The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 17
capítulo dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Oii *--*



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— Angelina White —

Todos comemoravam a pausa nos deveres devido ao baile iminente. Mas, parecia que só a mim, as cargas de deveres continuavam o mesmo. Todo o quinto ano, de todas as Casas, pareciam estar aproveitando o único dia sem chuva na semana, enquanto eu permanecia dentro da sala comunal fazendo vários deveres de casa e remoendo a conversa da maligna Dare.

Eu tinha certeza absoluta que aquela louca queria me ver morta; embora Rosa diga que poderia ser qualquer outra garota, depois de pensar melhor. Só que eu duvidava dessa teoria lógica que Rosa tinha para tudo. Que garota terminara com algum Potter — só havia dois na escola inteira? Rachel Humphrey. Quem mais ficaria com o coração partido se esta voltasse com Tiago? Sem dúvida, seria eu. Afora que a louca da professora queria o meu coração em suas mãos com unhas perfeitamente lixadas. Ah!, e também tinha a questão do Caçador — mais uma certeza que eu tinha: era Marisa quem mandava os Caçadores atrás de mim — que a chamara de “Majestade”. Rosa me dissera que nunca houve um bruxo ou bruxa Rei, rainha; ou príncipe e princesa. Então... esses dois estavam brincando de quê?

Grunhi, frustrada. Não iria conseguir concluir o trabalho de Defesa Contra as Artes das Trevas com a conversa de Marisa ecoando em meus ouvidos. Olhei em volta bem na hora em que o retrato da Mulher Gorda girou, revelando um Tiago revoltado, seguido por — para a minha surpresa — Rachel Humphrey.

Franzi a testa. Rachel me olhou totalmente corada e eu olhei para Tiago, enraivecido, andando na minha direção. Afastei os pergaminhos da poltrona para que ele se sentasse ao meu lado.

— O que foi? — perguntei. Tiago soltou um suspiro, provavelmente reprimindo a vontade de gritar.

— Aquela megera!, foi isso o que houve. — Exclamou Tiago. — Sabe o que ela me pediu — ele riu com sarcasmo — educadamente?

Eu ia falar “Sim”, mas não pude; Rachel continuava parada a um canto nos olhando.

— Não. O quê?

Tiago me olhou, desconfiado, mas respondeu mesmo assim.

— Ela queria queria que eu voltasse com a Rachel! — exclamou ele sem se importar com o fato de que Rachel permanecia na sala comunal. — Isso foi o cúmulo do absurdo! E ela se ferrou — Tiago riu com vontade. — Nem eu nem Rachel queremos voltar um com o outro. Ah, ela ficou furiosa. Ela ia me lançar uma Maldição Imperdoável, aquela vaca. Mas ão teve preço ao ver a cara que ela fez quando eu a ameacei a contar para a diretora e para o Ministério... Angelina, você está me ouvindo?

— Parcialmente — respondi com sinceridade. Eu estava olhando Rachel, que queria falar comigo. Só estava esperando que ela verbalizasse a pergunta.

Vi Tiago cruzar os braços e sorri para ele carinhosamente. Tiago vacilou ao me olhar e sorriu, esquecendo-se de que estava irritado por eu não o ter escutado. Foi nessa hora que eu escutei Rachel pigarrear.

— Hã, Angelina? — Me virei. — Posso falar com você lá em cima, um minutinho?

— Claro. — Levantei-me e olhei para Tiago, que tinha as sobrancelhas erguidas, pensando: Isso não vai dar certo. Eu apenas me limitei a sorrir. — Cuide das minhas coisas, por favor? Eu já volto.

Tiago, relutante, assentiu. Subi as escadas atrás de Rachel, mas podendo ver Tiago recolhendo os meus trabalhos.

Chegamos ao nosso dormitório e Rachel fechou a porta. Sentei-me em minha cama, esperando que ela começasse a falar. Senti pena dela por estar tentando escolher as palavras para poder dizer o que queria.

Esperei pacientemente. Ela, enfim, me olhou. Eu não podia dizer nada, ia ser meio estranho, mas do que eu já era.

— Angelina?

— Sim? — ergui os olhos, Rachel hesitava.

— Eu... bem, eu quero lhe... pedir desculpas.

— Pelo o quê? — perguntei, realmente surpresa. Não era isso que ela queria falar. Rachel corou.

— Eu invejei você desde o momento em que eu a vi — respondeu Rachel nervosa. — E quando Tiago descobriu que gostava de você, foi mais um motivo para eu sentir mais inveja e um sentimento novo, ódio.

Arregalei os olhos. Eu estava tão distraída, que nunca percebi o sentimento dela para comigo; eu nunca imaginei que Rachel teria ódio de mim. Rancor, sim. Mas ódio?

Rachel sentou-se ao meu lado e, virando-se, me olhou. Me surpreendi ao ler seus pensamentos sinceros.

— Mas, sabe o por que que eu senti isso? — perguntou Rachel e eu neguei com a cabeça, embora eu soubesse o por que. — Porque eu via, vejo, o amor nos seus olhos e nos olhos de Tiago. Ele nunca olhou assim para mim. — Ela riu sem humor. — Tiago nunca olhou assim para nenhuma garota. Só que, com você, é diferente e isso era o que mais doía.

Ela fez uma pausa e, ainda assim, continuei calada.

— E, bem, agora eu estou lhe pedindo desculpas porque me sinto péssima por sentir esse sentimento tão feio. — Rachel suspirou. — Eu já sabia que não era para eu e Tiago ficarmos juntos, mas, precisei que aquela maluca da professora de Estudos dos Trouxas me obrigasse tudo aquilo para eu ver que não é ele.

— E... quem é, se me permite perguntar? — fiquei curiosa. A resposta veio antes de Rachel respondesse.

— Er... Alvo, o irmão do meio de Tiago, me convidou para o baile — ela sorriu. — Ele é tão... fofo e legal, que eu fiquei encantada. Ele gosta de mim e eu estou disposta a ficar com ele.

— É... o Alvo é um ótimo amigo. — Confirmei com um sorriso.

— Depois que ele falou comigo, fiquei até mais animada — Rachel assentiu lembrando-se dos olhos verdes de Alvo penetrando os dela.

— E você já aceitou o convite? — perguntei. Rachel pareceu sair de seus devaneios.

— Ah, meu Deus, não! — exclamou. — Eu vou falar com ele agora... Espero que aceite as minhas desculpas.

— Já aceitei — disse eu sorrindo. Rachel hesitou, mas sorriu. — Pode ir falar com o Alvo.

Rachel sorriu e saiu apressada do quarto. Eu ri aliviada, pelo menos esquecera o Tiago. Depois de alguns minutos eu desci as escadas em espirais e encontrei Tiago no mesmo lugar.

A sala comunal estava mais cheia do que antes. Tiago me olhou enquanto eu me aproximava. Eu sabia qual era a pergunta que ele tinha em mente, então eu logo respondi:

— Ah, ela foi aceitar um convite pendente.

— Pendente?

— Para quê quer saber? — ergui uma das sobrancelhas, sabendo que, nem por um segundo, o seu amor por mim não mudara em nada.

— Por nada. Quer andar um pouco?

— Quero. Não vou terminar isso hoje mesmo — respondi pegando sua mão estendida. Passamos pelo buraco da Mulher Gorda e andamos de mãos dadas pelos corredores de Hogwarts.

Havia alunos nos corredores, na biblioteca e nos jardins. Eu e Tiago andávamos pelos corredores rindo e conversando sobre desde os deveres de casa até sobre quadribol. Ele ficava todo animado ao falar sobre seu esporte favorito e eu dava gostosas risadas quando este ria ou dizia algo engraçado. Eu o adorava.

Infelizmente, todas as garotas o olhavam quando ele passava. Todas com interesses “Ele não é só um Potter, mas também é lindo” e davam risadinhas. Alvo também era motivo de comentários entre as garotas (não que eu sentisse ciúmes dele, mas ele era o meu amigo), que eram dos tipos: “O Alvo é tão reservado! E tão inteligente e bonito” e também “Eu prefiro o Tiago, ele é tão engraçado.” e “Já eu, prefiro Alvo, ele é tão misterioso”. Aquilo me irritava profundamente.

Revirei os olhos quando duas garotas pensaram que Tiago não sabia escolher a própria namorada. Esse pensamento despertou uma curiosidade que, até ali, eu não tinha.

— Tiago?

Ele me olhou, sorrindo. Lembrava um pouco o pai.

— Sim, minha linda?

Eu ri, sem graça.

— Quantas namoradas você já teve? — perguntei; ele parou para me olhar. — E não minta.

— Fixas, umas três, contando com você — respondeu Tiago. — Eu posso ser o que sou, mas não sou nenhum... tarado. Já fiquei com outras, mas, se depender de mim, eu só vou ficar com você. Sempre. — Ele riu. — É estranho dizer isso. Eu sou tão jovem para amar tão intensamente.

— Você me ama intensamente? — olhei-o divertida. Tiago ficou com as bochechas rosadas.

— Eu, é... bem...

— Tudo bem — disse eu sorrindo e pegando sua mão. — Eu também te amo intensamente, mesmo tendo quinze anos.

Ele sorriu e retomamos uma conversa sobre os gols que ele fazia quando estava montando em uma vassoura. Eu gostava de ouvi-lo reclamar das faltas que a equipe da Sonserina já fizeram nele; também não pude deixar de notar que ele tinha raiva e ressentimento da Sonserina: raiva, porque eles eram maus e ressentimento, pois o irmão decidira ir para lá. Eu não comentei nada.

Ainda conversávamos sobre quadribol — Tiago me perguntava se eu ia vê-lo jogar e eu disse sim —, quando Teddy e Jared vieram ao nosso encontro. Os dois vinham aflitos, mas com vontade de rir. Eu franzi a testa.

Tiago parou para esperar que os amigos nos alcançasse.

— Tiago! — exclamou Teddy, com os seus costumeiros cabelos azuis balançando, ainda correndo com Jared em seu encalço. — Sirius!

— O quê? — gritou Tiago. Observamos os dois correndo em nossa direção, Tiago os olhava com desconfiança e irritado por terem nos interrompido. O que esses dois queriam agora?

Eu ri.

— Você tem de vir com a gente — respondeu Jared ofegante.

— Ah, não — disse Tiago. — Não vê que eu estou ocupado?

— Mas é urgente! — gritou Teddy, reprimindo a vontade de rir.

— O que pode ser tão...?

— É melhor irmos — interrompi-o, olhando para Teddy. — Sério — acrescentei ao ver sua expressão descrente.

— Está bem — cedeu Tiago. — Me diga, o que é?

— Bem, é a Lily... — começou Teddy, mas Tiago já estava alerta e interrompeu o primo.

— O que houve? Ele está bem? Onde ela está?

— Está no sétimo andar, mas...

— Vamos! — bradou ele e, eu, Jared e Teddy desembestamos pelo corredor atrás de Tiago. Ao meu lado, escutei Teddy rir, dizendo:

— Se ele soubesse o quão ela está bem... — E riu mais uma vez, fazendo Jared rir também.

Corremos por vários corredores, passando por vários quadros que nos olhavam intrigados; alguns até reclamavam do barulho que fazíamos ao passar por eles. Eu já estava ficando acostumada com os quadros animados que habitavam o castelo, que até ria quando ralhavam com os alunos.

Pegamos um atalho, com Tiago na liderança. Eu estava começando a ofegar, quando finalmente ouvi vozes alteradas: havíamos chegado ao sétimo andar. Atravessamos a escada e vimos um aglomerado de alunos, formando um círculo em volta de duas pessoas; dentre essas pessoas, vimos uma cabeleira flamejante e uma outra que eu quase não percebera de tão louro que era.

Para a surpresa de iago, era Lily — sua irmã — e Escórpio que estavam discutindo. Fui atrás dele, que havia saído ligeiro e pude distinguir a gritaria.

— ... mas você é bem maior, não é? — ia dizendo Lily. Tiago empurrou uns garotos do terceiro ano e eu o segui.

Ao entrar no círculo, vi Escórpio colado na parede, com o rosto vermelho, e Lily estava a uma pequena distância dele, com Alvo postado ao lado da irmã mais nova, de braços cruzados olhando para o amigo, com a expressão zangada. Eu nunca vira Alvo olhara para uma pessoa daquele jeito, ainda mais para o seu melhor amigo.

Tiago ficou ao lado do irmão do meio com a expressão homicida no rosto, embora nem ao menos soubesse o motivo da discussão.

— Você nem se importa! — berrou Lily descontrolada. — Fica aí, como se nem fosse com você!

Escórpio nada disse, embora eu soubesse que estava prestes a explodir; só mais uma palavra e ele gritaria...

— Idiota! Fale alguma coisa! — gritou Lily. Atrás de mim, Teddy riu.

— Caracas — sussurrou. — Ela está igualzinha a tia Gina! Está linda!

— Teddy! — Tiago ouviu e olhou para o primo, que se encolheu; mas seu modo de ver Lily mudara completamente. Como sempre, eu nada disse.

Nesse instante, a voz de Lily voltara a preencher o sétimo andar, fazendo com que os outros se assustassem. Olhei para a a minha amiga , os cabelos vermelhos saindo de seu rabo de cavalo mal feito, e notei que esta estava a apenas quarenta centímetros de Escórpio. Isso era um mal sinal.

Lily deu uma risada que parecia não pertencê-la.

— Você é mesmo um Malfoy. Não há como negar, não é mesmo? — perguntou Lily com frieza. — Depois de magoar Rosa na frente de todos, fazê-la chorar e continua aí parada sem dizer uma palavra. É um covarde, igualzinho ao pai e ao avô...

— Cala a boca, Lílian — murmurou Escórpio; ele tremia. Só que ele Lily pareceu não ouvi-lo. Aquilo não ia dar certo; eu estava com pena dele e de Rosa... todos brigando por motivos errados.

Ouvi murmúrios na outra extremidade do círculo. Estava tão absorta em Lily e Escóprio, que nem vira a cabeleira ruiva de Hugo: ele estava sendo segurado por quatro amigos, que o impediam de avançar em cima de Escórpio, com o rosto vermelho.

— O que você disse? — Lily fez questão de ouvi-lo novamente.

— Calada — repetiu Escórpio mais alto. — Ca-la-da!

—Oho! — riu-se Lílian. — Parece que ele tem voz! Então o covarde vai começar a falar? Pois fale.

— Eu não sou covarde — disse Escórpio com firmeza.

— Ah, é? Então o que você é? Não. Espere. Já sei o que você é: um monstro desalmado, é isso o que você é! Além de covarde.

— Sua fedelha de sangue ruim! Eu não sou covarde! — gritou Escórpio sacando a varinha, mas se arrependendo no mesmo instante, só que, antes disso, tinha três varinhas já apontadas para o seu peito.

Fiquei no meio de Lily e Escórpio. Ouve exclamações por eu ter entrado na briga; porém eu não ouvi. Sabia que Tiago e Alvo me olhavam surpresos, ainda de varinhas nas mãos. Mas apenas olhava para Escórpio, que estava tão vermelho quanto um tomate.

Ele me olhou e eu soube demais. Soube tanto, que não havia percebido que Lily chegara mais perto e que a sua varinha tocava as minhas costas.

— Saia já daí, Angelina — mandou Lily, seu rosto estava tão vermelho quanto o seu cabelo.

— Não. — Respondi sem me mover. Lily me fitou incrédula: Ele humilhou a Rosa, deixe-me acabar com ele! Balancei a cabeça.

— Basta — falei. Dessa vez, Lily não tentou me impedir, baixou a varinha e me olhou com raiva.

— Não acredito que você o está defendendo — ela cruzou os braços. Eu não disse nada, apenas deixei que Escórpio saísse.

Um burbúrio de desânimo veio dos alunos que ainda ali restava. Todos esperaram, com grande excitação, uma briga. No final, todos se dispersaram, deixando apenas Lily, Tiago — ainda espumando —, Alvo — mortificado —, eu Teddy, Jared, Marcus e Hugo — ainda vermelho.

Sete pares de olhos se voltaram para mim. Era difícil discernir o que pensavam, para mim, ainda era muita gente. Minha cabeça girou.

— An-Angelina — gaguejou Tiago por contar de seu ódio —, posso saber o por quê de deixá-lo ir?

— Depois eu explico — disse eu olhando bem em seus olhos. Ele engoliu a raiva.

— Ele magoou Rosa — murmurou Alvo. — Eu nunca... Ela é a minha família... Escórpio... meu amigo...

— Pare, Alvo — reclamei. — Ele é uma boa pessoa.

— O QUÊ? BOA PESSOA? — berrou Hugo. — VOCÊ NÃO VIU O QUE ELE FEZ À MINHA IRMÃ!

Eu me virei para vê-lo, claro que eu sabia o que ele havia feito e não aprovava, mas...

— Eu posso imaginar — olhei para Alvo. — A sala comunal da Sonserina fica nas masmorras, não é?

Alvo assentiu.

— Ótimo. Vejo vocês daqui a pouco. Lily, vá ver Rosa; eu me juntarei a vocês depois.

— Posso saber aonde você vai? — indagou Tiago de má vontade.

— Para as masmorras — respondi e desci com firmeza as escadas, ignorando os protestos na mente de todos.

•••

Eu estava parada no alto das escadas que levavam à sala comunal da Sonserina. Desci-as como fizera na noite anterior; era um corredor escuro, iluminando apenas por archotes com chamas verdes. Atravessei o corredor e parei em frente ao que deveria ser a entrada e sussurrei a senha.

Serpente.

Uma porta — que com certeza não estava ali antes — se materializou-se para me admitir. Adentrei a sala comunal da Sonserina sem a menor cerimônia, com a cabeça erguida.

Sem dúvida alguma era um salão sinistro , mas com certa beleza. Havia poltronas verdes espalhadas pelo local, com uma lareira e, tudo ali, era feito de pedras negras; apenas as luzes e a bandeira eram verdes e prata com uma serpente ornamentada no meio, parecia dar vida àquele lugar. Eu preferia a aconchegante torre da Grifinória.

Várias pessoas me olharam absolutamente chocadas . Alguns olharam para o leão estampado em minhas vestes e a gravata vermelha e amarela, gritando para os outros que eu era, obviamente, da Grifinória.

— Ora, uma sangue ruim em nossa sala comunal! — exclamou uma garota negra, indignada. Ignorei o comentário.

— Onde está Escórpio Malfoy? — perguntei em voz alta.

Vários alunos riram de escárnio ao ouvir a pergunta.

— Saia já daqui, ralé... — respondeu uma quartanista mais perto de mim. — Ei, você é da Grifinória! Como conseguiu entrar?

— Isso não é da sua conta — falei sem sequer me perturbar. — Onde está Escórpio Malfoy? — repeti com raiva.

— Não vamos dizer nada, sua escória, intrusa! — gritou a garota negra, cujo o nome era Amy Masterson. — A única coisa que iremos dizer a alguém, será para a diretora.

— Você não vai contar nada. Pois eu sei de coisas sobre seus pais que você teria de se esconder com eles para não os pegaram — disse eu vendo toda a história na mente dela. Amy corou fortemente sob a pele escura e calou-se, embora me olhasse com ódio. — Onde. Está. Escórpio. Malfoy? — gritei.

— Estou aqui — respondeu uma voz arrastada. E, então, saindo de uma porta, Escórpio apareceu com as mãos nos bolsos, as vestes desalinhadas, assim como os cabelos louros.

— Vamos conversar lá fora, por favor? — perguntei olhando os sonserinos furiosos.

Malfoy assentiu e, ainda, com as mãos nos bolsos, me acompanhou para da sala comunal, subimos as escadas e paramos em frente ao Saguão de Entrada. Já estava entardecendo e várias pessoas entravam correndo para se abrigar da chuva gelada que começara a cair.

Ele ficou de costas para mim, esperando.

— Então? — indagou Escórpio ainda de costas para mim. — O que quer?

— Eu sei o que aconteceu — falei um pouco tímida. — Por que fez isso com ela? Falasse a verdade.

Escórpio balançou a cabeça: Você não entende. Não é tão fácil assim.

— Claro que é! — exclamei. — Olhe, eu sei que vocês brigaram. Acredite, eu sei. Mas, se estava com ciúmes, era só dizer.

De repente, ele se virou para mim, com a expressão grave. Ele preferiu dizer o que pensava, ao invés de me deixar responder.

— Você tem noção do quanto Rosa é bonita? Não... acho que não. Só que ela é. — Respondeu Escórpio. — E eça parece não notar isso; fora que ela é inteligente. E isso me deixa com raiva! E você sabe, melhor até que os meus pais, que eu sou assim. E o idiota era... pintoso!

Fiquei em silêncio, esperando que este se acalmasse e organizasse os pensamentos. Quando o peito dele parou de subir e descer rapidamente, eu continuei:

— Hã... sei que isto o deixa com raiva. Porém, você não contou com os sentimentos de Rosa. Ela... bem, ela nunca olharia para outro, quando ela já gosta de você.

Escórpio piscou. Ela gosta de mim? Por quê?

— Sim — respondi com sinceridade. — Não sei. Talvez ela enxergue o que você tem de melhor. E não de arrogância.

— Tá — ele disse bruscamente. — Tá. E o que eu faço para conquistá-la novamente?

Eu dei de ombros.

— Peça desculpas. E, depois, o resto é com você.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!