Just Close Your Eyes escrita por GabiihBiiaNuuh


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas lindas ! Então,cá estou eu com mais uma fic para vocês!
Porém essa é de THG! Minha primeira fic do casal Katniss e Peeta! (Tão lindos,awn *-*)
Quando terminei de ler a esperança senti a necessidade de escrever essa fic!Eu me apaixonei pela saga,entretanto,achei que a autora deixou muitos assuntos nas "entre linhas",rs...Graças a isso,resolvi escrever essa one,e tenho projetos para outras também ;D
Já tenho até uma continuação para Just Close Your Eyes.Se vocês forem ao meu perfil e clicarem no link terão acesso a capa.O nome é In Your Eyes.Postarei assim que alcançar meu objetivo com essa fic aqui!rs ( O tema da continuação é a gravidez de Katniss ;D)
Enfim,Boa leitura amores!



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Just Close Your Eyes

Movimentos... Gritos... Soluços...

Toda a inquietação ao meu lado fez-me despertar de meu sono. Ainda entorpecida, deslizei meu corpo pela cama, lentamente, tateando todo espaço a procura dele. Sabia que era dali a origem de todo aquele alarido.

Apoiei meus cotovelos no colchão macio e, finalmente, consegui virar todo meu corpo para fitá-lo.

Sua testa formava pequenas rugas, mostrando todo seu desconforto com a situação. Ou talvez, apenas expressando todo seu medo e pavor diante de algo que o assombrava. Seu corpo tremia a tendia a vários espasmos, conforme ele se movia desconfortável, sobre a cama. Por todo o cômodo os soluços de um choro frenético e os gemidos de pavor ecoavam longamente. Era evidente que ele travava uma luta interna.

Não me aproximei de inicio. Estava um tanto receosa. Não queria nem imaginar os pesadelos que o aturdiam naquele momento.

Os Jogos. As Bestantes. As mortes. O telessequestro. As torturas. O distrito 12 e todas as perdas que ele acarretara. A guerra.

Eram tantas as opções que eu temia qual delas pertubava-o. Na realidade estava com medo de acordá-lo e ter noção de seus reais pesadelos, fazendo os meus próprios virem à tona. Ou simplesmente estivesse com medo de que tudo não se passasse de mais uma de suas crises.

Um arrepio percorreu toda a minha espinha com aquele último pensamento. A sensação de pavor apoderou-se de mim, fazendo com que, um desespero surreal se instaurasse em meu peito. Um grande nó formava-se em minha garganta e minha vontade era de gritar. Aquilo não podia estar acontecendo.

Meu nome é Katniss Everdeen. Eu tenho 20 anos de idade. Minha casa é o distrito 12. Perdi todos que amava. A capital tirou todos que eu amava. Só me restou Peeta. Ele pode estar tendo mais um de seus surtos. E eu vou perdê-lo também. De novo.

Não estava funcionando. O plano para me manter calma não estava funcionando. Fiquei ainda mais nervosa com aquela possibilidade.

Perder Peeta. O que eu faria sem ele?

Nos últimos anos, tornei-me tão dependente do garoto com o pão que, o mínimo de tempo que nós nos afastávamos, já me causava um aperto no peito. Eu não podia perdê-lo. Peeta precisa de mim. Não, muito, além disso — demorei muito para perceber tal coisa.

Eu preciso dele. E seria assim, pelo resto da minha vida.

Acordei do meu transe e finalmente resolvi intervir seu sono agitado.

— Peeta... — sussurrei acariciando seu ombro gentilmente.

O garoto ainda contorcia-se e balbuciava coisas sem sentido. Vendo que não obtive resultado, chamei-o mais uma vez.

—Peeta...

Nada. Ele continuava a travar sua luta mental, ora chorando e falando coisas desconexas, ora gritando exaltado. Aquilo não podia continuar.

Ergui um pouco mais meu corpo sobre a cama e capturei seus ombros. Sacudi-o um pouco e, dessa vez, gritei seu nome:

— Peeta!

Ele despertou atônito. Tateando a cama ao seu redor, na tentativa de se reafirmar que, independentemente do pesadelo que ele habitava agora a pouco, aquilo não era real. Seus olhos azuis quase saltavam das orbitas. Peeta parecia ainda inerte ao ambiente e seu olhar estava sem rumo. Sua expressão transparecia que ele estava assombrado de susto. Provavelmente, graças à maneira que eu o acordei. Ou talvez as imagens de seu pesadelo ainda estivessem bem vivas em sua memória.

—Esta tudo bem... — sussurrei abraçando-o.

Estranhei o fato de seu corpo permanecer imóvel. Ele estava rijo como uma pedra.

— Peeta? —chamei afastando-me lentamente para fitá-lo. Quando olhei em seus olhos o medo tomou posse de meu corpo. Eu sabia que, o que eu mais temia, havia acontecido. Eu podia notar em seus olhos que, antes azuis, agora assumiam uma tonalidade negra, como a noite, onde o ódio emanava de suas pupilas dilatadas.

Meus batimentos cardíacos estavam como um trem desgovernado, oscilando, num bater frenético em meu peito.

— Não encoste em mim! —urrou dando um pulo da cama.

— Peeta! — Chamei-o sentindo o desespero apoderar-se de meu corpo cada vez mais. Eu estava perdendo-o. Isso não podia acontecer. Eu não deixaria isso acontecer.

Num pulo, me pus de pé, ficando de frente para Peeta.

— Não se aproxime de mim! — gritou dando um passo para trás. Ele não estava com medo, estava com algo mais parecido com repulsa. — Você é uma bestante nojenta! —cuspiu com a voz tomada pela raiva.

— Por favor, Peeta, pare! — pedi, sentindo as lágrimas começarem a queimar meus olhos.

—Ah, agora você sabe chorar? — ironizou, aproximando-se de mim. — Mas adivinha só! Quando você matou minha família e todas aquelas outras pessoas eram eles quem choravam! —gritou. —Antes eu tinha medo de você. Agora eu tenho ódio. E vou fazer com que você pague por toda a dor que me causou! — vociferou e voou em minha direção de uma maneira apavorante.

Então era isso? Era assim que eu morreria?

Passei duas vezes pelos Jogos vorazes. Estive em meio a uma revolta contra a capital. Tornei-me o Tordo. Fui julgada por assassinar a presidenta. E morreria aqui? Nas mãos de Peeta? A única pessoa que, mesmo em dias ruins, se manteve sempre ao meu lado? Nas mãos do garoto com o pão que, agora, não tinha noção do que fazia e era apenas um espelho dos estragos que a capital foi capaz de criar? E depois? Quando ele voltasse a si e percebesse o que acabara de fazer, como seria? Viveria para sempre com a culpa?

A pergunta certa era: Ele conseguiria viver sabendo que havia matado a garota que amava?

Provavelmente não. Peeta se martirizaria eternamente por isso. Mesmo depois dos estragos causados em sua mente, por mais incrível que pareça, eu sempre me mantive viva ali, de alguma forma, eu, a verdadeira Katniss, e não a bestante que criaram em sua mente.

Tal coisa o fez progredir muito nos últimos anos. Poder-se-ia dizer que o velho Peeta havia voltado. Voltado para mim. Quase cem por cento igual ao que era antes. Quase. Às vezes ele tinha uma de suas crises. Aconteciam sempre após algum pesadelo horrendo, como está noite. As imagens simplesmente embaralhavam-se em sua mente e ele não conseguia distinguir o que era o real do não real.

Todavia, sua ultima foi há meses atrás e, mesmo assim, nem se compara com a que ele está tendo agora. Ele já não me atacava mais, não me via mais como uma ameaça. Em todas as outras crises, que ele tivera há pouco tempo, tudo que lhe deixava transtornado era o fato de não ter certeza das coisas. Não saber se todas as imagens demudadas em sua mente ocorreram de verdade.

Em geral, a maioria de seus pesadelos era sobre as torturas que ele passara na capital, ou às vezes eram sobre nosso primeiro jogo, ou então fleches de nós dois juntos e logo depois eu me transformando em algum tipo de monstro; contudo, havia muito tempo que um pesadelo lhe causara uma reação tão extrema como hoje, e, no fundo eu sabia que, se não fizesse nada perdê-lo-ia outra vez.

Eu precisava intervir. Não deixaria aquele monstro apossar-se do corpo de Peeta.

Quando suas mãos já estavam prestes a enlaçar meu pescoço, assim como da primeira vez, fiz a primeira coisa que se passou por minha mente: Grudei meus lábios, rudemente, aos seus.

De inicio, todo o seu corpo permaneceu tenso, assim como no momento em que eu o abracei na cama. Todos seus músculos estavam endurecidos e seus braços, caiam imóveis, ao lado de seu corpo, dando a ele uma aparecia de estatua de mármore. Fria e sem emoções.

Ainda meio incerta do que estava fazendo, já que a próxima ação de Peeta estava totalmente nas mãos do acaso, enlacei meus braços envolta de seu pescoço, puxando-o mais para mim, pedindo a Deus que aquele ato insensato desse certo. Tinha que dar certo.

Em seguida, o que eu menos esperava aconteceu. Ele estava cedendo. Cada vez menos tenso. Senti uma necessidade urgente tomar posse de mim e, como se fosse possível, juntei mais ainda nossos corpos, colando-nos um ao outro. Entreabri meus lábios forçando-o a fazer o mesmo.

Peeta copiava meus movimentos, como um robô desajeitado, porém, qualquer progresso já era bem vindo, a meu ver, já que ele não está mais tentando me matar.

Aos poucos ele foi se rendendo ao beijo. Lentamente seus braços, antes imóveis, enlaçaram minha cintura, apertando-me contra ele, como se aquilo fosse assegurá-lo de que eu não iria fugir. Como se eu tivesse outro lugar para ir naquele momento.

Não pude impedir a alegria e o alivio que encheram meu ser naquele momento.

Ele havia voltado. Era ele quem me beijava naquele momento. O velho Peeta, o garoto com o pão, que amava o alaranjado pôr do sol.

Um sorriso involuntário tomou posse de meus lábios, fazendo-me refrear nosso beijo. Afastei-me lentamente de Peeta, mantendo nossas testas coladas.

— Katniss, me desculpe por isso... — sussurrou, apertando levemente meu braço. — Eu fiz de novo, não foi? — questionou agora me olhando nos olhos.  Em seu olhar havia medo, dor e culpa. Aquilo partiu meu coração. — Transformei-me em outra pessoa, naquele monstro de novo... Verdadeiro ou falso?

—Peeta...

—Verdadeiro ou falso? —pressionou me interrompendo. Soltei um longo suspiro e declarei logo em seguida:

—Verdadeiro.

Peeta suspirou derrotado, sentando-se a cabeceira da cama. Percebi que seu semblante transparecia um misto de cansaço e culpa.

—Peeta. — chamei.

Seus olhos foram de encontro ao meu rosto. Fitei seus olhos por alguns minutos, tentando, por fim, recuperar a minha fala, que se perdeu assim que meus olhos encontraram-se com aquela imensidão azulada. Tão límpida como a água.

— Está tudo bem. A culpa não é sua. — declarei, na tentativa de acalmá-lo de alguma forma.

Peeta soltou uma risada, sem humor algum, que aduzia uma quantidade significativa de dor.

— Olha como você fala Katniss. — falou ainda sorrindo de uma maneira teatral. —"Está tudo bem..." — imitou meu tom de voz. — Não, não está tudo bem. Será que você não consegue ver? Abra seus olhos Katniss! — completou um tanto alterado. —Eu tentei te matar. De novo!—agora Peeta gritava, passando as mãos tremulas, de uma maneira agitada pelos cabelos, deixando os fios loiros desgrenhados.

— Mas não matou Peeta, e nem irá matar. Eu consigo te frear.

— E até quando você acha que isso vai acontecer? Até quando você acha que vai conseguir me "frear",Katniss? — questionou arqueando as sobrancelhas.

Eu podia sentir a nuvem de tensão no ar. Mais um pouco e chegaria a ser palpável o nível de irritação de Peeta. Ele geralmente não se portava assim. Não, na realidade, ele nunca se portava dessa maneira. O jeito alterado, nervoso e a beira de um colapso, de Peeta deixou-me alarmada de que aquele assunto era de extrema importância para ele, ou melhor, aquele era um assunto que causava um pesar imenso a Peeta.

— Peeta, você sabe que isso não vem acontecendo mais e quando calha de você ter um surto eu sempre consigo interrompê-lo.

—Tudo bem Katniss. Hoje foi assim, amanhã quem sabe? — perguntou retoricamente. Senti meu rosto contorce-se em uma pequena careta de desentendimento. Afinal, até quando Peeta continuaria a discutir sobre aquilo? — Olha Katniss, o que eu estou tentando dizer é que hoje você conseguiu fazer com que eu recuperasse minha sanidade, Ok. Mas e se eu surtar de novo? E se por um acaso sua tática para que eu recupere minha memória perdida não der certo? E se eu te matar? — indagou transtornado. Podia ver a dor estampada em sua face. —Como você acha que eu me sentiria quando voltasse ao normal? — Peeta refez a pergunta que ocupava minha mente agora a pouco. — Katniss, se algum dia eu lhe fizesse mal eu não suportaria. Se eu tivesse te matado hoje eu morreria com você! —completou com seus olhos marejados.

Peeta estava arrasado. Eu sabia mais do que ninguém que aquilo, a sua situação, machucava-lhe mais do que uma espada afiada. Eu podia sentir a culpa que recaia sobre seus ombros quando ele finalmente caia em si e percebia o que estava prestes a fazer.

Aquela situação era uma consternação, tanto para mim, quanto para Peeta. Às vezes,quando ele se encontrava assim, nesse estado de desespero, minha vontade era de sair correndo e largá-lo sozinho. Era um pensamento muito egoísta, tinha que reconhecer isso; entretanto, eu sentia-me tão impotente diante de tudo que um desespero surreal apossava-se de meu corpo.

Às vezes, ao velo naquele estado, eu tinha vontade de chorar. Outras vezes tinha vontade de voltar no tempo, e impedir que ele fosse capturado. Impedir que ele passasse por tantas torturas. Amenizar a sua dor. A verdade é que sentia-me culpada pelo que acontecera com Peeta, como se eu realmente pudesse ter mudado alguma coisa.

Mas no fundo eu sabia que a única coisa que estava ao meu alcance fazer era acalmá-lo, dizer que tudo ficaria bem, mesmo nós dois sabendo que as coisas não eram tão fáceis afinal. E certas vezes, eu não obtinha nenhum resultado nas minhas tentativas de consolá-lo, assim como hoje.

Infelizmente a luta que Peeta travava não envolvia facas, fogo, sangue e inimigos. Na realidade, o único inimigo de Peeta era ele mesmo, e, talvez, essa fosse a pior parte para ele. De modo provável, essa seria a pior parte para qualquer um.

 Eu mesma tinha meus próprios pesadelos. Uns piores que os outros. Cada vez que via aquelas imagens terrificas sentia um pedaço meu morrer. Mesmo assim, julgava o problema de Peeta ainda pior. Uma luta interna. Uma luta entre o real e o não real. Uma luta com seu interior onde, você está ciente de que, não importa o que aconteça, nessa luta não haverá um vencedor. Você sairá perdendo. De um jeito ou de outro.

Abandonei minhas divagações e voltei minha atenção para a coisa mais importante no momento: Peeta.

Ele segurava sua cabeça, entre ambas as mãos, e seus dedos afundavam em seus cabelos. A essa altura as lágrimas já corriam por todo seu rosto.

Abaixei-me, ficando de frente para ele, que permanecia de cabeça baixa, soluçando baixinho. Acariciei seu rosto levemente, limpando algumas lágrimas que corriam como uma cachoeira em seu rosto.

— Eu tenho medo Katniss... — balbuciou com dificuldade em meio aos soluços.

— De que? — questionei ainda fazendo um carinho em seu rosto.

— De te perder, de te machucar. Você não tem noção de como eu me sinto quando aquelas imagens horríveis passam pela minha cabeça e... E... Eu não sei... Às vezes minha vontade é de ter morrido em um dos jogos. Acho que seria mais fácil pra você e...

— Shiu! — silenciei-o com um dedo em sua boca. — Não fale isso! —repreendi-o juntando as sobrancelhas. A imagem de Peeta morrendo em nosso primeiro jogo invadiu minha mente. Eu sabia que não era real, porém, aquilo simplesmente apertou meu coração de uma maneira que senti a imediata necessidade de abraçá-lo, para tirar a prova real de que ele estava ali, comigo.

Fiquei alguns minutos assim, abraçada a Peeta, enquanto seus soluços diminuíam gradativamente e o meu medo de que ele não estivesse ali também ia embora, juntamente com a noite.

Peeta estava ali. Estava comigo. Aos pedaços, mas estava. A salvo. E no fim, era isso que importava. Suas crises eram uma coisa que eu poderia suportar. Agora viver em um mundo onde Peeta não existia... Bom isso eu já não tinha certeza.

Não vê-lo sorrir. Não ouvi-lo rir. Não poder tocá-lo. Não, definitivamente não! Viver sem Peeta era irrevogavelmente impossível.

Meus últimos pensamentos reforçaram ainda mais a hipótese de que, o que ele dissera há segundos atrás, fora algo extremamente insano.

“Às vezes minha vontade é de ter morrido em um dos jogos. Acho que seria mais fácil pra você e...”.

Mas de onde diabos ele tirou essa ideia? Como as coisas seriam mais fáceis pra mim sem ele?

— Peeta? — chamei-o fazendo com que quebrássemos o abraço que nos unia. Ele fitava meus olhos com aquelas duas orbitas azuis profundas que, ultimamente, tem me hipnotizado de uma forma alucinante. — Nunca mais diga uma coisa dessas, ok? — pedi um tanto autoritária. — Como as coisas seriam mais fáceis pra mim sem você? — Indaguei incrédula — Nós protegemos um ao outro, lembra? É isso que fazemos. — completei, sentindo meus olhos ficarem marejados.  Não sei bem o motivo, mas sentia que a qualquer momento podia perder Peeta e tinha que tentar de todos os meios para intervir em tal coisa. Eu não suportaria mais uma perda. Não se essa perda fosse Peeta. — Você nunca vai me perder. Você também nunca vai me matar. Eu confio em você Peeta e eu sei, no fundo, eu sei que mesmo se eu não tivesse te impedido você não me machucaria.

—Como você pode ter tanta certeza? — ele perguntou, como uma criança amedrontada em meio a uma noite de tempestade.

—Por que é como eu já te disse Peeta, eu confio em você... — respondi encarando seus olhos por um longo tempo até que ele soltou um longo suspiro.

— Katniss isso é tão perigoso e...

— Eu não me importo! — sobressaltei interrompendo-o novamente. —Mais uma vez eu repito: Confio em você Peeta! E eu não vou te abandonar! — falei decidida. —Para se livrar de mim será preciso bem mais do que tentar me matar Mellark. Eu sou osso duro de roer! —brinquei, e, finalmente, consegui arrancar um sorriso de Peeta. Sorri logo em seguida por isso. Ele estava finalmente abaixando a guarda.

—Você não vai desistir de mim. Verdadeiro ou falso? — ele questionou, usando aquele antigo e conhecido método. Sorri mais uma vez.

—Verdadeiro.

— Bom, então só me resta torce para que você consiga me controlar quando eu tiver minhas crises. —soltou um longo suspiro.

— Eu vou conseguir. — sorri vitoriosa. Peeta apenas recostou seu corpo cansado na cama. —Vem, você precisa descansar. — chamei-o para deitar em meu colo.

 Ele não rechaçou apenas se encaminhou até a mim e repousou uma cabeça em meu colo, enquanto eu acariciava delicadamente seus cachos loiros.

— Katniss, como você acha que será daqui pra frente? —perguntou com um pingo de receio manchando seu tom de voz. Suspirei longamente.

— Eu não tenho certeza de nada. Mas nós temos um ao outro não? — inquiri e ele acenou positivamente. — Então acho que ficaremos bem. — completei continuando a acariciar seus cabelos.

Estávamos assim há algum tempo, porém, Peeta não conseguia fechar os olhos. Senti que ele estava com medo de dormir e ter seus pesadelos e crises de volta, mas decidi não tocar no assunto.

Em vez disso, fiz uma coisa que sabia que o acalmava, não importa a situação.

Eu me lembro das lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Quando eu disse "nunca te deixarei ir embora".

Quando todas as sombras quase acabaram com a sua luz.

Eu me lembro que você disse "não me deixe aqui sozinho"

Mas nesta noite tudo está morto, acabado e já passou...

Comecei a cantarolar uma melodia, enquanto sentia Peeta embalar-se em meio à música. De cima, podia ver um pequeno sorriso tomar conta de seu rosto e não pude conter o meu sorriso com isso. Eu sabia o quanto ele gostava de me ouvir cantar.

Somente feche seus olhos
O sol está se pondo
Você ficará bem
Ninguém pode te machucar agora
Ao chegar à luz da manhã
Nós ficaremos sãos e salvos...

Continuei a cantar, sentindo que aquela letra não só acalmava Peeta, mas também, tocava em meu coração. Por um momento, senti todas as incertezas esvaíssem de mim como um monte de poeira.

Talvez o que eu dissera a Peeta agora a pouco fizesse realmente sentido: Nós ficaremos bem. Agora que temos um ao outro, talvez, ficaremos realmente sãos e salvos.

Somente feche seus olhos
Você ficará bem
Ao chegar à luz da manhã
Nós ficaremos sãos e salvos...

Terminei a música e dei um pequeno beijo no topo da cabeça de Peeta. Seus olhos estavam fechados e sua respiração regular acalentava meu coração. Era bom vê-lo tranquilo novamente.

Ao observar Peeta, tive a certeza de que não me enganei na minha escolha. Ele era realmente o que eu precisava para prosseguir. Por mais devastadoras que fossem nossas perdas, nós estávamos juntos agora, e ajudávamos um ao outro.

Mesmo com pesadelos e crises. Naquele momento tive a certeza de que a vida poderia voltar a ser boa. Ao lado de Peeta eu poderia ser feliz novamente.

— Katniss? — ele me chamou, fazendo-me abandonar meus pensamentos automaticamente.

— Oi! — respondi prontamente.

Logo depois ele pergunta:

— Você me ama. Verdadeiro ou falso?


Não pude conter o sorriso que tomou conta de meus lábios. Era engraçado ver como aquela pergunta reiterava em sua boca diversas vezes. Peeta usava aquele artifício, Verdadeiro ou falso, como uma maneira de convencer a si mesmo de que tudo que se passava em sua mente, de fato, aconteceu de verdade.

Essa foi uma forma que ele encontrou de montar o quebra-cabeça, desorganizado, que habitava em seus pensamentos.

E, assim, como Peeta insistia em me fazer a mesma pergunta, eu insistia em manter a minha primeira resposta. Sempre. E provavelmente, o responderia a mesma coisa para o resto da minha vida.

Abandonando meus devaneios, olhei para Peeta, e, com um sorriso espontâneo nos lábios, proferi:

—Verdadeiro.



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Notas finais do capítulo

E ai,o que acharam? O Peeta e a Kat são tão fofooooooos,né?rsrsrs
Enfim...espero que tenham gostado :D
Um beijão florzitas!
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