Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

99 reviews, acho que já posso infartar, correto? *-*



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-Você deveria parar de arrumar encrenca com Ulquiorra, sua inconseqüente. Ele é paciente, mas daqui a pouco até ele vai querer acertar um Cero em você.

  Tália, porém, não respondeu seu velho amigo. Sua raiva de seu mestre já havia passado, só lamentava por Orihime. Colocou todas as suas esperanças na humana com relação a Ulquiorra e estava convicta de que ela conseguiria fazê-lo ter o mínimo que fosse de humanidade em si. Só não sabia que Ulquiorra fosse tão cabeça dura.

  Grimmjow colocou-a no chão depois de muito tempo andando. Pousou as duas mãos na cintura, encarando a pequena fracción pensativa. Estava triste, mas mantinha a carrancuda expressão no rosto.

-Tomando as dores da humana, hm?

-Não te interessa, não é mesmo?

  Abriu a porta de seu quarto, prestes a entrar quando o Sexto Espada lhe segurou firmemente o antebraço. Tália permaneceu um momento parada, virada para frente, mordendo o lábio inferior e fechando fortemente os olhos; não demonstraria as borboletas no estomago que sempre sente quando ele a toca.

  Se virou, de cara feia, puxando o braço de modo brusco.

-Não me segure assim. Não sou sua fracción.

  Grimmjow estava sério. Era desconfortante ser fitada por olhos tão azuis e vividos.

-Eu não a rejeitei.

  Tália ergueu as sobrancelhas.

-Imagine, claro que não. Eu entendo. Você não queria uma fraca do seu lado.

-Vai ficar carregando mágoa ate quando, Tália?

-É fácil falar quando não foi você que ficou procurando desesperadamente pela única pessoa que conhecia na face do mundo, Grimmjow.  Grimmjow disse alguma coisa protestando, mas sua voz foi abafada por mais declarações irritadíssimas e magoadas da fracción.

-Por você, eu poderia ter virado papa de Hollow por aí. Você nunca ia saber, não que se importe, claro. Eu queria que você fosse tão menosprezado, rebaixado a nada e ignorado quanto eu fui, sentindo o que eu sentia por você, Grimmjow.

  Sibilou a última frase, erguendo um dedo em seu rosto, suas palavras com tom de ameaça. Grimmjow novamente tentou dizer alguma coisa, mas Tália começou a falar e falar de novo.

-Era terrível cruzar com você aqui em Las Noches depois do que você me fez passar, eu queria acertar uma coluna dessas na sua cara. Você é tão egoísta quanto Ulquiorr...

  Grimmjow a puxou pelos antebraços, tenso por todas as palavras da jovem, em fúria e vergonha. A jogou contra a parede perto da porta, apertando-a com força que já poderia ter quebrado o braço de um humano. Não sabia que tinha proporcionado tanto sofrimento a sua pequena amiga. E, para seu total espanto, se sentia culpado.

-Pare de falar essas coisas, sua maldita!

  Berrou a plenos pulmões, mas, acostumada com o temperamento explosivo do Espada, Tália rebateu, sem medo:

-Espero que você morra sozinho, feito lixo, da pior maneira possiv...

  Grimmjow soltou um de seus antebraços e fechou a mão em punho, socando a parede perto da cabeça da fracción. Tália apenas fechou os olhos fortemente, assustada com o movimento repentino, vendo a poeira do buraco na parede que ele fizera subir. Ofegante, abriu os olhos. O Espada ainda mantinha o punho no buraco, respirando rapidamente, tenso. Tália retirou a fina e branca mão do estomago de Grimmjow, as impactando contra seu peito e o empurrando para longe.

  Grimmjow só se deu conta do que tinha feito ao perceber algumas finas lagrimas no rosto da arrankar.

  Tália nada disse.

  Sentia uma mistura de pavor, fúria e vontade explosiva de chorar. Deu meia volta e entrou em seu quarto, encostando as costas na parede, enterrando o rosto em uma das mãos, arfante. Chorou com o rosto ainda apoiado nos finos dedos, deslizando pela porta e se sentando no chão.

  Sentiu duas mãos em seus ombros, puxando-a para um abraço.

-Só não se afogue, Tália-chan.

  A fracción aproveitou para choramingar mais alto que devia, apertando sua única verdadeira companheira contra si. Chie passava os dedos nos fios lisos e alvos da garota.

                                               Três dias depois

  A ruiva encarou a árvore de natal perto da janela. Não estava completamente arrumada, tinha apenas alguns enfeites, mas não sentia a vontade que sempre sentia em arrumá-la.

  O tempo cinzento adentrava a sala escura. Deviam ser umas seis da manhã; despertara de seu sono conturbado e decidiu por permanecer acordada. Fizera café e o tomara sem açúcar mesmo, ali sentada, encarando o nada, desolada.

  Não sentia fome, sono ou sede. Não sentia nada que pudesse ser cessado facilmente. Queria gritar seu nome, mas não tinha energias. Queria vê-lo. Sentir seu cheiro.

  Fazia três dias desde que ele se fora. Não podia negar que esperava secretamente que ele aparecesse em seu quarto dizendo que ficaria, assim como há alguns meses atrás. Estava cansada de estar ali, chorosa, sendo pressionada por todos os seus sentimentos explosivos; mas não conseguia fazer outra coisa. Sabia que tinha que se conformar: não teria mais a participação de arankars em sua vida.

  Perguntava-se entre um pensamento e outro se ele estaria pensando nela.                             

  Na noite seguinte, Orihime pensou ter visto-o em seu quarto. No meio da escuridão, jurou ter visto um par de olhos verdes direcionados a ela, brilhantes. Sentou-se exasperada para tocá-lo, mas quando piscou, ele não estava mais lá. Nessa noite, em particular, sentiu mais vontade de sentir sua pele, sentiu mais saudade se sua presença física.

  Sucessivas noites se passaram. Eram rodeadas de pesadelos e visões noturnas de orbitas reluzentes ou então um vulto usando roupas de Espadas. Estava começando a achar que estava de fato louca com a falta do Espada.

  Levantou-se da cama, e como nos outros dias, voltou a encarar a árvore de natal. Não, ainda não lhe chamava a atenção montá-la.

  Há alguns dias atrás, recebeu uma ligação de Tatsuki-chan. Disse que as férias estavam sendo ótimas na casa de sua prima em outro país. Orihime se esforçou para parecer alegre por ela, e até conseguiu. Tatsuki desligou o telefone sem nem ao menos desconfiar de nada.

  Perguntava-se se quando Kurosaki-kun chegasse fosse desconfiar de algo também.

                                                           ...

  Dizia-se que estava fazendo isso só para saciar sua curiosidade. Só para saber se Orihime tinha virado papa de Hollow.

  Saiu da Garganta, chegando ao Mundo Real. Sabia que estar fora de seu gigai seria fácil para a mulher detectar sua reiatsu, mas contava com sua discrição. Enfiou as mãos nos bolsos e caminhou até a casa da humana, espiando-lhe a janela da sala de estar, onde viu que estava tudo apagado. Deveria estar repousando.

  Rumou a janela de seu quarto. Estava convicto de que isso era invasão de privacidade e sua desculpa para que não ele mesmo não se julgue ao chegar a seu cômodo em Las Noches não estava mais servindo.

  Deixou seus olhos adentrarem o quarto cor-de-rosa da jovem.

  Orihime repousava virada para a janela.

  Ulquiorra engoliu a seco, e uma voz em seu ouvido lhe disse ‘pronto, já matou sua curiosidade, agora já pode voltar’.

  Mas ele continuou ali, parado.

  Ela parecia tão vulnerável, tão desprotegida. Na verdade, ela era mesmo uma fraca. Não podia ficar sozinha. E agora que seu amado Kurosaki Ichigo estava fora da cidade, se acontecesse algo, Ulquiorra não chegaria a tempo estando no Hueco Mundo.

  O Espada reprovou-se imediatamente ao ter um dos vários pensamentos que o obrigara a se separar da humana. Estava tendo pensamentos loucos como os dela.

  Orihime se remexeu, abrindo os olhos brevemente. As enormes órbitas sonolentas da jovem caíram sobre ele como se ela o procurasse durante seu sono. O encarou por alguns segundos, prendendo-o ali, esperando sua próxima reação com ansiedade. Orihime se sentou na cama, olhando para ele alarmada. Deu uma leve piscadela rápida, coçando os olhos.

  Ele não estava mais lá.

  Acreditou ter visto apenas mais uma alucinação.

  Ulquiorra voltou duas noites depois. Permaneceu do lado de fora, zelando por seu sono.

  Voltou na noite seguinte. E nas outras. Vê-la bem lhe trazia paz enquanto estava em Las Noches, cumprindo seu dever como Espada de Halibel.

  Algumas vezes ela acordava no meio da noite e o via, mas sempre estava sonolenta demais para se lembrar no dia seguinte; ou, quando se lembrava, pensava que era uma alucinação.

  Uma noite, ela acordou alarmada e se sentou na cama. Olhou do nada, e então lágrimas começaram a brotar em seus olhos. Começou a soluçar, chorando compulsoriamente. E chorou por bastante tempo, até se recostar na cama e cair no sono. Nessa noite, foi pior para Ulquiorra permanecer do lado de fora, vendo-a sofrer seja lá por qual motivo. Quando voltou para Hueco Mundo, não voltou com a calma de sempre. Voltou chamando-se de covarde.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas a quem eu ainda não respondi os reviews, é que eu não posso ficar muito tempo na internet em virtude das provas e tal. Mais tarde, quando der, eu respondo todas!
Fiz bem em colocar essa parte grande Grimmjow x Tália? É que vocês pareciam gostar tanto que eu resolvi escrever algo maior sobre eles, hihihi
E tenho uma notícia que deixará algumas felizes: me pediram um capítulo sobre o passado da Tália, sobre como ela virou fracción do Ulquiorra e como ela conhece o Grimmjow. Então, eu escrevi. AHEUAHEUAHE
Postarei a qualquer momento durante a semana, fiquem ligadas, viu? hihihi :3
Até os reviews, o/