Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 29
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

hello lovelies da CK
todas estão bem? espero que sim ♥
meio ausente, eu sei, peço mil desculpas por não ter postado antes, ta ficando séria a coisa aqui, a prova da fiocruz é dia 20 de outubro, REZEM POR MIM /não



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-Está cogitando minha ideia?

  Orihime perguntou, abrindo um sorriso enorme, sentando nas pernas do arrankar. Ulquiorra perguntou-se o que era aquilo que ele sentiu quando ela sorriu para ele. Seus olhinhos brilhando. Seu rosto iluminado só com o pensamento de ir para um lugar que a trazia tantas péssimas memórias, por ele... Pensou se não deveria fazer mais sacrifícios por ela.

-Eu vou pensar, hm?

  Disse singularmente, esticando-se para depositar um beijo breve em sua bochecha. Gostava tanto do que se remexia dentro de si sempre que sentia a pele dela contra a dele, seu calor emanando para seu corpo morto e gélido, tal como seus sonhos, seus picos de alegria que a deixavam tonta...

-Pensar? Você pensa muito. – murchou os ombros, desanimando. Em vista da reação da humana, Ulquiorra segurou-a pelos antebraços, sustentando seus olhos que, por pura birra, não encaravam os dele, e a juntou seu corpo ao dela delicadamente.

-Não faça essa cara.

  Orihime suspirou e revirou os olhos. Ulquiorra perguntou-se se no fundo ela não sabia que ele sempre faria as vontades dela, mesmo que pestanejasse. A ruiva levou as mãos até sua nuca, acariciando seus cabelos. Olhando fundo nos olhos do Espada, sua expressão tomada por um quê não sério, mas misterioso. Ulquiorra encarou seu rosto atentamente, anotando mentalmente cada traço dela e dessa fisionomia que nunca tinha visto.

  Quando ela separou os lábios para falar, ele a escutou paciente.

-Quero que me prometa uma coisa.

  Ulquiorra quase soltou ‘qualquer coisa’, porém sua boca abriu e fechou e não saiu nada. Estava ligado demais, quase sentia a eletricidade correndo entre os dois. Orihime provavelmente sentia também, pois era a segunda vez que ela mordia o lábio inferior em alguns segundos.

-Eu sei que você está estressado com isso tudo. E não adianta negar, eu sei que você já pensou em desistir.

  Ulquiorra abriu a boca pra, de fato, negar, porém ela foi mais rápida, retomando a fala e apertando levemente sua nuca com a mão esquerda.

-Eu não te culpo. Eu também estou assustada. Há 2 meses atrás eu não tinha perspectiva nenhuma e de repente você estava na minha casa, morando comigo, cuidando de mim... Eu não tinha isso desde muito tempo.

  Disse baixinho, quase um sussurro.

-Mas não desiste. Fiquei quase louca quando você demorou dois dias pra voltar, por que eu sei que você está oscilando. Sinceramente eu comecei a achar que você não viria. E eu não quero sentir isso.

  Tocou com a ponta do dedo indicador o peito do arrankar. Suas palavras saiam do fundo do coração, e esperou que ele pudesse entendê-las não como drama, e sim como um apelo. É muito ruim viver com medo de ser deixada de lado; viveu isso por muito tempo com Ichigo. Sabia que eles eram mais do que diferentes, mas o medo ainda estava lá.

  Ulquiorra umedeceu os lábios. Ela estava certa; já pensara seriamente em não voltar. Mas não gostava de saber que ela sentia-se insegura.

-Tem a minha palavra.

-Eu vou atrás de você em Las Noches se não voltar.

  Sorriu, em tom de brincadeira. Encostou a testa na dele, fechando os olhos. Dizer tudo isso e ter a palavra dele a encheu de alívio. Poderia dormir mais tranquila.

  Ulquiorra a puxou para si, seus dedos entrelaçando com a raiz dos seus cabelos da nuca, eliminando qualquer espaço que pudesse exigir entre os dois. Orihime retribuía o beijo com a mesma intensidade e não conseguia parar de pensar perversões uma vez que seus corpos estão tão juntos e ela, bem, está sentada no seu colo.

  O tempo que Ulquiorra levou para girar-se e coloca-la deitada no sofá e por consequência separando seus lábios foram suficientes para a humana indagar novamente:

-Vai me levar contigo? – olhou em seus olhos, sentando-se e beijando seu abdômen que era exposto conforme o arrankar tirava a blusa. Foi obrigada a deitar-se de novo assim que Ulquiorra arqueou-se sobre ela.

-Você não vai parar com isso até eu responder, não é?

  Orihime sorriu e enquanto sentia seus lábios no lóbulo da sua orelha esquerda, assentiu com a cabeça.

-A levo comigo assim que terminarmos aqui. Ou assim que Tália aparecer.

  Orihime não conseguiu conter uma risada e pôde jurar eu viu um sorriso de diversão também no rosto dele.

                                                                             

-Devo levar roupa de frio? Não me recordo de como o Hueco Mundo é.

  Orihime perguntou sentada em frente às gavetas do seu armário. Ulquiorra, trás dela, em pé e de braços cruzados, se perguntou se ela não poderia ir mais rápido.

-Leve pouca coisa, não vamos passar tanto tempo assim.

  Dentro de uma mochila, Orihime socou qualquer muda de roupa e se levantou, olhando-o nos olhos.

-Tem certeza?

- A ideia é sua, está desistindo?

  Orihime negou minimamente com a cabeça.

  Olhar para ele e ter flashes do que acontecera há menos de uma hora na sala era inevitável e um pouco constrangedor. Orihime nunca teve muitos homens. Foram três? Provavelmente. Contando com Ulquiorra. E todos eles mal olhavam para ela depois, não era como Ulquiorra, que estava praticamente 24 horas grudado. Corou um pouquinho e o seguiu para fora do quarto.

  Orihime olhou para o seu quarto com aquele sentimento de quem vai viajar para longe. Ah, sua cama...

  No pé de seu ouvido, escutou-o sussurrar:

-Ainda pode desistir.

-Vou começar a achar que você não quer que eu vá.

  Virou-se para ele, sendo mais ríspida do que percebera.

-Não gosto da ideia de você e Grimmjow no mesmo lugar.

-Ele não vai fazer nada. Se quisesse, já teria vindo aqui antes. De novo.

  Ulquiorra sabia que ela tinha razão, mas seu instinto protetor era maior. Sabia que Grimmjow queria mesmo é o trono, e era capaz até de dar uvas e abanar Orihime para agradar Ulquiorra.

  Quando chegaram a Las Noches, Orihime sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Olhou o enorme palácio; se sentiu desconfortável logo de cara. Ulquiorra parou a sua frente e ergueu seu rosto para cima, a fim de entender sua expressão e lançou aquele olhar que ela sabia o que significava.

  “Quer voltar?”

-Não.

  Respondeu em voz alta como se ele tivesse verbalizado seu próprio olhar.

  Segurou sua mão e ela mesma o conduziu para dentro. Seus passos foram interrompidos assim que puseram os pés para dentro.

-Hime-chan. – Chie abraçou a cintura da humana. Orihime sorriu; de fato, Chie despertava nela um instinto maternal que ela não entendia. Colocou a mochila no chão e abraçou a fracción como se fosse uma irmã distante.

-Vai ficar?

  A fracción ergueu o olhar cor-de-rosa para a mochila no chão, sem desgrudar os braços da humana.

-Um tempo.

  Se Chie não fosse tão inexpressiva, Orihime acreditaria no brilho quase imperceptível que pensou ter visto naqueles olhinhos sempre tão opacos.

-Já trouxe a Primeira Dama pro palácio, Ulquiorra?

  Ah, aquela voz.

  Grimmjow apareceu de um corredor que se ligava ao que estavam. Com o mesmo cabelo bagunçado, mesmo ego que quase esmagou Orihime, mesmo nariz em pé. Mas tinha algo diferente em seu rosto.

-Quem bateu em você a ponto de deixar roxo, Grimmjow?

  Orihime se deixou vencer pela curiosidade e perguntou sem a grosseria que deveria ter sido expressada. Grimmjow fechou logo a cara, cruzando os braços, e quando estava prestes a inventar qualquer desculpa, uma voz sacana soou nos ouvidos de todos.

-É, Grimmjow, conta quem bateu em você. Queremos saber.

  Tália e seu sorriso prepotente e olhos apaixonados, ambos direcionados a Grimmjow. Ele nem olhou para ela; revirou os olhos e deu de ombros.

-Ninguém te chamou pra reunião de família, Tália.

  Deu um tapa na cabeça da arrankar que doeu em Orihime. Tália ergueu o dedo médio para Grimmjow e, pensando que ninguém tinha visto, Grimmjow desmontou o sorriso pequeno que tinha se originado com o ato da garota.

  Talvez ele não seja tão mau assim.

  Que isso, Orihime, não comece a pensar essas coisas insanas.

-Eles passam bastante tempo trancados no quarto, agora.

  Chie cochichou discreta demais para alguém além de Ulquiorra (que preferiu ignorar) e Orihime escutarem. A ruiva olhou para Chie de olhos arregalados, porém não avistou qualquer resquício de maldade na sua fisionomia. Também não acreditava que ela pudesse pensar algo assim. Observando os dois se xingarem e discutirem, Chie parecia uma criancinha de 10 presa num corpo de 15 anos.

-Saia sorrateiramente pela esquerda.

  Ulquiorra orientou no pé do ouvido e segurou seu cotovelo, saindo de fininho da recepção calorosa. Tália e Grimmjow estavam ocupados demais discutindo relação para se preocuparem com o Quarto Espada e a humana indo embora.

  Orihime deixou-se imergir no silencio que ambos haviam adotado depois de saírem de perto dos outros moradores. Las Noches continuava o mesmo palácio mórbido e gélido, porém, talvez pelo fato de ter seis Espadas e dezenas de fraccións a menos, parecia um bom cenário de filme de terror. Deserto. Vazio.

  Enquanto caminhavam pelo corredor – Orihime na frente do arrankar e Ulquiorra com as mãos nos bolsos fazendo sua escolta particular – ela não pôde evitar pensamentos nostálgicos. Puxa, passara tanta pressão psicológica debaixo desse teto. Tanta tristeza e agonia que eram, em sua maioria, proporcionadas pelo próprio Ulquiorra atrás de si, o qual passou a ter relações íntimas demais para se considerar aceitável aos olhos da Orihime prisioneira. A definição de Síndrome de Estocolmo lhe passou pela cabeça.

  Discretamente olhou para trás, percebendo Ulquiorra.

  Olhou paras as paredes brancas e altas e lhe deu uma vertigem traidora.

-Mulher. – A voz de Ulquiorra surgiu nos ouvidos da humana e Orihime parou de andar, virando-se para trás e percebendo que estava a uma distancia de 8 metros de onde ele havia parado. A sua frente, uma porta.

  Orihime voltou e esperou-o abrir e dar-lhe passagem. Sorriu minimamente e adentrou o cômodo. Lembrou-se de quando esteve aqui com Tália e Chie depois do ataque de Grimmjow. Engoliu a seco.

  Não tinha nenhuma memória boa nenhuma daqui.

-Sua expressão está me fazendo repensar se foi correto concordar com isso.

  Orihime ficou calada. Não se sentia bem, de fato.

-Vou ficar bem.

-Esse lugar não faz bem a você.

  Ulquiorra encostou a palma da mão direita no final das costas da humana, olhando fundo em seus olhos.

-Eu vou ficar bem. De verdade. – Repetiu, tentando lhe passar a confiança e verdade que ela não sentia.

  Ulquiorra suspirou pesadamente, ainda não concordando. A ruiva desviou os olhos para o chão; era isso ou ficar longe dele por um tempo talvez longo demais para sua sanidade mental. Não podia reclamar.

-Não vai. Não estou gostando disso.

  Ulquiorra parecia verdadeiramente incomodado e desconfortado.

-Isso aqui não é seu lugar. Talvez seja até nocivo pra você.

-Talvez, mas não quero ficar sozinha em casa agoniada, pensando se você volta ou não.

-Eu já disse que vou voltar, eu dei a minha palavra.

  A conversa subia um tom mais alto, rumando uma verdadeira discussão.

-Muita gente já me prometeu muita coisa. – Talvez Orihime estivesse sendo dura demais. Sabia que duvidar da palavra de alguém é algo muito sério, mas o que poderia fazer se ainda se sentia insegura?

-Está duvidando de mim?

  Ulquiorra estreitou os olhos. A ação fez Orihime encolher-se e engolir a seco. Ulquiorra a olhando desse jeito, e ali em Las Noches... Flashes indesejáveis do passado preencheram sua visão por alguns minutos.

-Veio só pra se assegurar de que eu não vou deixa-la? Você tem que parar de me comparar ao shinigami. É muito irritante. E ofensivo.

  Mal se passaram 10 minutos desde que ela chegara e eles já tinham brigado. Morar junto é isso? Ou é apenas a tensão dos dois – Ulquiorra prevendo a manifestação de Ichigo e Orihime se sentindo insegura – colidindo?

-Desculpa.

  A ruiva abaixou os olhos para a mochila. Cruzou os braços e sentou-se na cama, esperando-o fazer alguma coisa. Ir embora, sair do quarto, berrar, gritar, reclamar, ou até mesmo manda-la embora.

  Ulquiorra colocou uma mão na maçaneta e olhou para a humana sentada em sua cama, os ombros murchos e o olhar vago.

-Se ficar a deixa mais segura que a minha palavra, fique.

  Não olhou para trás ao fechar a porta.

  Orihime encarou a porta fechada por longos minutos. Brigar com Ulquiorra acontecia, de fato, inúmeras vezes. Suas opiniões diferem em muitos quesitos, e nessa, Orihime se convenceu de que era apenas Ulquiorra sendo super protetor e tenso.

  Com esse pensamento na cabeça, se espreguiçou e olhou o cômodo de ponta a ponta. Não tinha uma teia de aranha ou poeira no chão. Sabia muito bem que mantinha todo o palácio limpo, mesmo não sabendo muito sobre ela. Não sabia como Chie tinha virado fracción de Ulquiorra. Na verdade, não sabia nada de Chie além de que gosta de limpar as coisas e destruir ao mesmo tempo.

  Mais tarde, Tália foi ao seu quarto.

-Quando eu cheguei na sua casa, vocês estavam...?

-TÁLIA! – Orihime a repreendeu remexendo-se na cama, envergonhada. Sabia que ela uma hora ou outra perguntaria isso, mas não deixava de ser algo que a deixava tímida e acanhada. Não gostava de falar sobre essas coisas e só de se lembrar de todas as cenas que já aconteceram Orihime sentia a face tomar um tom escarlate vivido.

-Eu sabia! Vocês não perdem tempo!

-Podemos mudar de assunto?

-Não mesmo! Quero saber!

  Tália revezava seu tempo em rir da timidez da humana e fazer perguntas inadequadas. Orihime respondia até onde sua decência permitia, mas quase sempre enrolava Tália e dava um jeito dela fazer outra pergunta. Quando o assunto não estava mais viável – “mas ele é bom, então?” – a ruiva fez questão de mudar de assunto.

-Você e Grimmjow pareciam bem próximos hoje.

-Não quero falar sobre isso.

-Não vale! – Orihime protestou, negando com a cabeça.

-Vale sim, eu que inventei as regras.

-Mas eu respondi todas as suas perguntas.

-E eu respondo qualquer uma que você fizer que não seja relacionada ao Grimmjow.

  Orihime revirou os olhos.

  As duas conversavam muito no período que Orihime esteve lá. Era engraçado por que ela não se sentia cansada, parecia que as horas não passavam e que era sempre de noite. Só dormia quando sentia muito sono, e quando Tália a permitia. Ulquiorra voltava para o quarto poucas vezes e ela quase sempre estava dormindo. Quando não, ele deitava com ela e os dois conversavam ainda mais. Não parecia chateado com relação ao que acontecera antes quando os dois chegaram.

  Certa hora, Orihime sentiu um desconforto no peito. Quase como aquilo de algo que não vai bem. Juntamente com um pensamento pessimista. Sexto sentido, talvez, pois em meio minuto depois seu quarto foi adentrado por Ulquiorra de maneira rápida e ligeira.

-Onde está Tália?

-Não sei, por que? O que houve?

  Ulquiorra olhou fundo nos olhos de Orihime por bastante tempo. Ela os analisou como sempre fazia; qualquer um veria tédio e aquele quê de ‘tanto faz’. Ela via aflição.

-O que está acontecendo?

  Perguntou mais uma vez. Ele não a respondeu, apenas a fitava como quem procura as palavras que não queria dizer. Orihime se ergueu da cama, deixando o livro se fechar sem marcar a pagina. Colocou-se de frente para o seu Espada e de maneira firme refez a pergunta.

-O que houve, Ulqui-kun?

  Ulquiorra desceu os olhos a fim de fita-la. Por Deus, por que não respondia logo?

  Ao sair, as palavras lhe arranharam a garganta.

-O Shinigami.

  Orihime arregalou os olhos. Seus ossos pareceram ter sidos dilacerados e reduzidos a nada, pois seus joelhos fraquejaram. Sua felicidade. Ele não precisava terminar sua frase pra que ela entendesse. Sabia e até meio que esperava. Sua felicidade indo embora, cortada, interrompida. Violentamente roubada. Injustamente roubada.

-Ichigo está invadindo Las Noches. 


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Notas finais do capítulo

AGORA A COISA FERVE TUTS TUTS TUTS TUTS