Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 2
Uma visita nem um pouco esperada




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Os meus sonhos eram parecidos com memórias. Pois a 'eu' dos sonhos, era realmente eu. Apenas o nome era diferente. Elisabeth. As cenas se passavam em épocas e lugares diferentes. Mas o estranho, era que eu sempre era atacada, ou conversava com alguém sobre me esconder. Eu não era atacada apenas por monstros, mas também por deuses, titãs, e gigantes, que pareciam odiar o fato de eu ter nascido. Eu me sentia uma pessoa completamente odiada. E o pior de tudo, é que os sonhos de semideuses não são como o de simples mortais.

Esse não era diferente. Eu estava no que parecia ser o Egito. Apesar do sol escaldante, e da falta de umidade eu estava perfeitamente bem. Eu estava sentada na areia ao lado de um garoto não muito moreno, com olhos verdes que pareciam ter visto de tudo, e cabelos loiros.

-Esta vai ser uma de suas últimas chances. - Ele falava como se quisesse me proteger de tudo.

-Chances de que? - Perguntei. Não, eu não controlava o que eu falava.

-De você fugir Elisabeth. Não vai poder ficar vagando por aí, para sempre. Nem o Olimpo está sendo seguro para você. Uma hora ou outra, terá que se tornar uma deles. - Ele apontou para as pessoas em um pequeno vilarejo. - Ou uma semideusa ingênua.

-Eu sei disso. - Abaixei a cabeça, e comecei a passar os dedos na areia fina e quente.

Uma sombra grande apareceu atrás de mim, e colocou um saco na minha cabeça.

Acordei em um salto, com o despertador tocando. Hora da maldita escola. Felizmente era o último dia de aula.

Levantei da cama quase rastejando. Ainda por cima eu tinha que acordar Ana, porque ela tinha preguiça de ligar o despertador. Me arrastei até o quarto dela, abri a porta sem nem mesmo bater, como sempre, e coloquei a cabeça dentro do quarto.

-Acorda aí Fontaine. - Falei alto. Ela apenas deu um gemido de "me deixe em paz". - Acorda aí... - Falei um pouco mas ela me interrompeu.

-Já estou acordada.

-Ok.

Saí do quarto, e fui me arrumar. Minha mãe iria dormir até tarde, porque hoje ela não tinha nada pra fazer de manhã. Fiz o de sempre. Tomei um banho, e coloquei minha roupa. Uma calça jeans clara, uma blusa soltinha com a bandeira da Inglaterra desenhada, e uma sapatilha vermelha. Escovei os dentes, e deixei meus cabelos lisos soltos.

Desci preguiçosamente a escada, e me joguei no sofá para esperar Ana descer. Teríamos que ir a pé. Depois de um tempo, ela chegou. Nós saímos de casa, e fomos chamar os vizinhos.

Batemos na porta, e logo Alex atendeu como sempre.

-Bom dia. - Falei quase dormindo encostada no beiral da porta.

-Bom dia. - Ele respondeu me olhando com uma cara engraçada. Poderia ter rido naquele momento, mas eu estava com sono demais pra isso. - Vamos Charlie. - Ele gritou, e Ana deu um leve pulo de susto.

Charlie desceu as escadas quase rolando. Ele não era do tipo muito animado para a vida.

Enfim, ele desceu e nós fomos pra escola caminhando. Como sempre em silêncio. Apenas Ana observava os mínimos detalhes do rosto de Alex. Chegamos logo ao que muitos chamam de inferno. Felizmente, era o último dia de aula.

(...)

Estávamos na última aula, felizmente. O professor estava sentado, corrigindo algo que pouco me interessava. Na verdade, eu estava jogando vento em um dos tufos de cabelo fazendo os fios irem de um lado para o outro. Claro que ninguém notava. A maioria estava concentrada no celular, e sem contar que o ar condicionado batia bem ali.

O professor tinha uma aparência um pouco... Digamos que incomum. Ele tinha tufos de cabelo espalhados pela cabeça. E quando eu digo isso, não falo que ele era calvo, portanto tinha cabelos ralos espalhados. Nada a ver com isso. A coisa parecia... Bem, eu não sei nada que possa descrever tal coisa. Seu nariz era grande, e afinava na ponta. Seus olhos pequenos, seus lábios exageradamente finos, e seu corpo era todo peludo. As vezes me pergunto o porque de ele não retirar esses pelos dos braços e pernas, e implanta-los na cabeça.

Ana olhava distraidamente para um copo ao lado dele. Certos momentos eu via uma corrente se formar dentro dele.

Felizmente, o sino tocou. Peguei minhas coisas, e esperei Ana. Ela olhava fixamente para a janela. Olhei na direção que ela olhava, e só tive tempo de ver um homem vestido de preto ir embora. Poderia ser ele? Talvez sim.

-Quem era? - Perguntei vendo se conseguia descobrir se era realmente quem eu pensava ser.

-Eu não sei. - Sabia que ela estava mentindo. Não sei bem como. Mas apenas sei que ela estava.

-Eu acho que era...

-Do que vocês estão falando? - Charlie apareceu e me interrompeu, com metade da cara marcada com o aspiral do livro.

-Nada. - Respondemos eu e Ana juntas.

-Vou fingir que acredito.

Saímos da escola, e minha mãe já nos esperava. Alex e Charlie não foram conosco, pois tinham um compromisso. Enfim, entramos no carro, e logo chegamos em casa. Minha mãe não entrou. Ela tinha uma reunião. Cheguei em casa e vou direto pra cozinha. Minha vontade de cozinhar estava extinta. Então fiz um macarrão instantâneo.

Lá estava eu. Sentada na frente da TV, comendo meu macarrão com gosto de nada, quando vejo um vislumbre de uma pessoa. Era a mesma pessoa, ou criatura que eu havia visto cerca de 30 minutos atrás.

-Ana? É você que está aí? - Gritei só para ter certeza. Mas Ana não gritou da varanda, e sim do quarto.

-O que? Não. Eu to aqui em cima. - Ela desceu a escada até a metade e sussurrou. - Você acha que tem alguém aí? - Assenti lentamente. Ela tirou seu anel, e ele se transformou em sua espada.

Longa, com a lâmina não muito grande, e metade feita de aço e a outra de bronze celestial. Cabo de couro preto, e com uma esmeralda incrustada na ponta. Ambas as espadas tiveram uma pequena mudança. Metade da lâmina havia sido transformada em aço. Pois a cidade estava muito perigosa ultimamente. Achei estranho nossos pais se preocuparem com esse fato. Mas não recusei a mudança. Eu me sentia meio cruel. Carregando uma espada que podia ferir todos.

Puxei o meu colar. E ele se transformou em Tempestade de Raios. O cabo era decorado por swarovski. A lâmina da espada era de ouro imperial e aço. Ela era levemente curvada, e ia ficando mais grossa. Ela me lembrava muito uma espada típica de um pirata. E acho que era isso que eu mais gostava nela.

Enfim, caminhamos lentamente e em posição de ataque até a varanda. Não vimos nada, e as coisas estavam todas no lugar. Vasculhamos tudo. Morrendo de medo, claro. Mas o fizemos.

-Bom, não tem nada. Nem ninguém. - Ana falou. - Tem certeza de que viu algo, ou alguém? Sei lá, você pode ter visto a sombra de um passarinho e se assustado.

-Sim, eu tenho certeza. - Falei impaciente.

-Ok então. Vamos entrar. - Ela falou, e nos encaminhamos para a porta.

Ana rapidamente pegou um copo dágua. Entrei, e quando ia fechar a porta vi uma pessoa sentada em uma das cadeiras. Me assustei, e muito. Ana deixou seu copo de água cair, e se quebrar em vários pedaços.

-Estão se assustando fácil assim? - Ele falou dando um sorriso frio.

Roupas pretas, pele tipicamente pálida, olhos negros facilmente distrativos. Não eu não estava diante de Nico Di Angelo. E sim de seu pai. Hades, o deus dos mortos.


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Notas finais do capítulo

Mais um pouquinho e vocês recebem mais um capítulo. O que estão achando da fic? Deixem um review falando sobre isso.



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