Pov Bella

– Alice eu acho que eles se esqueceram de nós! – falei para a minha amiga já impaciente, andando de um lado para o outro, procurando os rapazes na multidão e não vendo nada.

Estávamos no aeroporto, que, diga-se de passagem, era enorme. Pessoas andavam de lá para cá, as que desembarcavam corriam para os braços dos seus familiares, uns com grandes sorrisos no rosto, outros debulhando se em lágrimas. Enquanto os que embarcavam despediam se, uns de forma exagerada chorando a altos berros, outros com sorrisos tristes e uma promessa de voltarem se a ver em breve.

– Bella se você não parar de andar de um lado para o outro, eu vou pregar a sua bunda no chão! – disse Alice olhando para mim com aqueles olhos enormes numa clara ameaça, enquanto lixava suas unhas pintadas de vermelho sangue, sentada em cima da sua mala.

– Alice, o nosso voo chegou à – conferi o meu relógio de pulso – Quinze minutos, e eles ainda não vieram nos buscar. Eu acho que eles se esqueceram! – suspirei derrotada e sentando na mala da amiga, em que a mesma fazia de banquinho.

– Bells, não diga besteira, de certeza que eles estão presos no trânsito. Relaxa, aqueles três jamais se esqueceriam de voc.. – um grito conjunto interrompeu a fala de Alice.

– BELLA! – fiquei de pé e olhei rapidamente a minha volta, à procura daquelas vozes já tão conhecidas. E lá estavam eles a uns quinze metros de nós, tentando passar pelas pessoas que andavam apressadas tentando apanhar os seus voos.

Sem perder tempo fui correndo em direção a eles feito uma lunática e ninguém ficou no meu caminho. O primeiro que alcancei foi Jazz, apertei-o fortemente nos meus braços. Que saudades do meu loirinho do seu cheirinho tão característico, forte e meio amargo, tão bom.

– Jazz! – eu choramingava nos seus braços, parecendo uma criancinha. Ele deslizou as mãos até a parte de trás das minhas coxas e puxou as minhas pernas para rodear sua cintura, sussurrando no meu ouvido.

– Nunca mais vamos deixar você ir embora, princesa! Nunca! – finalizou dando um beijinho no meu pescoço.

– Solte-a Jasper, você está monopolizando-a – a voz do meu ursão saiu forte e fez me sorrir, deslizei do colo de Jasper, indo de encontro a Emmett.

– OMG Em! – abracei aquela montanha de músculos, e comecei a chorar, simplesmente não conseguia evitar, a saudade era tanta que escorria pelos meus olhos.

– Bonequinha – disse muito carinhoso, cheirando o meu cabelo – Que saudade de você meu a... anjo!

Meu cérebro e meu coração notaram que ele queria dizer outra coisa no lugar de anjo, mas não liguei, estava demasiada ocupada matando toda a saudade que senti do meu urso preferido! Os braços fortes me apertavam de uma forma tão gostosa que poderia passar a vida inteira ali.

– Hum, parece que alguém aqui não sentiu a minha falta, né? – virei a minha cabeça a tempo de ver Edward fazendo um biquinho adorável. Sorri para ele, um sorriso que mostrava todos os meus trinta e dois dentes e da mesma forma que fiz com Jazz e Em, corri para abraçá-lo bem forte.

– Eu tive tantas saudades suas… de vocês! – me corrigi antes que o meu choro eclodisse forte.

Eu sei que estava a dar muita cara que ali tinha mais que amor fraternal, afinal uma irmã não fica assim por não ver durante tanto tempo os irmãos mais velhos, mas eu sinceramente estava pouco me lixando para isso neste momento. Meu coração estava aliviado, meu corpo relaxado e minha mente limpa, só de saber que meus amados irmãos me rodeavam.

– Você é nossa princesa! O seu lugar é ao nosso lado. – Edward sussurrava no meu ouvido palavras que eu queria que fosse verdade, que fosse a minha verdade.

Mas bem dizem que tudo que é bom, dura pouco, porque Alice logo tratou de despachar todo mundo para dentro do jipe monstruoso de Em, dizendo que precisava urgentemente ver Rose.

Eu fui atrás, entre de Jazz e Edward, e não posso negar que foi um pouco constrangedor. Ambos seguravam as minhas mãos, Jasper tinha a cabeça entre o meu pescoço e ombro dando suaves beijos na região, enquanto Edward acariciava de leve meu joelho. A mão dele fazia menção de subir até a minha virilha, mas antes disso acontecer, ele voltava em direção ao meu joelho. Os dois estavam me deixando em um estado delicado de excitação.

Sentia também o olhar de Emmett me queimando pelo retrovisor do carro, alternando olhares entre mim e a estrada, de vez em quando sorrindo para o que Alice dizia. Eu estava em estado de combustão só com o clima do carro, os beijos no pescoço e uma mão ameaçando me tocar intimamente.

– Ansiosa pequena? – perguntou Jazz, tão perto do meu ouvido quando podia.

– Sim – tentei falar sem que a minha voz falha-se – Estou super ansiosa para começar a faculdade!

E estava mesmo, Letras sempre foi a minha fuga para vários problemas, dos momentos tristes ou alegres, eu registrava tudo. Perdi a conta de quantos textos escrevi com base nas minhas fantasias, por vezes nem tão inocentes, com Edward, Jasper e Emmett. De quantos poemas de amor eu digitei no computador chorando, pois a maioria demonstrava a melancolia de um amor proibido e não correspondido. Eu simplesmente entrava no meu mundo, repleto de livros e sonhos, e quando voltava à realidade eu sentia uma imensa vontade de transcrever tudo para o papel.

– Você vai ver que tudo vai dar certo anjo. – Edward sussurrou no meu ouvido, a sua respiração tão perto fazia me estremecer, tanto quanto a de Jasper – Não tem como não dar certo você é simplesmente perfeita.

Creio que atingi vários tons de vermelho depois dessa. Jaz deu uma risadinha baixa e um longo e demorado beijo na minha bochecha.

– Chegamos! – Em rosnou a informação. Olhei para ele meio sem entender, enquanto Jazz e Edward lhe lançavam um olhar de censura. Mal sai do carro, senti Emmett me puxar para os seus braços, apertando-me junto ao seu peito e olhou ameaçadoramente para os irmãos.

– Venha princesa. – ele disse baixinho.

– Em, está tudo bem? – ele olhou para mim durante uns instantes e depois soltou uma longa respiração.

– Claro, princesa, desculpe se a assustei – ele continuava falando baixinho, de forma que só nós dois ouvíamos o que ele dizia.

– Você não me assusta Em, pelo contrário eu sinto me segura em seus braços. – a verdade fugia pela minha boca, e quando percebi o que disse, escondi o meu rosto em seu peito com vergonha.

– Hey bonequinha, porque essa carinha vermelhinha? Você não tem que ficar assim anjo, eu adoro saber o que você pensa, e pode ter certeza que sempre que sentir medo, os meus braços vão estar abertos para te receber. – eu assenti, mas ainda estava meio envergonhada, mas como sempre Alice estraga nossos momentos.

– ALÔ! – gritou Alice com a sua voz mais aguda, muito perto de mim e de Em.

– Alice! – guinchei quando uma dor chatinha começou no meu ouvido, provocada pelo grito de Alice.

– Ai eu estou aqui falando com vocês dois à meia hora, e vocês nessa melação toda! Deixem essas coisas para logo à noite sim?

Eu abri e fechei várias vezes à boca chocada com aquela que deveria ser a minha melhor amiga, mas que porra, ela fazia de tudo para me deixar envergonhada em frente deles. Alice pegou no meu braço e foi me guiando em direção a um prédio enorme. As portas eram enormes e giratórias, quando chegamos ao hall de entrada por detrás de um balcão estava um homem negro, que parecia estar discutindo com a bela loira a sua frente. Eu não ouvi muito do que eles falavam porque Alice continuava me puxando em direção à escadaria que levaria aos apartamentos. Espera! Escadas? Por que se haviam dois elevadores à nossa espera?

– Alice, porque estamos indo pelas escadas?

– Malhar perna, é sempre bom – respondeu simplesmente, com um tom ligeiramente nervoso na voz. Ali tinha coisa, teria que perguntar mais tarde a Rose.

Ouvi os rapazes bufando atrás de nós, mas mesmo assim acompanharam-nos trazendo as minhas malas.

– Alice quem era aquelas pessoas lá embaixo?

– Hã? Ah sim, era Laurent, o porteiro do prédio e a noiva dele Irina, parece que eles estão passando por uma crise.

– Oh céus, espero que tudo corra bem – ela simplesmente me dirigiu um sorriso simpático e acenou em confirmação.

– Não se preocupe Bella, Laurent ama aquela loira chata mais que tudo na vida. Tenho a certeza que eles se resolvem.

O assunto morreu por ai, e continuamos a subir os noves lances de escada que restavam pela frente. Não é preciso mencionar que eu respirava como se tivesse corrido a maratona olímpica quando finalmente chegamos ao destino.

– Por Deus Alice, você quer me matar? – eu dizia entre arfadas, eram muitas escadas para pouco oxigênio.

– Bella isso não foi nada, eu só sinto certo dó de Em, Jaz, e Edward que vem carregando as nossas malas. – ela apontou para trás das minhas costas.

Os rapazes estavam com carrancas na cara, e alongando os braços.

– OMG, desculpem, nós podíamos ter ajudado! – eu disse olhando preocupada para eles.

– Não se preocupe anjo, nada que uma boa massagem mais tarde não possa resolver. – Edward piscou o olho na minha direção e Jazz e Em lançaram-me sorrisinhos maliciosos, só eu nem pude responder a proposta, já que uma voz extremamente irritante tomou a frente.

– Hum, eu acho que posso ajudar.

Olhei para trás e uma garota de cabelos castanhos cacheados e de pele branca caminhava na nossa direção. As suas roupas eram muito vulgares, com uma saia pink, que mais parecia um cinto, e um blusinha preta com as palavras “Love Me” que mostrava boa parte da sua barriga, saltos altos super chamativos de verniz. Os meus pais que me perdoem, mas a garota tinha uma cara de puta incrível. Tudo nela era chamativo demais.

– Ah, os meus gatinhos chegaram finalmente. – a atitude e as palavras dela fizeram com que o meu mundo caísse e o meu estômago revirasse por dentro. Ela tascou um beijo desentupidor de pia na boca de Jasper, enquanto dava uma boa apalpada no membro de Edward que estava junto do irmão.