Bittersweet escrita por Pequena Morte


Capítulo 26
Lillith e... Snape?


Notas iniciais do capítulo

Oiiii
Espero que gostem, ta muito legal, eu curti. :)
Boa leitura



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Bellatrix’s POV

–Cissa! Eu não acredito! Você está apaixonada pelo... Snape! Você está apaixonada pelo Snape! –Eu gritei na cozinha.

–Bella, por favor, você parece uma criança de 15 anos! E não grite, Draco está na sala com o Blásio. -Ela respondeu, com o seu melhor tom de superioridade.

–Mas Cissa que lindo, você apaixonada, e eu com a minha filha, que maravilha, tudo como sempre deveria ter sido! -Eu disse, feliz.

–Snape? Você já foi apaixonada por ele antes não foi tia? Eu lembro que você comentou, mas nunca me contou mais nada. -Pansy disse, pensativa.

–Talvez outro dia eu te conte tudo Pansy, talvez outro dia. –Narcisa respondeu Pansy com pesar na voz.

–Pans não é o máximo? A gente vai juntar esses dois! -Eu gritei, mais uma vez

–Nem pense nisso Bellatrix Black Lestrange Riddle! -Ela gritou de volta e eu olhei de cara feia.

–Lestrange? –Pansy perguntou confusa.

–Meu ex-marido Pans, já te contei a história milhões de vezes! E Narcisa, eu agradeceria se você entendesse que eu retirei o Lestrange do meu nome e pra mim ele não existe mais, obrigada. -Eu disse pausadamente e narcisa riu.

–Lestrange é o sobrenome do tio Rodolphus? -Pansy perguntou.

–Tio não, por favor né Pansy, ele é só mais um comensal idiota. –Ela riu do meu desprezo.

–Mas se ele é tão descartável, por que você se casou com ele? -Ela perguntou curiosa.

–Por que foi necessário, negócios do Voldy. Agora chega de Lestrange por hoje, né?! -Respondi, querendo encerrar aquele assunto definitivamente.

–Tá bom, parei! -Ela respondeu.

–Bom mesmo! Agora vamos nos arrumar pra festa, não quero parecer uma mendiga logo no dia que a minha filha volta pra casa! -Eu disse, já saindo da cozinha.

–Sim, a roupa de vocês ta em cima da cama! -Pansy disse passando por mim.

–Eu sei escolher roupas Pansy, e acho que a minha irmã também sabe. -Respondi com desdém.

–Mas eu sei escolher bem melhor, fala sério! Agora vão, já são oito horas! –Revirei os olhos e corri pra me arrumar, queria estar pronta quando Lilly chegasse. Entrei no meu quarto e vi o vestido que Pansy escolhera, era realmente lindo. Então tive uma ideia. Não são só os nossos convidados que terão uma surpresa hoje, não mesmo.

Hermione’s POV

Estávamos todas nos arrumando quando a Leah bateu na porta.

–Oi. –Ela disse tímida. –A Bella me mandou aqui, será que posso me arrumar com vocês?

–Não. –Ginny se antecipou e olhou pra mim com uma cara de satisfeita. –Nós já estamos muito ocupadas com nós mesmas, me desculpe. -Leah fez uma cara triste e ia se virando pra sair, e nessa hora eu percebi o quanto nós estávamos erradas. Ela não tinha culpa de nada, a culpada sempre fui eu. Eu estraguei tudo, e agora já estava tudo resolvido, era hora de recomeçar.

–Ginny, não se antecipe! Oito mãos trabalham bem melhor do que seis! Mas saiba que aqui ninguém se arruma sozinha, uma ajuda a outra! -Leah se virou pra mim e sorriu. -Entra você ta precisando de uma ajudinha, desculpe-me a franqueza! –Eu disse, e todo o resto do quarto sorriu pra mim, Ginny deu um pulinho e três palminhas de alegria, revirei os olhos e continuei falando com a Leah. –Você já tem o vestido?

–Já, eu pensei em usar rosa. –Ela respondeu e eu sorri, ela não ia usar a mesma cor que eu, não mesmo. Ginny daria um jeito nisso.

–Rosa? Certo, vamos mudar isso, vá buscá-lo, e eu realmente espero que ele seja curto. –Ela foi no quarto dela buscar, e quando voltou já estava vestida, e eu já estava fazendo o cabelo da Luna.

–O que você sabe fazer? –Perguntou Luna.

–Como assim? –Ela devolveu a pergunta e nós rimos, deixando ela confusa.

–Eu explico. –Eu respondi. –A Luna sempre cuida da nossa maquiagem, por incrível que pareça! –Eu disse rindo e Luna me mostrou a língua. –Pela extravagância, você pode ver que os vestidos são obras da Ginny.

–Extravagantes, elegantes e maravilhosos, por favor, mais respeito com os meus bebês. –Ginny respondeu e eu revirei os olhos antes de continuar:

–E a obra de arte que todos chamam de penteado, sou sempre eu quem faço, por isso são maravilhosos. -eu disse sorrindo.

–Eu posso cuidar dos sapatos e joias, adoro isso! -Leah respondeu animada.

–Isso também era trabalho da Ginny, mas acho ótimo que tenha mais alguém pra fazer, e acho que isso é o início de uma grande amizade. Senta aqui, hora do cabelo e maquiagem! –Ela sorriu e se sentou, então, enquanto Luna fazia a maquiagem, eu imaginei o cabelo perfeito pra ela, hoje nós estaríamos lindas!

[...]

Como sempre, Ginny deu palpite quando trancei o cabelo dela:

–Hermione, essa trança está muito solta, prende um pouco mais.

–Mas Ginevra, o modelo da trança é assim! -eu respondi, já cansada.

–Se me chamar assim de novo eu te destruo! E eu sei que o modelo é assim, foi eu quem escolhi, mas se você deixar tão solta assim, no meio da noite o penteado já vai estar destruído! -Ela respondeu e eu me irritei.

–Você está insinuando que um penteado que Hermione Jean Granger fez, vai soltar antes do final da noite? -Eu perguntei com voz ameaçadora.

–Eu realmente espero que ele não solte! -Ginny respondeu emburrada.

–Meninas não briguem, por favor! -Leah pediu e eu, Luna e Ginny caímos na gargalhada.

–Relaxa Leah, elas não estão brigando! É que apesar da Ginny ser responsável só pelos vestidos, ela dá palpite em tudo, tudo mesmo, vai se acostumando! –Luna disse e nós sorrimos.

–Todo esse momento "explicando nossa amizade pra novata" foi lindo, mas ainda temos um problema aqui, e ele se chama "cabelo da Gina"! Muda, agora! -Gina respondeu, cortando todo o clima de carinho.

–Tá bom Ginevra, eu mudo, mas cala essa boca! -Eu respondi irritada.

–Isso que você chama ela, Ginevra... É um apelido? -Leah perguntou confusa.

–Não, o apelido é Gina ou Ginny, isso é o nome dela. –Eu expliquei pra Leah. Aliás, explicar isso pra ela não foi uma ideia muito boa, já que eu recebi um travesseiro na cara, e mais três depois. –Mas não chama ela assim, senão é isso que acontece. -Completei a explicação e todas nós rimos, menos Ginny, que estava com a cara emburrada. Refiz o penteado de Ginny e terminei o da Leah.

–Ela está... -Ginny começou, quando terminei de arrumar a Leah.

–Perfeita! –Completou Luna. –E vamos descer, já são oito e meia!

Então nós quatro fomos em direção ao salão. Essa noite seria maravilhosa!

Draco’s POV

A Weasley fêmea chegou ao salão batendo palmas e chamando a atenção de todos pra escada, porém quando olhamos não tinha ninguém no topo da mesma.

–Não desviem a atenção da escada, por favor, e recebam nessa noite: Luna Lovegood. –Então a loirinha entrou, ela estava maravilhosa, deslumbrante, com um vestido branco e curto, eu não conseguia parar de olhar pra ela, senti o olhar do Longbotton me fuzilando, mas não liguei, eu realmente não conseguia parar de olhar. –Eu mesma, Gina Weasley. –A ruiva continuou, então entrou no salão, talvez mais bela que a Luna, com um vestido preto, também curto, e a maquiagem bem leve – Nossa nova amiga, a fabulosa Leah Greengrass! –O que? A Leah tinha se arrumado com elas e ainda estava viva? Merlin! Quando ela entrou, achei que não existia coisa mais perfeita, ela não só estava viva, como estava maravilhosa! Com um vestido curto azul, uma maquiagem básica e o cabelo em cachos organizados com um cuidado incrível. Ela estava deslumbrante e não pude evitar sorrir ao vê-la no topo da escada –E por último, mas não menos importante, minha melhor amiga... Hermione Granger! –A ruiva terminou de anunciar e MEU MERLIN! Eu achei alguém mais bonito que a Leah essa noite! Me desculpe vida, mas a Granger se superou! Ela estava com um vestido salmão com uma faixa preta, uma maquiagem simples e uma faixa preta na cabeça. Abri a boca num perfeito “O” e fiquei observando-a, e quando ela percebeu, ela corou. Merlin, por que garotas são muito mais bonitas coradas? Eu vou ter um ataque do coração!

As meninas desceram e foram ao encontro de seus namorados, enquanto Blás me encarava confuso, então ele chegou mais perto.

–Hey Leah, viu a Pans? -Ele perguntou.

–Ela não quis se arrumar com a gente, ficou pra ajudar as suas tias a se arrumarem, logo menos elas estão chegando, relaxa. –Leah sorriu.

–Você está linda! –Blás disse e eu fiz cara feia. Olhei para Leah e ela estava corada, meu Merlin, que coisa mais fofa!

–Sim, minha namorada está linda, e ela sabe disso, obrigada Blásio. –Os dois riram.

–Obrigada Blás, e ignore o ciume do meu namorado. -Ela disse e eu revirei os olhos. -Tudo isso é graças às meninas! Elas são demais!

–Sim, tenho que me lembrar de agradecê-las depois! Quem fez o cabelo? Está maravilhoso! -Eu perguntei sorrindo.

–Pelo que eu sei foi a Hermione, a maquiagem foi a Luna e a cor do vestido, que se eu bem me lembro era rosa, foi a Ginny. -Blásio respondeu sorrindo.

–Exatamente! -Leah confirmou.

–E como você sabe disso tudo, nega? Anda se arrumando com as meninas? –Perguntei rindo.

–Elas são minhas amigas, cara! Eu namorava a Luna, eu sei quem arrumou ela pro Baile, eu me importo, sabe?! –Eu me limitei em revirar os olhos.

Ouvimos a risada da minha tia e então nos voltamos pra escada novamente, como o esperando, estavam ambas de preto, roupas normais, mas minha mãe estava um pouco mais produzida, maquiagem mais evidente, roupas com detalhes em cinza escuro e o cabelo solto em um liso com cachos nas pontas. –Cara, eu acho que tem alguma coisa a ver com a nova paixão dela. –Blás interrompeu meus pensamentos. Ao pensar nisso a ira tomou conta do meu corpo. Pansy desceu os degraus que faltavam e veio até nós.

–Por que minha mãe está tão mais produzida que o normal? -Perguntei irritado.

–Ah Draquinho, é natal, relaxa! E foram ordens da tia Bella, ela disse que ela teria uma surpresa bem agradável hoje, e que era pra produzi-la bem, para que a surpresa também se agradasse com a aparência dela. –Fechei as mãos em punho e comecei a tremer. Então a Bella estava planejando trazer a “paixão” da minha mãe pra casa.

–Bellatrix Black Riddle! –Eu gritei, nervoso. –Preciso falar com você. –Ela me olhou e deu aquela risada louca dela, ela já sabia o que eu queria.

–Draco, se acalma, não estraga o natal da sua mãe! -Leah sussurou no meu ouvido e eu automaticamente me acalmei um pouco.

–Eu não vou. -Limitei-me a responder. Então minha tia veio até mim e me puxou para o corredor, já começando a falar.

–Eu sei que você ouviu atrás da porta, sei que você sabe o nome dele, e se não sabe, eu vou dizer agora. Sim, é seu padrinho, Severo Snape! Sim, eu o chamei pra ceia de Natal. Se comporte como gente e não me decepcione! -Ela disse tudo muito rápido e eu tive que prestar muita atenção para entender tudo. Sua voz me fez lembrar de quando ela era o braço direito nas loucuras do meu tio, e uma gota de suor surgiu na minha testa. Ela percebeu que estava sendo muito rude e respirou fundo antes de continuar:

–Draco, me escute. Sua mãe precisa ser feliz como já não é a muito tempo! -Sua voz era terna e calma, e eu relaxei. -Eu não quero ter que te azarar na noite de natal, meu amor, então não se meta no meio quando o assunto e namoro, principalmente quando eu, a Pans e a Cissa estamos envolvidas, isso com certeza não faz bem pra saúde! –Estremeci, sabia que ela estava falando sério. E eu definitivamente não iria me meter nisso, depois eu falava com meu padrinho. A sós. –E vai pra sala, a Lilly chegou. Vou prepará-la e já volto pra lá. -Ela deu a conversa por encerrada e sumiu no corredor. Fui pra sala e agi normalmente, só comuniquei a Pansy e ao Blás sobre a chegada de Lilly, e então em menos de meia hora, lá estava minha tia pedindo a atenção de todos os que estavam na sala.

–Como vocês bem sabem, eu era casada com o Voldy, que infelizmente enlouqueceu, quase me levando também a loucura, e então teve de ser morto. –Fez um silêncio perturbador e então uma lágrima escorreu em seu rosto. –Mas graças a Merlin, eu tenho uma lembrança do Voldy, que vou levar para o resto de minha vida, o que me fez ter forças pra continuar, o que me fez ficar viva, aceitar que a morte do meu marido foi para um bem maior e o que me fez estar aqui hoje, totalmente mudada e conversando com vocês. –Ela esboçou um sorriso maravilhoso e sincero, então olhei para “nossos” convidados e os vi confusos. Então minha tia continuou. –Esse meu tesouro, minha lembrança, foi cuidada por comensais da morte, que foram marcados por Voldy, apenas com a intenção de proteger o tesouro mais importante de nossas vidas, e hoje eu o peguei de volta. Acho que vocês já o viram muitas vezes, mas quero apresentar formalmente a vocês, minha filha: Lilith Black Riddle! –Disse com um sorriso e então Lilith apareceu no topo da escada com os olhos brilhando e marejados, um sorriso sincero nos lábios. E todos ali presentes abriram a boca num perfeito “O”. Eu, Blás e Pansy corremos pra abraçar a nossa prima, que nós não falávamos há muito tempo.

–Draco, Pansy, Blásio, que saudades! Merlin, eu achei que nunca mais voltaria pra casa! –Ela e Pansy já estavam chorando. E eu e Blás sorrindo como idiotas.

–Claro que você voltaria, a sua mãe prometeu, não prometeu? –Eu disse, fazendo-a sorrir. –E você continua baixinha! – Eu disse rindo, ao constatar que eu ainda era mais alto que ela.

–E você, continua idiota! –Disse ela fazendo biquinho. Então eu a abracei de novo.

–Lilly, como eu senti sua falta! A casa não é tão boa sem você aqui, não é a mesma coisa sem suas “maldades”. –Fiz aspas no ar e nós rimos. - Eu sei que nós nos separamos com apenas cinco anos de idade, mas eu lembro de tantas coisas! -Eu disse quase chorando também, enquanto o resto da sala ainda encarava Lilly boquiabertos. Hermione como sempre foi a primeira a se pronunciar.

–Olá, eu sou Hermione Granger. Esses são, Ginny Weasley e seu namorado Harry Potter, meu namorado Fred Weasley, e Neville Longbotton e sua namorada Luna Lovegood. Você não estuda em Hogwarts?

–Estudo sim, e já conheço vocês. –Disse Lilly Brava. O que aconteceu? –O trio de ouro e um pedaço da armada de Dumbledore, HARRY POTTER, o escolhido pra matar meu pai, que por sinal, é tão inútil, que sem a ajuda do Draco não conseguiria tal feito, HERMIONE GRANGER, a maior causa da morte do meu tio e do meu pai, que prazer em te ver tão perto! Não namora mais o Weasley mais novo? Soube que você provou da elite... O que aconteceu? Percebeu que meu primo é bom demais pra você, e que você só serve para ser esposa de um legume? E por fim ...NEVILLE LONGBOTTOM, o assassino da Naguini, DA MINHA NAGUINI! O que vocês estão fazendo na minha casa? –Ela gritou.

–Filha... -Tia Bella começou com cuidado. -Eles são nossos amigos agora, nós os chamamos pra passar o natal conosco.

Então os olhos chocolate da minha prima se tornaram totalmente negros, a raiva que ela nutria por cada alma viva naquele cômodo, era palpável.

–Amigos? Nossos amigos, mãe? Você enlouqueceu? Chamar pessoas pra passar o natal conosco? O seu primeiro natal comigo depois de mais de dez anos?! Você não tinha esse direito, você não tinha o direito de arruinar o que eu achei que seria o melhor dia da minha vida! -Então ela se separou do meu abraço e olhou para cada um que estava em pé naquela sala, todos respiravam com cuidado. -Eu odeio cada um de vocês, cada um de vocês aqui, de certa forma, matou o meu pai, meu querido pai, que só era mal compreendido por ter ideais tão diferentes dos de vocês! Eu só quero dizer uma coisa pra vocês: Não é porque você acha que é errado, que todos tem que achar! Meu pai era um gênio! E eu odeio cada um de vocês por não pararem para pensar nisso, nem por um minuto, por não pensarem no que ele sentia, no que eu iria sentir ao perdê-lo! Eu odeio vocês, todos vocês! -Então ela saiu correndo para o seu antigo quarto.

–Lilly! Por favor, não faça isso! Desculpem-me, sério, eu não esperava essa reação dela. –Tia Bella pediu, e foi atrás dela.

–Não, eu vou tia, por favor. -Eu gritei e ela parou no meio do corredor.

–Não Draco, ela é MINHA filha, e eu vou agir como a mãe que eu sou, eu tenho o direito de cuidar da minha Lillith! -Eu assenti e ela correu para o quarto de Lilly. Então escutamos um grito, seguido de um choro compulsivo, Hermione havia ajoelhado no chão, e agora chorava sem parar, enquanto minha namorada, o Weasley e Gina tentavam consolá-la.

–É tudo culpa minha! Tudo isso é culpa minha! -Ela repetia como um mantra, então tomei a audácia de me aproximar. Assim que ela me viu, pulou em meus braços e chorou mais ainda abraçada a mim. -Me desculpe Draco, me perdoa, por favor, é tudo culpa minha, tudo isso é culpa minha. -Ela disse e voltou a repetir as palavras como um mantra. Esperei qualquer reação de qualquer um dos nossos namorados, e quando elas não vieram, tomei a liberdade tomar Hermione nos meus braços e sentá-la no sofá mais próximo. Sentei-me ao seu lado e obriguei-a a olhar pra mim.

–Para de chorar. -Pedi com uma voz autoritária, mas calma. Esperei o que me pareceram dez minutos até a garota se recuperar e só então voltei a falar. -Não foi culpa sua, tudo o que eu fiz, eu fiz porque eu quis, certo? Eu te amava? Sim, como eu nunca amei ninguém em toda a minha vida, mas eu estava em sã consciência quando fiz todas aquelas coisas, ninguém me obrigou a nada.

–Mas se eu não existisse, você não faria isso e... -Ela começou mais eu a cortei.

–Shhh... Se você não existisse, eu faria tudo exatamente igual, certo? A culpa não é sua, é minha, e eu a assumo com toda a dor que ela traz, sem remorsos e sem medo, agora vai arrumar essa maquiagem e ficar bem, certo? As meninas vão com você. -Eu disse e ela conseguiu dar um sorriso.

–Obrigada, Draco. -Então ela me puxou para um abraço, o qual eu retribui. -Como nunca amei ninguém. -ela sussurrou ao meu ouvido e eu sorri, ouvir aquilo dela foi como se anjos me carregassem no colo por alguns momentos, e mesmo que ela tenha dito as mesmas palavras que mais tarde, me trariam problemas, eu me senti feliz.

Então ela saiu com as meninas, e pouco tempo depois, minha tia entrou na sala aos berros.

–Eu não sei mais o que fazer! Ela não quer me ouvir, fica no canto do quarto fingindo que eu não existo! -Então ela limpou as lágrimas que caiam do seu rosto. -Não quer me ouvir... -ela repetiu.

–Me deixa tentar tia? Ela vai me ouvir, como nos velhos tempos, quando ela brigava com todo mundo e achava que era a dona do mundo. Ela vai me ouvir. -Eu pedi e ela confirmou com a cabeça.

–Cuida dela pra mim Draco, faça-a entender. –Ela pediu, então corri para o quarto de Lilly, entrei lá e vi que estava exatamente igual à antes, tudo roxo e preto, que sempre foram as cores favoritas dela, ela sentada num canto chorando por que alguém a magoou e eu na porta olhando pra ela e sorrindo.

–Como nos velhos tempos, não é? –Eu perguntei, e ela levantou o olhar pra mim.

–O mesmo cenário, apenas os problemas e as dores que se intensificaram. -Ela respondeu com a voz amarga.

–Realmente, creio que a dor de ter o Blás te xingando de baixinha, nem se compara a dor de saber que o seu primo foi quem matou o seu pai, não é? -Eu disse, com a voz triste.

–Draco... Eu não te sou uma louca que não consegue controlar os prórpios sentimentos, e você sabe muito bem que eu não te culpo! -Ela respondeu, com a voz embargada pelo choro.

–Não foi o que pareceu, agora pouco. -Eu respondi. -Merlin, quanto tempo eu perdi, ein? Quantas pessoas te fizeram chorar e eu não estava perto, Lilly? –Cheguei perto dela e sentei ao seu lado, como eu fazia antigamente.

–Não muito na verdade. Não é muito fácil me fazer chorar, não mais. Quando se é obrigado a se afastar dos pais e viver com comensais, mesmo que eles sejam muito carinhosos, você cria certa resistência a mágoas. E depois de saber que mataram o seu pai, isso só piora. –Ela disse e sorriu amarelo.

–Mas hoje essa resistência não funcionou, não foi?! –Eu perguntei, e então puxei-a para deitar no meu colo, e ela desabou a chorar mais ainda.

–Lilly... Me desculpa, mas era o necessário a se fazer, ele... Não era mais ele.

–Sabe Draco... Eu juro que não entendo quando vocês me falam que "não era mais ele"... A última vez que eu o vi foi um dia antes de tudo acontecer, e ele estva tão bem, não parecia estar louco ou algo do tipo, ele apenas queria implantar as ideias dele... Eu não estou dizendo que ele estava certo, mas ele não era de todo errado Draco, ele sempre foi o mesmo comigo, nunca demonstrou nenhuma falta de sanidade e talvez seja por isso que eu não consigo aceitar. E não é culpa sua, você estava apaixonado Draco, por aquela sangue-ruim que agora está na minha sala, aquela que tá namorando outro cara, na sua frente! Como a minha mãe permite, minha mãe conversou comigo, falou que estava se dando bem com ela, e que ela ia estar aí, mas eu achei que ela estaria com você Draco, eu não consegui ver ela com outro, ver que tudo o que ela me fez passar não valeu a pena, foi em vão! Foi tudo em vão Draco, tudo em vão, ela não está com você! E a casa está cheia de pessoas que ajudaram a matar meu pai Draco, eu me sinto na cova dos leões Draco, e realmente não consigo sair dela, e muito menos entender como vocês vivem tão bem rodeados por assassinos! –Ela desabou a chorar.

–Hey, calma, você cresceu e continua linda, mas quando chora, fica com a mesma cara de bolachinha! Para com isso Lilly, a guerra acabou, o Voldy e o papai estavam loucos, eles estavam completamente loucos, mesmo que você não tenha percebido! Eles eram assassinos muito piores do que os que estão aqui, e iam acabar com o mundo bruxo se ganhassem a guerra, a sua mãe me disse que você já tinha entendido.

–É só que... Eu sinto falta da Naguini me visitando no castelo, clandestinamente, com o papai, o papai... Eu sinto falta dele também...Ele me amava tanto Draco! Quando ele ia me ver, eu não conseguia ver maldade nele, só o desejo de ser o melhor bruxo e transformar isso aqui em um mundo melhor, eu não via raiva, ele me amava de verdade, eu sinto falta dos abraços dele Draco, você sabe que eu era uma das únicas que ele abraçava. Eu sinto falta disso, meu Merlin, como eu sinto falta dele!

–Eu também sinto falta das brincadeiras dele Lilly, das risadas que ecoavam pela casa antigamente, pelo amor que ele sentia por nós quatro, pelo amor que ele sempre teve por você e sua mãe, amor esse que ele levou com ele até a morte, amor que ele escondia do mundo todo. Eu sinto falta do meu pai antes dele ficar completamente louco e fazer a minha mãe sofrer, eu sinto falta de quando ele me pegava no colo e me rodava no alto, e eu me sentia voando sem vassoura, quando nós íamos pra nossa casa de praia com a minha mãe. Mas eu fiz o que é necessário. Nós, eu e a Hermione, nós tentamos, mas não deu certo Lilly, realmente não rolou, e eu decidi que não valia a pena mudar por ela, eu decidi sozinho, ninguém decidiu por mim, eu estava sofrendo demais, me sentindo mal demais, ela ta com outro cara e eu também já estou namorando outra, a loirinha que está de azul, que tenho certeza que você nem viu, com essa crise toda. E eles, os leões que você tanto teme, são legais quando se aprende a conviver Lilly, eles só fizeram o que tinham que fazer, na hora em que tinham que fazer, eles quase foram mortos, só se defenderam, só sobreviveram, tenta entender. –Ela pensou por um momento e enxugou as lágrimas, levantou-se do chão, foi até o espelho que estava exatamente igual, só um pouco maior, graças ao feitiço que a tia Bella lançou no quarto e começou a se arrumar.

–Exatamente como nos velhos tempos. Eu falo o que você precisa ouvir e você pensa no que eu disse, então levanta e vai se arrumar, então desce como se nada tivesse acontecido.-Eu disse sorrindo.

–Como nos velhos tempos! –Disse ela sorrindo, um sorriso que ela sempre dava, um sorriso sínico, mas lindo. -Só que dessa vez, eu vou agir normalmente por você, priminho, mas eu realmente não consigo entender.

–Lilly, quem te trouxe pra mansão. -Eu mudei de assunto, antes que ela acabasse chorando novamente.

–Eu saí das dependências do castelo e aparatei com o Snape, por quê? -Ela perguntou confusa.

–Snape? Droga, era o que eu temia! Vou descer, desce logo Lilly, e... Com o tempo você vai entender meu anjo, entender de verdade. –Ela sorriu e eu desci. Como nos velhos tempos, tudo se resolveu.

Lilith’s POV

Eu juro que eu entendo. Entendo Harry Potter ter matado meu pai com a ajuda do Draco, eu entendo o Draco ter matado meu tio, entendo que o Longbotton matou a Naná, até por que eu já comprei outra cobra de estimação, mas o que eu não entendo é que a causadora de toda essa merda, de tudo, tudo, não está namorando o Draco, e que eles tentaram, mas o Draco desistiu por que estava SOFRENDO. Ela o fez sofrer! Essa vadia fez todo mundo sofrer, e ainda fez com que um cara morresse por ela na guerra! Ela não fez nada de útil além de causar sofrimento! Mas ela vai pagar por isso. A filha de Lord Voldemort, o poderoso Lorde das trevas, não vai deixar isso barato, não mesmo!

Sentei na cama e fiquei lá até me acalmar de verdade, eles querem que eu seja amiguinha deles? Pois bem, eu serei! Assim que mostrar para aquela sangue ruim qual é o lugar dela, e ela vai desejar nunca ter matado o papai!

[...]

–Vamos aproveitar a noite, chega de dramas. –Eu disse quando desci, dando o meu melhor sorriso.

–Get lacrimam expulit? Feitiço muito bem feito, nem parece que você chorou!(N/A: Feitiço criado por mim, dá fim as lágrimas). –Então ela era mesmo uma sabe tudo não é?! E pelo visto era bem intrometida. Então eu sorri pra ela, o sorriso mais falso que eu encontrei

–Sim, não é muito famoso, mas é bem útil! Aliás, querida, acho que não te explicaram como funcionam as coisas por aqui... –Eu disse com calma, como se estivesse ensinando uma criança de 3 anos. -Quando eu tenho umas dessas minhas... Crisesinhas, eu subo para o meu quarto para ter um tempo pra mim, e quando eu volto, NINGUÉM comenta nada sobre o ocorrido, então não seja desagradável, certo? -Sorri ao terminar de falar, então, sem esperar que ela respondesse. fui aproveitar a noite ao lado da minha mãe, afinal, eu perdi mais de sete anos.


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Notas finais do capítulo

Entendam uma coisa: A Lilith não é má, ela só está meio... Abalada. Ela perdeu o pai, gente!
Ela só quer vingança, só.
Capítulo tenso, não?! Digam-me nos REVIEWS!