The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 33
Capítulo trinta e dois


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olha só o dream cast a minha amiga, Lia Galvão, fez: https://docs.google.com/document/d/17_PwqRy83TMVbe6oNdR85VIqHcCW3GvlYoxPtkeaJAs/pub
Sim, eu estou IN LOVE com este dream cast *---* espero que vejam a perfeição!
Ahh, e a fic já está quase acabando ://



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— Narrador —

Mais um barulho. A poeira caiu sobre os ombros de Jeremy Bleinder, o segundo no comando — depois de Branca de Neve —, fazendo-o abaixar-se e se livrar de outro ataque. Já não sabia ais o que fazer nem como pedir ajuda. Tudo estava desmoronando. E ele falhara com sua Majestade.

Outra vez o castelo foi sacudido e brados de soldados foram ouvidos; gritos foram dados; sons de espadas se chocando contra escudos; homens foram mortos.

Um homem rezou.

E nada aconteceu.

•••

Todos olharam para Chapeuzinho Vermelho, que vinha caminhando na direção do grupo, com os anões em seu encalço. Eles pareciam aliviados por saber que existia um meio de voltar para o mundo deles.

— Como assim? — perguntou Tiago, sentando-se ao lado da amada e a aconchegando em seus braços.

— Simples: vocês dois são de lá e são os mais poderosos — respondeu Clara com simplicidade. — Nenhum Príncipe e nenhuma Princesa jamais tiveram poderes. De nenhum tipo. Marisa não é da realeza, mas sabe passar para a Floresta Encantada sem precisar daquele feitiço que vocês fazem em um objeto.

— Chave de Portal, que você quer dizer — disse Rosa.

— Isso mesmo — Chapeuzinho Vermelho assentiu. — Mas não precisam disso; há meio que uma árvore que pode abrir o portal.

— Como você descobriu essa árvore? — questionou Escórpio, imitando Tiago, sentando-se no chão, puxando consigo Rosa e a colocando em seu colo.

— Bem... — começou Clara, um pouco sem graça — os anões são especialistas em minas e essas coisas. Embora eles são tenham magia, eles podem pressentir a magia do nosso mundo. Eles são inteligentes demais — ela olhou para os anões, que formaram um semicírculo em volta de Branca de Neve e Tiago. — Tudo o que tem a ver com terra, coisas subterrâneas, minas, eles encontram, eles sentem. Como vocês acham que eles acham ouro e outras pedras preciosas?

Eles ficaram em silêncio, absorvendo o que Clara acabara de dizer. Angelina estava aliviada por saber que havia um jeito de voltar para o seu mundo; um mundo que estava prestes a ruir. Mas ela não ia deixar.

— Quando partimos? — perguntou Alvo.

— Acho melhor depois do jantar — respondeu Clara. — Enquanto todos estarão sonolentos por comerem demais.

Todos assentiram e Alvo trocou um olhar significativo com Rachel.

— Vamos chamar a Roxanne. Ela vai querer estar lá — disse e depois arrastou a namorada para as escadas de mármore.

Os que ficaram ali, se entreolharam, penando que aquele poderia ser o último momento em paz que teriam. Rosa e Escórpio se afastaram e se abraçaram; Lily e Teddy sorriram um para o outro, como se fossem cúmplices de todas aquelas maluquices desde sempre; Marcus sentou-se ao lado de Mestre e começou a conversar com os anões; Clara ajeitava o capuz vermelho para cobrir o rosto; e Tiago e Angelina permaneceram juntos, como era o certo a fazer.

À frente deles, Danica flutuava como uma sentinela, olhando aquele momento de despedida.

•••

Quando a noite caiu, Angelina e os amigos estavam prontos. Clara havia entrado na Torre da Grifinória e estava ajudando-os a se prepararem para o que veriam em Arcadia. Aquele era o momento final e todos sabiam disso, mas ninguém ousava falar sobre.

Em silêncio, o pequeno grupo de bruxos adolescentes saiu da sala comunal da Grifinória. Escórpio e Alvo deveriam esperar no início das escadas que levavam à sala comunal da Sonserina, junto dos anões. O plano estava formado. Eles só não contavam com um obstáculo...

Harry Potter estava encostado à parede que dava para as paredes que davam para as escadas que mudavam de lugar. Os amigos derraparam no corredor e tentaram pegar outro caminho; mas ea tarde demais. Harry os vira.

— Aonde vocês pensam que vão? — perguntou e Tiago e Lílian xingaram em uníssono. Mesmo estando encrencados, Angelina não pôde deixar de pensar em como os dois irmãos também se pareciam.

Lily e Tiago tomaram a dianteira para falar com o pai. Branca de Neve ficou um pouco mais atrás, com Rosa e Clara, temerosa, porém pensativa. Se o seu reino estava em guerra, seu povo poderia achar que ela não se importava. Então uma ideia urgiu e ela esperava que Rosa a ajudasse com o feitiço.

— Pai — disse Tiago, encontrando aquela coragem que ele adquirira do nada —, lembra quando... quando o senhor enfrentou Voldemort? Quando você me disse que tudo isso era uma coisa que só eu e a Branca de Neve deveríamos fazer?

Harry Potter observou o filho, realmente lembrando-se da caça às Horcruxes e que não havia dito para ninguém, apenas para Rony e Hermione. Temia pela vida dos filhos — pois sabia que Alvo estava naquela também —, dos sobrinhos, do afilhado e dos amigos destes; mas sabia que, o que eles deveriam enfrentar, o fariam sozinhos.

— Irei com vocês — decidiu Harry, alarmando Angelina.

— O quê? — quis saber Lily, quase desesperada. Harry olhou para a filha, com as sobrancelhas erguidas.

— Acha que sobreviverei sabendo que vocês, adolescentes, meus filhos meus sobrinhos, estão num mundo que não conheço e com uma guerra rolando à solta? — perguntou Harry. — Gina e Hermione morreriam, se eu deixasse qualquer um de vocês sozinhos.

— Não foi o senhor que disse que não poderia interferir? — Tiago inclinou a cabeça, sem entender o pai.

— Para o inferno que eu disse! — exclamou o auror. — Vejo que isso é real, que eu posso perder vocês — ele olhou para cada adolescente que ali estava. — Não irei interferir no que diz respeito a profecia (sim, eu sei. Os anões me contaram), mas ajudar, eu irei. Oras, sou um auror! Ajudar está no meu sangue. E, aquele mundo paralelo, pertence também a você, Tiago. Então... faz parte de mim também.

Todos ficaram em silêncio, absorvendo o discurso que Harry Potter acabara de dar. Aquilo deveria ser um alívio para Angelina, porém, ainda não o sentia. Nem com a presença do O-Menino-Que-Sobreviveu.

Contudo... ele era muito bom em convencer as pessoas.

— Vou lhe contar uma coisa, tio — comentou Teddy. — Você tem O poder de persuadir os outros, igualzinho a Lily — Harry estreitou os olhos. — Angel?

Angelina sentiu o frio na barriga aumentar e só tinha um minuto para se decidir. Não podia ficar ali muito tempo, já era arriscado com Harry os ajudando, imagina ficar parada ali por longos minutos, ponderando se levava um adulto ou não. Óbvio que aquilo não estava em seus planos, mas Harry Potter uma ajuda valiosa. Isso ela tinha de admitir.

— Ok, vamos logo — respondeu Angelina por fim.

Eles desceram as ecadas, depressa, mas com o cuidado para não chamar atenção. Quando chegaram ao início das escadas de mármore, para buscar Escórpio e Alvo, pararam bruscamente ao ver Rony Weasley ao lado dos garotos. Escórpio parecia pedir desculpas com o olhar à Angelina. Já Alvo olhava para o pai, entendendo a tramoia de ambos.

— Olha só, Harry! — exclamou Rony cinicamente. — Parece que teremos outra aventura. Mas, dessa vez, digna de um conto bardo.

— Pai! — Rosa censuro, colocando a mão na testa. — Vocês dois planejaram isso, não foi? — E colocou as mãos na cintura.

— Como se você, Rosinha, não me conhecesse — retrucou o pai, revirando os olhos. — Parece até a sua mãe. Saí desse corpo que não lhe pertence!

— Ah, vamos logo — resmungou Tiago. Se iriam levar o pai e o tio, que fosse rápido.

Eles saíram para a noite fria; tudo estava tão quieto e escuro, que precisaram acender suas varinhas para enxergarem o caminho. Clara ia na gente, com Rony a auxiliando para que esta mostrasse por onde ir sem que errassem. Roxanne ia um pouco mais atrás, acompanhando Marcus de perto. Ela ainda não havia se recuperado e esperava encontrar algum culpado para descontar sua raiva.

Passaram pela cabana de Hagrid, onde resquícios de fumaça saía da chaminé, mas nada estava aceso. Olharam para trás antes de adentrar a floresta; talvez nada seria como antes ao sair para um mundo desconhecido. Tiago nunca havia ido à Floresta Encantada — pelo menos não naquela vida — e tinha certa curiosidade em saber como era o lugar de onde de onde veio seus "eus" passados. Olhou para Branca e Neve, que se concentrava em seguir Clara e os anões, e pensou se um dia contaria aquela história para seus filhos.

Se estava um breu mesmo debaixo de um céu estrelado, nada se comparava com a escuridão da Floresta Proibida. Os sons pareciam se propagar com mais facilidade, mas que, muitas vezes, era apenas algum animal correndo pela terra; ainda assim, nenhum deles ousaram relaxar. Havia muitas criaturas — Harry Potter e Rony Weasley que o digam! — perigosas e desconhecidas que rondavam aquela floresta. E não era brincadeira.

Continuaram a seguir Clara. Rony, a todo momento, olhava para os lados, apreensivo. Harry sorriu involuntariamente ao entender a agitação do amigo; não deveria ter o feito, se querem saber. Os netos de Aragogue, provavelmente, os estaria esperando para o lanchinho da madrugada. E Merlin sabia que Rony temia mais do que tudo as aranhas. Principalmente os descendentes da aranha gigante de Hagrid. Harry também deveria se preocupar. Ninguém pareceu notar a apreensão de Rony, contudo.

Se é que era possível, a escuridão aumentou ainda mais. E, dessa vez, os anões tomaram a dianteira com Clara, para guiá-la na parte mais difícil do caminho até a tal árvore. Era tão estranho viver em um lugar que estudava e jamais passara em suas cabeças que abrigava um tipo de árvore-portal... Mas que nunca funcionaria sem algum membro real do Mundo Encantado ao lado.

Os bruxos que os acompanhavam acenderam as varinhas; com toda aquela iluminação, ficara mais fácil se situar naquela floresta — embora os anões não precisassem disso. Anões não eram apenas homens baixinhos; todos tinham suas propriedade mágicas. Principalmente aquelas que envolviam a terra. Portanto, os sete anões os guiaram com perfeição até o local.

Branca de Neve parou quando Clara e os anões pararam. Seus amigos passaram a frente para observar a tal árvore que os levariam para o Mundo Encantado — uma árvore bela, alta, a única com folhas verdes e tronco retorcido —, mas Branca segurou o braço de Harry Potter. Este a olhou e parou ao lado da garota.

— Branca?

— Preciso mandar um aviso — disse ela e Harry assentiu, esperando. — E eu sei que dá para mandar por um Patrono. — Novamente, o auror assentiu. — Eu não sei fazê-lo. O senhor pode me ajudar?

•••

Jeremy Bleinder mandava seus soldados voltarem para dentro do castelo; se deixasse mais algum de seus homens do lado de fora, não sobraria mais nenhum para defender o reino que fora designado a proteger. E, o pior, não havia conseguido pedir ajuda para nenhum dos reinos próximos de Arcadia. Também, quem iria querer enfrentar um exército de uma bruxa?

Ele não compreendia o porquê do ataque em Arcadia. Sabia, sim, que Marisa Dare havia voltado ao Mundo Encantado, mas não entendia o motim para causar uma segunda guerra! Branca de Neve não estava ali, contudo, ele esperava que a futura Rainha se mantivesse aonde quer que ela estivesse. Não poderia perder a única esperança de ter um futuro decente pra aquele e a maioria dos reinos. Porque Jeremy sabia que Marisa não iria parar até ter conquistado tudo.

Mais uma vez, o castelo estremeceu e rebocos caíram do teto; de uma coisa Branca de Neve estava certa: ali dentro todos estariam protegidos, ainda que as estruturas estivessem sendo, aos poucos, derrubadas. Nenhum de seus soldados seriam feridos e, os que estavam, teriam seus devidos cuidados.

Quando o último soldado entrou, Jeremy fechou os portões com a ajuda de outros homens e olhou para os que sobraram. Ele torcia para Jason estivesse bem; ordenara que nenhum soldado machucasse o Caçador Jason, pois este estava do lado deles.

Jeremy começou a andar por entre seus homens, supervisionando os estragos que aquela maldita guerra havia causado. Ele precisava de ajuda, mas temia que Branca de Neve soubesse e se arriscasse a voltar, era como se Marisa soubesse que a princesa voltaria.

Enquanto Jeremy se distraía com um amigo ferido, Frederic Gotteau apontou para a janela:

— Senhor, senhor! Olhe.

Jeremy se virou naquela direção e viu aquela forma prateada de luz adentrar o local onde estavam. Mas essa fora era diferente da que vira Branca de Neve produzir; era um grande cervo, com galhadas e tudo, e ele vinha flutuando na direção de Jeremy, como se entendesse que aquele era a pessoa certa.

E qual foi a surpresa ao ouvir o animal prateado falar com a voz de Branca de Neve?

Aguentem firme, soldados — disse o cervo com a voz de sua princesa, assombrando cada homem ferido e sobrevivente daquele recinto. — A ajuda já está a caminho. Eu já estou a caminho. Não desistam! Chegarei aqui pela manhã do segundo dia e tudo, de uma vez por todas, se acertará. Uma Nova Era está para se iniciar... Vou precisar de todos firmes. Estejam preparados.

E o cervo se dissipou como fumaça. Estejam preparados... estejam preparados... aquela frase se propagou e se instalou em cada homem, mulher e criança naquele castelo, pois não fora somente Jeremy onde Jeremy estava que aquele aviso fora ouvido. Cada soldado espalhado pelo castelo puderam escutar aquela mensagem.

Jeremy não sabia se sentia aliviado ou se sentia medo. Olhou em volta e viu que, pela primeira vez em dias, aqueles homens viam a esperança.

E, Jeremy, rezou mais uma vez. Esperava que tudo fosse diferente pois sabia que, se Branca de Neve morresse, tudo estaria perdido.

•••

— Angelina... temos de ir — disse Harry, tocando o ombro da garota. Ela olhou par o pai de seu amada e assentiu, mas ela sabia que não iria naquele momento.

Eles se encontravam em frente ao castelo de Aurora, tentando passar pelos portões sem que fossem represados. Contudo, era isso o que estava acontecendo e Angelina não aceitava aquilo. Como Aurora não queria recebê-los? Ela dissera que ajudaria em qualquer coisa!

O grupo chegara ao Mundo Encantado ainda de madrugada. Branca de Neve e Tiago podiam sentir que algo extremamente errado e sombrio pairava sobre aquele mundo, onde suas almas viveram primeiro.

— Eu não entendo... — Clara disse, franzindo a testa, com o olhar no castelo da Bela Adormecida. — O que houve com ela?

— Princesa mimada — resmungou Zangado.

— Rainha, Zangado — corrigiu Mestre. O anão que vivia de mau humor olhou para o companheiro.

— Que seja! Ela acha que, só porque dormiu cem anos, é a vítima de toda a situação! — exclamou Zangado e todos pararam para prestar atenção no que ele dizia. — Tudo, para ela, tem que girar no mundinho dela. Não é assim que as coisas funcionam!

— Zangado! — Clara o repreendeu, mais por causa das verdades que ele dia e por não ter coragem de dizer aquilo por Aurora ser sua amiga.

— Não me censure, Chapeuzinho Vermelho — disse o anão e Clara recuou. — Você sabe que eu tenho razão. Aurora tem que compreender que nem tudo é ela. Se ela sofreu porque o papai a vendeu para uma fada, imagina o quanto você e Jason sofreram? Você perdeu a avó para um homem lupino, marcado pelo mau! Jason perdeu o pai para Marisa! E Branca de Neve e Tiago? Viveram mais dez vida para salvar esse mundo! E sempre morrem no final. E Bela? Christian ainda é fera! Muitos reinos ainda sofrem com esta Maldição e Aurora quer ser a mais vítima? Não... eu apenas acho que ela deveria ter algum pingo de altruísmo e ajuda alguém que precise de verdade.

Todos ficaram em silêncio enquanto digeriam o que o anão Zangado acabar de dizer. Ninguém ousou falar, até mesmo Rony Weasley, naquela hora, começou a ver que o anão tinha lá seus motivos para ser tão zangado sempre: ele via o que as pessoas não viam. Ele via o que as pessoas tinham de pior e isso o fazia ficar furioso.

Então, uma voz os sobressaltou:

— E o que sugerem que eu faça?

Harry Potter conseguiu ficar mais surpreso do que o filho, sobrinhos e qualquer outra pessoa ali. Era princesa — agora Rainha — Aurora, A Bela Adormecida! Ele nunca imaginou uma vez sequer que aquilo pudesse acontecer. Outro bruxo das trevas, sim; mas uma princesa que dormira cem anos e que só havia ouvido falar por histórias... nunca. O que o fez se perguntar: como as pessoa do mundo trouxa e alguns do mundo bruxo sabiam desses contos? Quantas pessoas sabiam que todos existiam?

O chefe dos aurores virou-se para prestar atenção no que estava acontecendo ali; um acontecimento que, para ele, seria relembrado muitas e muitas vezes.

— Que eu abandone tudo e ir com vocês? — continuou Aurora. — Que eu deixe meu reino desprotegido para que outro seja salvo?

— Quanto egoísmo, Aurora de La Oren! — exclamou Zangado, manipulando novamente a conversa. — O quê? Pensa que, se Marisa vencer, o reino de La Rosa será poupado? Estás iludida, minha cara Rainha.

— Senhor Zangado... — disse a Rainha — meu reino estará contando com magia das fadas...

— Grande coisa! — Rony se exaltou. — Olha aqui, minha querida, você nasceu em um berço de ouro e eu nasci em uma família pobre de seis irmãos! Então preste bem atenção: com ou sem proteção das fadas, você, seu marido, o povo que você tanto protege, vão deixar de existir... Ou melhor: espero que você sobreviva para presenciar o que o seu egoísmo fez! — Rony olhou para Harry, que o observava. — Que foi? Tô do lado desse anão mesmo.

E Zangado pareceu admirar aquele ruivo alto.

Aurora olhou para Clara, em busca de apoio. Porém Clara espirou fundo. Ela sabia o que tinha de fazer; se Aurora não via o que o seu egoísmo estava fazendo, talvez a amiga realmente levaria o seu povo para o fundo do poço.

— Eles têm razão, Aurora — repare que Clara não usou o termo informal que estava acostumada a usar com a Rainha de La Rosa. — Pedimos ajuda aos Reinos mais próximos e nenhum deles se recusou a ajudar... Estamos em guerra, Rainha. Precisamos de ajuda de qualquer lugar... E Vossa Majestade costumava ser minha amiga. Agora, eu não sei mais quem Vossa Majestade és.

Aurora observou a amiga e aquilo doeu mais do que quando o anão e o ruivo abusados falaram. Clara foi paa junto de Rosa, com quem pegou amizade, que passou o braço em torno da garota decepcionada. Aurora não gostou daquilo.

— Aurora... — disse Angelina e Harry percebeu o tom de voz da garota. Ele a observou falar. — Não iremos obrigá-la a nos ajudar; mas... quantas vezes tu sonhastes com um mundo melhor? Sem sofrimento, sem mortes, sem maldades, sem podridão? Não estou dizendo que eu tenha de ser a heroína de tudo, contudo, eu sou... eu sou responsável por tudo o que a Marisa faz e fez. — Tiago fez menção de interromper, mas Branca de Neve o impediu: — Não, Tiago — e ele voltou a ficar quieto. — Só que eu não posso resolver tudo sozinha. Se eu pudesse arranjar um modo em que eu não envolvesse ninguém inocente, eu o faria. Do mesmo jeito que tu queres que seu povo seja protegido, eu quero proteger o meu. E eu que tu pedirias ajuda se estivesse em meu lugar... e eu ajudaria sem hesitar.

Aurora ficou olhando-a, mas nada falou. Branca de Neve suspirou e pediu para que todos voltassem, pois teriam um longo caminho até que chegassem em Arcadia.

Enquanto se afastavam, Aurora ainda continuou em seus portões, observando-os, Eric se aproximou da amada. Ele sabia que aquela atitude de Aurora, pois ficara ficara escutando a conversa, não era certa e precisava fazê-la enxergar isso. Eric a abraçou por trás.

— Lembra quando você acordou? Sua raiva ao descobrir o porquê? Quando sobe que dormira por tanto tempo, que todos que amavam morreram? E a dor que sentiu? — perguntou ele ao ouvido dela.

— Sim — ela assentiu, suspirando. Eric a virou, para que ela o olhasse bem nos olhos. Aurora precisava saber que estava errada.

— Não faça com eles, o que fizeram com você.

•••

O sol apareceu tão brilhante, que precisa saber o que haveria naquele dia. Tiago e Branca de Neve podiam sentir o poder que exerciam naquele mundo, fazendo com que todos o sentisse também. E ambos eram tão poderosos! Nunca havia existido dois membros da realeza nascidos bruxos.

Branca de Neve ia na frente junto a Tiago e Lily; os outros ficaram mais para trás, conversando sobre a atitude de Aurora ao negar ajuda. Branca olhava para Tiago, tentando decifrar se ele conseguia sentir — pois ele era um mundo de emoções e pensamentos confusos — que tudo no Reino de Arcadia estava sendo destruído. Pela expressão do garoto, sim.

Harry Potter chegou mais perto deles.

— Você falou bem, Branca de Neve — comentou Harry. — Tem uma voz poderosa, capaz de convencer qualquer um, apenas tocando as pessoas com suas palavras.

— Não sei de onde tiro tantos discursos — disse Branca, pensativa. — Mas, por mais que o que todos disseram seja a verdade, é melhor tocar o espírito das pessoas com palavras mansas, porém com o impacto certo. Quando você trata uma pessoa com palavras rudes, mais ela fica com raiva e não aceita a verdade. Mas, se você tratar com humildade e um toque de superioridade, a pessoa se sente tocada, pois assim ela sabe que você tem razão. Ela se sente pequena e culpada, acabando por pensar no que ela fez.

— Cara — Tiago que esteve o tempo todo observando a amada boquiaberto, disse —, são nessas horas que eu vejo que eu não seria um bom governante.

Branca de Neve o olhou profundamente e Tiago devolveu o olhar na mesma intensidade. Ninguém sabia que tipo de olhar era aquele, mas ambos compreendiam o significado dele.

— Você é determinado, Tiago — disse Branca. — Quando você enfia alguma coisa na cabeça, ninguém consegue tirar até que tudo esteja resolvido... até que todos estejam bem. Eu sou a inteligência, mas você é a liderança. Quando você comanda, não importa se você é bagunceiro ou não, não importa sua fama pela escola, não importa quem seja, a pessoa lhe seguirá. — Tiago ainda a observava. — E você tem a persuasão da beleza. Tenho certeza de que é por isso que você saiu com tantas garotas nessa vida... porém, quando ama, ama de verdade.

•••

Jeremy não sabia como aqueles Caçadores arranjavam tantos recursos para guerrear em tão pouco tempo. Ele temia que aquele castelo viesse abaixo antes que Branca de Neve voltasse; se não fosse pelo aviso que ela dera, ele não teria mais esperanças.

Ele ordenou que todos permanecessem dentro do castelo. Não fazia sentido mandar os homens que sobreviveram — e que não eram muitos — para a morte iminente. Era melhor ficar dentro do castelo e esperar por algum milagre.

E, mais uma vez, outra explosão sacudiu a estrutura do castelo de Branca de Neve. As pessoas que ali estavam, empalideceram e pedras caíram como um golpe forte nas cabeças dos que estavam presentes. Jeremy fechou os olhos, morto de preocupação. Ele queria lutar. Mas sozinho não dava. E ele sabia disso.

Ainda estava distraído, quando o soldado que recebia o sobrenome Gotteau apareceu, igualmente pálido, mas não sem a sua agitação.

— Senhor... — Jeremy o olhou e Frederic tremeu nas bases; o olhar de seu capitão era de causar dor. Mas o garoto continuou assim mesmo. — Se continuar nesse ritmo, essa parte do castelo irá ruir.

Jeremy ficou em silêncio e Frederic ainda esperava algum comando. Quando voltou a olhar para o soldado, disse:

— Sabe rezar, Goteau?

A pergunta pegou Goteau de surpresa, mas ele respondeu do mesmo jeito.

— Sim, senhor... Por que a pergunta?

— Porque está na hora de começar a fazê-lo — responde Jeremy. Frederic ficou em silêncio.

•••

Eles não sabiam de onde vinha, mas ouviram mesmo assim.

Do lado de fora do castelo Blancus — o nome voltara a ser este, depois que souberam do retorno de Branca de Neve —, os Caçadores provocavam o restante dos soldados de Arcadia com catapultas, canhões e outros armamentos para que eles pudessem sair de lá de dentro. Mas eles sabiam que o povo arcadiano eram bravos e sentiam os sentimentos intensamente... Nada abalaria a fé deles, mesmo sabendo que não havia esperança.

Mas eles ouviram. Ouviram passos de marchas de soldados num som ritmado, vindo para aquela direção. Os Caçadores ficaram atordoados, pois ouvia-se mais do que eles esperavam ouvir. Aquele era o som que os soldados faziam em guerra. Aquele som era o que davam forças para um reino e temor para um exército de uma bruxa.

Aquele som era de ajuda.

Os Caçadores pararam de bombardear o castelo; pois, quando se ouve um som como aquele, até o maior guerreiro ou maior inimigo para prestar atenção.

Então os Caçadores viram de todos os lados; exércitos de mais de mil soldados vinham do norte, sul, leste e oeste; cada qual vinham com seus estandartes de sua nação. E os Caçadores sentiram medo.

Trombetas soaram de todos os lados. Arqueiros ergueram seus arcos. E gritos de comando foram dados.

E flechas foram atiradas para o alto.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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