Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 17
Fugitivos do hospital




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Meu coração pulou algumas batidas, e eu me virei atônita para Ana.


-Co-como assim três dias? - Perguntei assustada.


Ela não respondeu. Certas vezes o silêncio é melhor do que as próprias palavras. Tudo o que nos restava eram dois dias. Menos de um pra fugir do hospital, e o resto pra chegar até Nico.


-Como vamos sair daqui? - Perguntei assustada, para quem quisesse responder.
-Eu posso ajudar vocês. - Uma outra voz estranha, com um sotaque estranho falou.


Viramos para a direção da voz. Uma mulher parada na porta, à alguns passos. Cabelos loiros na altura do ombro e enrolados emolduravam seu rosto. Seus olhos eram cor de mel, e tinha pele bronzeada. Ela vestia um jaleco branco, uma calça e um sapatilhas da mesma cor. Ela segurava alguns papeis, e seu olhar estava brilhando para nós com um óbvio ânimo. Ela parecia estar em plenos 20 anos, ou um pouco mais.


-Pois não? - Beatrice perguntou.


A mulher olhou para os lados, e fechou a porta. Algo me dizia que ela não era um monstro, mas eu não sabia se devia confiar nesse 'algo'. Mas as meninas pareciam tensas.


-Desculpe aparecer assim. - A mulher falou um pouco envergonhada. - Mas eu posso ajudar vocês a saírem daqui.
-Quem é você? - Ana perguntou tentando controlar a voz.
-Ah, meu nome é Lauren. Eu sou uma enfermeira, filha de Apolo. - Engasguei com a minha própria saliva.
-Apolo? Se refere a AQUELE Apolo?
-Acho que sim. - Ela pareceu um pouco confusa.
-Como podemos confiar em você? - Beatrice perguntou encarado-a.
-Porque eu sei que vocês tem algo muito importante pra realizar no futuro. - Ela argumentou, mas aquilo não me convenceu muito. - Antes que perguntem, eu posso saber de coisas do futuro. A maioria é vaga, mas eu consigo por ser filha de Apolo.
-Ok, - Me rendi. - acredito em você.
-A gente tá dando um tiro no escuro. - Ana exasperou.
-Eu sei, mas é a nossa única chance de sair daqui. Não temos tempo pra ter certeza das coisas.
-Mas não podemos sair assim. - Beatrice entrou no debate.
-Podem tomar um pouco de Néctar e Ambrosia. - Lauren falou.
-Isso resolve. - Beatrice cedeu.
-Como e quando vamos sair daqui? - Foi a vez de Ana encher a enfermeira.
-Daqui á duas horas, - Lauren falou vaga. - vai ocorrer um caos. Não sei como e nem porque, mas vai. Vocês terão a sua chance aí.


(...)


Duas horas se passaram. Ana e Beatrice tomaram Néctar e estavam quase bem e com roupas normais. Ana ainda mantinha a faixa no pulso esquerdo, porque aquele ferimento ainda não havia sido completamente curado. Beatrice já estava muito bem, e podendo até correr. Eu havia tomado um choque e ao contrário das meninas eu havia me curado completamente, e também trocado de roupa. Os meninos foram avisados, e já estavam prontos. Apenas uma mochila havia sobrevivido. A minha. Pelo jeito, ela era a prova de perdas e quedas de aviões. Pelo menos era bom, porque na minha podia se pedir de tudo.

Lauren, a nossa nova amiga semideusa, abriu a porta e entrou com Charlie e Alex. Ambos usavam moletom, Alex azul e Charlie verde, e calça jeans. Eles também haviam tomado Néctar e Ambrosia e estavam perfeitamente bem. Ela trancou a porta atrás dela assim que entrou para evitar que alguém entrasse.


-Vai começar. - Ela falou vagamente assim como antes. - Fiquem prontos.


Nos entreolhamos. Peguei a minha mochila, e ficamos olhando pela janela. Estávamos no primeiro andar do hospital. O sol brilhava forta lá fora. A vista era de uma cidade comum. Alguns prédios, estradas de terras, casas grandes. Várias pessoas de branco que eu identifiquei como médicos estavam parados na frente do hospital.

De repente, algumas ambulâncias apareceram em nosso campo de visão. Uma, duas, três... Era difícil saber quantas eram.


-O que aconteceu? - Perguntei assustada pela enorme quantidade de ambulâncias.
-Um prédio desabou. - Ela falou, mas não vaga. Ela parecia normal naquela hora.
-Quando devemos sair? - Alex perguntou.
-Assim que eles tirarem todos das ambulâncias. - Lauren respondeu. - Quando tirarem todos das ambulâncias, eles virão pra dentro. E então vocês saem.
-Ok. - Respondemos.


Mas então, algo deu errado. Alguém bateu na porta. Nos entreolhamos assustados. Se saíssemos naquela hora, os médicos que estavam lá fora nos veriam.


-O que a gente faz? - Beatrice perguntou.
-Eu não sei. - Fui franca.
-Eu vou distrair quem quer que esteja lá. - Lauren sussurou como nós.
-Você vai ser demitida. - Charlie falou baixo, apressado.
-Fiquem calmos. - Ela tentou nos tranquilizar. - Saiam assim que puderem.


E ela foi em direção á porta.


-Muito obrigada por nos ajudar. - Soltei e ela se virou pra mim com o som da minha voz.
-Não foi nada. - Ela sorriu tranquila, e saiu pela porta.


Nos voltamos para a janela. Eles já estavam tirando as pessoas das ambulâncias. Quando estavam acabando, já não tínhamos visto nada relacionado á Lauren. Um pequeno sinal de que ela não havia perdido o emprego nem nada. Eu apenas esperava que ela não fosse punida por deixar pacientes fugirem.


Eles terminaram de tirar os feridos, e correram todos pra dentro. Os motoristas foram estacionar as ambulâncias. Então, a frente do hospital estava quase vazia. Era a nossa deixa. Pulamos a janela um a um. Ana, Charlie, Alex, Beatrice, e por último eu.

Mas algo novamente deu errado. Eu ficaria feliz se algo desse certo na primeira tentativa. Um segurança que estava em nosso ponto cego nos viu.


-Ei vocês, - Um cara muito específico ele. - parem aí.


Fizemos exatamente o contrário. Começamos a correr sem rumo.


Não tínhamos onde nos esconder, não conhecíamos a cidade, e nem ao menos sabíamos o nome da cidade. Sem contar com o sol terrível queimando forte. Todos por quem nós passávamos desviavam, e nos olhavam assustados. Parecíamos fugitivos ou assaltantes, o que preferirem. Não tínhamos pra onde ir, e na verdade eu nem sabia em que cidade estávamos.

Nós corremos algumas ruas, e já estavamos cansados e arfando. Um segurança havia se juntado ao outro que nos perseguia, mas eles também estavam lentos.

Então, nós entramos em uma loja enorme. Um garoto nos viu, e começou a quase gritar com a gente. Mas o problema era: não entendíamos nada do que ele dizia. Ele estava falando em espanhol infelizmente.


-Desculpe, - Tentei gesticular. - não falamos... We don't hablamos... - Meu espanhol era assustador.


O garoto apenas riu. Ele tinha uma pele bronzeada. Seus olhos eram azuis, e tinha cabelos castanhos lisos e com as pontas viradas pra fora. Ele usava óculos, e uma roupa que parecia um uniforme da loja. Eu não tinha o achado bonito, mas Ana parecia estar hipnotizada.


-Eu entendi na primeira tentativa. - Sua voz era um pouco rouca, e me causou um pensamento do quão seduzentes esses tipos de vozes são.


Olhei preocupada para trás, e ele notou. Mas eu não estava nem aí, precisávamos nos esconder logo.


-Quem são vocês? - Ele perguntou desconfiado.
-Olha, - Beatrice provavelmente ia começar a fazer um acordo com ele. - nós prometemos te explicar tudo se você deixar nós nos escondermos aqui. - Ele fez uma cara pensativa. Mais alguns passos e os seguranças nos veriam. - Por favor. - Ela quase sussurrou.
-Tudo bem. - Graças aos deuses ele cedeu. - Venham comigo rápido.


Saímos correndo mais rápido do que o nosso novo 'guia', que andava. Corremos por alguns corredores, mas o de comida mais me chamou a atenção. Entramos em um lugar com objetos de limpeza. Era um almoxarifado. Ana e eu brigamos com uma vassoura pra entrar, mas os outros entraram normalmente.


-Eu venho buscar vocês assim que os seguranças forem embora. - Ele olhou para o lado, se assustou com alguma coisa, e fechou a porta bruscamente.


Ouvimos vozes do lado de fora, mas elas falavam em espanhol então não entendemos muita coisa. Em alguns minutos, a porta se abriu. O garoto parecia um tanto que tranquilo.


-Vamos. - Ele fez sinal para sairmos rápido.


Novamente passamos pelo corredor de comida, e minha barriga roncou alto junto com a de Beatrice. Eu olhei inocentemente para a fila, e ela estava enorme. Aí a retardada aqui lembrou que tinha uma mochila infinita, e então seguiu em frente com a vida.

Quando estávamos perto da porta, o garoto se virou para nós. Não sabíamos nem seu nome.


-Vocês tem onde ficar? - Ele perguntou, e nós não respondemos. Ele pareceu um pouco impaciente. - Vou levá-los para a minha casa.
-Não precisa. - Alex recusou por todos nós.
-Bom, vocês me devem uma explicação. - Ele respondeu, tirando algo que parecia um avental. Pude ver Ana torcer para ele tirar a camisa ao invés de apenas o avental. Daqui a pouco aquilo ia virar um daqueles triângulos amorosos nojentos.
-Mas... - Tentei procurar algum argumento. Iríamos atrair vários monstros pra lá se o fizéssemos. - E seus pais?
-Relaxa. Eu sou órfão e emancipado. Mais basicamente moro sozinho.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que ficou curtinho. Mas tá bom né. Desculpem a demora. Alguém aí viu a final do The X Factor? Eu queria que a Carly ou o Fitfth ganhassem mas tá. O One Direction saiu de lá há dois anos atrás de cabeça baixa, mas olha onde eles estão agora? Tomara que elas fiquem famosas.



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