Amor De Infância escrita por Samyy


Capítulo 33
Capítulo Trinta e Dois - Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Entonces, gostaria de dedicar este capítulo à todas as meninas mulheres que leem esta fanfic nesta data, e também dedicar especialmente a minha amiga Luara94 pela recomendação que ela fez



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– Nós temos que fazer isso senhor Weasley. É a única solução. Eu sinto muito.

Aquilo não podia ser verdade.

Não podia ser.

Não podia.

– Vocês não podem fazer isso. - Rony suplicou com os olhos úmidos. O ruivo encarava o doutor Joshua, responsável pelo tratamento de Hermione, profundamente nos olhos castanhos cor de mel, tão parecidos aos de Hermione. - Vocês estão de acordo? - os pais de Hermione, Mary e Peter Granger acenaram com a cabeça. - Estão de acordo com essa maluquice toda?

Não, não eles, eles não podiam...

Os dois tornaram a acenar tão tranquilamente que fizeram Rony perder as estribeiras.

– Como vocês podem aceitar que eles desliguem os aparelhos de Hermione? Se eles fizerem isso, ela vai... Ela vai... - as lágrimas desceram embaçando sua vista. Rony sentou-se na sala de espera e cobriu o rosto com as mãos.

– Estamos fazendo o melhor para nossa filha. - Peter Granger se pronunciou dando o assunto como encerrado.

Rony tinha ido ao hospital para fazer sua visita rotineira à Hermione e, ao entrar no quarto da amada, se deparou com o senhores Granger acompanhados do doutor Joshua que estavam tão concentrados na conversa para perceber sua chegada. Rony andou na direção do grupo de forma discreta e, enquanto o fazia, entreouviu o plano dos três: Como Hermione não respondia ao tratamento de forma esperada o melhor a fazer era desligar seus aparelhos. Rony não aceitou bem a situação e tentava reverter a decisão.

– Eu sinto muito rapaz. - sentiu a mão do doutor em seu ombro e tudo aconteceu muito rápido.

Rony saiu de seu torpor e voou no pescoço do doutor Joshua o prensando contra a parede. O rosto do homem ganhou, rapidamente, tons azulados enquanto Rony o sufocava.

– Vocês não podem fazer isso - ele sibilava. - Vocês não podem matá-la.

– Eu sinto muito. - o doutor Joshua lançou lhe um sorriso presunçoso, ele não parecia nem um pouco afetado pela falta de ar, a não ser pelo rosto colorido.

Os seguranças foram acionados, Rony nem sentiu a agulha com tranquilizantes que perfurou seu pescoço.

[...]

Rony despertou assustado em sua cama. O suor empapava seu travesseiro e seu corpo. Suas costas estavam molhadas do suor, mas como ele dormia sem camiseta não a tinha molhado. A respiração completamente descompassada denunciava mais um sonho ruim que tivera

Os sonhos, ou melhor, os pesadelos estavam se tornando uma constante desde o dia em que presenciara a convulsão de Hermione.

O primeiro pesadelo apareceu na mesma noite da convulsão, onde Hermione tinha outra convulsão e se contorcia no chão até a morte, sendo que Rony não podia fazer nada para ajudá-la a não ser assistir. Esse sonho se repetiu pelo menos outras três vezes no intervalo de tempo em que não a tinha visto.

Ele não sabia como fora capaz de voltar para aquele apartamento. Todos os objetos e até ele mesmo respiravam ou exalavam Hermione por seus poros. Não havia absolutamente nada que não o fizesse lembrar-se da garota de cabelos castanhos cacheados.

Logo ao entrar na sala podia-se contemplar o sofá que lhes fora companheiro em diversas noites, nas quais deitar encolhidos nele assistindo a um filme ou programa qualquer os satisfazia.

Ou então a cozinha, onde basicamente todas as noites, ao chegar do trabalho, a encontrava terminando de cozinhar. Na manha seguinte a terem sua primeira noite juntos (Capítulos 21 e 22) ele descobriu ter uma espécie de fetiche ao vê-la cozinhando.

Pior ainda era o quarto que eles dividiam. As paredes não o deixariam mentir o quanto ali foi confidenciado.

Rony checou o horário no relógio-despertador e se levantou. Eram quase cinco horas da manha e ele não conseguiria voltar a dormir. Nunca conseguia.

Tomou um banho frio a fim de se livrar do suor e da estranha sensação de vazio que o acompanhava nas madrugadas.

Nas primeiras vezes que o pesadelo o acometeu tentara voltar a dormir, mas como a tarefa se tornou inútil ia para a sala assistir televisão. Naquela hora passava seriados antigos, que passavam durante sua infância, alguns filmes de ação, desenho animado e programas nem um pouco interessantes, que ele não assistiria em uma "situação normal" ou em "sã consciência". Em uma dessas noitadas aprendera a dobrar corretamente o virol, sempre fazia do jeito errado por conta do elástico.

Mas aquela noite seria diferente.

[...]

O vento da manha, que começava a raiar, bagunçava os cabelos ruivos de Rony, mas ele não podia parar de correr, ele precisava correr.

Encontraria naquela corrida uma forma de cansar o corpo, para que não pudesse pensar em outra coisa a não ser a exaustão.

[...]

– ... E isso pode indicar que os sentidos dela estão voltando. - o doutor estreitou os olhos. - Senhor Weasley, está me escutando?

Rony mal prestou atenção ao doutor Joshua, quase três semanas sem pisar naquele hospital e tudo o que ele conseguia pensar era na imagem do médico sendo enforcado por suas mãos, tendo seu sorriso presunçoso bastante marcado em sua memória.

– Desculpe doutor, eu estava pensando em outras coisas. - o ruivo balançou a cabeça de modo a afastar os pensamentos. - O que disse?

O médico sorriu amigavelmente e repetiu.

– Eu falava sobre a convulsão que Hermione sofreu. Nós a observamos durante essas duas semanas, fazendo observações e anotações importantes. Descobrimos, após alguns exames, que a convulsão foi causada por uma forte atividade elétrica no cérebro de Hermione por conta da lesão que ela tem na cabeça, causada pelo tiro.

– Mas tem quase dois meses que ela está internada e só agora teve uma convulsão?

– É essa a questão. Nós, eu e a equipe médica, acreditamos que isso pode indicar que os sentidos dela estão voltando. Como eu já lhe disse, ao senhor e aos pais de Hermione, nós não sabemos o que acontece quando uma pessoa entra em coma. Não sabemos se ela ainda está lá, se vai acordar um dia ou Deus sabe o que. Esse é um dos motivos que nos leva a não desligar os aparelhos, o paciente pode estar em algum lugar, esperando uma oportunidade para acordar. Há sempre um caso onde o paciente acorda.

Rony estremeceu dos pés à cabeça. Agarrou-se àquela esperança. Hermione iria acordar, ela tinha que acordar.

– O cérebro dela anda respondendo aos nossos estímulos, o que pode ou não significar que ela vai acordar. Isso pode acontecer hoje, amanha ou daqui a dez anos.

– Certo, certo... - o ruivo estava começando a ficar desconfortável e ao mesmo tempo aliviado com aquela conversa. Aquelas palavras de Joshua tornavam o seu pesadelo de mais cedo completamente infundável, visto que ninguém queria desligar os aparelhos de Hermione.

Ela iria acordar, ele tinha fé. Ele voltaria para os seus familiares e amigos, e principalmente para ele.

Após a conversa com o doutor, foi lhe permitido ver Hermione. Ela tinha sido transferida para o quarto novamente, o número 4426.

Rony simplesmente entrou, como vinha fazendo nas últimas semanas. Ela estava do mesmo jeito do qual ele se lembrava, cabelos espalhados pela travesseiro, peito subindo e descendo em uma respiração ritmada, o resto do corpo imóvel, sendo rodeado por alguns aparelhos.

O ruivo ficou por alguns instantes parado, ao pé da cama, apenas contemplando Hermione. Não pode evitar que as lembranças do encontro com Victor invadissem sua mente:

"– Eu aceitei o fato de que Hermione não voltaria para mim. - Victor suspirou. - Mas eu não podia vê-la com ninguém, então se ela não fosse minha não seria de mais ninguém."

"– Espero que ela morra! - o moreno praticamente cuspiu as palavras."

Ele saiu de seu torpor e segurou fortemente a mão da garota beijando sua testa.

– Hermione, você precisa acordar para que enfrentemos isso juntos. Para que mostremos ao tal do Krum que o que ele fez não nos abalou.

Por bons vinte minutos ele ficou a conversar com o corpo inanimado, segurando suão mão esquerda, contando as notícias dos últimos dias (como a visita aos pais e à Victor, omitindo os pesadelos).

– Seus pais vêm te visitar mais tarde, ainda está cedo. - falou checando o relógio no pulso que marcava 15h32min.

Então aconteceu...

Parecia estar em um Flashback.

Sentiu o mesmo forte aperto de mão, os mesmos espasmos, já estava até pronto para chamar o doutor, pois Hermione estava sofrendo outra convulsão. Soltou a mão da garota, por recomendação médica, para que ela não se machucasse.

Mas ele nem precisou se afastar muito para entender o que estava acontecendo.

Os olhos castanhos finalmente se abriram, revelando sua cor, revirando-se em sua órbita. A respiração rápida e descompassada e um grito agudo escaparam de seus lábios, abafado pelo enorme tubo que ar.

Rony não sabia o que fazer, a encarou por longos segundos até voltar e tirar o tubo de sua boca. Hermione o encarava assustada e totalmente perdida.

– Hermione... - ele sibilou.

– Onde... Onde eu estou? - sua voz falhou por conta das longas semanas sem falar.

– Hospital... Você está em um hospital.

– Por que eu estou em um hospital? - ela suspirou pesadamente, soltando o ar pela boca, seus olhos estavam se enchendo de água.

– Um tiro, você levou um tiro. - ele explicou, aproximando-se enquanto Hermione se sentava na cama.

Sua respiração ainda estava descompassada, ela tentava recuperar o fôlego. Parecia alguém que quase se afogara, voltando a respirar por conta própria.

– Hermione. - agindo por impulso Rony segurou o rosto dela e beijou seus lábios.

Hermione não correspondeu ao gesto e o empurrou por instinto.

Rony não compreendeu. Hermione arregalou os olhos, assustada e suas bochechas adquiriram um tom avermelhado de vergonha.

– Quem é você e por que me beijou?

– O que? - ele perguntou baixo, mas alto o suficiente para que Hermione escutasse, ele apenas precisava ouvir uma segunda vez para ter certeza do que escutara.

– Quem é você e por que me beijou? - ela tornou a perguntar, agora mais alto.

Aquela só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto. Como assim? Isso não fazia sentido.

– Hermione... - Rony abriu e fechou a boca três vezes até decidir o que diria. - Sou... Sou eu... Rony, seu namorado...

– Não... - as lágrimas brindaram seu rosto. - Eu quero os meus pais. - ela pediu confusa, visivelmente afetada.

– Senhor Weasley. Uou. - o doutor irrompeu pela porta e seus olhos pareciam querer sair das órbitas ao perceber que Hermione tinha acordado. - Isso é incrível! - ele exclamou.

– Quem são vocês? Eu quero os meus pais! Não me toque! - ela sentenciou quando o doutor se aproximou.

O doutor Joshua sai da sala apressado.

– Hermione...

O que estava acontecendo?

Algo muito, muito, muito estranho estava acontecendo. Hermione estava brincando com a sua cara, obviamente. Logo ela iria rir, sua expressão se suavizaria e ela lhe diria que tudo não passava de uma brincadeira.

Mas nada aconteceu.

Então o doutor retornou, sendo seguido de perto por enfermeiros.

– Preparem na, vamos levá-la para a sala de exames. - doutor Joshua deu instruções a sua equipe. - Senhor Weasley, por favor, me acompanhe.

Rony hesitou. Não queria deixar Hermione ali, desamparada, mas estava ávido por saber o que estava acontecendo. Ele seguiu o doutor.

Já no corredor Joshua pediu que Rony lhe contasse tudo o que havia acontecido.

Rony contou, tropeçando algumas vezes nas palavras, enquanto Joshua escutava a tudo atentamente.

– Bom - ele ponderou quando Rony terminou de falar. - só saberemos o que aconteceu quando saírem os resultados do exame, mas eu tenho as minhas suspeitas.

– Quais suspeitas? - perguntou nervoso.

– Hermione deve ter sofrido algumas alterações em seu sistema.- a cabeça do doutor trabalhava em outra frequência tentando descobrir o quão extraordinário ter uma paciente que acordara de um coma.

– E que tipo de alterações?

– Bom, precisamos esperar os resultados dos exames, mas eu aposto em perda de memória.

Perda de memória? Ela não se lembrava dele? Bem, era pior do que qualquer pesadelo que ele pudesse ter.


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Notas finais do capítulo

Mai Godi
Finalmente esse capítulo saiu, graças! Aconteceu quase a mesma coisa do capítulo anterior, só que eu tinha um esqueleto dele e tinha feito várias alterações e na hora de salvar salvei errado e basicamente onde eu alterei foi justo a parte que não salvou, então tive que escrever bastante coisa de novo por isso que demorei, isso me desanimou um pouco e fiquei com preguicinha, além do fato de que minhas aulas voltaram então estou me sentindo sobrecarregada, mas vou fazer o q posso pra postar o próximo semana que vem.. Ou quando der mesmo.
Beijos e obrigada a todos que comentam, eu leio todos os comentários sempre que posso! :)