Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Não vou pedir desculpas por não ter postado sábado porque vocês sabem que isso é chato e sabem também que nenhum ficwriter se orgulha disso. Entãaaaaaaao, eu estava com bloqueio de imaginação, não consegui escrever um parágrafo. Mas me obriguei e acabei terminando só hoje, porque eu NECESSITAVA fazer deste um capítulo no mínimo perfeito, AHEUAHAEAHUAE Sem mais, espero que gostem ♥



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  Bem, como já devem saber, Orihime não parou de falar em por um segundo. Estava tão eufórica e feliz por ele estar ali com ela que parecia que ela tinha se esquecido de respirar.

  Estavam agora na sala – esta era iluminada apenas pela luz da TV ligada no mudo. O Espada a encarava tagarelar sobre qualquer assunto banal, falando nada mais do que um simplório “hm” ou “não importa”. A risada estranha assimilada a de uma bruxa fazia eco na casa escura, em plena 3:00 da manhã.

  Às vezes, o assunto parecia morrer, mas logo a humana arrumava algo para questionar. Ou era um filme que ela viu e ficou chorando pelo resto da semana, ou um livro que, de tão ruim, não conseguia passar nem da metade. Mas quase sempre “falavam” de comida.

  Dessa vez, ela não puxou outro tópico. Apenas pousou a cabeça no sofá e deixou seus olhos sobre ele.

- Acho que acabou o assunto.

  Riu no final da frase.

- Não precisava ter falado sobre todos os assuntos existentes no mundo em tão pouco tempo.

  Sua expressão não era mais tão amigável ou alegre ao proferir suas próximas palavras.

-Vai que você some de novo.

  Afinal, Ulquiorra já tinha demonstrado uma leve inclinação a sumiços. Sabia que ele não tinha que viver aqui com ela, não tinha ligação alguma com o mundo dela e que seu lugar estava em Hueco Mundo, seu dever e suas obrigações também residiam lá. Mas isso não queria dizer que ele tinha que desaparecer e não dar notícias.

  O Espada abaixou a cabeça, algumas palavras queriam sair de sua boca, mas seriam em forma de promessa e ele sabia que não teria condições de cumpri-la. Mas queria lhe passar segurança, queria ainda mais tirar a magoa que ficava alojada em seu peito e algumas vezes mudavam seu humor ou feições.

  Queria dizer-lhe que não queria ir embora. Que sentia muito por ter gritado com ela, e que queria corrigir-se. Mas não conseguia. Além de tudo, temia tudo aquilo que Chie via em seu peito.

  O desconhecido o assustava.

-Eu sei que você tem coisas a cumprir em Las Noches e eu sei tamb...

  Orihime já estava proferindo seu discurso de falso entendimento quando sentiu-o colocando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha, fitando seus olhos atentamente.

-Não posso ficar aqui muito tempo, mas se colaborar, posso tentar algo.

  O pobre coraçãozinho humano quase faleceu diante das palavras sussurrantes. Atônita encarando-o como uma idiota, não acreditou que ele estivesse bolando um jeito de vê-la.

  Diante da cara de tonta da garota, Ulquiorra continuou.

-Posso voltar algumas noites. Mas apenas noites, e não serão todas.

  A mão ainda alojada em seus cabelos brincava com os mesmos.

-Não pode falar nada para Tália.

-Mas achei que tivesse proibido ela de vir aqui.

-Minhas ordens são ignoradas por completo por ela.

  Ah, Ulquiorra não sabia o que sua voz rouca proporcionava à pobre.

  Estava convicto do silêncio da jovem quanto a isso, mesmo ela parecendo ter se desligado a medida que deslizava as pontas dos dedos pela sua nuca e cabelos, mas não custava nada deixar claro os riscos.

-Se Grimmjow descobrir que assumi esses riscos apenas por não deixá-la, terá certeza de que poderá me atingir machucando você.

  Ela tinha escutado metade do que ele falou, parando no ‘assumi esses riscos por não deixá-la’. Seu coração batia tão rápido...

  Ulquiorra pareceu chegar o rosto ligeiramente para mais perto.

-Prometa-me seu silêncio e discrição, mulher.

  Orihime assentiu com a cabeça, engolindo a seco, acordando rapidamente de seus devaneios.

-Eu disse prometa.

  A frase poderia ter soado rude se ele não tivesse dito com tanta leveza e calma.

  Virados um para o outro, os dedos do Espada não deixaram a pele alva da humana nem por um segundo e as mãos dela residiam em sua própria perna, encostada na dele. Um pouco acostumada com o toque, Orihime não conseguia parar de procurar um motivo para ele assumir tantos riscos.

  Só sabia que faria qualquer coisa para que ele fique, portanto, disse o que ele queria ouvir.

-Prometo.

  Ulquiorra franziu a testa brevemente.

-Não parece contente.

-Está fazendo isso tudo por quê? Eu só não... entendo.

-Não precisa entender.

  Orihime se afastou, tirando a mão do arrankar de sua nuca levemente, sentando um pouco mais distante.

-É claro que preciso. Uma hora você está me chamando de lixo e na outra assumindo riscos apenas para me ver?

-Apenas fique satisfeita com isso. Não era o que queria? Que eu ficasse?

  Se calou. Afinal, ele tinha toda razão. Insistira tanto para isso, na verdade deveria estar comemorando em vez de ficar fazendo perguntas.

-Desculpe, não quis passar essa impressão...

-Prefiro que não insista nisso.

  Murchou os ombros, relaxando. Iria esquecer. Iria colocar um sorriso no rosto, afinal, Ulquiorra estava se esforçando para ficar com ela. Brevemente Chie e Tália também poderiam voltar, e então tudo ficaria mais completo.

  Uma imagem de Kurosaki-kun preencheu sua cabeça, arrancando-lhe o sorriso em seu rosto.

  Chacoalhou a cabeça, banindo esse pensamento.

  E como se ele estivesse lendo seus pensamentos, Ulquiorra tocou em sua fraqueza.

-O shinigami não vai gostar de me ver na sua casa.

-Não quero falar sobre isso.

-É outro risco. Vai conseguir manter segredo até dele? Chie me disse que...

-Chie também me disse coisas. Disse que você já ‘sentiu rosa’.

  Ulquiorra pareceu que iria explodir novamente –assustando brevemente a humana -assim como no dia que descobriu que Chie havia contado para Orihime de seu dom, mas se conteve.

-Chie não sabe o que diz.

-Ela pareceu sincera.

-Não dê ouvidos ao que ela diz. Não é sã.

  A garota soltou um breve ‘tsc’ e revirou os olhos.

-Pra você, amar é tão ruim assim?

-Não gosto do desconhecido.

-Ela poderia ensiná-lo o que era amar.

  Ulquiorra a escutou dizer a última frase com os olhos no chão, no mínimo desconfortável com o assunto. Orihime era meio inocente em certas coisas. Ela nunca poderia ensiná-lo uma coisa dessas naquela época. Outros sentimentos empatavam-na.

  A raiva. O medo.

  E o amor pelo outro.

-Não, não podia.

-Tenho certeza que sim. Porque você, hm... Parou de sentir?

  Meio hesitante, Orihime desviou os olhos dele ao fazer sua pergunta. Não sabia até que ponto ele iria continuar respondendo, e não sabia ate que ponto ele suportaria sua curiosidade. Mas era a oportunidade ideal de responder pelo menos algumas de suas incógnitas.

-Eu não deveria ter nem começado.

  Se ela estivesse um pouco mais distante, não teria escutado. Juntou as sobrancelhas, sentindo brevemente pena do arrankar. Lhe partiu o coração ao imaginá-lo amando e não sendo correspondido.

  Era uma dor que ela era familiarizada.

-Se foi por quê ela não o amava, acho que você fez bem. Deve ser melhor do que ficar se corroendo.

  Ulquiorra olhou-a de relance. Brincava com os próprios dedos timidamente, de cabeça abaixa. Sua frase parecia mais pessoal do que uma suposição.

-Mas ela deveria ser uma bobona. Imagine, deixá-lo ir? Se você fosse humano, eu duvido que as meninas o deixariam em paz. Você parece um lorde inglês.

  Deu outra risada estranha no final da frase, recebendo um olhar confuso do Espada. Depois de muito rir da própria comparação, se levantou e foi até a cozinha, alegando fome.

  Encostou-se numa parede onde estava segura do olhar dele e pousou a mão no peito, encostando a testa na parede, fechando os olhos. Colocou todo o ar guardado no pulmão para fora. Ele não tinha nem ao menos percebido seu nervosismo. E dava graças a isso.

-Mulher.

  Orihime deu um pulo, assustando-se com a súbita voz perto de seu ouvido. Olhou para trás e quase esbarrou nele, encostando-se na parede.

-Está clareando.

-Já?

  Reclamou, erguendo as sobrancelhas. De fato, o céu estava mais claro. Murchou os ombros, desanimando. Todas as suas ações eram cuidadosamente observadas pelo Espada, embora ela não percebesse.

-Essa noite você volta?

-Talvez.

  Assentiu, tristonha.

  Ulquiorra encostou a palma da mão na parede ao lado de sua cabeça, erguendo seu rosto pelo queixo. Orihime chegou a pensar que ia cair ali, suas pernas pareciam ter perdido todas as forças. Um arrepiou percorreu-lhe a espinha como sempre ao sentir seus dedos em sua pele. Seu corpo todo estava exclamando.

-Lembre-se. Silêncio e discrição.

  Sussurrou em seu rosto, seus olhos segurando os dela. Estava paralisada demais para responder em voz alta.

  Silêncio e discrição, concordou com ele em pensamentos. 


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Notas finais do capítulo

Eu sei que não respondi os reviews, e peço desculpas por isso, mas queria postar o mais rápido possível.
Gostaram? hihihi :3
See ya!