eu lhe seguirei a qualquer lugar, garota. E farei de você minha.

Roxanne revirou os olhos e deu as costas para o soldado. Escórpio podia jurar que vira um sorriso nos lábios da garota.

Do outro lado do campo, Rachel e Marcus pareciam ter ensaiado movimentos. Marcus era muito inteligente e se preocupava muito com a saúde de Rachel (ela ainda estava com as costelas enfaixadas); mas esta não parecia sentir tanta dor assim e o ajudava mais do que ele esperava de uma garota como ela. Ele parou de pensar em como ela parecia saber cada movimento seu e os completando com competência, por ora. Naquele momento, toda sua atenção era voltada para os Caçadores que ambos abatiam.

Já Alvo, estava com problemas em lidar com a Capitão do Reino Crystal. Rosa queria acabar com aquela discussão e dizer que eles estavam perdendo o foco e a razão. Porque, afinal, ela estava combatendo e comandando tudo sozinha. Queria que o Escórpio estivesse ali, tudo seria mais fácil e ela poderia se certificar que ele estava vivo. E, se morressem, morreriam juntos.

Rosa explodiu o chão, abrindo um enorme buraco (onde vários Caçadores caíram) e fechou-o com um feitiço, ouvindo novamente as vozes de Mellody e Alvo. Ela respirou fundo.

— Você está no comando de um exército? Acho que não — dizia a Capitã.

— E você tem uma varinha? Acho que não — retrucou Alvo, a olhando de cima. Mellody grunhiu, irritada. Alvo suspirou, derrotado. — Escute, eu não estou questionando suas ordens — ele revirou os olhos —, apenas sugerindo que faça outra abordagem. A Rosa está lutando e comandando algo que você deveria comandar.

Mellody o olhou, irritada, sabendo que aquele garoto tinha razão. Ela continuou a fitá-lo, quando uma saraivada de flechas vieram na direção deles e Mellody viu que não poderia fazer nada: iam morrer.

Alvo também viu o que ia acontecer. Olhou para Rosa, mas esta estava ocupada com a outra metade do exército e nunca chegaria a tempo. Fechou os olhos e logo depois os abriu:

Protego!

As flechas bateram no escudo invisível. Mellody assustou-se, de olhos arregalados. Alvo respirava com dificuldade e revidou com feitiços que aprendera com o pai, o tio e a prima, Rosa. Os Caçadores recuavam, assombrados, e os soldados do Reino Crystal aproveitaram essa brecha e avançaram sobre o inimigo.

Mellody ainda o encarava, espantada. Ela queria dizer alguma coisa, voltar a ser aquela comandante firme e líder que ela sabia que era. Mas Alvo Potter conseguia desconcentrá-la; e Mellody Wood, a Cinderela, não conseguia evitar se sentir atraída por aqueles olhos tão verdes. E era por isso que ela ficava tão irritada com ele.

Mas, agora... Ele acabara de salvar a sua vida e ela sentiu uma onda de sentimentos espalhar-se pelo seu corpo. Uma sensação que ela nunca sentira antes e não queria sentir nunca, porque parecia machucar. E ela vira aquela garota ruiva acariciar o rosto dele antes que ele partisse; fora um gesto íntimo demais para ser de amizade.

— O que você acha? — perguntou Alvo, ofegante.

— O que você sugere? — Mellody parecia relutante ao fazer a pergunta, se lembrando que estava ali por todo um mundo. Ela estava lutando pelo Reino de Arcadia; ela estava tentando se livrar de séculos de prisão com suas meias irmãs e sua madrasta; tentando de esquecer de séculos de humilhação e apelidos, como A Gata Borralheira e Cinderela; ela estava tentando ter uma vida e envelhecer como o Reino de La Rosa. Se Alvo e Rosa eram a melhor opção, Mellody agarraria essa oportunidade com unhas e dentes.

Alvo Potter sorriu.

— Rosa! - Ele chamou e a prima o olhou. — Está na hora de colocar isso aqui abaixo — e ele ainda sorria.

•••

— Branca, à sua esquerda! — Danica gritou e Branca esqueceu-se momentaneamente de Tiago. Ambos competiam para ver quem protegia quem ali. E Branca precisava admitir: Tiago era ótimo.

Ela olhou para trás, para onde Danica apontava. Na maioria das vezes, era Danica que avisava onde os inimigos se aproximavam, deixando Tiago um pouco irritado.

Branca atingiu o oponente e virou-se para ajudar Tiago, que estava enfrentando, de costas para ela, dois Caçadores. Ele parecia dar conta, mas Branca odiava deixar que ele combatesse sozinho; eles eram uma equipe e estariam juntos naquela.

Contudo, se ela pretendia ajudar o amado, esse fato nunca chegou a ser concretizado. Focada em ajudar Tiago, Branca esqueceu-se de sua retaguarda e um Caçador cobriu-lhe a boca. Assustada, Branca pensou rápido: escondeu a varinha nas vestes e deixou ser arrastada para longe do campo de batalha.

Quando Tiago percebeu que Angelina não o estava mais tentando protegê-lo, ele viu que havia alguma coisa errada, e olhou para trás. Branca não estava mais ali; ele via tudo (desde Jeremy lutando em frente aos portões até Caçadores com ferimentos expostos), menos Branca de Neve.

Ele sentiu um aperto no coração e abandonou o campo de batalha, deixando os Caçadores confusos. Tiago foi atrás do Rei Eric, que estava lutando de um jeito que Tiago invejara, lançando feitiços para se proteger e ajudando quem podia no caminho. Assim que chegou perto do Rei, ele sentiu aquele aperto no coração novamente. Eric não podia falar e Tiago estava impaciente. Olhou para os Caçadores e estuporou dois deles; o Rei o olhou, mas o garoto não havia terminado. Para poder conversar sem que nenhuma espada ou flecha os atingisse, Tiago usou o feitiço Protego, deixando Eric surpreso.

— Branca de Neve sumiu — disse ele, sem fôlego. Eric o olhou, o susto tomando lugar da surpresa.

— Por favor, que não estejas brincando.

— E eu brincaria com uma coisa dessas? — Tiago respondeu e Eric ficou sem fala. Se Branca sumira, então isso era realmente um problema.

Ambos ficaram se olhando enquanto os soldados ainda combatiam os inimigos. Até que Rei Eric teve uma ideia.

— O... prisioneiro. — Disse como se fosse o mais óbvio. — O pai de Marisa!

Tiago deu um sorriso, ainda que sentisse o peito doer. Aquilo já era um começo.

— Rei Eric... temos um interrogatório para fazer. Precisamos de reforços.

Definitivamente, Eric gostava do modo que Tiago Potter pensava.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!

PS: alguém viu o dream cast perfeito: *---*



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