Tudo começa com um simples “oi”…

“Havia um enorme caminhão parado na frente da casa que estava sendo alugada. Provavelmente os novos inquilinos tinha acabado de chegar.

Rony foi ver quem eram. Uma mulher de cabelos cheios de coloração castanha, um homem moreno e uma menina com os cabelos iguais aos da mãe, porém eram castanhos puxados para morenos, com certeza combinação do pai e da mãe. Rony aproximou-se mais, estava curioso. Sentiu algo diferente, algo que o instigou a ir conhecê-los.

A menina estava de costas quando Rony foi falar com ela…

— Oi. - ele a cutucou no ombro.

— Oi. - respondeu meio assustada ao virar-se.

— Eu sou Rony.

— Eu sou Hermione. - falou um pouco envergonhada.

— Quer ser minha amiga? - perguntou sem saber o que fazer.

— Quero. - deu de ombros sorrindo de lado.

— Vamos ao parque que tem ali? - Rony estendeu a mão para que ela o acompanhasse.

Hermione encarou os pais em uma pergunta muda, e eles assentiram.

— Vamos. - ela aceitou a mão dele e foram brincar…”.

Depois de um tempo, esse “oi” vira uma coisa séria…

”- Mamãe. - Rony entrou em casa de mãos dadas com Hermione.

— Diga filho! - sorriu Molly.

— Eu e a Mione estamos namorando. - disse triunfante.

— É mesmo? - os dois assentiram e a senhora sorriu mais ainda. - Felicidades então. - beijou a bochecha de cada um. - Mas vocês não são novinhos demais para isso?

— Papai disse que já sou um homenzinho com seis anos. - Rony estufou o peito.

— E minha mamãe disse que sou bem grandinha mesmo com cinco anos, tia…”.

Tudo se transforma em um amor de infância e algumas promessas são feitas…

”- Promete que a gente vai ficar junta para sempre, Rony?

— Prometo. - falou o ruivo no instante que algo brilhante passava cortando o céu escuro da noite.

— Uma estrela cadente! - exclamou Hermione. - Anda, faça um pedido.

— Hum… - pensou Rony. - Quero que nós sejamos namorados para sempre.

— Eu também. - acrescentou rindo.

— O que foi? - perguntou curioso.

— Nada de importante, só… Os namorados grandes se beijam.

— Mas nós não somos grandes e beijar é nojento. - Rony fez careta.

— É. Muito nojento. Vamos prometer que nunca nos beijaremos? - Hermione estendeu a mão para o namorado.

— Feito. - aceitou apertando a mão dela e depois dando o mindinho.”.

Esse amor de infância pode ser bonitinho, fofo e principalmente inocente…

”- Feliz dia dos namorados! - desejou Rony quando estavam na escola.

— Obrigada. - sorriu Hermione.

— Trouxe para você. - ele lhe estendeu uma rosa que ainda não tinha desabrochado. - Sei que são suas preferidas, e você vai poder vê-la desabrochar.

— É linda Ron. - ela o abraçou. - Também te trouxe uma coisa. É uma caixa de chocolates, espero que goste.

Rony sorriu radiante ao ver o presente.

— Eu amo chocolate, obrigado Mione. Eu te amo. - falou sem perceber o que.

— Ah, Rony… - começou um pouco envergonhada. - Eu também te amo…”.

Mas, e sempre tem um, nem tudo é mar de flores…

”- Oi Mione. - falou Rony meio cabisbaixo quando chegou ao parquinho.

— Oi Ron, pensei que você não viria. - sorriu Hermione ao vê-lo.

— Eu não ia vir mesmo.

— Por quê? - assustou-se. - Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade sim. Eu e minha família… Vamos nos mudar. - Rony parecia nem ter coragem de dizer isso.

— Ah, mas… A gente vai poder se ver na escola, né?

— Não Mione, você não entendeu. Nós vamos mudar, não só de casa, a gente vai pro Canadá…

— Canadá? - surpreendeu-se. - Mas… Mas… Mas isso fica na América!

— Sim, nós vamos semana que vem.

— Mas você não pode ir, eu não quero que você vá. - falou com a voz embargada.

— Eu também não quero ir… - ele a abraçou.

— Vai ser por pouco tempo, né? Vocês vão e voltam rapidinho, né? - perguntou deixando as lagrimas molharem seu rosto.

— Não, não é. Não sei quando a gente volta e… Talvez a gente nem volte.

— Não Rony, não diz isso, por favor! Eu gosto muito de ser sua namorada.

— Também gosto de ser seu namorado.

— Acho que a gente vai ter que terminar. - falou ela triste.

— Não podemos, fizemos uma promessa e promessa é divida!

— Verdade, então não vamos perder o contato e quando crescermos a gente se casa.

— Ou…”

Dizer adeus não é fácil e quando se trata de alguém que gostamos é bem difícil…

”- Um dia a gente vai voltar, mamãe me disse. - tentou consolá-la Rony.

— Um dia, que dia? - perguntou irritada.

— Confie em mim. - pediu.

— Sempre. Promete que nunca vai me esquecer?

— Só se você prometer o mesmo! - falou em tom brincalhão.

— Nunca vou te esquecer. - sorriu de lado tristemente.

— Também não. Não esqueça nosso segredinho. - sorriu maroto.

— Não vou…

— Vamos Roniquinho. - chamou a senhora Weasley.

— Mãe! Não me chame assim. - pediu envergonhado. Hermione riu divertida. - Então… Acho… Acho que é isso…

— É… - a vontade de chorar tentava consumi-la, mas não o faria na frente dele. - Só não se esqueça de mim…

— Nunca, você é minha… - a buzina do carro encobriu sua fala. - É melhor eu ir. - as pernas de Rony pareciam feitas de chumbo, não conseguia se mexer.

— Rony vamos logo, não podemos perder o voo!

— Tchau Mione, a gente… A gente se vê por ai. - sorriu de lado.

— Tchau! - ela lhe beijou a bochecha.

O garoto foi ao carro sonhadoramente.

Hermione ficou observando o carro partir acenando com o coração apertado.

De noite, por várias noites, Hermione chorava pensando nele. Podiam dizer que ela era nova demais para sofrer por uma paixão de infância, mas só ela sabia o que sentia e o que ela sentia era muito grande…

Só lhe restava chorar… “

— Acorda Hermione, acorda. - Gina chamava a amiga preocupada.

— Gina? O que foi? - acordou assustada.

— Desculpe, é que você estava chorando enquanto dormia. Fiquei preocupada. Foi um pesadelo?

— Literalmente foi e acordar, encarar a realidade foi pior ainda. - suspirou.