Ulquiorra Feels escrita por cereal killer


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Sinto que despertarei ódio nas leitoras hoje, -v- TO LOUCA PARA VER OS REVIEWS DESSE CAPÍTULO, ENTÃO, GO GO GO!



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  Entrou na casa de Orihime. Apertava-a em seus braços, pois ventava. Seus cabelos longos voavam de um lado para o outro, mas ela não parecia se importar, não se moveu um minuto.

  Entrou na sala, avistando um pinheiro enorme e uma mesa espatifada no chão. A cena de sua luta com Grimmjow, Orihime, Chie e Tália machucadas invadiram sua mente. Iria dar um fim na mesinha antes de ir. Iria deixar tudo como antes.

  Apagaria qualquer lembrança de que um dia voltara.

  Entrou no quarto e a colocou na cama. Orihime logo se aninhou com seus travesseiros. Esticou o corpo, encarando-a. queria guardá-la em si, por mais que detestasse admitir, tinha se apegado a menina de forma irracional, coisa que ele nunca fora.

  Passou a mão em seus cabelos, como gostava tanto de fazer, uma última vez. Cobriu-a com um cobertor e a fitou mais uma vez.

  Virou-se de costas, pronto para ir.

  Algo em si ardeu. Algo em si pareceu ter morrido.

-Você não vai mais voltar, né?

  A voz o parou como se tivesse braços, e estes o agarravam. Fechou os olhos e os punhos fortemente; porque ela não ficara calada?

  Virou-se para ela, encarando os olhos castanhos em meio ao breu de seu quarto. Parecia tão triste, tão cinzenta...

-Pensou que eu fosse ficar para sempre?

-Eu estava certa quando pensava que você iria embora enquanto eu estava dormindo.

  Ignorou sua pergunta. Estava magoada. Tanto pelas palavras frias que dirigiu a ela quando estavam em Las Noches, tanto por ele ter pretendido ir sem nem uma despedida. Ele realmente não gostava de demonstrações de sentimentos?

-Por quê? Ainda está aborrecido com o que aconteceu sobre a Ch...

-Você realmente achou que eu fosse ficar aqui pra sempre?

  Perguntou, novamente. Orihime viu que teria que responder. Umedeceu os lábios, falando, chorosa:

-Não, mas eu pensei que você fosse pelo menos me dizer ‘tchau’.

  Passou as costas da mão esquerda nos olhos, limpando suas lagrimas cristalinas. Queria que ele ficasse, mas não sabia o que falar, estava tudo preso no meio da sua garganta, queimando. Ou talvez fossem só as lagrimas.

-Por que você tem que ir? Por que você e as meninas não podem só ficar e...

-Porque isso aqui não é o lar delas. Tália e Chie não pertencem ao Mundo Humano, elas pertencem ao Hueco Mundo. Nós pertencemos ao Hueco Mundo, mulher.

  Orihime se calou rapidamente, em vista a voz estridente do rapaz. Engoliu o choro, mas ainda soluçava.

-Mas...

  Orihime se levantou da cama, descobrindo-se, avançando na direção de Ulquiorra. Parou a sua frente, olhando para cima para poder fitar seus olhos, e disse, num ultimo sopro de esperança:

-Vocês não precisam ficar lá, podem permanecer aqui.

-Está escutando as suas próprias asneiras, mulher?

  Ulquiorra despertou-a novamente, como alguém que acorda de um mau sonho. Orihime abaixou os olhos, soluçando, sendo fraca novamente. Ah, nada disso importava mesmo. Lá estava Ulquiorra indo embora, escapando de sua mão como areia; era tão doloroso quanto na última vez.

-Por que chora por tudo?

-Não é um motivo banal! Está me deixando de novo!

-Não sou parte da sua vida, mulher. Não faça drama.

-Não é drama!

  Orihime berrou, fechando os olhos fortemente, fragilizada. Bateu algumas vezes seguidas no peito do Espada, nervosa, sem saber muito bem o que diabos estava fazendo;

  Ulquiorra a viu acertá-lo com aqueles punhos fechados tão inofensivos como quem encara um filho partindo para nunca mais.

  Deixou que ela parasse de acertá-lo quando bem entendesse. Brevemente ela cessou seus socos fracos, abaixando a mão, fungando. Continuou parada a sua frente, com uma cara brava.

  Ulquiorra tomou seu rosto pelo queixo, erguendo-o para si. Analisou toda a extensão de seus olhos castanhos. Conforme permanecia com seus olhos em seu rosto, Orihime sentia-se ruborizar.

-Quando a conheci, seus olhos brilhavam assim pelo Kurosaki Ichigo.

  Orihime sentiu as pernas amolecerem ao sentir o toque do polegar do Espada em seu lábio inferior. Não sabia como conseguia ficar em pé, seus ossos pareciam ter virado gelatina de uma hora pra outra.

-Suas bochechas ficavam mais rosadas quando ele a tocava, como estão agora...

  Parecia uma espécie de tortura psicológica para se conseguir o que quer, pensava Orihime. Porque ele ficava dizendo essas coisas?

-Essas coisas ainda acontecem quando ele está perto ou devo entender que tomei o lugar que ele tinha em você, mulher?

  Orihime quase ficou surda para todo o resto desde que seu toque parou em seu lábio inferior. Ele segurava seu rosto tão possessivamente, tão protetoramente...

  Se Ulquiorra tinha tomado o lugar de Kurosaki-kun em si, não tinha certeza. Só sabia que era grande. Era algo que poderia ser maior que seu amor colegial pelo ruivo, mas ter seu lugar em sua existência, tanto quanto poderia ser algo tão grande que é provável que tenha ocupado seu devido espaço e o espaço de Kurosaki-kun.

-É por isso que quer que eu fique?

  Desviou os olhos por alguns segundos. Se sentia sem forças, como se tivesse gastado tudo só de ficar encarando-o proferir tais palavras.

-Responda.

  Ordenou, sussurrante, aproveitando que ela havia desviado seu olhar e analisando seus traços finos. Seus lábios pareciam ser sempre pintados de um vermelho que irradiava vida.

  Aliás, tudo nela irradiava vida.

  Menos nesse momento.

  Percebeu que ela estava calada demais para alguém que planeja responder, e então, largou-a. Orihime viu seu apoio todo se esvair assim que ele desgrudou seu corpo do da humana.

-Contudo, eu não posso ficar. Mesmo que isto fosse desejo meu.

  Orihime o encarou assombrada, sem saber o que fazer. Ele parecia estar falando serio agora, como se o tempo tivesse acabado.

-Halibel não precisa de você lá, Ulqui-k...

  Se interrompeu ao lembrar da ameaça de mais cedo. Calou-se subitamente com uma criança que estava prestes a proferir uma palavra feia.

-Não há mais perigo a sua volta causado por um da minha raça. Não é mais minha obrigação ficar.

  Não podia acreditar que ele estava a deixando para não fazer absolutamente nada em Las Noches.

-Não desapareça novamente, por favor.

  Sentia seu coração diminuir consideravelmente.

-Não foi prudente se apegar a alguém que tinha plena consciência de que um dia iria lhe dizer adeus.

  Orihime sussurrava mentalmente pedidos para que ele não se fosse novamente, mas não conseguia concretizá-los.

-Não chore tanto. Não é a morte. Deveria chorar assim se algum de seus amigos estivesse para morrer.

  Como poderia dizer-lhe que sua partida era algo como isso?

  Sentiu um beijo calmo e terno em sua testa. Começara a sofrer em silêncio, apenas seus olhos encharcados e esbugalhados demonstravam o que sentia.

  Ergueu a mão e apertou sua blusa, tentando mantê-lo ali.

-Adeus, mulher.

  Assistiu, desesperada, ele se esvair novamente.

                                                           ...

  Ulquiorra caminhava pela Garganta em direção ao Hueco Mundo.

  Uma parte de si ficara lá com ela.

  A parte que o tornara fraco.

  Pelo menos era isso que queria acreditar.

  Ainda sentia os olhinhos chorosos o fitarem tão desprotegida que partia algo que ele não tem há muito tempo.

  Chegou ao Hueco Mundo. Agora caminhava sobre o piso alvo, rumando seu quarto.

  Tinha certeza de quando a deixasse, se sentiria bem mais seguro. Só conseguia pensar, porém, em como havia sido covarde. Ela quase implorou para que ele ficasse, e ele não lhe deu ouvidos por puro amor próprio, por puro egoísmo.

  Parou de andar um momento.

  Estava de frente para um dos quartos. Este era totalmente impregnado dela.

  Tinha muito tempo desde que ela ficara ali, presa, sendo sua prisioneira a mando de Aizen.

  Logo mandaria Chie destruí-lo. A fracción fica tão eufórica quando pode quebrar algo, por que não dar-lhe essa oportunidade?

  Queimaria todos os indícios de que um dia, ela existiu. De que um dia ela esteve ali.

-Você não fez isso!

  Escutou uma voz cansada acusá-lo. Percebeu que ainda estava parado em frente ao quarto. Virou-se para Tália que corria em sua direção, arfante.

-Se apegou a ela também?

-Você não podia ter feito isso, Ulquiorra, ela...

  Tália era a única que o desafiava chamando-o de simplesmente ‘Ulquiorra’.

  A fracción se cortou; provavelmente, seu próximo argumento poderia causa impacto demais.

-Ela vai ficar tão desapontada com você!

-Foi o certo.

-Ela deve estar chorando nesse exato momento, se sentindo rejeitada! Rejeitada por você! Vai deixá-la sofrer?

-Cale-se. Não aceito suas opiniões.

  A alva garota continuava com os punhos cerrados. Queria arrancar a cabeça de seu mestre por sua teimosia sem fim.

  Viu-o passar por ela, com as mãos nos bolsos, aparentemente normal. Respirou fundo, mas não conseguiu se conter. Virou-se para ele novamente, gritando para suas costas:

-Você só faz isso porque não sabe como é ser rejeitado, não é? Você não sabe a dor que se sente! Todos estiveram sempre aos seus pés, idolatrando você!

  Havia mais uma confissão do que outra coisa em suas frases. Afinal, Tália havia sentido isso na pele.

-Ela deve estar se sentindo um lixo, não faça isso com ela!

-Se eu tiver que mandar-lhe se calar mais uma vez, não será tão civilizadamente.

  Tália tinha um olhar brilhante, mas não era por sua fúria.

-Está fazendo isso por vingança a ela?

  Ulquiorra retomou seu caminho, pronto para ignorá-la. Isso não impediu o gênio forte da outra, que correu para acompanhá-lo.

-Só porque ela não deu a mínima pra você quando você estava apaixonado por ela, não é?

  Tália apenas sentiu um impacto em seu pescoço. Seu corpo foi e voltou. Ulquiorra fez uso de seu Sonido para chegar rapidamente a fracción, agarrando-lhe o pescoço e a erguendo no ar.

-Não sabe o que está falando.

-Você a... a amava...

-Cale-se, Tália. É uma ordem.

-Não... V-Você...

  Jogou a fracción longe, fazendo-a deslizar pelo chão. Tália levou a mão ao pescoço, respirando com dificuldade. Ulquiorra estava prestes a avançar em sua direção ao escutar uma voz não muito satisfeita com o que viu.

-Ei. Já chega.

  Ulquiorra encarou o dono da voz séria entrar no corredor, caminhando na direção de Tália.

-Não vou deixar um Espada agredir sua própria fracción.

-Não deveria se intrometer, Grimmjow. Tália é minha fracción.

-Eu... não preciso de você pra me defender...

  Tália sussurrou, levantando-se. Grimmjow disfarçadamente rolou os olhos depois de ouvir a teimosia da garota. Depois, voltou suas orbitas azuis ao outro Espada.

-Essa boboca aqui vai se retirar, pode continuar seu caminho.

  Grimmjow se abaixou até Tália, segurando suas pernas e a jogando por seu ombro, caminhando pelo sentido contrario ao de Ulquiorra. A baixinha batia em suas costas, debatendo-se e mandando-o colocá-la no chão, inutilmente.

  Ulquiorra virou-se, pronto para continuar a andar. Quase impactou contra outro corpo anda menor que Tália, mas esse não tinha intenção de brigar.

-Hime-chan era rosa. Agora consigo sentir seu cinza daqui.


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Notas finais do capítulo

bebês, não desejem a minha morte, ok? AHEUHAUEHAUE foi necessário, só digo, hihihihi :3
bjokas, e não fiquem com raiva da CK ~