Amor De Infância escrita por Samyy


Capítulo 14
Capítulo Treze - "Pensei que tinham te sequestrado"


Notas iniciais do capítulo

Este foi o maior capítulo que escrevi em toda minha vida... Uau, se este capítulo ficou enorme, imaginem os próximos.... Isso porque eu nem fiquei colocando muito detalhe... Enfim, eu irei dividi-lo, se não não tem graça : (



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Não eram nem dez da manha quando Hermione rompeu pela porta de casa. O sol brilhava como sempre, embora o tempo estivesse um pouco frio. As cortinas das janelas estavam fechadas, deixando tudo escuro.

A castanha estava tão feliz que mal conseguia se controlar. Precisava dividir esse sentimento com alguém, e ninguém melhor do que sua melhor amiga, Gina.

Não se importando se a acordaria no meio do centésimo sono, Hermione entrou no quarto da ruiva fazendo o maior estardalhaço na intenção de acordá-la. Gina parecia ter percebido o que a amiga queria e colocou um de seus travesseiros sobre o rosto, a fim de abafar o barulho.

– Ginevra, acorde! Por favor! - Hermione tentou uma ofensiva mais direta. Sentou-se na cama e começou a balançar Gina. - Tenho coisas a te contar, é urgente!

– Hum... - ela resmungou.

– Vai, por favor, eu até te levo para tomar sorvete mais tarde! - valia de tudo para tentar persuadir a amiga.

– Tá bem, já estou indo. - Gina começou a se render. Deu um bocejo e começou a se levantar. - Vá na frente que já irei. - ela mal esperou Hermione sair do quarto para voltar a se deitar.

Dormir é um de seus passatempos preferidos. Quando sonhamos entramos num mundo que é inteiramente nosso, deslizamos na mais alta nuvem ou mergulhamos no mais profundo oceano, já dizia seu antigo professor de filosofia do terceiro ano, Alvo Dumbledore. O cara era um gênio, capaz de formular as mais diversas frases que faziam seus alunos quebrarem a cabeça de tanto pensarem. Era seu professor e matéria preferidos daquela época.

Hermione se sentia um pouco nervosa. Surpreendera-se ao acordar em uma posição um tanto suspeita com Rony. Posição que poderia ser confundida com "conchinha", se não estivessem tão afastados, e ao mesmo tempo tão juntos. Ele a envolvera com os braços, como em um abraço de costas. Rony parecia ter o sono de uma pedra e ao mesmo tempo sereno, tranquilo. De toda forma, Hermione arriscara que se o mundo estivesse caindo, ele continuaria a dormir.

– O que foi? - Gina entrou na cozinha, sobressaltando Hermione. - Eu juro que achei que tinha te sequestrado. - a ruiva estava apenas se fazendo de difícil. Como a amiga não tinha percebido que um com um são onze, e não dois, ela não entregaria os pontos dizendo que sabia mais do que ela pensava.

– Muito dramática! - disse Hermione, abrindo a geladeira em busca de algo para comer.

– Então, o que é tão urgente?

Hermione não pode esconder o sorriso. Sentia-se tão feliz consigo, uma sensação maravilhosa de paz interior.

– Adivinha. - sem pegar nada, fechou a geladeira e voltou-se para a amiga.

– Olha, eu pretendo ser estilista e dar dicas de moda, não sentar na frente da bolinha de cristal.

– Sabe o cara da festa, Fera? – ignorando o comentário, acrescentou, sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

– Deixa-me ver... Um homem muito interessante, legal, que tem os mesmos gostos que você? - arriscou.

– Também. - Hermione considerou, pensando por um minuto, muito estranho terem os mesmos gostos, mas não importava agora. Ela balançou a cabeça afastando o pensamento. Seria fácil se dispersar. - Mas não é necessariamente isto. Lembra-se daquela história que te contei? Sobre o Rony, que eu conheci quando criança... Sabe quem é o cara da festa?

– Nossa, ele é amigo do Rony. Legal!

– Não sua bobinha! - Hermione revirou os olhos. - Ele é o Rony, em carne, osso e tudo o mais!

– Ah... Legal, então vocês passaram a noite juntos? Para você chegar àquela hora da madrugada!

– Que mané madrugada. Faz em torno de vinte minutos desde que cheguei!

– De toda a forma, vocês passaram a noite juntos, hein? - Gina lançava olhares suspeitos e maliciosos.

– Sim... Quer dizer, não do jeito que você está pensando. - suas bochechas adquiriram um tom rosado. - A gente... Nós apenas conversamos e relembramos um pouco o passado.

– Que lindinho. E eu não pensei em nada, você quem está dizendo. - falou fazendo-se de ofendida.

– Eu te conheço, sabia? Você é minha melhor amiga!

– É, eu sei. Mas agora me conte, o que aconteceu? Vocês conversaram sobre o que necessariamente? - perguntou curiosa. - Alias, comece a me contar deste o momento em que se encontraram até minutos atrás!

O que se seguiu foi uma longa conversa, que tomou um terço da manha. Gina preparou um café forte, pois não conseguiria passar bem o dia, já que Hermione a acordara antes da hora desejada.

– Resumindo, não aconteceu nada de importante? - Gina parecia chocada.

– Como assim? Eu o encontrei, nós conversamos, vimos fotos, eu li uma carta que escrevi há décadas, e você simplesmente me diz que nada de importante aconteceu?

– Bom, eu pensei que algo a mais aconteceria. Uns beijinhos, quem sabe... - cantarolou a última frase. - Pensei que estariam namorando uai! - ela falava como se aquilo fosse supernormal.

– Claro que não, nós... Nós acabamos de nos reencontrar e você queria que algo assim acontecesse? Não está um pouco apressada?

– Não, achei que fosse obvio. Se vocês namoraram quando crianças, o mais normal e esperado era que namorassem de novo! - Gina falava como se explicasse à uma criança de cinco anos porque se deve comer todas as verduras e legumes do prato.

– Mas não, não estamos juntos, e nem sei se isto vai acontecer. - Hermione se apressou a levantar e rumar para a sala.

– Como assim: nem sei se isto vai acontecer?

– Eu tomarei um banho, e depois lerei o primeiro livro que estiver na minha frente! - ignorando a pergunta da amiga começou a andar na direção de seu quarto.

– Pode parar ai mocinha...

O telefone de Hermione começou a tocar. Gina tentou ser mais rápida, chegando a bolsa da amiga primeiro, mas como estava um pouco longe dela...

– É ele! - Hermione quase dera pulinhos ao reconhecer o número. - Oi, Rony!

– Oi, Mione! - a menção de seu apelido fez percorrer um tremor pela sua espinha. Como se aquele longo período em que estiveram distantes nunca tivesse ocorrido. Rony costumava chamá-la assim, carinhosamente, coisa que deixava Hermione com um sorriso tímido. - Tudo bem?

– Tudo, e você?

– Vou muito bem! Então... Acabamos dormindo, né?

– Sim, pelo visto. Foi legal, ontem.

– Também achei. - ela pode escutar uma risada abafada do outro lado da linha. - Tudo por causa de uma festa.

– Sim, verdade!

– Mas... Ér... Hum... Você, por acaso, vai fazer algo esta noite?

– Não, eu pretendia ficar em casa. Por quê? - perguntou em expectativa. Não que ela esperasse um convite aquela hora, de forma alguma, mas algo dia, quem sabe...

– Legal... Quer dizer... Será que você quer sair hoje? Bem, na verdade sair para jantar. Nada de mais.

– Olha, eu vou pensar... Não sei se quero sair hoje... - Hermione pensou em se fazer de difícil. - Mas caso eu vá, que horas tenho que ir?

– Bem, eu pretendia ir buscá-la e deixá-la em casa. Para me assegurar de que nada acontecerá.

– Reformulando a pergunta, que horas você viria me buscar?

– Por volta das oito.

– Bom, então eu aceito, obrigada pelo convite. - ela aceitaria de qualquer forma. Passou-lhe o endereço do prédio (que, por sinal, ele já sabia), trocaram mais duas ou três palavras e desligaram.

Rony e Hermione estão sentados em uma árvore, se B-E-I-J-A-N-D-O! Primeiro vem o amor, depois o casamento. Depois vem a Lily em um carro de bebê!

– Gina! - Hermione arquejou. - Você parece criança sua chata! E eu nunca colocaria o nome da minha filha de Lily! Embora seja um nome bonito.

– Não posso fazer nada se a banda Extreme tem uma música com essa letra e ela veio na minha cabeça agora. Só lamento! E Lily é um ótimo nome, é nome da mãe do Harry, seria uma linda homenagem, fique você sabendo! - fazendo-se de ofendida, mais uma vez, saiu em disparada para o quarto.

A morena fizera o almoço, e mais tarde aconteceria o mesmo, se não fosse seu compromisso.

Hermione ficara ansiosa por aquela noite, tanto que mal conseguiu se concentrar no que fazia. Por que tudo isso? Era apenas um encontro... Um encontro? Ninguém dissera nada sobre encontro, Rony apenas perguntou se ela gostaria de jantar com ele. Talvez fosse isso que a deixara agitada. Era um simples jantar e nada mais...

Desde sempre falar com garotos, meninos, homens, era uma barreira a ser vencida. Hermione talvez tivesse medo do que eles pensariam dela, o que criara um bloqueio, e quem sabe tudo isto piorara quando Krum - seu infeliz ex-namorado - provocava o afastamento involuntário dos rapazes, por mais bem intencionados que fossem.

– Algum problema? - perguntou Gina, enquanto escolhiam o que a morena vestiria. - Está um tanto pálida!

– Eu não sei... Acho que estou com medo? - era mais uma pergunta, que uma afirmação.

– Ora, medo de quê? Se ele for mau com você, ou a fizer pagar a conta, lance seu inseparável spray de pimenta em seus olhos. - se não fosse a seriedade com a qual Gina falou - ou seu nervosismo - ela teria dado uma risada.

– Mas... E se...

– Não se preocupe, o que tiver de ser será! - e isto encerrou o assunto. - Olhe este vestido, não é lindo? - a ruiva tirou do guarda-roupas da amiga um vestido listrado na horizontal, com as cores vermelho, branco e verde, que vinha com um cinto, verde, para marcar a cintura. - É perfeito, servirá como uma luva.

– Está fazendo um pouco de frio lá fora, não posso usar isto!

– Claro que pode! Eu dou meu jeito, sempre dou um jeito! - com uma piscadela, mandou-a tomar um banho, que quando voltasse seu modelito estaria lhe aguardando em cima da cama.

Dito e feito, quando Hermione saiu do banheiro, sobre sua cama, devidamente escolhidos, estava uma combinação curiosa.

Além do vestido, uma jaqueta beirando à um azul verde, com seis botões frontais e dois bolsos laterais, uma sapatilha também listrada, porém na vertical, com as cores amarelo, azul, rosa e branco, e um lanço em forma de flor, uma bolsa estampada com a bandeira da querida Inglaterra – terra da rainha -, e um cachecol xadrez, bege.

Na opinião de Hermione, aquelas roupas seriam usadas em um encontro, não em um simples jantar de "amigos de longa data". Ela pensou em escolher outra roupa, mas se atrasaria. E não tinha nada pior que se atrasar.

– Então, gostou? - como Gina dissera anteriormente, o vestido tinha lhe caído como uma luva. Ia até um pouco depois do joelho, nem curto, nem longo.

– Não posso negar que adorei! Obrigada. - ela abraçou a ruiva. - Você sempre me salva. Não que eu não tenha senso de moda, mas você sabe mais que eu!

– Sou um anjo da guarda que veio lhe salvar! Mas se apresse, tem vinte minutos até oito horas. Precisa arrumar o cabelo e se maquiar.

– Sabe que não suporto maquiagem!

– Vamos, apenas para realçar sua pele, e dar destaque aos seus olhos.

Hermione decidiu por deixar o cabelo solto. Gina sugeriu que passasse lápis de olho, um pouco de blush e batom para realçar seus lábios.

– Está linda. Se Rony não cair de amores por você... Ele joga no outro time! - falou tentando fazer graça.

– Tem certeza? Não está exagerada? - perguntou olhando-se no espelho.

– Você quem deve saber, se sentir-se bem assim.

No instante em que ela responderia, o interfone tocou. Provavelmente o porteiro avisando que Rony tinha chegado.

– É ele... - sentiu seu coração pulsar mais rapidamente. Para que toda aquela comoção? Por nada, óbvio, apenas o homem que lhe tirara o sono há anos. - Deseje-me sorte!

– Você não precisa. Tudo dará certo. Tenham uma boa noite! - elas se despediram. Gina, ao interfone, disse ao porteiro, senhor Filch, que Hermione já descia.


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Notas finais do capítulo

Eu amei o capítulo, principalmente a outra parte, que é mais interessante! *-* Se vocês forem boazinhas eu posto o resto ainda esta semana!
Beijos