The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 13
capítulo doze


Notas iniciais do capítulo

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— Narrador —

— Angelina! — exclamou Lílian, quando esta sentou-se à mesa da Grifinória, na hora do almoço. — O que foi?

Angelina a olhou. Não sabia o que dizer. Tiago sabia de tudo; era ele quem as estava escutando naquela noite. Sua confusão aumentou ainda mais. E seu amor crescia mais. Foi uma sensação reconfortante, tão boa, sentir os lábios de Tiago. Eles tinham um gosto diferente, quase... familiar. Ela sorriu ao tocar os próprios lábios, ainda podia sentir o gosto do beijo ali. Só que não era seguro ficar com ele. Era melhor que ele ficasse com Rachel.

— Angelina? — Lily estalou os dedos na frente dos olhos da amiga, fazendo Angelina sair da nostalgia e a olhar. — O que houve? — perguntou Lílian, frustrada.

— O que houve o quê? — A voz de Rosa as alcançaram.

— Angelina, foi o que houve — respondeu Lily. — Ela está assim, catatônica.

— Hum... — Rosa olhou para Angelina. Os olhos desta continham um brilho intenso, como se estivesse longe, pensando em algo. Algo que Rosa compreendeu rapidamente. — Me. Conta. Tudo! — exigiu ela.

— Contar o quê? — gritou Lílian exasperada. Várias pessoas a olharam. — O que foi? Nunca gritaram com ninguém? — E voltou seu olhar para a amiga e prima, falando mais baixo. — Por Merlin, alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

— Eu... Um dos Caçadores entrou na escola e tentou me capturar — começou Angelina, com um suspiro. — Eu estava em perigo e quando ia me matar, Tiago apareceu e me salvou. E... me beijou.

Lily não falou nada. Ficou olhando além do salão, surpresa.

— Você e Tiago — refletiu a ruiva, um sorriso maroto surgindo no canto de seus lábios e Angelina já sabia que ela aprovava os dois juntos. — Bem isso é... demais! Sinceramente, eu achava que você gostava de Alvo, mas... o Tiago também serve.

— Eu sei que você achava que eu ia ficar com o Alvo, no final — riu-se Angelina. — Mas... com o Tiago é... diferente. Sinto algo no estômago quando eu o vejo e quando ele me beijou...

— Eca. Vamos parar de falar de como o meu irmão beija bem e que ele é lindo, já basta aquelas idiotas falando isso — cortou Lílian. Angelina e Rosa riram. — Você disse que ele a salvou do Caçador, então... — murmurou Lílian.

— Sim. E ele sabe sobre mim, Tiago. — Completou Angelina, assentindo. — Ele disse que eu sou especial.

— E você é — sussurrou Rosa.

— Mas eu não posso ficar com ele — replicou Angelina, num suspiro. Lílian ergueu uma das sobrancelhas: Por que não? Angelina revirou os olhos. — Ele está com Rachel. E, depois, já é arriscado vocês duas ficarem comigo, não quero que Tiago entre nessa também. O clube já está cheio.

Nesse momento, as três olharam para a portão do Salão Principal. Tiago e seus amigos entravam e se sentaram bem no início da mesa. Tiago parecia extremamente doente, não estava mais com o seu ânimo de sempre. Nem da piada boba que Jared contara ele rira. Lily franziu o cenho.

— Ele parece bem triste — disse. Angelina olhou mais uma vez para o amado e sentiu seu estômago afundar ao vê-lo tão para baixo.

— Eu sei — respondeu Angelina, com um nó na garganta. — Não fico feliz por isso — olhou para Rosa e Lílian. — Mas é preciso.

•••

Nas aulas do resto do dia, Angelina conseguira dominar quase todas as matérias: Feitiços, Transfiguração e Poções — o professor Slughorn ficara encantado com a garota. Seus dons a ajudavam a conseguir fazer tudo corretamente; Angelina sabia que aquilo era trapaça, mas não conseguia controlar seus poderes, então não restava outra opção a não ser usá-los.

Ela não podia dizer que ler pensamentos não era inútil. Angelina estava tão atrasada nos estudos que, ler pensamentos dos professores, era essencial.

Ao final da última aula — a de Poções, que era divida com o pessoal da Sonserina —, os alunos rumaram para o Salão Principal, a fim de jantarem. Alvo e Angelina conversavam tranquilamente. Os pensamentos da garota, no entanto, viajavam para o irmão mais velho de Alvo.

— Tiago está tão estranho hoje, você não acha, Angelina? — perguntou Alvo, sentando-se à mesa da Grifinória com Angelina, Rosa e Lily. Ele olhava para a ponta da mesa, onde Tiago se encontrava comendo em silêncio. Ele nem sequer olhara para onde Angelina se sentara.

Angelina nada falou. Seu coração batia rápido em sua em seu peito. Doía ver Tiago tão mal.

— Hoje, não gosto nem de lembrar, nós nos encontramos no intervalo de uma aula minha — ia explicando Alvo, com os olhos preocupados na direção do irmão. — Ele estava em tempo vago. Quando eu perguntei o que tinha acontecido com ele, Tiago começou a me acusar de estar com você e que eu estava estragando tudo. Não sei, não, Angelina. Depois desse episódio, não tenho dúvidas de que ele esteja apaixonado por você. O que é estranho.

— E você não explicou que não estava com Angelina? — replicou Rosa, rude. Alvo a olhou horrorizado.

— Depois que ele terminou de gritar comigo, claro que expliquei! — disse Alvo indignado à prima. — Ele me pediu desculpas, mas não voltou ao normal.

— Ele não pode ficar assim — sussurrou Angelina. Alvo a olhou, Angelina sabia o que estava por vir.

— Desculpe perguntar, mas o que aconteceu entre vocês dois? — indagou ele, seus olhos verdes perfurando os mel de Angelina.

Angelina engoliu em seco e olhou novamente para Tiago. Ele mal tocara na comida, seus ombros estavam curvados, seu olhar era triste e perdido ao mesmo tempo. Aquilo estava acabando com Angelina.

Olhou para Alvo, que ainda esperava uma resposta. Rosa e Lílian trocavam olhares ansiosos. Angelina balançou a cabeça.

— Eu não... eu não posso dizer — respondeu a garota com olhos marejados.

— Angelina, você é tão... estranha, às vezes. — Disse Alvo franzindo a testa. — O que está acontecendo?

Ela olhou para Tiago, que nem sequer medira esforços para olhá-la.

Angelina levantou-se da mesa, ainda com os olhos surpreendentemente verdes de Alvo nela. Balançou a cabeça e, sem comer nada também, saiu, parando onde Tiago estava. Em seus olhos já haviam lágrimas.

Ela abriu a boca para chamá-lo, mas não emitiu nenhum som. Rachel sentou-se ao lado do garoto, abraçando-o. Angelina fechou a boca. As lágrimas escorriam pelo seu rosto e, ciente dos olhares dos amigos nela, atravessou o portal do Salão Principal.

Correu pelos corredores do castelo vazio — todos se encontravam jantando no Salão Principal —, sentindo as lágrimas encharcarem, sua roupa e seu rosto. Passou por vários quadros que a olhavam curiosos. Por que ela estava chorando?

Finalmente, Angelina chegou ao quadro da Mulher Gorda.

— Senha? — perguntou o quadro, distraída.

Coragem — respondeu Angelina com a voz embargada. A Mulher Gorda, ouvindo a voz da garota, a olhou.

— Correto. O que houve, querida? — indagou a Mulher Gorda. Mas Angelina balançou a cabeça e a Mulher Gorda abriu a passagem e a garota adentrou a sala comunal da Grifinória, agora totalmente deserta. Apenas a lareira crepitava tranquilamente à um canto da sala.

Angelina avançou correndo para o dormitório das garotas. Abriu a porta e largou-se em sua cama. Deitou a cabeça no travesseiro e chorou até que acabou dormindo.

•••

A cabeça de Angelina doía; ao longe, ouvia barulhos que mais se pareciam gritos. Abriu os olhos para a escuridão de seu dormitório. Tudo girava. Seus olhos, muito provavelmente, estavam inchados de vermelhos. Agora que estava acordada, podia ouvir claramente o burburinho que vinha da sala comunal. Alguém estava brigando.

Levantou-se da cama, segurando a cabeça. Não queria descer, se fosse uma briga, com certeza, todos estariam assistindo. Porém, a sua curiosidade e venceu e ela desceu as escadas em espirais.

Havia um círculo de pessoas em volta de suas pessoas. Eram tantos pensamentos, que Angelina ficou mais tonta do que já estava. Tudo estava tão confuso, que ela não conseguia ouvir a discussão.

Angelina abriu passagem por entre os alunos, indo ficar na frente do círculo. Quanto tempo ela dormira? Pois, quem estava ali, discutindo, era, ninguém mais, ninguém menos, do que Tiago e a namorada. Agora que estava os olhando, conseguia ouvindo melhor.

— Não, Rachel — disse Tiago com o rosto vermelho.

— Sirius, por favor, me escute — pediu Rachel, seus olhos brilhando pelas lágrimas.

— Não me chame de Sirius! Rachel, chega. Não quero mais. Acabou. Acabou faz tempo — rugiu Tiago; Rachel recuou.

— Então você me deve uma explicação! — gritou Rachel. — Por quê?

Tiago respirou fundo.

— Tem outra pessoa, tá legal? Eu me apaixonei por outra pessoa! — exclamou Tiago. O coração de Angelina parou por segundo. E depois voltou a bater tão rápido, que chegara a doer. Era por ela que ele estava apaixonado.

Rachel recuou mais uma vez; parecia que ela havia levado um tapa. Ela já não tentava reprimir as lágrimas.

— E... e quem é? — sussurrou Rachel.

Tiago não respondeu. Inconscientemente — ou não —, seus olhos pousaram numa Angelina totalmente surpresa. Lentamente, Rachel acompanhou o olhar do garoto. Todos os que estavam ali presentes, olharam para Angelina.

Parecendo sair do transe, Angelina deu um passo para trás.

— Não — murmurou Rachel e depois olhou para Tiago, que não parecia sentir pena. — Não.

O problema era que, ele não sentia, mas Angelina sentia tudo que Rachel sentia em dobro e, pela primeira vez, Angelina sentiu pena da garota desde que a vira.

—Ela? — perguntou Rachel. — Por quê ela?

Tiago não respondeu, apenas a olhou. Vendo que o garoto não queria responder, Rosa adiantou-se para o grupo.

— Vamos, vamos, todos para a cama — disse Rosa, fazendo sinal com as mãos para os outros subirem. Ninguém queria se mexer; olhavam para Rachel, depois para Tiago e, por fim, Angelina, que continuava imóvel em seu lugar.

Rosa, com raiva, gritou:

— Se não quiserem levar uma detenção, é melhor irem para cama!

A primeira pessoa a se mover foi Rachel. Derrotada, ela passou pelos alunos e subiu as escadas para o dormitório feminino. Vendo que não haveria mais briga naquela noite, todos na sala, um a um, foram para cama.

Os únicos que ficaram fora Angelina, Tiago, Rosa e Lílian. As duas se entreolharam.

— Bem, vamos deixá-los a sós — disse Rosa, puxando Lily consigo.

Elas subiram em silêncio. Se aquilo era silêncio, nada se comparava ao que se formara entre Tiago e Angelina.

Tiago atravessou a sala comunal, a lareira dava estalidos, dizendo que ainda estava viva e escutando os dois. Angelina ainda estava parada, olhando-o.

— Olha — começou ele —, eu... eu não queria que fosse assim.

Angelina desviou o rosto.

— Eu falei que não podia, Tiago — disse a garota. — Eu não posso ficar com você.

Tiago enfureceu-se, ficando vermelho. Seus cabelos rebeldes balançavam com a raiva que sentia. Puxou Angelina pela cintura e a fez olhá-lo.

— Eu não quero saber, Angelina — falou Tiago com intensidade. — Eu quero você. E pouco me importa se esse Caçadores querem você ou não. Eu vou sempre repetir o que eu fiz mais cedo, vou sempre salvá-la. O que eu sinto por você, eu jamais senti por outra garota. Eu enfrento qualquer perigo por você.

Angelina o olhava, com os olhos cheios de lágrimas. Ele nunca dissera coisas assim para ninguém, e ela sabia que era a mais pura verdade.

— Eu não quero que nada aconteça com você, Tiago. Perder você seria pior do que morrer — os olhos de Tiago brilharam com as palavras de Angelina. — Por isso não podemos ficar juntos.

Tiago a largou, andando até a lareira. Angelina sentiu seu corpo pedir mais de Tiago; que ele nunca se afastasse dela.

— Já parou para pensar que eu não me importo? — indagou Tiago sem olhar para Angelina. — Eu quero namorar você. Você não... não me ama? — E se virou para Angelina. Ela podia ver a dor em seus olhos. Angelina foi até ele.

— Eu amo você. Nunca duvide, mas... — ela respirou fundo — você está disposto a se arriscar por mim?

— Sempre — respondeu Tiago. — Fica comigo, Angelina?

—Eu... eu posso pensar? — perguntou Angelina, reprimindo a vontade de dizer sim.

Tiago suspirou.

— Claro. Mas... não demore, por favor. Senão, eu mesmo vou te agarrar no meio do castelo, onde todos possam ver.

Angelina sorriu e ficou na ponta dos pé e tocou seus lábios nos dele.

— Obrigada.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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