Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 23
Explicação


Notas iniciais do capítulo

Não é capítulo bônus. Eu estou brava com vocês por terem deixado apenas um review. Poxa né. Assim me desanima. Mas eu vim aqui, com um pov da Beatrice com a explicação do que aconteceu do outro lado da história. Eu sei que disse que o próximo ia ser pov do Nico mas eu achei melhor fazer um capítulo só pra explicação.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/270774/chapter/23

Beatrice


Logo que saímos de perto deles, comecei a pensar em algum plano. Eu queria poder contar com Charlie para isso, mas as vezes parecia que parte de sua massa cinzenta não existia. Ele sempre fôra muito lendo, e eu acho que o fato de Charlie dar de cara com uma árvore não o ajudou. Já Harry... Bom, eu não o conhecia. E eu não ia me arriscar a julgá-lo como geralmente faço com todos que chegam no acampamento. O número de personalidades era limitado, ao contrário do mundo mortal.

A mochila de Giovanna parecia estar vazia em minhas costas. Mas ela carregava tudo (literalmente).


–Então, o que a gente faz? - Harry perguntou.
–Que tal se a gente fizer um barulho alto. Explodir algo por exemplo. - Eu estava subestimando Charlie. Na verdade todos estávamos.
–Não é uma má idéia. - Admiti.
–Minhas idéias são sempre boas.
–Nos jogarmos de uma árvore pra ver se a gente voava não foi uma boa idéia.
–Não me culpe. Eu tinha cinco anos. Eu não era muito esperto.
–Tão esperto quanto jogar lixo de hospital em si mesmo. - Murmurei como apenas um exemplo de coisas estúpidas à se fazer. Eu vi uma luz bruxelear em seus olhos e depois uma expressão engraçada. - Eu não acredito que você já pensou em fazer isso Charlie Dowdall.
–Eu queria ver se ganhava super-poderes. - Ele murmurou, e Harry riu baixo, com medo de algum monstro aparecer, provavelmente.


Enquanto caminhávamos, eu fiquei pensando em coisas que poderiam fazer muito barulho e não incendiar tudo. Mas era algo muito específico.


–Podemos usar aquelas bombinhas que estouram quando acendem. - Harry falou do nada.


Porque meu cérebro parecia incrivelmente lento perto deles? Charlie não costumava surtir esse efeito sobre mim, e eu duvidava um pouco de Harry. Talvez seja a adrenalina do momento. Que tipo de filha da deusa da guerra e estratégia esquece das coisas? Só podia ser eu. E exatamente em um momento que eu precisava de uma estratégia.

Quando nos afastamos o suficiente (cerca de 5 minutos caminhando), decidimos que já estava bom o bastante. Em silêncio, começamos a montar nossa pilha de bombinhas, que fomos pedindo na mochila bizarra de Giovanna. Na verdade, naquela hora o silêncio havia se tornado um pouco incômodo. Pois se falássemos, iríamos ter certeza de que todos estávamos bem.


–Acho que tá bom. - Foi a única coisa que Charlie pode dizer. Já que não havia assunto algum, e eles provavelmente estavam achando que era o momento perfeito pra ficar calado. Já eu não. O silêncio aumentava a tensão e deixava a coisa incômoda.
–Então acho melhor se prepararem pra correr, e tampar os ouvidos. Assim que eu acender, alguns deles podem aparecer em segundos. - Avisei. A razão estava voltando à minha cabeça, então?


Fechei a mochila, e coloquei-a em minhas costas usando ambas as alças. Um milagre, eu sei. Já que todos usam apenas um lado. Mas iríamos correr, ficaria mais fácil. Harry pegou um isqueiro na mochila, antes mesmo até de arrumar a pilha de bombinhas. Agora estava brincando com ele, acendendo e apagando. Ele era preto e branco listrado.


–Harry, não brinca com isso. - Minha advertência soou mais como uma coisa que uma mãe diria do que o planejado.
–Desculpe, mamãe. - Ele murmurou, e eu tive a súbita vontade de estapeá-lo. Odeio quando me tratam assim.


Me levantei do chão, tirando a terra das pernas e do short.


–Vamos logo com isso. - Charlie resmungou.


Tomei o isqueiro da mão de Harry antes que ele se queimasse e ficasse reclamando de dor por aí. Eles caminharam pra longe antes mesmo de eu dizer algo.

Peguei uma das bombinhas, e acendi o isqueiro. Coloquei o isqueiro na ponta do pavio, e o acendi. Joguei-a no chão, e corri pra sair se perto. O que foi um pouco exagerado, já que quando eu cheguei aonde os meninos estavam ela nem tinha estourado ainda. Me escondi atrás de uma árvore perto dos meninos, e fiz o mesmo que eles. Eles estavam atrás de árvores, com as mãos nos ouvidos. Segundos se passaram, e nada ocorreu.


–Ué, - Falei tirando as mãos dos ouvidos. - será que não...


Minha voz foi interrompida por uma explosão alta. Ela chegou aos meus ouvidos e me deixou desorientada. Apenas consegui tapar meus ouvidos novamente.

As explosões duraram mais ou menos 30 segundos. Quando acabou, meus ouvidos zuniam como se eu estivesse ouvindo uma sinfonia de moscas. Chequei para ver se meus ouvidos estavam sangrando, felizmente não. Eu não estava achando que seria legal ficar surda.

Saímos de trás das árvores, e nos encaramos.


–Acho melhor sairmos daqui. Em silêncio. - Eu mal ouvia minha própria voz.


Ambos assentiram, e começamos a caminhar/correr evitando folhas secas.


–Talvez a gente deva acender mais. Só pra ter certeza, sabe. - Harry falou baixo.


Mas nunca chegamos a acender outra, realmente.

Caminhamos para o sentido em que marcamos de encontrar Ana, Alex, Giovanna, e seu namorado gótico. Sim, ele não é gótico e bla bla bla. Mas eu não o conhecia direito, só de vista, então era mais fácil julgá-lo pela aparência do que pelo caráter. Mas ele parecia ser legal.

Quando estávamos perto da saída da reserva (local que marcamos pra nos encontrar), Harry voou - literalmente - na nossa frente e bateu o meio de sua coluna em uma árvore. Pude escutar o agonizante "crec" de sua coluna. E seu corpo caiu inerte no chão.

Charlie e eu viramos assustados para trás, e demos de cara com uma Fúria. O que ela estava fazendo ali era um mistério insolúvel já que elas viviam a mando de Hades. Talvez fosse uma versão genérica, ou sei lá. Suas asas se couro velho e preto a deixavam três metros acima de nós, e seu cabelo de serpentes balançava em sua cabeça.


–Droga. - Murmurei.


Charlie e eu sacamos as espadas, e a Fúria desceu em nossa direção com as garras apontadas para nós, pronta para rasgar alguns ombros e rostos com uma espécie de grito estridente. Me abaixei rapidamente, e Charlie rolou no chão. O garoto achava que estava em um filme. Coitado. Se morresse pelo menos ia feliz. Assim que ela passou por nós me levantei subitamente. Havia algo em sua mão que eu não havia visto, um chicote. Ele era tão longo que arrastava no chão quando ela já estava há dois metros do chão. Aquilo dava à ela uma vantagem enorme. Levei apenas segundos para formar uma estratégia que ou me mataria, ou salvaria.


–Charlie, atrai ela para o chão. - Falei, e ele assentiu.


Ele não teve que fazer nada, porque ela já estava se preparando pra outro mergulho. Ela o fez, e eu abaixei como da última vez. Só que dessa vez, me levantei bem mais rápido e corri até onde ela voava baixo de costas pra mim. Pulei em suas costas e finquei sua espada bem fundo. Ela deu um de seus gritos e se contorceu, logo se transformando em pó.

Caí em pé, apenas poucos centímetros.


–Plano suicida esse seu. - Charlie falou.
–Melhor do que morrer. - Respondi. Ele deu um leve sorriso simpático.


Ouvi um som de folhas secas sendo pisadas. Ambos viramos em alerta. Ana e Alex emergiram dalí. Ambos estavam suados, e com pequenos cortes e arranhões.


–Vamos logo. - Ana nos apressou. Mal tinha chegado e já estava querendo ir.
–Cadê o Harry? - Alex perguntou assustado.


Havíamos nos esquecido dele. Os olhos de Ana se focaram em algo atrás de nós, e a cor em seu rosto desapareceu. Ela correu em direção ao corpo inerte de Harry no chão, e desmontou ao seu lado. Corremos até eles.

Me agachei ao lado oposto à Ana, e chequei seu batimento cardíaco.


–Nada. - Murmurei.


Seu rosto era uma máscara de dor, medo, dúvida, negação, e tristeza. Todas os piores sentimentos estavam ali.


–Faz alguma coisa. - Ela queria gritar, mas sua voz era um sussurro desesperado.
–Não dá, Ana. - Charlie usou seu tom mais tranquilizador. Eu o conhecia muito bem porque ele o usava comigo quando éramos pequenos, e diziam que éramos um casal. Eu me irritava, e ele me acalmava. - Ele voou metros e bateu a coluna em uma árvore com força.


Nada parecia ter sido mais dura do que a realidade. Seus olhos se encheram de lágrimas, e ela apenas se levantou e correu por onde tinham vindo.


–O que fazemos com ele? - Alex perguntou abatido.
–Vamos apenas deixá-lo aqui. - Os gêmeos olharam incrédulos pra mim. - Os deuses vão dar um jeito se quiserem. Mas pelo menos ele irá pro Elísio.


Me levantei, e eles me acompanharam. Tiramos a terra das roupas, e fomos embora deixando o corpo de Harry pra trás.



***************************


Agoraaaaa as perguntas do capítulo. Ficou chato? E o jeito de narrar ficou igual ao da Giovanna? E essa fic é a favorita de alguém aqui? Eu não tenho leitores, só leitoras? lol muitas perguntas, que eu espero que vocês respondam. E só pra avisar, eu ajeitei o capítulo de antes. A espada que a Giovanna usa é a do Nico, não a dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Breath Of Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.