Amor De Infância escrita por Samyy


Capítulo 17
Capítulo Dezesseis - No Boliche


Notas iniciais do capítulo

Para a alegria de vocês, ou não...



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Como sempre, a semana passou voando mais uma vez. As estrelas brilhavam iluminando o céu daquela noite. Estava uma fresca e bela noite, como se ela previsse os acontecimentos, e quisesse tornar tudo mais bonito e agradável.

Gina e Hermione arrumavam-se para ir ao boliche. Elas encontrariam os garotos por lá, para uma noite de diversão e fim com imprevisto.

– Você está pronta? - Gina perguntou. Hermione vinha agindo de uma forma estranha desde a conversa "reveladora" que tiveram. Hesitante talvez fosse a palavra certa.

– Estou sim. - ela seguiu Gina até o carro.

Hermione tinha um pressentimento estranho sobre aquela noite. Não algo ruim, ela não saberia explicar... Quem sabe, algo que pudesse mudar sua vida.

– O que foi hein? Você está tão estranha esses dias! - Gina questionou a caminho do boliche. Não que Hermione fosse alguém que conversava muito, mas ela não ficava tão calada.

– Não é nada. Estou bem!

A ruiva achou melhor não pressioná-la, Hermione nunca funcionou sob pressão.

Bloomsbury Bowling estava escrito em letras grandes, brilhantes e garrafais na fachada do estabelecimento.

Aquele não era apenas um boliche, era um ponto de encontro entre amigos, que incluía diversos tipos de jogos - mesa de pebolim, tênis de mesa...

– Harry disse que nos esperaria perto do balcão de atendimento. - disse desligando o carro, no estacionamento.

Hermione estava fazendo as coisas no modo automático. Quando deu por si, estava presenciando Gina andar apressadamente em direção a Harry e se jogar em seus braços. Depois de seus pais, Harry e Gina eram o casal preferido de Hermione. Eles se completavam de uma forma estranha, mas se completavam...

Harry e Hermione cumprimentaram-se com um abraço caloroso. Devido a grande amizade que tinham, e Harry tê-la ajudado em várias situações. Cumprimentar Rony foi algo um tanto constrangedor. No começo, Hermione pensou em abraçá-lo, mas quando estava no meio do ato, ela voltou atrás e apenas apertaram as mãos.

– Então, todos prontos para a derrota?

Os quatro se encaminharam para o balcão de atendimento do boliche. O rapaz pediu que informassem o número de seus sapatos, para lhes entregar os calçados especiais, já que boliche não pode ser jogado com qualquer sapato.

A noite parecia bem agitada. Havia por volta de vinte e cinco pessoas distribuídas pelas variadas pistas. Um número relativamente grande, considerando que às vezes não chegava a quinze pessoas presentes naquela área.

Eles escolheram a pista mais próxima da lanchonete. Pensando em não andar muito após o jogo, pois estariam cansados.

– Quem quer começar? - perguntou Hermione, sentindo-se, pela primeira vez aquela noite, animada.

– Primeiro as damas! - disse Rony, dando preferência às garotas.

– Pode ir à frente Gina! - Harry, Hermione e Rony sentaram-se em um banco a poucos metros da pista, ou approach, onde se pega as bolas, para aguardar.

O jogo fora bastante divertido. Gina e Rony, de alguma forma, escorregaram antes de jogarem suas bolas em direção aos pinos. Arrancando risadas de quem estava próximo. Harry era o menos habituado com o jogo, e acabou na última posição. Rony até tentou, mas suas jogadas eram fracas. Ganhou o terceiro lugar por causa de um ponto a mais. Gina era boa jogadora, e ficou em segundo por causa de uma falta, ao pisar depois do limite. Hermione se surpreendeu ao fazer três strikes seguidos, e, notavelmente, levou a melhor.

– Foi um belo jogo Mione. - Gina admitiu quando estavam na área da lanchonete. Tinham feito seus pedidos há quinze minutos. Algo nem um pouco saudável. Mini Esfiha!

– Obrigada. Faz tempo que não me divirto tanto! - ela beliscava alguns tira gostos na mesa, para tentar enganar o estômago faminto.

Estavam sentados em uma mesa próxima a janela. Hermione e Gina, em lados opostos, mas sentadas perto da parede, e os garotos: Harry ao lado da ruiva, e Rony de Hermione.

Quando as esfihas chegaram, eles perceberam o quanto estavam famintos. O jogo parecia ter acabado com as suas forças.

Gina contava piadas fazendo todos rirem e ter medo de engasgar.

– Gina, pare! Eu retiro o que eu disse sobre você contar piadas igual ao papai. As suas são melhores! - Rony ria tanto que se segurava para não bater palmas, tentando se controlar, como uma foca.

– Eu sei, te disse!

– Aquele meu conselho ainda é válido: se a carreira como estilista não der certo, conseguirá ser humorista fácil fácil...

Com licença! - uma moça de cabelos escuros e olhos claros, passou pela mesa deles. - Que tal comprarem flores para as namoradas? - ela mostrou-lhes uma cesta com diversas flores.

– Ótima ideia! - exclamou Harry, procurando a carteira.

– E você? Não irá querer alguma? - ela virou-se sorridente para Rony, feliz com a compra de Harry.

– Ah... Eu... - começou um pouco constrangido. - Ela não... Nós não somos namorados.

– Ah, que pena, pois formam um belo casal! De qualquer forma, obrigada pela atenção. - ela saiu deixando um Rony e uma Hermione rubros.

Harry e Gina observavam os amigos contendo a vontade de rir. Havia um clima entre eles, e só os dois "bocós" – como Gina se referiu carinhosamente – não querem encarar a verdade.

– Bom, eu vou pagar a conta, e acho melhor vocês me esperarem lá fora. - Harry adiantou-se em direção ao caixa.

Rony estava agitado. Seus pensamentos estavam a mil. Ele nutria sentimentos por Hermione, sentimentos intensos, mas não sabia como revelá-los, e sentia medo de parecer um idiota.

– Hum... Hermione, será que podemos conversar? - ele perguntou, interrompendo o silêncio entre os três que aguardavam Harry.

Ela assentiu e o seguiu. Andaram até Rony achar que seria suficiente para ninguém escutá-los.

– Então...? - Hermione notou que o ruivo estralava os dedos repetidas vezes, e não conseguia ficar parado, quieto, sem fazer algum movimento.

– Ah... Bem... É... Foi um bom jogo o seu! Parabéns!

– Ah, obrigada!

– Sabe... Ér... Você merece até um prêmio!

– Claro que não. Foi um bom jogo, sim, mas só um jogo!

– Ainda acho que mereça...

– O que quer dizer com...

Reunindo forças do além - pois Rony sentia suas pernas falharem -, o ruivo a segurou pelos ombros e juntou seus lábios, em um calmo beijo. Hermione ficou em choque por alguns segundos, logo se recuperando e ajudando a aprofundar o toque. Rony subiu uma de suas mãos para os cabelos de Hermione, que ele constatou serem macios. Aquele contanto fez a castanha se sentir nas nuvens. Rony lhe beijava tão suavemente, algo que ela considerava romântico. Ele explorava cada canto de sua boca, a fim de conhecer seus caminhos... Os dois estava ficando tontos pela falta de oxigênio, o que significava que o beijo durou mais do que devia.

Aparentemente, a não ser pela leve tontura, - oxigênio faz falta - tudo estava indo bem... Até Hermione interromper o beijos, dando dois passos para trás.

– Rony... Você quebrou nossa promessa! - ela falou um pouco ofegante, e olhava para qualquer lugar, menos para Rony. Deveria imaginar que isto aconteceria mais cedo ou mais tarde. - Nós prometemos nunca nos beijar!

– Promessa de criança! - ele riu com sarcasmo. - Promessa de criança não vale! Mas... Bom, desculpe...

– Não é isto. Não é você, nem a promessa, sou eu!

– Então o que é? Conte-me!

– Você não me entende! - os olhos de Hermione se encheram de água, deixando Rony nervoso.

– Não precisa chorar. Por que não me conta o que está acontecendo? Podemos conversar...

– Foi conversando que tudo começou. - ela fechou os olhos por alguns segundos, respirando profundamente. - Certo, vamos conversar. Mas não aqui, vamos para outro lugar, por favor!

Eles se despediram de Harry e Gina - que acharam mais que suspeito os dois indo embora juntos - e entraram no carro do ruivo.

– Eu sou uma idiota! Eu até estava esperando aquele momento... Senti antecipação. Mas quando você me beijou eu fiquei assustada, e mesmo assim correspondi... - Hermione sentiu suas faces esquentarem.

– Medo de que exatamente?

– Ah... Como eu disse, não é você, nem aquela promessa, e, pensando bem agora, acho que não sou eu... É o Vitor Krum...

– Vitor quem?

– Vitor Krum, meu... Ex-namorado...

O resto da viagem seguiu-se em completo silêncio. Rony ficava se perguntando o que esse tal de Vitor "Ruim" tinha com isso. Afinal, ele conhecia Hermione há mais tempo...

Rony acendeu as luzes da sala, ao entrar no apartamento. Deixou Hermione sentar-se onde quisesse e foi preparar duas xicaras de chá.

Ao retornar, Rony encontrou Hermione sentada no sofá próximo á janela, encarando as luzes da cidade e os carros passando. Ela estava quase abraçada aos joelhos. O ruivo lhe estendeu a xicara e sentou-se ao seu lado.

– Obrigada! - foi quase um sussurro. Ela bebericou um pouco do chá, tomando bastante cuidado pois estava quente, e depositou o copo da mesa de centro. - A vista daqui é linda!

– Por que você acha que eu comprei este apartamento?

Rony tomava seu chá esperando o momento em que Hermione diria algo. Não queria forçá-la a dizer nada, mas estava ansioso para escutar.

Hermione enfrentava um conflito interno, entre contar e não contar. Desde que conversara com Gina, no domingo, pensamentos a assombraram. Antes, estava animada por ter se reencontrado com o ruivo, e imaginava as coisas que poderiam acontecer com os dois. Mas depois, depois de pensar bastante, o receio a perseguiu.

– Eu gostaria de poder resolver as coisas com simples palavras... Mudar os acontecimentos! - Rony achou melhor não atrapalhar. - Bom, há alguns anos, eu namorei Vitor Krum. Ele não fazia o tipo romântico, mas eu, aparentemente, gostava dele. - ela se pôs a contar a história deles e a época em que ele se tornou possessivo, enquanto Rony escutava tudo pacientemente. - ...Então eu criei coragem para terminar... Mas Vitor não aceitou isto muito bem...

– Desculpe, e o que isto tem com o fato de eu ter te beijado?

– Eu não terminei de contar... Como eu disse, Vitor se tornou ciumento demais, possessivo demais, e não aceitou nosso término... Ele tentou me persuadir a voltar atrás, prometeu mudar, mas eu não me submeti a isto. Então, um dia, eu estava andando sozinha na rua, sem olhar para os lados, Vitor apareceu e tentou abusar de mim... - ela deixou que algumas lágrimas caíssem por seu rosto. - Não lembro como consegui escapar, mas eu consegui... Só Gina, Harry e, agora, você sabem disso. Vitor nunca entendeu que eu não me sentia pronta para uma grande passo no namoro... Por causa dele eu tenho receio de relacionamentos... Tenho medo que aconteça de novo. Ele era exageradamente possessivo.

Eles ficaram em silêncio, dando tempo suficiente para Rony absorver as últimas informações. Krum era o cara mais idiota do mundo por fazer isto com ela, Rony tinha certeza absoluta. Como querer fazer mal àquele belo ser? Um completo idiota! Ele não gostava de nutrir sentimentos ruins ou rancor das pessoas, mas se alguém merecia tudo e muito mais, esse alguém era Vitor Krum.

– Você confia em mim? - ele perguntou calmamente.

Hermione pensou em tudo que havia lhes ocorrido, e Rony nunca deixaria sombra de duvidas de que merecia a confiança das pessoas.

– Sim.

– Então, por favor, acredite quando lhe digo que não agiria como esse infeliz. Eu não faria nada para que você sofra. Meus dias seriam feitos de sua alegria, do seus sorriso, só deles.

– Rony... - ela parecia um pouco abalada com as últimas falas do rapaz. - Eu não duvido de você, mas as coisas não são tão fáceis... O que aconteceu pode ter sido basicamente há anos, mas foram coisas tão vívidas que é difícil apagá-las. Eu não quero ser machucada por um relacionamento outra vez, e muito menos machucar alguém. Eu... Eu preciso pensar...

Ela levantou-se de supetão, pegou sua bolsa e encaminhou-se para a porta, deixando um Rony em choque para trás. Ele deveria deixá-la pensar, ele mesmo precisava pensar, mas de uma coisa ele sabia: quando os dois eram criança, prometeram ficar juntos para sempre. Com ou sem Vitor essa promessa seria realizada. Nem que ele precisasse cantar na frente de várias pessoas...


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Notas finais do capítulo

Eu só precisava de um dia sozinha, viram, escrevi rapidinho... Podia ter sido mais rápido... Bem, embora este capítulo tenha sido esperado por muitos, as coisas vão começar a, digamos, ficar bem mais interessantes no capítulo depois do próximo capítulo, quando esses dois palermas começarem a namorar. E vocês vão odiar muuuuuuito Vitor Krum! Mudando de assunto, alguém lê os livros de Nicholas Spakrs? São tão bons, principalmente para quem gosta de romance, mas aviso de antemão que alguns tem histórias trágicas! Alguém leu As vantagens de ser invisível ou assistiu ao filme? Alguém leu Morte Súbita? Prefiro The Casual Vacancy!
Feliz Ano Novo!