Draco’s POV

Eu já havia acordado há algum tempo e observava Hermione dormir, comecei a pensar em como isso tinha acontecido, como nós tínhamos passado do ódio ao amor sem nem percebermos? Quer dizer, eu já havia percebendo há algum tempo, só não admitia, mas e ela? Quando será que ela deixou de me odiar, será que ela gosta de mim com a intensidade que eu gosto dela? Será que ela gosta mesmo de mim? Há uma probabilidade de não gostar, já que nós não temos nada sério, e só de essa ideia passar na minha cabeça já estremeci.

–Bom dia babaquinha, por que está me olhando desse jeito? –Hermione acordou me tirando dos meus devaneios. Babaquinha, o apelido era tão bobo, mas quando falado por ela, se tornava a palavra mais meiga de todo o mundo.

–Bom dia, nada não, só estava pensando.

–Em mim? Espero que sim. –Disse fazendo bico e depois rindo.

–Na verdade em nós Mi, posso te perguntar uma coisa?

–Claro que pode. –Respondeu ela sorrindo, e meu Merlin que sorriso.

–Você... Começou a gostar de mim quando? –Vi sua expressão ficar confusa. –Digo, como você percebeu? E... Quando. –Ela hesitou em responder, o que me assustou.

–Me responde, você primeiro. -ela disse, sem me responder, o que me entristeceu, mas mesmo assim resolvi contar tudo pra ela, ela precisava saber.

–Acho que você vai se espantar com a resposta. Faz mais tempo do que parece, e faz mais tempo do que você imagina.

–Conte, agora quero saber.

Hermione’s POV

Eu Estava realmente curiosa, quando ele falou que fazia mais tempo que eu imaginava pensei no ano passado, mas quando ele continuou me surpreendi.

–Bom, eu achava que tudo o que eu sentia por você se resumia a ódio, até que no terceiro ano, antes de você me dar aquele soco, aliás, belo soco! –Não pude evitar rir, ele continuou. -Quando você estava chegando perto de mim, eu olhei para os seus olhos e vi que eles eram maravilhosos, fiquei hipnotizado por eles e não pude me defender. É claro que me condenei todos os dias até o fim do ano por isso, só que quanto mais eu evitava lembrar aquele dia, mais o meu corpo teimava em olhar para você e ter reações erradas, como suar frio e tremer. Na época, eu não sabia do que se tratava, eu nunca tinha gostado de ninguém e tudo era novo pra mim. Eu comecei a entender o que estava acontecendo comigo, no quinto ano, quando eu comecei a ficar com mais garotas e fui conhecendo-as melhor, meus amigos também se apaixonaram e eu percebi que eram as mesmas reações que eu tinha quando via você. É claro que eu tentei ignorar isso, óbvio, eu nunca admitiria que estava apaixonado por uma sangue-ruim, ainda mais amiga do Potter, então decidi que esconderia esse sentimento no fundo do meu peito e esperaria ele sumir, uma hora isso teria que acontecer, mas acontece, que ele só foi crescendo, e ao invés do fundo, ele tomou conta do meu peito inteiro, e do meu corpo inteiro, e eu não pude mais evitar, então meu tio descobriu, e disse que quando acabasse com Harry Potter, você com toda certeza seria apróxima, apenas por que a tia Bella não gostava de você, por motivos pessoais e por que ele dizia que você me enfraquecia. Então eu entrei em pânico, e a única que eu encontrei para conversar foi a Luna, e foi aí que ficamos amigos, ela sabia de tudo, no dia da guerra contei tudo pra ela, e ela me aconselhou a ajudar o Potter, eu lembro das palavras dela até hoje “Se é amor, e se você tem certeza disso, proteja-a com todas as suas forças, e faça o que for preciso para salvá-la, mas se não for amor, na hora você vai saber, vai saber de que lado ficar, Draco.” Então eu fui até meu tio decidido a ajudá-lo, a ficar do lado dele e matar você e essa paixão ridícula de uma vez. –Nessa hora estremeci com as palavras de Draco. –Mas quando cheguei próximo a ele e olhei para você, olhei para os seus olhos, lembrei-me do terceiro ano, e me senti incapaz de te matar, e percebi que era mesmo essa droga de amor que eu sentia, havia deixado de ser uma paixão boba há muito tempo, então acabei fazendo o inevitável, o Longbotton havia acabado de matar a Naguini e o Potter soltou um feitiço em meu tio, eu sabia que sozinho ele não iria conseguir, já que o meu pai estava atrás dele, planejando um ataque pelas costas, então olhei diretamente nos olhos do meu pai, apontei a varinha pra ele e lancei-lhe a maldição da morte, foi a coisa mais dolorosa que eu já fiz em toda a história da minha vida. Antes de morrer, ele me lançou um olhar de tristeza e decepção, o que me machucou muito, mas eu fiz o que tinha que fazer, eu não podia deixar você morrer e ele já não era mais o meu pai, eu já não conhecia mais aquele homem, morto na minha frente.

–Draco, eu... –Tentei falar, e vi que estava chorando.

–Calma, ainda não terminei. O meu tio, viu tudo o que eu tinha feito, e por um momento ficou em choque, o que enfraqueceu o seu feitiço e fez com que o Potter vencesse com mais facilidade. Não que ele já não fosse vencer por si só, mas eu tinha ajudado a acelerar a morte do meu tio, eu havia ajudado a matar o meu tio e matado o meu pai, meu próprio pai, eu estava totalmente desiquilibrado, não sabia o que fazer agora, não tinha ideia. Eu quis sair de lá, estava arrasado, e precisava do colo da minha mãe ou das palavras amigas de Luna, mas antes de sair eu vi minha mãe chegar e ver o meu pai caído no chão, fingindo muito bem indiferença ao ver o corpo de Lucius, ela me olhou e sorriu, então eu corri atrás de Luna, mas não sem antes olhar pra trás e ver minha mãe caindo desolada sobre o corpo de seu marido.

Depois do final da guerra, eu conversei com elas e elas não me julgaram, apenas entenderam que no amor não há regras. Minha mãe só me fez prometer que eu não iria deixar a morte deles ser em vão, que iria ao menos tentar ser feliz com você, e que mesmo que não desse certo, por você, esse ano eu mudaria e seria uma pessoa melhor, e que eu nunca me tornaria um Malfoy como Lucius, e é por isso que esse ano estou sendo o mais gentil possível, com todos, e não seria diferente com você, eu estava disposto até a te pedir desculpas pelo que te fiz, mas quando vi você agarrada ao Weasley, meu sangue ferveu e eu decidi que não iria mais gostar de você, e que a morte dos meus parentes havia sido em vão sim, e eu vivi relativamente bem assim, a Pansy, a Luna e o Blás me ajudaram bastante, eles eram os únicos que sabiam. Então eu vi você chorar pelo Weasley, chorar por ele e pelo Krum, a menina mais guerreira, a garota mais forte que eu já conheci em Hogwarts, que não chorou nem quando achou que seu melhor amigo havia morrido, apenas para passar confiança aos outros ao seu redor, agora chorava por um garoto idiota que a fizera sofrer, o amor da minha vida chorava por alguém que não soube amá-la. Então minha guarda baixou completamente, como sempre acontecia quando eu me aproximava de você, mas dessa vez foi diferente, dessa vez, minha armadura caiu totalmente, e daí pra frente você já sabe o que aconteceu. –Sorri e percebi que estava em prantos, era a história de amor mais bonita que eu já tinha visto, fiquei sem palavras. –Ta vendo Srta. Granger, o que o seu amor me causou? –Terminou ele, então eu levantei o beijei.

–Você ainda não me falou quando percebeu que realmente gostava de mim. -ele disse e eu sorri, agora eu sabia exatamente como responder.

–Olha, não vou mentir pra você. –Comecei. –Eu não gostava de você até você me pedir em namoro, aceitei mesmo pela amizade que nós acabamos criando, mas esses poucos dias que nós estamos juntos, já foi o suficiente pra eu gostar MUITO de você. Mas eu estava realmente confusa, sabe? Eu tinha acabado de sair de um relacionamento e eu achava que gostava dele, mas a cada atitude sua, a cada palavra, eu me apaixonava cada vez mais por você, mas depois dessa história toda, eu não tenho e nem poderia ter mais dúvida alguma, Draco Malfoy, eu realmente gosto de você, mas qual o motivo da pergunta, assim, de repente? –Perguntei, quando o vi sorrir.

–Nada, apenas curiosidade, você vai me amar como eu te amo, Herms, eu vou fazer isso acontecer. -ele respondeu.

–Não vai ser muito difícil. -Eu respondi, e eu não menti, pois parece que eu gosto mais de Draco Malfoy a cada segundo, mais rápido do que eu imaginava ser possível gostar de alguém.

–Hermione, namora comigo? -ele perguntou.

–Eu não poderia negar, nem se eu quisesse. -respondi sorrindo e o puxei para um beijo.