Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 30
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

oi gente, tudo bem com vocês?
então, é o seguinte, eu fiz a prova da Fiocruz e passei, porém não fui sorteada na segunda fase. eu não postei mais basicamente por isso, to muito mal, muito triste e com um sentimento de que estudei 9 meses simplesmente a toa, porque era para onde eu queria ter passado. espero que entendam, tá sendo muito dificil pra mim. desculpa mesmo pro ficar 2 meses sem postar, é que não encontrava motivação para nada.
então, eu ia dividir essa capítulo em 2 mas como fiquei tanto tempo sem postar deixei assim mesmo HUEHUE tá grandinho viu, 5 pags no word fejiuefhf
espero que gostem, e perdoem qualquer erro pq não betei



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Sabe quando seu coração bate em falso e você sente todo o seu corpo gelar, sua barriga revirar e as pálpebras vacilarem?

Orihime sentiu tudo isso. Por um longo segundo que lhe pareceu horas e horas. Naquele segundo todo o tipo de pensamento lhe ocorreu, misturado a imagens horrendas de guerra, fogo e tudo aquilo que ela já tinha presenciado antes. Era o desastre eminente, no qual ela era a chama que explodia a pólvora.

Ulquiorra estava tenso, sim, mas não tinha medo. Sabia que o shinigami havia se aperfeiçoado, porém das emoções que tinha, medo não era uma delas. Temia por Orihime, Tália e Chie.

Orihime apertou os olhos fortemente.

–Não, não, não, não...

–Tália vai leva-la até sua casa.

–Eu vou falar com ele! Ichigo deve achar que estou aqui a força!

–Não vou deixa-la ir até ele, mulher.

Orihime avançou em direção a porta, tomada por uma indignação genuína. Talvez, se Ichigo a escutasse dizer que estava ali por pura vontade própria, que Ulquiorra não havia sequestrado a humana, ele desistisse. Talvez ele fosse embora. Tinha que tentar, não poderia ser o motivo de guerra novamente.

–Ele tem que me ouvir!

–Ele não vai ouvi-la, ele quer guerra.

–Não! – Orihime choramingou alto, as lagrimas dificultando sua visão.

Ulquiorra segurou seu pulso quando ela passou por ele, impedindo-a de continuar. Tremia de nervosismo e medo. Ichigo não era mais bruto como antes; sua força toda havia se aperfeiçoado desde a ultima guerra contra Ulquiorra. Não era mais certeza que o arrankar venceria, e ela tinha plena consciência de que era o motivo que Ichigo queria para terminar o que começou há muito tempo. E isso matava Orihime por dentro.

Mexeu o pulso e contorceu-se inutilmente, a fim de soltar-se da mão do arrankar que começava a sentir-se atingido pela situação. Orihime estava descontrolada, e ele não tinha como acalmá-la.

–Você vai para casa.

–NÃO VOU DEIXÁ-LOS BRIGAR!

–Não tem como você impedir isso! Não mais!

Orihime sentiu as palavras de Ulquiorra entupirem sua boca cheias de argumentos. As órbitas castanhas da mulher se arregalaram e suas sobrancelhas se uniram, deixando explícita a pergunta que começou a rodar a sua cabeça. ‘Por que?’

–Tália. – Ulquiorra chamou, sem retirar os olhos de cima de Orihime, como se tivesse receio de qualquer ação dela.

Tímida e envergonhada pela situação constrangedora que tinha acontecido dentro daquele cômodo, Tália colocou metade da cara para dentro, seus olhos encontrando os de Orihime. Havia lágrimas, mas lágrimas de raiva. Sentia-se injustiçada, primeiramente. Ulquiorra estava oprimindo-a, impedindo-a de tentar apaziguar toda a situação. Parecia que o arrankar queria mesmo a guerra.

Quando Ulquiorra retirou seus olhos de Orihime, apertou a ponte do nariz, dando meia volta e rumando a porta. Tália chegou o corpo para trás, dando passagem para o furacão tenso e sedento de guerra que Ulquiorra havia se tornado.

Orihime trincou os dentes e berrou antes que ele fosse embora:

–EU NÃO VOU ANTES DE FALAR COM ELE!

As unhas marcavam a palma da humana de tanto força que ela empregava.

Tália entrou no quarto e olhava cautelosamente para a humana. A ruiva andava de um lado para o outro, revezando o tempo em choramingar e pensar em como faria para chegar até Ichigo.

–Orihime, ele está chegando... Tenho que tirá-la daqui...

–Eu não vou, já disse, Tália.

Mal olhou para a fracción, apertando a mão fechada em punho contra a boca. Não sabia onde Ichigo estava, e Las Noches era consideravelmente grande. Não tinha nada em mente, o shinigami poderia estar em qualquer lugar.

–Você sabe onde Ulquiorra fui?

Tália arregalou os olhos, engolindo a seco.

–O que?

–Ulquiorra estava indo para algum lugar. Quero que me fale, preciso que me fale, onde ele foi.

A fracción uniu as sobrancelhas, negando minimante com a cabeça. Ulquiorra não iria gostar nada de saber que Tália levou Orihime – a qual ele tinha ordenado que tirasse de Hueco Mundo – até o encontro dele e consequentemente de Ichigo também. Ulquiorra deixou claro que não queria a ruiva ali quando tudo estourasse.

–Tália, por favor! Isso tudo pode ser evitad...

Um estrondo enorme ecoou nos ouvidos de ambas. O estrondo da guerra.

Alguma coisa já estava acontecendo.

De lágrimas nos olhos e totalmente exasperada, Orihime berrou, sua voz embargada:

–Por favor, Tália!

–EU NÃO POSSO! EU NÃO POSSO!

Outro estrondo, talvez até maior. O coração da humana bateu em falso; era sufocante não poder fazer nada. Apertou os braços da fracción, seu rosto molhado, e olhou fundo nos olhos de Tália.

–Por favor.

Tália suspirou, pestanejando por um segundo. Veio-lhe as piores coisas na cabeça; desde Chie até Grimmjow, mortos por uma luta que talvez ela pudesse ter ajudado a evitar. Mas, por outro lado, estava arriscando Orihime.

–Você pode se machucar.

–E vocês também. Pense em Chie. Não acha que ela já perdeu muita gente?

Tália deixou seus olhos sendo sustentados pelos de Orihime.

A fracción tomou a mão da humana e correu para fora do quarto, rumando o lado de fora do palácio, onde Ulquiorra e Ichigo estavam. Na metade do caminho, Tália colocou Orihime em suas costas, usando o Sonido para chegar lá mais perto.

Na cabeça de Orihime, ocorria todo o tipo de coisa. Poderia não dar certo. Poderia dar. As chances de ela conseguir dar um fim no que já estava acontecendo eram quase imperceptíveis, mas não iria se perdoar se não tentasse.

A medida que chegavam mais e mais perto, os estrondos aumentavam e faziam todos os pelos da garota se eriçarem. Temia pela vida de todos ali, desde Ulquiorra até Ichigo, cego por um acontecimento do passado. Orihime não o julgava. Só queria fazê-lo entender que Ulquiorra estava sob ordens, e que não fizera nada daquilo por pura maldade.

–Estamos chegando. Não faça besteira, Hime-chan.

Tália sussurrou, tensa e séria. Orihime engoliu a seco, seu coração batendo a mil por milésimo.

Tália a colocou no chão e olhou fundo nos olhos da humana.

–Você não é como Grimmjow fala. Você é forte. – Entregou-lhe um sorriso motivador.

Orihime sentia-se tão atordoada com tudo que apenas lhe sorriu de volta, virando e correndo em direção dos estrondos.

Quando chegou lá, viu de relance Ulquiorra de pé, a zanpakutou na mão esquerda, passando a mão direita na boca, envergado para frente. Acompanhou o olhar do arrankar e viu ali, levantando-se do chão, o shinigami. O coração de Orihime pareceu parar por um segundo para receber todos aqueles flashes de memorias indesejadas. Toda a dor. O desespero. Era quase exatamente a mesma coisa, mas dessa vez ela temia pelos dois.

Correu para chegar mais perto, e num piscar de olhos os dois colidiram novamente, o barulho das zanpakutous atritando machucando os ouvidos da ruiva. Ofegou em busca de ar, porém não parou de correr. Sentia o seu corpo no limita, suas pernas bambas e suava frio. Não podia deixar acontecer, não podia...

–PAREM! PAREM!

A voz da humana não conseguia se maior que o som da luta dos dois, e ainda estava muito longe. Gritava mentalmente, desesperada, para que eles parassem. Respirava pela boca, corria mais o rápido que suas pernas conseguiam. Aproximava-se o bastante para conseguir gritar. Começava a ficar atordoava, sua cabeça girava e sentia-se fraca.

Parou de correr e, mole, fechou os olhos por um segundo. Choramingou um pouquinho e entrelaçou os dedos com os fios longos de cabelo, sentindo tudo aquilo borbulhar no fundo do seu coração, como uma bomba relógio.

–PAREM COM ISSO!

Berrou, fechando os olhos e punhos fortemente.

Sua voz entrou no ouvido de Ulquiorra e quando ele percebeu o pequeno corpo humano ali, sua cabeça virou quase como em câmera lenta, chocado e de olhos arregalados. Não. Ela não poderia estar ali.

Seus olhos focalizaram nela. Orihime respirava tão rapidamente que seu peito ia e vinha bruscamente, seus olhos fechados, a pressão da luta acabando com ela. Caiu de joelho e apertou os olhos com as mãos.

–Orihime...

Ichigo sentiu seus olhos sendo puxados imediatamente para ela.

Tália, atrás da humana, viu as orbitas verdes repletas de fúria se dirigirem a ela. Com medo do que poderia ver naquele olhar, desviou os olhos para o chão.

–VOCÊS NÃO PRECISAM BRIGAR! EU ESTOU AQUI POR QUE EU QUERO, ICHIGO...

Orihime ergueu-se do chão, ofegante, como se tivesse prendido a respiração por um longo tempo. Ulquiorra assistia a garra da humana florescer do medo que tinha e mesmo assim só conseguia pensar na possibilidade dela se ferir ali.

–Ulquiorra não me trouxe a força. Eu vim porque quis.

Falou firme e decidida, encarando o olhar chocado do shinigami. Cuspia toda a verdade para fora, quase rezando mentalmente para que Ichigo entendesse e fosse embora. Que não causasse mais discórdia e que, de preferencia, esquecesse de Orihime. Não queria mais a preocupação hipócrita que um dia quis tanto. Não queria mais estar perto de Ichigo; sabia, agora, muito bem com quem queria estar.

–Eu não acredito. Ele deve estar manipulando você...

–Vá embora! Está causando isso tudo a toa!

–Eu não acredito que você se uniu a ele, Orihime! Esqueceu o que você viveu aqui?! – o ruivo gritou, estridente, a plenos pulmões. Era insano, na cabeça de Ichigo. Orihime foi sequestrada pelo próprio Ulquiorra, passou muito tempo trancafiada aqui, vivendo as custas da própria solidão e tristeza, e agora dizia uma atrocidade dessas! Era sem logica, e lhe soava uma mentira.

–Está se aliando ao lado inimigo?

–Ulquiorra não é mais o inimigo, você sabe muito bem disso. – Cautelosa com a irritação que Ichigo havia adquirido, Orihime procurava abaixar o tom de voz. Ele parecia estar se controlando, e ela conseguia ver o desprezo e ódio nos olhos daquele que a salvou na primeira vez que esteve aqui.

–Eu sou grata por ter cuidado de mim por tanto tempo, mas agora quem faz as minhas escolhas sou eu. Eu quero ficar, e vou ficar o tanto que eu quiser.

–Orihime, vá embora. – Ulquiorra agora tinha os olhos no shinigami. Ichigo estava vermelho de raiva. Sentia-se traído, humilhado e esnobado. Lutou tanto por aquela garota, pelos em bem estar... E agora aqui estava ela, deitada na toca do inimigo, alegando a imparcialidade do mesmo. Tinha Orihime esquecido de tudo aquilo? Da ressurreición de Ulquiorra? Do monstro que ele realmente era?

–Ele está controlando você, não consegue ver? – Ichigo perguntou, sua voz trovoando contra o lugar.

Tália olhou para a mão do shinigami. Ele apertava a zanpakutou tão forte que ela tremia.

–Tália. Tire. Orihime. Daqui. – Ulquiorra segurou a zanpakutou e a empunhou, prevendo qualquer golpe da parte de Ichigo. Cada nervo seu estava tenso, e seu olhar era apenas direcionado para ele.

Atônita, Tália não conseguiu mover um músculo.

–Mas eu consigo... Você não pode ver porque está cega, claro... Essa arrankar deve fazer algo contra você... – Ichigo rosnava em direção de Tália, sua voz repleta de desprezo.

Tália olhou todo o perímetro do lugar. Procurava algum aliado a Ichigo que pudesse aparecer de repente, mas o que seus olhos encontraram foi justamente o oposto.

Tália gelou e seus olhos vacilaram.

Sentiu todos os músculos doerem e viu o desespero atingi-la como um trem. Arregalou os olhos e, tomada pela dor, se pudesse, estaria chorando arduamente.

Ali, perto de Ichigo, havia um corpo.

Ulquiorra acompanhou o olhar da fracción. Engoliu a seco, pois estava pedindo para sabe-se lá quem para que Tália não visse.

Perto de Ichigo, Chie estava encolhida, imóvel.

–NÃO! CHIE!

Era sua irmãzinha. Seu bebê. Tinha se tornado tão responsável pela fracción que sentia-se morrendo. Sentia tanta dor como se tivesse sido com ela. Caiu de joelhos no chão, as mãos apertando o peito, encostando a testa no chão, e gritava. Negava tudo aquilo. Não queria acreditar que era verdade.

Orihime enfim viu também. Sua reação foi tão chocada quanto Tália; uniu suas sobrancelhas e tapou com a mão um grito exasperado. Ichigo não podia ter feito isso... Chie estava morta? Não, não...

–Ei.

Um trovão ressoou no lugar. Tália reconheceu a voz mas não conseguia parar de gritar sua dor para fora.

–Demorei para achar a festa.

Grimmjow sorriu, bem atrás do corpo encolhido no chão de Tália.

–Ichigo, quanto tempo! Você só aparece para causar, não é mesmo?

–Grimmjow. – Ichigo sibilou, seus olhos desviando para o Espada azul.

Grimmjow olhou para Orihime que ainda tinha a mão tampando a boca. Acompanhou seu olhar e viu o corpo machucado e cor-de-rosa da fracción.

Como se fosse uma lei aplicada em todos, Grimmjow também adquiriu uma expressão chocada.

Escutou Tália gritar ‘meu bebê’ e piscou algumas vezes.

–Você não fez isso.

–Porque não faria? Você não hesitaria se fosse com você. – Ichigo devolveu na mesma moeda, olhando para o corpo de Chie. Ulquiorra tencionou-se novamente ao ver o olhar de ódio do shinigami direcionado a sua fracción.

–Ichigo, não... Por favor, não... – Orihime pediu, a voz embargada.

A ponta da lâmina da zanpakutou girou para cima, arrastando o olhar de todos.

E tudo foi como câmera lenta.

A cabeça de Tália erguendo-se do chão. A imploração de Orihime. O Sonido de Grimmjow e Ulquiorra em direção ao maldito shinigami. A mobilização de todos.

Quando tudo voltou a velocidade normal na perspectiva de Orihime, ela estava sozinha naquele lado. A lâmina de Ulquiorra impactou contra a de Ichigo, impedindo-a de descer pelo menos o tempo bastante para Tália conseguir retirar o corpo de sua irmã dali. Grimmjow tomou Chie dos braços de Tália e quando estavam prestes a usar o Sonido e sair dali, Ichigo se desvencilhou da lâmina de Ulquiorra, acertando o Rei do Hueco Mundo com o cabo da zanpakutou, e a ergueu no ar, mirando as costas do Espada azul com a fracción nos braços.

Ulquiorra ergueu-se do chão, mas não daria tempo. Já estava perto demais.

Orihime correu, enganada por uma mera esperança mortal de que conseguiria fazer qualquer coisa para impedir a lâmina.

A morte zumbiu no ouvido de todos.

A humana piscou...

1,2, 3 milésimos de segundos...

E abriu os olhos.

Ah, não...

–S-Seu... miserável...

Tália cuspiu o sangue no chão.

–Não vou deixa-lo ferir minha irmã, nem Grimmjow. – Sorriu, o sangue escorrendo pela boca.

A zanpakutou atravessou a barriga da fracción que, com os joelhos flexionados e as mãos em volta da lâmina, sentia-se esvair-se. Sorriu para Ichigo e seus olhos arregalados, como se tivesse tomado conhecimento de seu ato.

–Vá embora da minha casa.

Tália rosnou, fechando a cara. Olhou de forma feroz para o shinigami e tencionou os braços, retirando a zanpakutou de dentro de si.

Orihime caiu de joelhos, morta por dentro.

Mas seus olhos conseguiram acompanhar tudo o que aconteceu. Tudo que partiu seu coração e a fez chorar, chorar muito ali.

Ela olhou para a cara de todos.

Viu Ulquiorra atônito demais para conseguir mover um músculo. E ela viu, minha nossa, ela viu... Viu a dor que Ulquiorra jurava não sentir, viu aquele sentimento miserável de dor insuportável que não lhe permitia nem se quer se mover. Ela viu tudo o que ele estava sim sentindo, toda a dor de perder uma fracción, de perder uma fracción muito irritante mas que era sua amiga. Que lhe era leal e honesta. De perder uma arrankar que por diversas vezes era sim irritante, mas que ele amava.

Mas nada se comparava a expressão de Grimmjow.

Esmigalhou o coração de Orihime.

–Não... não... não... SEU ORIDNÁRIO FILHO DA PUTA! EU VOU ACABAR COM VOCÊ!

Grimmjow avançou contra Ichigo e lhe acertou uma sequencia de socos. Ichigo parecia mole, como se o arrependimento do ato estupido que adotara tivesse extasiado todo o seu ser. Recebia todos os golpes de fúria de Grimmjow e não sentia a mínima vontade de se defender.

Ulquiorra ergueu-se da terra e se empurrou até Tália, caída no chão de peito para cima, respirando com dificuldade. Sua expressão era serena. Agachou-se ao seu lado e engoliu a seco quando as orbitas opacas e brancas se voltaram para ele.

–Grimmjow nunca lutou por mim. – Sorriu, piscando lentamente.

–Ele está descontrolado.

–Tudo bem. Eu gosto.

Suspirou, ainda sorrindo.

A cabeça de Orihime entrou na visão da fracción.

–Tália-chan, ai meu Deus... – Orihime olhou para a ferida da fracción, tapando a boca com as duas mãos.

–Soten Kisshun, eu rejeito!

A barreira oval se formou em cima da barriga da fracción.

–Não, vá cuidar de Chie, ela está mal, Hime-chan, por fa...

–Tália-chan.

Tália calou-se e sentiu os olhos arderem. Uma terceira cabeça apareceu no raio de sua visão, os cabelos ondulados cor-de-rosa caindo e encostando em seu rosto.

Tália ergueu a mão e encostou na bochecha da fracción.

–Que susto você me deu, Chie...

Choramingou, afagando a pele suja e machucada.

Ulquiorra ergueu a cabeça e olhou para Grimmjow que ainda surrava Ichigo. Ergueu-se do chão e enfiou as mãos nos bolsos, sentindo alguns músculos doerem. Sua voz foi absoluta quando declarou:

–Chega, Grimmjow.

O Espada segurou o pescoço de Ichigo e o ergueu no ar, virando o rosto para Ulquiorra. Os olhos de felino do arrankar eram cegos de ódio, tão cegos que só se clarearam quando viu o corpo estirado no chão de Tália. Sua expressão amoleceu e largou imediatamente o shinigami, usando o Sonido e ajoelhando-se do lado de sua velha conhecida.

Ulquiorra avançou em direção de Ichigo; derrotado e humilhado, o shinigami se arrependia de ter feito algo como enfiar a espada em uma completa desconhecida. Sentia-se uma besta, um monstro.

O Rei do Hueco Mundo olhou Ichigo de cima.

–Você chamou minha raça e eu de monstros. Mas não fomos nós que ferimos um de vocês sem motivo. Também não fomos nós que fomos atrás de baderna no seu mundo.

Ichigo fuzilava Ulquiorra com os olhos.

–Não quero vê-lo no meu caminho. Nem no de Orihime.

Ichigo ergueu-se do chão e pegou a zanpakutou. Encarou firme os olhos de Ulquiorra enquanto o arrankar abria uma Garganta.

–Vai leva-lo ao seu mundo.

Ichigo olhou para Orihime e percebeu que ela o encarava, porém desviou os olhos para o escudo de imediato.

Ichigo foi embora sem dizer nada.

–Sua idiota, vaca estúpida...

–Cala a boca, bola de pelos.

Tália franziu a testa, como se por dentro não adorasse essa preocupação nos olhos dele. Grimmjow olhou para a ferida e em seguida para os olhos de Tália. Segurou sua mão e entrelaçou seus dedos com os dela, afagando sua pele com o polegar direito. Queria conseguir dizer que se arrepende de não ter acolhido-a como fracción assim que se tornou Espada. Queria dizer que sente muito por não conseguir sentir o que ela é capaz de sentir, mas que se esforçaria. Queria dizer que sem ela, ele era simplesmente nada.

Mas a única coisa que saiu foi:

–Não pode morrer. Chie precisa de você.

–Só Chie?

Ela sorriu, erguendo uma sobrancelha.

Grimmjow engoliu a seco, mantendo-se em silêncio.


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Notas finais do capítulo

#prayfortalia
essa é a parte 1, a parte dois sai sabe-se lá quando, mas até lá, fiquem com esse coraçãozinho da CK