Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 13
Branco e Azul


Notas iniciais do capítulo

hmmmm, digamos que é um capítulo filler. AHEUAHEUAHEUHAUE
enfim vocês vão descobrir mais sobre Grimmjow e Tália, né? Tanto pediram que eu fiz, de bom grado, isso para vocês. Achei interessante o modo como todas se identificaram com as minhas fraccións - sentimento de posse, nem é, aheuahueh -, achei que elas não durariam 3 capítulos. Mas, pelo visto, Tália e Chie serão bem importantes durante toooooooda a fic, hihihihi :3
sem mais, vejo vocês nas notas finais



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  Era uma vez uma garota. Tinha a pele tão branca quanto seus cabelos. Seus olhos eram de um azul celeste tão puro que parecia um anjo. Poderia parecer mais se não tivesse uma expressão tão carrancuda.

  Seu nome se assemelhava ao da Musa da mitologia grega que representava a comédia. Bem, suas palavras tinham o dom de fazer um sorriso brotar em seu rosto. Era sábia, alem de tudo, mas sabia divertir mesmo que inconscientemente.

  Esta nossa protagonista não viva sozinha.

  Uma outra cor contrastava com sua palidez; um azul vívido. Não é por que eles viviam juntos que se davam bem. Não, na verdade, era justamente ao contrario; ambos eram portadores de um mau gênio que os deixavam praticamente incomunicáveis. Mas ainda assim, eles estavam juntos. Eram companheiros. Viviam por aí, andando pelo mundo preto e branco.

  E preto e branco era uma boa descrição para os dois. Eram tão parecidos, mas ao mesmo tempo tão distintos e separáveis. Seus pensamentos se mesclavam e separavam constantemente.

  Ele vivia querendo matar, ao contrário dela, que tinha preguiça demais para isso. Ele queria poder, queria ser respeitado. Vária e várias vezes disse a ela que seria o Rei do Hueco Mundo. Ela quase sempre ria, e recebia como resposta um soco.

  Não, não pense que era covardia.

  Quase sempre era ele quem apanhava mais.

  Ele negava, mas algo dentro dele o impedia de pegar pesado com ela. Poderia fácil fazê-la parar de respirar, já que ele sabia que era vidente a diferença de poder dos dois, mas achava mais engraçado fazê-la pedir para que parasse. Era seu passatempo preferido implicar com ela. Não tinha coisa melhor, era tão relaxante. E sua pele tão branca corada era de rachar de rir.

  Já ela, sempre dizia que era para ele parar. Sempre dizia que não gostava dele e que um dia arrancaria sua cabeça, sempre falava como ela era grande e espaçosa. Esta só sabia listar seus defeitos.

  Mas ela nunca disse o quanto ama seu cabelo rebelde.

  Ele perdeu as contas de quantas vezes teve que protegê-la. Era uma encrenqueira ferrada, nossa branca. E nunca admitia que precisava de ajuda:

  “Ajuda, sua? A-ha, faça-me rir, seu bastardo. Eu estava prestes a atacar quando você apareceu.”

  Um dia, ele sumiu.

  Primeiro pensou que ele tivesse saído para caçar; mas ele não voltava. Nunca.

  A alva garota nunca esteve desprotegida, e sem ele, via perigo em toda parte. A cada dia que passava e que ele não voltava, era um dia que ela achava que iria morrer.

  Ou alguém iria matá-la, ou então iria morrer de solidão. Não tinha ninguém para conversar. Não tinha ninguém para implicar com ela. Nunca sentira tantas saudades de suas piadinhas maldosas ou de suas brincadeiras babacas e inúteis; nunca pensara como doloroso seria se ele se fosse.

  Agora ela sabia.

  Vagou pela poeira durante muito, muito tempo. Estava cansada de não falar nada. Silêncio foi o que adotou desde que ele partiu.

  Silêncio e dor interna.

  Um dia, branco encontrou com verde.

  Ele era alvo como ela, mas seus olhos eram mortalmente verdes. Havia lágrimas eternas da mesma cor que escorriam por seus olhos. Tinha também uma pinta de sabichão.

  É claro que ela arrumou encrenca com ele.

-Hey, você aí. É, você mesmo, ô verdão. O que pensa que está fazendo aqui? Esse lugar pertence a mim!

  Ele a encarou com um olhar soberbo e então desviou os olhos.

 ‘Ah, ninguém olha assim pra mim.’

  Andou até ele, tocando seu ombro; logo ele segurou sua mão e a lançou no ar.

  Esperou que ela caísse na areia e morresse, mas não foi muito bem o que aconteceu.

-Mas que jeito rude de se tratar uma donzela, não acha não? Tá na hora de rever esses conceitos, verdão.

  A garota estava simplesmente de cabeça para baixo no ar, flutuando com se não tivesse gravidade no lugar. De perna de chinês e braços cruzados, exibia sua expressão carrancuda e esnobe ao homem. Seu cabelo feito ceda estava para baixo, balançando.

  Sua habilidade intrigou-o.

-Como é seu nome?

-Adivinhe. Meu nome começa com T, e não, não é Tarada.

  Lembrou-se de uma das piadas que seu Rei de cabelos azulados costumava fazer.

  Em vista a nenhuma mudança do rapaz, revirou os olhos, deixando os braços caírem para baixo. Continuava sentada no nada.

-Ah, que sem graça você. É Tá...

  Alguém a puxou pelo braço esticado, zunindo-a na areia. Levantou a cabeça, cuspindo para todos os lados, começando a conjurar a morte do individuo.

-AHAHAHAHA, TÁLIA, SUA MALDITA!

  Escutou uma voz engraçada e então levou uma pisada em seu traseiro.

  Sentia ainda vontade de matar, mas cessou ao reconhecer a voz. Ficou tão paralisada que foi necessário que o homem a erguesse da areia.

-Lembra de mim, sua miserável?

  Ela a xingava em tom de brincadeira.

  É claro que ela se lembra dele!

-Grimmjow, ah, mas que...

  Amaciou a voz, erguendo os braços fazendo menção de quem vai abraçar.

-MAS QUE FILHO DA MÃE VOCÊ É, HEIM, SEU INUTIL?

  Apertou seu pescoço com as duas mãos, balançando sua cabeça. Caiu no chão quando ele a soltou, mas estava tão motivada em machucá-lo que lhe deu uma mordida na perna.

-TÁLIA, PARE COM ESSA MERDA!

  Tirou a perna da boca da garota, encarando-a como quem encara um bicho selvagem. Esta apenas cruzou os braços novamente, fechando os olhos e erguendo as sobrancelhas, mostrando-lhe sua melhor cara esnobe; começou a levitar.

-Onde você esteve, seu inseto?

  Perguntou, ainda de olhos fechados, girando no ar. Grimmjow a acompanhava com os olhos, e quando percebeu que começara a subir de mais, segurou-a por seus cabelos enormes, parando-a de cabeça pra baixo novamente.

-Em Las Noches.

  Tália arregalou os olhos, esquecendo de se manter no ar. Desabou no chão, comendo areia novamente. Tossiu e cuspiu, levantando os olhos para o velho amigo em pé.

-Las... Noches?

-Sou o Sexto Espada.

  Deu um sorriso orgulhoso, seu ego inflava sempre que proferia tais palavras. Tália, porém, se levantou novamente, lhe acertando um chute nas partes baixas.

-Sexto Espada? Sexto? Depois de anos do meu trabalho duro você só conseguiu ser o SEXTO ESPADA, GRIMMJOW, SEU SAFADO?

  Grimmjow agarrou-lhe o pescoço, chamando-a de apelidos não muito gentis.

-Até quando vou ter que presenciar essa cena ridícula?

  O outro rapaz perguntou, farto de tantas cenas grotescas. Grimmjow e Tália se viraram para ele, erguendo ambos uma sobrancelha. A garota deu um leve impulso com os pés no peito do Espada, dando uma cambalhota e voltando a pairar no ar.

-Quem é o seu amiguinho sério?

  Tália flutuava para perto de Ulquiorra, analisando-o.

-Ulquiorra.

-Você é o Espada...?

-Quarto.

  Respondeu sem muita paciência. Tália voltou novamente os olhos alarmados e raivosos para seu velho companheiro.

-Ele é mais forte que você? Vou te contar, não dá mesmo para se confiar nas pessoas.

  Grimmjow apenas cruzou os braços, soltando um ‘tsc’ e desviando o olhar. Caminhou até perto de Tália, percebendo novamente que começava a subir demais, e a segurou pelo tornozelo.

-O que os senhores Espadas da Halibel-sama fazem aqui, devo perguntar?

-Halibel quer aumentar seu exercito feminista...

  Grimmjow sussurrou, revirando os olhos.

-Estamos voltando de uma missão. E não pretendo gastar tempo vendo conversa de velhos amigos.

  Ulquiorra deu as costas aos dois, começando a caminhar.

  Tália olhou para baixo, encarando os olhos de Grimmjow. Percebeu que estava na hora dele ir também. Foi descendo gradualmente, parando a sua frente, ainda com uma cara de poucos amigos.

-Vai para seu humilde palácio agora, Sr. Espada?

-Vou.

  Tália assentiu com a cabeça, chegando perto do ouvido do velho amigo e perguntando em um sussurro, como se fosse para o Quarto Espada não escutar.

-O bonitão do Aizen não voltou não?

-Cala a boca, sua depravada.

  Revirou os olhos, dando um empurrão em seu ombro. Ela riu, dando de ombros, ficando em silêncio novamente. Estava tão estática que não sabia o que falar primeiro. Começaria com como ela sentiu medo sem ele por perto ou falaria como ele fez falta? Não tinha ideia.

  Desenhava linhas curvas na areia com um dos pés.

-Vocês Espadas tem fraccións, certo?

  Grimmjow encarou-a com um olhar desconfiado.

-É, temos.

-Posso ir com você, não posso?

  Tália sorriu. Eram poucas as vezes que eles tinham conversas amigáveis sem trocar xingamentos. Essa parecia ser uma delas.

  Mas ele não parecia tão disposto a cooperar.

-Claro que não. Não a quero como minha fracción.

  Tália ficou séria novamente, tomando um susto com suas palavras.

-Você não é boa o suficiente, Tália, caia na real.

  Como assim, ‘boa o suficiente? Não eram amigos? Amigos se ajudam, certo? Não parecia que ele estava disposto a fazer isso. E isso cortou. Cortou feito a espada que ele carregava presa em sua cintura. Talvez mais, não sabia, estava chocada demais também para pensar nisso. Depois de tanto tempo longe, tanto tempo lamentando seu desaparecimento, ele vem com essa?

  Suas palavras atravessaram seu peito como se fossem gelo.

-Eu não queria mesmo, estava apenas brincando. Não quero passar o resto da eternidade servindo você, que ideia.

  Grimmjow deu de ombros, entrelaçando os dedos atrás da cabeça, dando as costas para a garota.

  Doía.

  Doía ser rejeitada feito uma inútil, assim como ele a chamava de vez enquanto. Nunca pensou que ele pudesse ter coragem de fazer algo assim a ela. Até porque ela não teria coragem de fazer algo assim com ele.

  Viu-os irem.

  Viu também o Quarto Espada, olhar de relance para ela.

                                                           ...

  Aquela noite foi bem mais fria. Chamava-o mentalmente de babaca, idiota, desprezível e outras coisas piores, mas sabia que era só a dor da rejeição falando mais alto. Não o achava isso tudo. Achava tudo o oposto.

  Permanecera sentada na areia. Passaram-se horas, dias, meses. Não sabe. Só sabe que ficou ali sentada, raivosa e chorosa.

  Certa hora, escutou passos. Passos vindos em sua direção, mas não sentiu curiosidade o suficiente para se fazer virar e olhar. Um par de pernas cobertas por um pano branco tamparam sua visão do Palácio de Las Noches.

-Me mostre o que você sabe fazer além de levitar.

  Levantou os olhos.

-Não estou a fim, cai fora.

-Achei que quisesse ser fracción. Ou quer, mas só do Sexto?

  Se intrigou. Bom, ele era o Quarto, era o mais forte entre ele e Grimmjow. Se alguém mais forte do que o que a enxotara havia se interessado pelo seu poder, o que Grimmjow fez foi pior do que pensava; não a rejeitou por ser apenas fraca. A rejeitou por não a querer mesmo.

  Naquela hora, fez tudo o que estava ao seu alcance para surpreender o Espada. Lutou corporalmente contra ele. Depois ele lhe deu uma espada.

-Não sei lutar com isso. Nunca toquei em uma.

-Não quer tentar?

  Tália encarou a lâmina que reluzia em seu olhar claro. Empunhou-a e fixou o olhar no Quarto, avançando contra ele. Ulquiorra fora, claro, bem mais rápido; cortou o ar, e quando a lamina estava prestes a perfurar a carne da moça, está tocou a ponta da espada, subindo no mesmo como se fosse algo sólido e dando uma cambalhota. Pronta para descer o pé e acertar o calcanhar na cabeça do rapaz, foi impedida pela mão livre do mesmo, que a segurou e tacou no ar. 

  Não, o motivo pelo qual Ulquiorra fora procurar por uma fracción não foi necessidade de ter alguém para protegê-lo. Longe disso, ele não precisava de ninguém.

  Ele só percebeu que a solidão que havia nela era semelhante a que residia em seu peito.

                                               Flashback off

  Tália acordou de seus devaneios ao escutar alguém batendo fortemente em sua porta.

-MAS QUE MERDA, NÃO DÁ PARA TER PAZ NESSE INFERNO, NÃO É?

-É ISSO MESMO, ABRE LOGO ESSA PORTA, TÁLIA, SUA MALDITA.

  Bom.

  Resumidamente, o dia era assim.

  Grimmjow esmurrava sua porta para perturbá-la por qualquer motivo banal e ambos discutiam até Ulquiorra chegar e apaziguar a situação de forma não muito civilizada, fazendo a fracción e o Espada pararem de gritar.

  Algumas colunas e paredes eram quebradas às vezes, mas Chie realmente adorava catar a sujeira.

  Era simples.

  Ela ainda era amargurada por Grimmjow ter rejeitado-a como fracción. Mas não conseguia ficar longe. Ele a atraía, era evidente. Grimmjow era seu mal necessário. Não conseguia de jeito algum se desconectar dele, mesmo ele causando tantos danos em seu coração e seu orgulho. Grimmjow era uma parte de si. Não conseguiria cortá-lo de sua vida mesmo depois do que ele fez, e do ele com certeza irá fazer a ela. Ele não pensa, não entende o que são sentimentos humanos. Para ele, é demonstração de fraqueza.

  Depois de um tempo foi descobrir que entre eles havia mais uma cor. Ela não tinha certeza de como era, mas sua companheira de cargo como fracción do Ulquiorra-sama dizia que era bonito. Que era claro e fraco, mas que sempre esteve e sempre estará lá. Mesmo que uma das partes suma.

  Seria sempre Branco e Azul. Mesmo que só uma das partes emane cor-de-rosa.


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Notas finais do capítulo

DECEPCIONEI ALGUÉM? SIM, NÃO, CLARO, COM CERTEZA?
Deixei claro que o Branco o qual me refiro na ultima linha é a Tália e o Azul, o Grimmjow? exclarencendo as coisas, somente. -v-
Quanto ao passado da Chie, breve teremos outro capítulo filler. E vocês vão se surpreender, muahahahahahahaha -n
Espero de toooooooodo o meu coração que tenham gostado, me esforcei demais nesse capítulo. Aguardo as críticas, hihihi :3
CK.