Breath Of Life escrita por Writer, Apenas Ana


Capítulo 12
Chalé novo.




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Eu não tinha idéia do que fazer. Estar diante de deuses poderosos assim causa esse efeito desagradável. Eu sentia meu cérebro trabalhando ao máximo pra formar apenas umas palavras.

A deusa linda na minha frente não era bem do jeito que eu esperava. Eu esperava que ela tivesse a pele dos céus - literalmente - ou pelo menos escura. Ao contrário do que era. Mas a única coisa que eu desejava que ela fizesse pra mim era me livrar do meu pai.

Mas apesar de tudo aquilo eu me questionava se deveria continuar com essa raiva do meu pai. Minha mãe estava se arriscando me ajudando ali. Tudo o que eu mais queria, era acordar em uma cama e que tudo fosse apenas um sonho. Menos ter conhecido Nico, Ana, os gêmeos, e Percy e Annabeth.


-Pare com isso Zeus. - A linguagem quase formal da minha mãe interrompeu minha linha de pensamento. Sua voz era doce, mas firme e altiva.
-Não sou eu. É ela, Nix. - Ele falou com certo... Receio?
-Eu só estou falando a verdade pra você pai. - Falei, e a mulher se virou pra mim.


Tive um treco quando vi sua semelhança comigo. Ela parecia uma versão de mim mais velha. Olhos grandes e escuros, nariz delicado, e lábios carnudos. Seu rosto era um pouco mais fino que o meu, e ela não tinha bochechas rosadas como as minhas. Seus olhos não tinham quase nenhuma maquiagem, apenas um leve lápis e delineador. Os lábios também seguiam o mesmo princípio natural. Me peguei pensando no fato de ela ser mais bonita do que a própria deusa do amor.


-Oi. - Ela falou me estudando e tentando não sorrir.


O que eu deveria falar pra uma deusa que eu nem sabia que era a minha mãe? "Oi, muito prazer. Eu sou sua nova filha, que a propósito quer saber porque você não me reclamou antes?"


-Podemos terminar essa conversa? - Zeus, mais conhecido como meu pai, perguntou e eu torci que a resposta fosse "não". Mas ele parou e pensou um pouco. - Na verdade, a nossa conversa já acabou. Você não merece saber a verdade, até aprender que as mentiras as vezes são necessárias.


Como assim, que as mentiras são necessárias? Qual é a primeira coisa que devemos aprender? É a não mentir. Aí meu pai vai lá e fala que mentir é necessário? Cade o sentido da vida, porque eu me perdi. Não tive tempo de questioná-lo, porque ele sumiu um uma explosão de fumaça escandalosa.


-O que foi isso? - Perguntei espantando a fumaça.
-Quando ele está bravo ele costuma fazer saídas dramáticas. - Preciso dizer o quanto eu achei esse detalhe sobre meu pai meio gay? Ri de leve junto com a minha mãe.


Ela não era o que eu esperava. Eu esperava que ela fosse meio gótica por representar a noite e tal. Mas ela parecia ser muito legal e simpática. Quando as risadas cessaram o clima pesou.


-Eu quero pedir desculpas por não ter te reclamado, seu pai apenas me deixou fazer isso agora.
-Se é assim tudo bem. O que ele disse sobre eu não merecer saber a verdade?
-Só ele pode lhe dizer a verdade. Ele fez todos os deuses jurarem pelo Estige que não contariam nada. Então enquanto você não fizer as pazes com ele, ele não te contará nada.
-Porque só ele pode me contar as coisas? - Minha mãe deu de ombros.


Ela olhou para o meu pescoço e sorrir.


-Vejo que gostou do presente. - Sorri agradecida.


Foi aí que me lembrei que na época da Grécia Antiga ela tinha um véu que a deixava invisível.


-Ele era seu? - Perguntei.
-Não. É parecido e tem o mesmo poder. - Ela falou parecendo feliz por estar ali comigo mesmo sendo por alguns poucos minutos. Eu me sentia do mesmo jeito apesar de tudo.
-Muito obrigada mãe. - Falei nunca imaginando que diria aquilo para uma deusa. Ela sorriu.
-Infelizmente eu preciso ir. - Ela falou mas ainda sorrindo, o que a deu um ar irônico.


Por impulso a abracei. Ela pareceu apreensiva nos primeiros 2 segundos, mas logo correspondeu.


-Muito obrigada mãe. - Repeti me separando dela. Ela assentiu de leve.
-Ah, mais uma coisa. Se quiser dormir no meu chalé ele estará aberto pra você. Dormir lá talvez seja uma boa idéia, depois de irritar seu pai daquele jeito. - Eu sorri envergonhada com o último comentário.


Ela se cobriu com um véu e sumiu. Simples assim. Existia um chalé de Nix? Eu nunca tinha ouvido falar. Mas ok, se a deusa disse vamos acreditar.

Então, eu fiquei lá. Com preguiça de sair da Casa Grande, mas entediada de estar alí. Depois de alguns minutos sentada no sofá eu me levantei e fui embora.


Saí e me deparei com a fogueira ainda acontecendo. Estava com vergonha demais pra passar alí, mas eu tinha que ir. Eu não poderia ficar invisível... Foi aí que as palavras de minha mãe voltaram á minha cabeça. "É parecido e tem o mesmo poder". Ela se referia ao seu véu? Eu esperava que sim. Comecei a caminhar em direção aos chalés, mas teria que passar pela fogueira do mesmo jeito.

Quando estava próxima da fogueira os olhares se voltaram pra mim. Novamente eu tive a enorme vontade de enfiar a cara em um buraco. Imagine cerca de 50 pares de olhos te olhando fixamente. Eu já ficava com vergonha quando ia apresentar trabalho na frente de 15 pessoas, imagine 50.

Coloquei o capuz, e todos suspiraram assustados. Olhei para as minhas mãos e não as achei. Eu estava invisível. Mas eu não sabia se ficava feliz ou com medo de não voltar ao normal. Os campistas ainda olhavam para onde eu estava na esperança de me verem mas eu sabia que eles não podiam.

Caminhei tranquilamente até os chalés. A fogueira no centro dos chalés estava acesa, o que dava um ar mais medonho á situação. A cantoria da fogueira era quase inaudível por causa da distância.

Os chalés eram lindos cada um a sua maneira. O de Atena pela coruja, o de Apolo pelas notas entalhadas nas paredes externas, o de Afrodite... Pra mim a única coisa bonita lá era o lustre. Eu odiava rosa. Mas um outro chalé se destacava ao longe, um que eu nunca havia visto. Aquele provavelmente era o meu novo chalé. Caminhei até o chalé de Zeus com uma preguiça enorme. Abri a porta e acendi a luz. De repente aquela estátua do meu pai não me parecia tão amigável como era antes. Sua cara séria, agora pra mim se tornara uma cara brava. E ele não parecia ser tão hippie. Dei a volta na estátua em uma distância segura com medo daquilo criar vida e me esmagar com o pézão.

Peguei um papel e caneta na minha mochila, e escrevi um bilhete avisando os meninos de que eu iria dormir no chalé de Nix. Deixei em cima da cômoda com um pouco de medo de eles não verem. Peguei minha mochila, apaguei a luz e saí do chalé de Zeus.

Eu estava muito curiosa pra saber como seria o chalé. E também se aquele chalé era mesmo o de Nix. Não estava a fim de acordar com alguém gritando: "Tem uma estranha dormindo na minha cama". Aquilo não seria nada agradável. Sem contar que eu seria considerada mais estranha do que já era. Caminhei com mais vontade de me arrastar. Estava morrendo de sono. Se não fosse pela estátua enorme um provavelmente estaria babando no meu travesseiro do chalé de Zeus. Mas também, era melhor ir para o outro chalé, eu me sentia mais confortável.

Logo cheguei no chalé. Ele era de mármore preto, com duas colunas uma de cada lado. As colunas tinham desenhos de estrelas e fases, mas as paredes eram limpas. Havia uma pequena varanda entre as colunas e a porta, e o chão era de madeira clara. A porta de vidro , mas por dentro tinha uma cortina que deveria ser blackout pois haviam pequenos pontos onde a luz do chalé escapava. Entrei pensando que não iria ser grande coisa, mas assim que abri a porta fiquei maravilhada.

Um lustre de braços com penduricalhos de alguma pedra incrivelmente preta, estava aceso no teto branco. Havia uma janela grande também de vidro com cortinas pretas de blackout, e em baixo da janela havia um sofá que poderia ser considerado como uma cama porque não tinha nenhum encosto ou braço mas estava lotado de almofadas com estampas diferentes assim como a cama. A cama era de casal de um tamanho que para mim era considerado super king size, porque eu era pequena demais para aquilo. O edredom era preto com suaves e finas linhas prateadas, e a cabeceira era preta. As almofadas do sofá-que-poderia-ser-considerado-cama-porque-não-tem-encosto-ou-braço seguiam o padrão preto e branco do quarto mas as estampas variavam. De arabescos á estrelas. 

As paredes eram todas brancas. Havia uma porta de vidro assim como a da porta da frente mas menor e ao invés da cortina ela tinha apenas um adesivo que a fazia ficar um pouco esfumaçado, o que eu achei muito indecente. Deveria ser um banheiro. Um guarda-roupa grande com portas de espelho estava ao lado da porta do banheiro.

Eu estava quase babando alí com a porta aberta. A fechei lentamente, e tive meu ataque de alegria. Era o quarto mais perfeito que eu já tivera. Coloquei minha bolsa cuidadosamente em cima de uma mesinha do lado da porta que eu não havia notado. Não sabia o que fazer primeiro alí.

A)Me jogar na cama.
B)Ir tomar um banho e depois me jogar na cama.
C)Fuçar no guarda roupa.

Decidi optar por todas as opções começando pela c. Abri o guarda roupa e lá havia apenas algumas camisetas do acampamento, alguns shorts e chinelos, e uma jaqueta que provavelmente eram pra mim já que segundo o que eu sabia aquele chalé era apenas pra mim. Fui pegando roupas da minha mochila e colocando nas gavetas e cabides. Quando terminei, peguei o pijama que tinha separado e mais algumas coisas e fui para o banheiro tomar um banho.

Aquele com toda a certeza era o chalé mais luxuoso do acampamento.

O banheiro era enorme. Em um canto estava o chuveiro, e em outro havia uma banheira enorme. Uma faixa de azulejos pretos corria por todo o banheiro. O vaso sanitário estava perto da pia. A pia era enorme, com mármore preto e um espelho grande em cima. Tive outro ataque de felicidade. Eu estava cansada demais pra ficar um bom tempo na banheira, então tomei uma tucha rápida.

Saí, e me vesti. Apaguei a luz do quarto e deixei a do banheiro acesa, escovei os dentes. Apaguei a luz, e me joguei na cama dormindo em segundos.

Acordei com alguém batendo na porta, o que causava um barulho alto porque a porta era de vidro. Eu havia dormido muito, a cama era maravilhosamente macia. Eu não queria levantar pra atender a porta por pura preguiça. O chalé estava completamente escuro apesar de eu achar que já devoa ser dia. Mas por fim me levantei e fui até a porta. Abri a cortina e a luz queimou em meus olhos. Fechei-os com força, apalpei a porta pra procurar a fechadura. Achei quase na hora. Destranquei com os olhos ainda fechados e sem saber quem estava na porta.


-Pois não? - Falei abrindo os olhos e dando de cara com uma Ana e uma Annabeth meio ofegantes.
-Bom dia. Sabe que são quase 12:00? - Annabeth perguntou.
-Se eu soubesse teria dormido mais. - Falei. - Vieram aqui só pra me acordar? - Elas negaram com a cabeça. - O que foi então?
-Rachel chegou. - Ana falou as duas palavras que mudaram completamente meu humor.

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Ei pessoas. Vocês devem estar querendo saber porque eu tô escrevendo aqui já que eu nunca faço isso. Mas eu queria perguntar uma coisinha. Eu fiz algo que vocês não gostaram na fic? É porque faz dois capítulos que eu não recebo nenhum review aí eu fiquei preocupada. Então se eu fiz, me contem o que eu fiz por favor. E se eu não fiz, deem um sinal de vida, ok? Então é isso. Vejo vocês no próximo capítulo e nos reviews. 


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