The Curse - Red Apple escrita por Miss Stilinski


Capítulo 12
capítulo onze


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo para vocês!



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— Tiago Potter —

Eu não deveria ter ficado e escutado a conversa delas. Mas eu sabia que Angelina fora chamada na direção e eu fiquei... bem... preocupado com ela. Tarde da noite, eu escutei a voz cansada de Angelina. Depois, Lílian e Rosa começaram a falar e a conversa tomou um rumo que eu não esperava. Angelina havia conversado com o retrato de um diretor de Hogwarts — Alvo Dumbledore — e aquilo pareceu a abalar; depois Lílian com algo estranho, algo que eu nunca ouvira falar sobre Angelina. Na verdade, eu nada sabia sobre ela. Apenas que eu sinto algo se agitar dentro de mim toda vez que ela olha em meus olhos, parecendo enxergar os meus pensamentos, parecendo enxergar o meu eu. E agora eu sabia que estava certo. Ela era mesmo diferente.

Não consegui dormir direito à noite passada. Eu lembrava da expressão de dor de Angelina ao contar seu segredo à minha irmã e à minha prima; lembrava de quando ela dissera que lia pensamentos e via fantasmas... Eu sabia que ela estava falando com alguém! Eu, no início, achava que ela era louca, mas depois comecei a desconfiar que Angelina falava com alguma pessoa ou com alguma coisa. Tudo se encaixa!

Levantei-me da cama e me vesti, cansado. Mesmo que tudo aquilo fizesse sentido, eu ainda não conseguia acreditar. Minha mente estava confusa, meus sentimentos abalados. Eu não podia vê-la hoje. Ela saberia o que estava acontecendo ao ler minha mente. Eu realmente gostava dela. E eu não queria que ela soubesse. Ela não podia saber. Por isso, eu vinha escondendo tudo dela: não pensando nela, não olhando — o que era difícil — nos olhos dela... Quem diria que Tiago Sirius Potter gostava mesmo de uma garota?

Chutei as camas de meus amigos ao passar — Jared estava roncando. Saí do quarto e desci as escadas. Sentia falta de implicar com Alvo. Por que aquele idiota decidiu ir para Sonserina? Ele ia ficar aqui, conosco. Comigo. Revirei os olhos. Passei pelo buraco da Mulher Gorda e não vi nenhum sinal de Angelina, Lily ou Rosa. Segui meu caminho para o Salão Principal; eu estava faminto.

Sentei-me à mesa da Grifinória e olhei em volta. Aos poucos, o salão ia enchendo e os alunos sentavam-se à mesas de suas respectivas Casas. Nem havia percebido que acordara cedo demais. Servi-me de panquecas doces e coloquei no copo um pouco de suco de abóbora e comecei a comer. Vi Teddy se aproximar, ladeado por Jared e Marcus. Eles se sentaram defronte a mim.

— É assim? Você chuta as nossas camas, nos acorda e saí correndo? — indagou Jared mal humorado. Eu ri.

— Primeiro: estava na hora e você estava roncando igual a um porco. Segundo: eu não saí correndo — respondi, revirando os olhos. — E aí, Teddy, e a Victoire? Minha prima? — destaquei a palavra, sabendo que aquilo o irritaria. Teddy bufou, como o esperado.

— Quer deixar isso em paz, Sirius? Irrita — disse Teddy e eu ri. — Eu estou com ela e daí?

— Minha prima. Pois é.

— Até parece que eu não sou da família — ele revirou os olhos, servindo o seu prato com um pedaço de bolo.

— É por isso mesmo: você é da família — falei. Olhei para os lados e vi Alvo sorrindo, com alguém. Não era o Doninha Júnior. Para a minha surpresa, era Angelina. Rose e Lily vinham atrás. — Eu não acredito. — Sussurrei, aquela coisa dentro de mim se agitando.

— Ei, aquele não é o Alvo com a Angelina? — provocou Jared, sorrindo diabolicamente para mim.

— Cala a boca — mandei. — Isso não pode estar acontecendo — sussurrei novamente, balançando a cabeça.

— Ei, por que você está assim? Lembra-se de Rachel? — disso Marcus, o único sensato daqui. Suspirei.

— Tem razão: Rachel — assenti.

— Estava falando de mim? — A voz doce de Rachel chegou aos meus ouvidos. Passei meu braço em volta de sua cintura, algo que eu adquiri automaticamente.

Teddy olhou para Rachel com um sorriso malicioso nos lábios. Seus olhos passaram rapidamente pelos meus e se retraiu, preferindo ficar calado. Boa escolha, pois a ameaça em meus olhos era verdadeira.

Olhei para os lados e vi Alvo sentando-se com Angelina no início da mesa. Rosa e Lily os acompanharam, rindo de algo que eu perdera. Nesse breve momento, Angelina me olhou. Podia ser imaginação minha, mas juro que ela fez uma careta quando viu Rachel ao meu lado. Não consegui desviar os olhos dela. Toda vez que isso acontecia, minha mente ficava vazia. Só conseguia olhar para seus olhos e seus lábios, seduzindo-me enquanto falava.

Não entendia o que estava acontecendo comigo. Eu precisava me concentrar em Rachel mordiscando minha orelha, mas eu não tirava os olhos de Angelina. Seus cabelos estavam maiores e contrastavam perfeitamente com sua pele alva. Angelina virou-se novamente para mim. Desviei o olhar. Rachel parara de mordiscar minha orelha e me olhava curiosa; eu sorri.

— Está quieto hoje — ela comentou.

— Só estou pensativo — disse eu, com um sorriso nos lábios. Rachel me acompanhou.

— Sério? Disso eu não sabia — ela revirou os olhos. Sorri e beijei-lhe a face. Rachel era uma pessoa legal. Simpática, gostava das mesmas coisas que eu. Mas faltava algo nela que impedia que eu me apaixonasse por ela. Talvez ela fosse... normal demais.

Todos nos olhavam com inveja, porém, eu não ligava. Eu queria que outra pessoa me olhasse em sentisse ciúmes. Eu tinha que parar de pensar nela.

Rachel tentou me beijar. Algo que eu não gostava nela, era como ela grudava em mim. Me afastei e ela me olhou ressentida.

— Eu tenho que ir — falei me levantando da cadeira. Rachel me olhou.

— Aonde você vai? — perguntou.

— Cumprir minha detenção com o demônio em pessoa. — Respondi revirando os olhos. Só de lembrar que eu vou ter de olhar para aquela monstra, me dava nojo. — Antes que eu me atrase e ela arranque minha cabeça do meu lindo pescoço.

— Quanto exagero, Tiago — disse Rachel.

— Você não vê como ela trata os outros. Como fala com os outros. Aquela mulher maligna — falei, sério. — De qualquer modo, eu tenho que ir. Antes tivesse ficado na minha. Não gosto dela de graça... — E , dizendo isso, saí em direção ao Portão do Salão Principal, com o olhar de Angelina em minhas costas.

•••

— Maldita bruxa maligna! — exclamei ajeitando aquela meia-calça azul. Ela estava me pinicando. Por quê ela não acabava com aquela aula sobre príncipes e princesas? Aquilo era historinha para criança trouxa dormir.

— O que o senhor disse, Potter? — perguntou a bruxa (literalmente) da professora Marisa Dare. Eu a olhei.

— Nada — respondi com um sorriso cínico no rosto. Ela pareceu aceitar minha resposta, embora eu tenha certeza que ela sabia do meu sorriso falso.

— Boa resposta, Príncipe — ela falou de modo irônico. Mas pude notar que ela ressentia esta palavra.

— Posso ir? — perguntei querendo que ela me liberasse, para eu poder me livrar dessa meia-calça azul berrante.

Marisa olhou para suas unhas benfeitas.

— Eu não queria, mas pode. Sua próxima aula deverá começar daqui a pouco — Marisa me lançou um olhar diabólico. — Mas se esqueça de sua próxima detenção, senhor Potter.

— Como eu poderia esquecer? Você... Quero dizer, a senhora me lembra a cada... aula — disse eu, tentando disfarçar a minha raiva. Ela sorriu. Não gosto do sorriso dela.

— Que bom. Agora, ande. Tenho muito o que fazer — e me dispensou com um aceno de mãos. Saí da sala para o corredor vazio.

— Vaca do mau — resmunguei, mexendo naquela meia-calça berrante e humilhante, assim que me libertei daquela prisão.

Marisa não gostava de mim. Desde que chegara aqui, olhava-me com desprezo. Esse ano estava pior: ela me olhava com profundo ódio. Não me que eu me importasse; eu a detestava também. Nunca fui com a cara dela. Só agora que eu me arrependia de tê-la implicado. Eu deveria ter ficado na minha. Mas, não. Eu tinha que ser... eu.

Porém, eu não sou mau. Ela era. Seus olhos brilhavam por maldade, seus sorrisos não eram verdadeiros, seus movimentos eram de ataque. E, mesmo assim, há pessoas que achavam Marisa maravilhosa. Eu discordava. Nada nela era bom; apenas eu via isso. Balancei a cabeça e continuei andando. Nada mais fazia sentido nesta escola.

De vez em quando, eu ajeitava aquela porcaria de meia que pinicava. Só de lembrar que eu vou ter de usá-la por mais duas semanas, dava vontade de arremessar uma pedra na cabeça daquela bruxa das trevas. Como eu sabia que ela era das trevas? Simples, era só olhar nos olhos dela.

Eu ainda andava pelos corredores de Hogwarts quase desertos. O sol adentrava os mesmos, iluminando todo o lugar. Eu havia recebido uma carta de minha mãe, brigando comigo, pois eu começara o meu ano letivo com uma bela detenção. Não mencionei na resposta que a professora era má. Eu caminhava, quando escutei um grito de terror. Virei o rosto para trás e fechei os olhos. Eu ia mesmo ser um Príncipe Encantado e corri em direção oposta a que estava indo. Afinal, era assim que um Príncipe Encantado agia.

Assim que eu cheguei onde os gritos vinham, me surpreendi ao ver que era Angelina que estava correndo e gritando. Seus cabelos iam para trás enquanto saía em disparada para longe do homem de capa negra, que a perseguia. Então esse era um dos Caçadores que viviam atrás dela. Precisei de um segundo para correr atrás de eles. Como essa meia-calça incomodava!

Quando cheguei perto o suficiente, gritei:

Estupefaça! — apontei a minha varinha em suas costas.

O homem encapuzado caiu no chão com um baque e eu corri até Angelina, que estava parada no meio do corredor, com a expressão assustada. Ela me olhou e me abraçou. Levei alguns segundos para envolver meus braços em sua cintura. Suspirei ao sentir o perfume floral de seus cabelos.

— Você está bem? — perguntei em seu ouvido. Ela assentiu.

— Obriga... Tiago, cuidado! — gritou Angelina. Olhei para trás, em tempo de ver o homem se levantando. Empurrei Angelina para um canto e empunhei minha varinha.

O homem de capa preta riu. Devo admitir que aquele som era de congelar a espinha, mas me mantive firme.

— Olha só... um Príncipe Encantado — disse ele, rindo. Não me incomodei com a piada ridícula, apenas esperei que este atacasse. Eu era bom com feitiços não verbalizados. Então ele fez algo que eu não esperava: ficou ereto e parou de rir. Eu não conseguia ver seu rosto; estava muito bem escondido sob o capuz. — Eu não acredito. — Sussurrou.

— Vá embora! — gritei e o homem pareceu sorrir.

— Não sem levar a princesa — respondeu o Caçador.

— Então, infelizmente, isso não será possível — falei, enchendo-me de uma coragem que eu não tinha.

O homem apontou a varinha para o meu peito e eu vi que ele ia me acertar; o feitiço me atingiria no peito e eu não sobreviveria para contar a história para os meus filhos e netos. Na mesma hora que ele pronunciava o feitiço, eu acenei com a minha. A varinha dele voou para trás. Ele rosnou alguma coisa e esticou o braço; sua varinha veio direto para sua mão.

— Vá. Embora! — gritei mais uma vez.

— Eu vou voltar para buscá-la, princesa — e, dizendo aquilo, sumiu diante de uma luz prateada. Como ele conseguiu fazer isso? Precisava falar com a diretora. Ele não havia desaparatado. Desaparatar não era a não era assim. E, além do mais, era impossível aparatar ou desaparatar de Hogwarts.

Voltei o meu olhar para Angelina, que chorava silenciosamente sentada ao chão. Guardei minha varinha e baixei-me, a fim de ficar ao seu nível.

Ela me olhou, seu rosto estava manchado pelas lágrimas. Sequei-as com um dedo, o meu coração batendo contra minhas costelas. Eu nunca ficara tão perto dela como agora. Olhei em seus olhos e Angelina piscou. Sentei-me ao seu lado e passei meus braços à sua volta; Angelina acomodou-se em meu peito e chorou como eu nunca vira uma garota chorar. Não falei nada. Apenas a consolei como eu podia.

Angelina me olhou, com lágrimas escorrendo pelo seus belo rosto. Se ela viu isto em meu pensamento, eu não sabia. Sabia apenas que eu queria reconfortá-la da maneira que eu posso.

— Eu... eu pensei que estava segura. — Ela balançou a cabeça. — Mas agora acho que nem vocês estão seguros comigo. Eu sou um monstro!

Balancei a cabeça e peguei seus rosto nas minhas mãos. Lágrimas ainda caíam em seu rosto de porcelana. Sequei-as novamente e a fiz olhar bem nos meus olhos.

— Você não é um monstro — eu disse. — Nem de longe. Você... especial. — Afirmei, como se eu já soubesse disso há anos. Angelina arregalou os olhos como se, de repente, soubesse de tudo... E, talvez, saiba.

— Tiago, eu... Obrigada — ela sorriu. Seu sorriso era tão bonito, que eu não pensei. Selei meus lábios nos dela. Ah! Foi como se eu tivesse em abstinência e somente ela poderia me tirar daquele estado.

Nossos lábios se encaixavam tão perfeitamente, que eu não conseguia separá-los; nem para buscar ar. Angelina não lutou, apenas retribuiu o beijo, como se também estivesse em sua droga favorita. Nosso beijo estava calmo e... apaixonado. Só agora eu percebia isso. Não era necessário fingir com Angelina e não sabia por que eu escondi isso dela todo esse tempo.

Quando, enfim, nos separamos, Angelina me olhou, com mais lágrimas nos olhos. Eu não entendi.

— Você não deveria ter feito isso — uma lágrima escorreu solitária pelo seu rosto.

— Por quê?

— Você tem uma namorada e eu... — balançou a cabeça — eu não posso.

Olhei para o outro lado. Eu não queria mais ficar com a Rachel. Não depois de descobrir que eu gostava de Angelina. Doía saber que esta não me queria. Ao meu lado, Angelina tornou a chorar. A olhei novamente, dessa vez com um sorriso triste no rosto.

— Ei, por que está chorando? — perguntei. — Sou eu que está com essa roupa tosca. Eu é que deveria estar chorando.

Ela deu um sorrisinho. Ser rejeitado por ela doía, mas eu não demonstraria isso. Ela sabia o que eu pensava. E sabia que eu sabia.






 

 




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Notas finais do capítulo

Bem, espero que gostem!
Comentem?



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