Ronald’s POV

–E foi isso que aconteceu. –Contei ao Harry, sobre a minha conversa com Hermione.

–Eu não acredito, Ron! Como assim vocês terminaram, definitivamente? -Confirmei com a cabeça. -Vocês eram um dos casais mais felizes de Hogwarts! O que deu na Hermione, e o que deu em você pra chamar ela de vadia, Merlin, o que deu em vocês dois?

–Harry calma, ela ta certa, eu disse que estava disposto a sofrer o que o Krum sofreu, mas quando precisei reconhecer o quão bom ele foi pra ela, pra todos nós eu não fui capaz, eu estou totalmente errado. E ela não me odeia totalmente, nós só estamos numa fase horrível, mas tudo vai dar certo. -eu expliquei

–Ron, mesmo assim, a Mi gosta de você, não pode acabar assim!

–Harry, não se mete nisso, só vai piorar. -eu pedi.

–Vou falar com ela. -ele disse ignorando o que eu acabara de dizer.

–Harry, não! –Mas já era tarde demais.

Hermione’s POV

–Fuinha.

–Rata de Biblioteca.

–Doninha quicante.

–Cabelo de vassoura. –Sim, era mais um campeonato de xingamentos com Malfoy, ocasionado por nem sei o que, já era até comum pra mim, que xingava ele enquanto lia revistas. Então me veio uma ideia na cabeça que me divertiu:

–Tarado por mim! -disse rindo.

–Nunca! Nojenta!

–Haha, não é o que você me disse ontem! -eu disse rindo.

–Eu não sabia que era você! Mas você está tão fixada nisso, que está me assustando, para Granger, não é pro teu bico. -ele disse e eu ri.

–Ah, Malfoy! Admite que me acha “gostosa” –fiz aspas com a mão.

–Eu não acho. -ele disse, calma e pausadamente.

–Há, você negando a verdade é hilário, você está até corado Malfoy. -eu disse, notando uma vermelhidão em suas bochechas.

–Vocês dois não tem jeito, vão acabar juntos. -Luna disse, divertida.

–Credo Luna, vai arranjar o que fazer ao invés de jogar praga! Já não ta na hora de ir com o Blás? Sei lá garota, faça igual ao Cedrico que nunca fica aqui no quarto, pelo menos ele não fica me praguejando. –Respondi.

–Está me mandando embora pra que? Se pegar com o Malfoy? E o que você está falando? Eu não estou mentindo vocês dois não saem do quarto, vivem aqui, juntos, mesmo "se odiando" como vocês dizem, certeza que se pegam. -ela disse divertida, e eu revirei os olhos.

–Luna cala a boca, eu não saio do quarto desde sempre, e agora que terminei com o Ronald e ele vive com o Harry, aqui acaba por ser mais divertido, já o Malfoy sempre foi bem festeiro, começou a ficar no quarto agora pra admirar minha beleza, ele só não assume isso. -Respondi.

–Cara, tem gente que não se toca mesmo, puta que pariu, onde tem beleza em você garota? Nojenta, estúpida, rata de biblioteca, cala a tua boca, que assim tu parece menos retardada, vai. –Ele respondeu.

–É, realmente, a Hermione não enxerga algumas coisas que estão bem na frente do nariz dela, mesmo. -Luna respondeu, e eu me irritei, mais uma vez essa história de eu não saber de alguma coisa que me rondava? Mas eu não tive tempo de responder, Harry invadiu o quarto (que não sei por que carambas estava de porta aberta) gritando.

–HERMIONE, QUE IDÉIA FOI ESSA DE TERMINAR O RONALD? PORRA! –Então ele se deu conta de quem estava no quarto.

–É... Malfoy... Eu vou dar uma volta, me acompanha? –Luna perguntou ao Malfoy que olhou com cara de desaprovação, então Luna fez a vozinha meiga dela. -Por favor Draco, não quero andar sozinha pelo castelo. -e sorriu.

–Tá! Vamos! Mas se encontrarmos com o Blásio, você fica e eu volto! –Ele falou, desistindo de ficar.

–Oi Harry, sim eu passei bem esses dias sem o Ron, dias esses que você nem se lembrou da minha existência. Sim, eu terminei com o Ron, e não, não me arrependo.

–Por quê? Só me diz isso. –Sua voz já estava mais calma, ele ainda estava nervoso, mas com uma voz mais calma.

–Por que Harry? Por quê? Você sabe o quanto a história do Victor mexeu comigo Harry, ele morreu por mim, por um Sectum Sempra, lançado por um comensal! Aquele feitiço era pra mim Harry, para mim e não pra ele, eu fui fraca e não me cuidei e ele morreu por mim! E você sabe também o quanto Ronald tem raiva disso, e o quanto ele jogava na minha cara tudo o que aconteceu, jogava na minha cara que o Victor morreu por mim e eu me sentia mal, me sentia fraca, mas não falava nada, e então quando eu resolvo explicar que aquilo me faz mal, o idiota termina comigo e vem me pedir perdão? Você acha isso certo Harry? Acha mesmo? Pois eu não! terminei com ele mesmo e faria tudo de novo, ele não sabe o que o Vi sofreu, ele não sabe a dor que ele sentiu. Nem o Malfoy comenta mais sobre o assunto.–Nesse momento lembrei daquela noite estranha no primeiro dia, o que me deixou mais nervosa. –Por que ele sabe a dor de um feitiço assim, o Victor sangrou até a morte e eu fui incapaz de ajudá-lo, eu não conhecia o feitiço Harry, eu não sabia como fazer aquilo e ele morreu nos meus braços, ele disse que me AMAVA Harry! E você está preocupado com o Ronald? Que só me faz piorar ao lembrar-me dele? Ora, vá se foder Harry Potter, você, seu amigo e seus méritos! O garoto que sobreviveu! E os que não tiveram a mesma sorte que você? ficam sendo xingados por idiotar como Ronald Weasley? Não se depender de mim! Não tenho mais paciência para idiotas! –Dizendo isso, me levantei chorando e saí, não queria escutar mais nada.

–Mione! Volta aqui! –Não respondi, apenas corri pelos corredores de Hogwarts com raiva, eu achei que Harry ia me apoiar, e ele apoiou o Weasley idiota, não acredito! Corri mais rápido em direção a torre de astronomia e esbarrei em alguém.

–Me desculpe. –Eu disse, mas quando levantei o rosto e vi quem era me enfureci ainda mais, Merlin só podia estar de brincadeira.

Draco’s POV

Quando vi a Granger chorando, senti um aperto em meu peito, eu odiava ver pessoas, principalmente garotas, chorando.

–Granger, você está chorando? -perguntei.

–Não é da sua conta! -ela respondeu, ríspida.

–O que aconteceu? Foi o Potter? -perguntei, mais de uma vez, para conseguir uma resposta.

–Foi! Satisfeito? Agora sai da frente Malfoy! –Então ela passou correndo por mim, e eu no ato mais imbecil da minha vida, fui atrás dela até a torre de astronomia.

–Argh vai embora, me deixa sozinha. -Ela disse, ao notar minha presença.

–Não. Pelo menos não até saber o que você tem. -eu respondi.

–Pra que? Pra me zoar, me chamando de garotinha indefesa de novo, Malfoy? Muito obrigada, mas estou bem do jeito que estou. –Dizendo isso ela sentou-se no chão, de costas pra mim e ficou fitando o teto.

–Granger! Você falou da minha família! Eu sei que a história do Krum meche com você, mas porra Granger, você sabe que com a minha família não se mexe! E esse não é o assunto, o que você tem? -perguntei, sentando-me ao seu lado. Achei que ela se afastaria, mas ela não se mexeu.

–Não é da sua conta, Malfoy. -Ela respondeu com a voz marejada.

–Ah Granger, eu não sou nenhum monstro, como você acha que eu sou. E creio que você precise desabafar. Quem melhor pra desabafar sobre o santo Potter, do que alguém que odeia ele? Juro que não conto pra ninguém. -eu insisti. Eu não era o melhor amigo da Granger, mas sabia o quão necessário é ter alguém pra conversar quando tudo está difícil.

–Por que está fazendo isso Malfoy? Você nem liga pra isso. -ela perguntou.

–Como eu já disse, eu não sou o monstro que você pensa, e sei a importância de um desabafo com alguém que não vá te julgar.

Então ela se rendeu, e me contou tudo o que tinha dito ao Potter e ao Weasley, e particularmente eu estava adorando.

–Então quer dizer que você deu um belo tapa na cara do pobretão e falou todas essas verdades ao Potter? Granger, tenho que assumir, você não é tão ruim como eu pensava. –Eu disse não conseguindo segurar o riso.

–Ah Malfoy, eu não aguento mais ser a sabe-tudo que escuta o que querem calada, eu não sou mais assim! -ela respondeu, dando um tapa no meu ombro.

–Confesso que prefiro você como está, o fato de você ser uma nojentinha quase se apaga. -eu disse, num tom que eu sabia que não iria ofender.

–Quase? Claro, e o fato de você me achar gostosa faz o resto não é?! -ela disse divertida

–GRANGER! Essa história de novo? Chega, eu não sabia que era você, isso muda tudo! -eu disse, emburrado.

–Ah, claro que muda Draco, por favor, né?! -ela respondeu e eu emudeci, ela me chamou pelo primeiro nome. Eu devo ter ficado pálido, pois ela arregalou os olhos e começou a me sacudir.

–Draco, você está bem? -ela perguntou.

–Draco? Por que está me chamando pelo primeiro nome? –Perguntei.

–Por que é mais bonito que Malfoy, e te faz parecer menos idiota, que é como você está hoje. -ela respondeu despreocupada.

–Menos idiota? Achei que diria legal ou compreensivo. -eu disse, me fingindo de ofendido.

–Não força Draco, menos idiota já é avanço demais! -ela disse rindo.

–Posso sugerir uma coisa, Hermione? -Perguntei e ela sorriu.

–Não.

–Oh Merlin, a Hermione verdadeira está voltando! Socorro. Vou sugerir logo antes que ela me dê um soco igual no terceiro ano... Vamos ser amigos? Digo, uma trégua, longe das pessoas é claro, não quero ser vista com uma chata como você! –Disse brincando, mas com uma ponta de seriedade, se nós assumíssemos amizade, perderíamos muitos amigos, e eu não queria isso pra mim.

–Acho uma boa ideia, é bom conversar com você Draco, e vai ser divertido brigar com você na frente dos outros, e eu também não quero que as pessoas me vejam com uma fuinha loira oxigenada. –Ela respondeu rindo.

–Então está certo, amigos! Aliás, eu gosto do som que meu nome tem ao ser pronunciado por você... É diferente, eu nunca tinha ouvido. -confessei. -E... Vamos embora, já ficamos a tarde toda aqui, se sentirem nossa falta, fudeu. -eu disse, rapidamente mudando de assunto, ela corou.

–Relaxa, qualquer coisa estávamos brigando, ninguém vai desconfiar. -ela respondeu mudando de assunto.

–Certo, vamos então. –Eu sorri e ela também, eu me levantei e puxei sua mão para que ela levantasse, mas ela bateu de encontro ao meu peito e nós ficamos muito próximos, eu podia sentir a sua respiração, e então eu fiz a pior coisa que eu poderia ter feito na minha vida, eu a beijei. Sim, eu BEIJEI a Hermione. E ela CORRESPONDEU! Mas, que se foda a lógica ou as regras, foi bom, foi ÓTIMO. Mas eu nunca admitira isso em público e também não posso deixar ela se lembrar disso, ela iria me zoar o resto da minha vida, não mesmo. Então me separei dela e ela sorria, um lindo sorriso. Quando ela ia falar alguma coisa, eu sussurei a palavra mais dolorosa da minha vida:

–Obliviate. –Apagando apenas o nosso beijo de sua memória. Soltei-a inconsciente no chão, provavelmente ela acharia que adormeceu depois que eu saí, então eu desci para o salão comunal para jantar.