O Vampiro De Konoha escrita por Caesarean Tolledus


Capítulo 8
Origens - parte 1




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Konoha - Escritório da Hokage


– Sasuke... - murmurava, enquanto era dominada pelas lágrimas.

– Sakura... - ele respondeu, esboçando um sorriso - Você cresceu...

Num ímpeto, Sakura o abraçou esquecendo-se do tempo, do espaço, de todos que os observavam, de tudo o que já havia sofrido por ele... nada parecia importar naquele momento. Sasuke, se ficou surpreso, não demonstrou. Correspondeu ao abraço de forma natural, como um gesto para o qual já estava preparado. Enquanto Sakura chorava em silêncio em seus braços, o olhar dele encontrou o de Tsunade. A mensagem nos olhos dela era muito clara:"Se a magoar, eu mato você..."

– Você voltou! Finalmente voltou para casa! - disse Sakura.

– Sakura, eu não voltei definitivamente...

– Como? Mas você está aqui! Afinal, o quê...

– Sakura, tudo será explicado mais tarde - interrompeu Tsunade - Por enquanto, digamos que Sasuke está aqui em uma missão. Acompanhe ele e os outros, mais tarde eu os chamarei novamente pois há muito que preciso lhes dizer. No momento, preciso ficar a sós com Jiraya. Dispensados!

Temari e Shikamaru saíram em silêncio, seguidos por Shizune e Sasuke que não olhou para trás nem por um instante. Sakura olhava para a porta, confusa, quase com medo de ir atrás dele. Ficou assim durante alguns instantes até ser chamada por Tsunade.

– Sakura?

– Hum? Ah, desculpe sensei! Já estou saindo...

– Sakura, espere...

– Sim, Tsunade-sensei?

– Ele não voltou definitivamente, ele mesmo disse. Cuidado para não se machucar, entendeu? - disse com seriedade Tsunade, como uma mãe advertindo uma filha adolescente.

– Sim Hokage... eu sei... - respondeu Sakura, com os olhos baixos.

Tsunade observava sua discípula enquanto ela deixava seu escritório. Amava-a demais para ignorar os sentimentos da jovem kunoichi e temia que a volta de Sasuke, apesar de ser tudo o que Sakura desejava, só lhe causasse sofrimento. Respirando fundo, tentou guardar esses pensamentos para mais tarde e passou a se concentrar no outro shinobi que ainda estava na sala.

– Muito bem, Jiraya! Agora somos só eu e você. Chega de segredos!


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Deserto do País do Vento

– Pare de falar merda!!! Isso é impossível!

– Eu juro, Deidara-senpai! Os dois estão mortos! Mortinhos mesmo!!!! Mais mortos que aquilo, impossível!! - dizia o Akatsuki mascarado conhecido como Tobi - Se você visse o que fizeram com o coitado do Kakuzu...

– Cale a boca, seu imprestável! Hidan e Kakuzu, mortos ao mesmo tempo! Espera mesmo me convencer disso?

– Os corpos estão lá ainda se quiser ver. Ou o que sobrou deles...

Deidara recusava-se a acreditar. Hidan, o "imortal" e Kakuzu mortos desta forma! Quem poderia ser tão forte para conseguir isso?

Estavam num dos esconderijos da Akatsuki, esperando pelos outros. Todos foram convocados devido à perda da jinchuuriki do Bijuu "Duas Caudas". Hidan e Kakuzu haviam sido escalados para a missão de capturá-la, mas Orochimaru chegara na frente deles. Agora, deveriam decidir o que fariam quanto a isso...

Deidara caminhava em volta da estátua, onde o Bijuu de "Uma Cauda", extraído forçadamente de Gaara do Deserto, estava selado. Tentava digerir a informação trazida por Tobi.

– Preciso falar com Pain sobre isso. Se isso for mais uma brincadeira idiota sua...

– Ei, eu estou falando sério! Até juntei os pedaços do Kakuzu. Não que eu gostasse muito dele, mas...

– Espere! Sinto um chakra estranho... - disse Deidara colocando-se em guarda. Podia sentir diversos chakras desconhecidos, próximos ao esconderijo - Tobi, verifique o perímetro enquanto entro em contato com os outros.

– Hai!

Agilmente Tobi subiu até o teto da caverna onde uma pequena fenda, suficiente apenas para um único homem passar, dava-lhe uma visão privilegiada do deserto ao redor do esconderijo. Viu uma nuvem de poeira que se aproximava, mas ainda estava muito longe para poder definir do que aquilo se tratava. Saiu da caverna, escondendo-se entre algumas rochas para tentar obter uma melhor visão e, o que viu, encheu-o de terror.

Deidara concentrava-se, tentando estabelecer um elo mental com os outros Akatsukis, quando foi bruscamente interrompido por Tobi.

– DEIDARA-SENPAI!!!!

– O que é, droga!!! Está me atrapalhando!

– Se estiver falando com Pain, aproveite para pedir reforços... Muitos reforços!!!!

– Do que é que você está falando?

– Bem, acho que vamos ser atacados por um pequeno exército de, sei lá, camponeses-ensanguentados-de-cara-esquisita-se-arrastando, eu acho...

– Como é que é? Camponeses???? ESTÁ TIRANDO UMA COM A MINHA CARA, SEU RETARDADO?????

– Ah, mas eu ainda não terminei! Sabe o que é, é que eles parecem estar iguaizinhos ao Kakuzu e ao Hidan quando os encontrei...

– O que quer dizer?

– Tipo, assim, mortos...


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Konoha - Escritório da Hokage

– Do que você se lembra sobre a primeira vez que lutamos contra os kyuketsukis? - perguntava Jiraya.

– Lembro-me que havia cinco deles e que eles sozinhos já valiam por um exército de elite; que eles devastaram inúmeros vilarejos do País do Fogo e de outras nações; que eles quase destruíram Konoha e quase nos mataram... Por que pergunta?

– Para ter uma idéia do quanto você já sabe. Mas creio que há uma coisa que você não sabe: aquela não foi a primeira vez que os kyuketsukis atacaram Konoha. Eles já eram um problema desde a época da primeira grande guerra.

– A primeira guerra mundial ninja??? Mas, que diabos!!! Qual a idade desses monstros afinal?

– Posso lhe dizer que Kuroi existe desde antes da primeira guerra. Ele nasceu antes de Konoha ser fundada. Mas ele não era então, o que ele é hoje.

Tsunade tentava se lembrar daquela época, mas ela era apenas uma criança. Hoje, com mais de cinquenta anos, mantinha uma aparência jovem devido a um jutsu. Perguntava-se se Kuroi também usaria este mesmo recurso. Mas isso não explicaria tamanha longevidade...

– Antes de existirem as Vilas Shinobis, os diversos clãs ninjas viviam espalhados pelos territórios das cinco nações como pequenos feudos. Como você sabe o clã Senju e o clã Uchiha, um dos mais poderosos na época, fundaram Konoha. Mas o que você e talvez mais ninguém em Konoha saiba é que houve mais um clã envolvido na fundação de nossa vila. Um clã cujo nome foi apagado da História: o clã Shiro. Era um clã temido e admirado por todos os outros. Temido pela ferocidade e incríveis poderes que os seus shinobis possuíam e admirado pela beleza física dos homens e mulheres deste clã. Assim como os Hyuugas tem como característica física marcante os olhos prateados, os Shiros tinham como característica principal os cabelos de um loiro quase branco e uma beleza encantadora que lhes conferiu o apelido de "celestiais".

– Por que eu nunca ouvi falar deste clã?

– Como eu já disse, o nome deste clã foi apagado dos registros históricos de Konoha por ordem do Daimyo. Tocar no nome do clã Shiro virou um tabu e, em alguns anos, ele caiu no esquecimento...

– Mas por que tudo isso? Por que simplesmente apagar uma existência dessa forma?

– Você entenderá quando ouvir toda a história. Bem, como eu já disse, eles eram um clã poderosíssimo. A maioria das batalhas da primeira grande guerra eles venceram praticamente sozinhos. O Daimyo praticamente os venerava, condiderando-os a base da força militar do País do Fogo. Toda a guarda pessoal do Daimyo foi treinada por Shiro Yamada, o líder do clã. Yamada tinha cinco filhos, todos muito habilidosos e de uma beleza ímpar: Kuroi, Ozora, Meygara, Yuuto e Hadare.
Dentre os shinobis do clã, o mais habilidoso e o mais belo de todos era Shiro Kuroi, filho primogênito de Yamada. Sua habilidade com a espada era insuperável, bem como sua velocidade, rendendo-lhe o apelido de "Espada celestial". Era um shinobi que fazia seus adversários tremerem. Além disso, mostrou-se um ótimo estrategista, tendo sido escalado como comandante principal das forças de Konoha durante a guerra.
Quando a guerra começou, Kuroi estava prestes a se casar com Mizore Hyuuga. Era o ser que ele mais amava neste mundo e quase uma guerra entre clãs foi iniciada devido a este romance. O patriarca dos Hyuuga, Mitsurashi, era fortemente contra essa união devido ao costume, naquela época, de realizar casamentos cosanguíneos para preservar a linhagem e as habilidades hereditárias do clã, como o Byakugan, por exemplo. Shiro Yamada também mostrou-se contra essa união por arrogância e orgulho, julgando que a jovem Hyuuga não era digna do primogênito dos "celestiais". Além disso, Kuroi já era prometido desde a infância a uma de suas primas, pertencente ao mesmo clã. Mas Mizore também amava Kuroi e o Hokage apoiou essa união, bem como o Daimyo, deixando Mitsurashi e Yamada de mãos atadas. Kuroi partiu para a guerra deixando Mizore com a promessa de que se casariam assim que ele voltasse. Mas quando a guerra terminou, o destino resolveu pregar uma peça no jovem casal...
Mizore estava doente. Uma doença desconhecida que lhe consumia rapidamente as forças. Todos os jutsus médicos conhecidos naquela época foram utilizados, sem sucesso. A cada dia que passava o estado de Mizore piorava, para desespero de Kuroi...

Jiraya parou por alguns intantes. Fechava os olhos, como se quisesse se lembrar de algum detalhe crucial. Tsunade ouvia com espanto. Como imaginar que um monstro como aquele era capaz de amar? Como Jiraya sabia desta história e com tantos detalhes?

– O fato é que Konoha não tinha nenhum recurso que pudesse ajudar Mizore. Então, Kuroi resolveu partir para procurar ajuda. Contra a vontade de seu pai ele partiu de Konoha e caminhou pelas cinco nações, nos mesmos territórios que ele havia devastado durante a guerra. Não era bem recebido em nenhum lugar, pois as feridas da guerra ainda estavam abertas e todos se lembravam da fúria da Espada Celestial. Mas ele não desistiu...
Depois de percorrer quase todos os vilarejos onde se podia encontrar um ninja-médico, ele chegou ao País da Terra onde conheceu um shinobi que o recebeu com cortesia e lhe ofereceu seus préstimos como ninja-médico. Kuroi, cansado de ser tratado como um pária, ficou feliz ao ser recebido de forma tão gentil. Mais exultante ainda ficou quando este suposto ninja-médico disse que poderia curar sua noiva. Ingenuamente, Kuroi confiou plenamente naquele homem.
O que Kuroi não sabia era que aquele shinobi carregava consigo um profundo ódio, originado pela perda de seu único filho durante a guerra. Seu filho havia servido em um pelotão que foi aniquilado pelas forças de Kohoha, sob o comando de Kuroi. Agora, que o homem responsável pela morte de seu filho estava diante dele, seria a hora da vingança...


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Floresta de Konoha

– Hina-chan, posso lhe perguntar uma coisa?

– Claro, Naruto-kun. O que quer saber?

Permaneciam aninhados sob uma árvore na borda da clareira, assistindo ao sol que se punha lentamente sob a copa das árvores. Hinata, com as costas apoiadas na árvore, tinha a cabeça de Naruto em seu colo e brincava com os cabelos loiros do rapaz...

– Por que seu pai me odeia?

Hinata não esperava ter que responder esta pergunta tão cedo, mas sabia que seria inevitável. A animosidade que Hiashi demonstrava para com Naruto era nítida para todos que o conheciam.

– Bem, meu amor... Eu não diria que ele te odeia, mas sei que você não é o "genro" dos sonhos dele. A verdade é que meu pai sabe que eu amo você e isso já lhe coloca na lista negra dele. A tradição dos Hyuugas, manda que todos os casamentos sejam realizados preferencialmente entre membros do clã para preservar a força do sangue. Mas devido a esse costume desumano e idiota de separar o clã entre família principal e secundária, ele agora está de mãos atadas. Não há homem no clã principal para mim...

– Sorte minha! - disse Naruto sorrindo. Como ela amava aquele sorriso...

– E minha também! - completou Hinata, já de rosto vermelho - Mas tem mais uma coisa. Um motivo a mais para meu pai não gostar de você...

– Mais um? E qual seria?

Hinata hesitou antes de responder.Tinha medo de magoá-lo...

– Meu pai lutou contra a Kyuubi quando ela atacou Konoha. Ele estava lá quando ela foi selada em você. Ele viu o poder da Raposa e acho que ele tem medo que você possa me machucar...

Naruto levantou bruscamente, assustando Hinata. "Será que ele ficou com raiva de mim?" – pensava Hinata, preocupada.

– Maldita Raposa! - dizia Naruto, rangendo os dentes - Sempre atrapalhando minha vida...

– Desculpe, Naruto... Não quis te magoar - dizia Hinata, arrependida por ter tocado num assunto tão delicado.

– Hina-chan, você não tem que pedir desculpas! Jamais tenha medo de ser sincera comigo, eu lhe peço! De minha parte, eu lhe faço uma promessa: jamais permitirei que a Kyuubi machuque você. Nem que eu tenha que morrer levando ela junto comigo!

– Naruto-kun, não diga isso! - pediu Hinata, abraçando-o - Demorei uma eternidade para ter você comigo, não vou perdê-lo assim!

Naruto respondeu ao abraço com um grande beijo. Como pudera ser tão tolo de perder tantos anos longe dela? Foram interrompidos por um vulto que caiu do céu ao lado deles.

– Naruto-kun, vim lhe buscar! - disse Sai.

– AHHH! QUER MATAR A GENTE DE SUSTO, Ô ESQUISITÃO????

– Perdão, Naruto-kun e Hinata-chan. Mas venho em nome da Hokage. Ela quer vê-lo imediatamente.

– Pô, a vovó não me dá trégua! - disse Naruto, levantando-se e ajudando Hinata a se levantar também - O que ela quer, afinal?

– Não sei, deve ser algum assunto que ela quer tratar com você, o Jiraya-sama e o tal de "Sanuke"...

– "Sanuke"? Quem é esse????

– Ah, é Uchiha "Sanuke"... um shinobi novo que chegou à vila. Na verdade ele era shinobi da Vila e agora não é mais pelo que eu entendi.

– Espera aí, "Uchiha"????? Uchiha... "Sanuke"... Uchiha "Sanuke"??? - Naruto achava o nome familiar...

Até que a ficha finalmente caiu:

– UCHIHA SASUKE!!!!!!!!! MEU KAMI, O SASUKE VOLTOU!!!!!!


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Konoha - Escritório da Hokage

– Toru. Este era o nome do shinobi que prometeu a Kuroi a cura de Mizore - prosseguia Jiraya com seu relato - Segundo informações que foram obtidas mais tarde pela ANBU, Toru, após a morte de seu filho, passou a ser o último representante do clã Shimizu, um dos clãs mais temidos do País da Terra. Os Shimizus eram conhecidos pelo uso de jutsus obscuros, inclusive kinjutsus e outras técnicas proibidas. Acredito que Orochimaru possa ter se inspirado um pouco com eles... Enfim, na sua busca desesperada pela cura de Mizore, Kuroi caiu nas mãos de um dos ninjas mais sombrios das cinco nações e sedento de vingança pela morte de seu filho.
Toru convenceu Kuroi de que ele precisaria de um chakra muito poderoso para salvar Mizore. Um chakra que só poderia ser obtido de um Bijuu ainda desconhecido pelo mundo, que Toru afirmava ter aprisionado em uma outra dimensão: o Chiyorubi. Para salvar Mizore, Toru ensinaria a Kuroi um jutsu de invocação que lhe permitiria extrair o chakra do Chiyorubi, sem libertá-lo da dimensão a qual estava preso.
Imprudentemente, Kuroi permitiu que Toru lhe ensinasse esse jutsu obscuro. Toru instruiu-lhe como controlar o chakra da criatura, invocando-a sempre à noite pois era nesta hora que seu poder era máximo. Acreditando ter consigo a salvação de Mizore, Kuroi partiu de volta para Konoha agradecendo profundamente ao seu novo "amigo".

– Um outro bijuu? Você quer dizer, além dos outros nove conhecidos? - questionou Tsunade.

– Sim. Pelo menos foi o que Toru afirmou. O fato é que este jutsu foi a causa de toda a desgraça do clã Shiro...
Kuroi chegou em Konoha bem a tempo, pois Mizore havia piorado muito. Naquela mesma noite, diante de Mitsurashi, de Yamada, de seus irmãos e de testemunhas dos dois clãs, ele usou os conhecimentos adquiridos para invocar o poder do Chiyorubi. Ajoelhado ao lado do leito de Mizore, Kuroi estendeu as mãos sobre a face de sua noiva e o chakra sombrio do Bijuu a envolveu numa aura negra, mudando suas feições de forma assustadora. Uma certa apreensão tomou conta de todos, mas era inegável que o poder daquele chakra estava revitalizando Mizore. Apesar da palidez de sua pele, sua respiração e seus batimentos tornaram-se regulares e a febre que a consumia cessou. Quando Kuroi terminou estava tão esgotado que precisou ser amparado por seu pai ou desmaiaria ali mesmo. Subitamente, Mizore abriu seus olhos e, no mesmo instante, ficou claro que algo estava errado.
Os olhos prateados, símbolo dos Hyuugas, deram lugar a olhos vermelhos como chamas. Mizore, apesar de desperta, continuava imóvel em seu leito e ninguém ousava se aproximar. Apenas Kuroi, ainda debilitado, ajoelhou-se novamente ao lado de seu leito chamando por ela. Ninguém conseguiu impedir quando Mizore, numa velocidade impossível, saltou sobre Kuroi e rasgou sua garganta, como um tigre faminto abatendo sua presa.
Em meio ao pânico que se instalou, Yamada lançou-se sobre Mizore, tentando salvar a vida de seu filho. Com apenas uma mão, Mizore o jogou para o lado como um boneco de pano. Mitsurashi também tentou deter Mizore, sendo igualmente repelido.
Saciada, ela largou Kuroi ao chão e fugiu, sumindo na escuridão da noite. Enquanto os celestiais socorriam Kuroi e Yamada, os Hyuugas, amaldiçoando Kuroi e todo o clã Shiro, partiram em perseguição a Mizore.
Kuroi ficou desacordado durante horas, enquanto a caçada à Mizore continuava. Ao voltar à si, não acreditou nas palavras de Yamada quando este lhe contou que Mizore havia se transformado num monstro. Temendo pela vida de sua noiva, Kuroi, mesmo ferido e debilitado, saiu à sua procura ansiando por encontrá-la antes de seus perseguidores.
A noite já estava no fim quando Kuroi ouviu sons de batalha dentro da Floresta. Chegou a uma pequena clareira onde viu, com horror, Mizore muito ferida e cercada por pelo menos uma dezena de shinobis, a maioria do clã Hyuuga. Pelo chão, diversos cadáveres de outros shinobis que haviam sucumbido pelas mãos de Mizore. Ele imediatamente juntou-se à batalha, mas ao lado de Mizore.
Kuroi, mesmo ferido, sobrepujou todos os atacantes mas era tarde demais. Mizore, mesmo com a força sobre-humana que havia adquirido, havia sido mortalmente ferida e parecia estar se enfraquecendo a cada minuto.
Enquanto o sol nascia, Kuroi presenciou o corpo de sua amada fenecer como uma flor sem água. A pele, outrora pálida, escurecia e enrugava-se. As feições de seu rosto desapareciam sob a pele seca que se moldava aos ossos. No fim, tudo o que restou de sua amada foi um cadáver ressequido e irreconhecível... Sem poder suportar a dor de sua perda e a culpa que sentia, Kuroi desfaleceu mais uma vez...

Tsunade surpreendeu-se ao notar que seus olhos enchiam-se de lágrimas. Assim como ficara furiosa por se entristecer pela morte de Orochimaru, ela também não aceitava demonstrar alguma compaixão para com esse monstro...

– Kuroi dormiu por três dias. Tamanha era sua imobilidade que muitos julgaram que ele estivesse morto. Mas, pouco antes do fim do terceiro dia, ele acordou. Sentia uma sede insuportável e, ao tentar sair de seu leito, a luz do dia feriu seus olhos e provocou-lhe imensa dor. Confuso e desorientado, escondeu-se sob as cobertas de seu leito, só saindo novamente após sentir que já havia escurecido.
Caminhou com dificuldade, sedento e enfraquecido, até chegar aos aposentos de seu pai. Mitsurashi estava reunido com seus filhos e foi grande o seu espanto quando viu Kuroi:


"- Kuroi!!! Você está vivo! Meu filho vive!!!!

– Pai... o que aconteceu? Onde... onde está Mizore?

– Kuroi, agora não deve se preocupar com isso... Você ainda está muito fraco, mandarei chamar o médico.

– Onde... ela... está?

– ...

– Por que... não me responde?

– Kuroi, ouça-me. Seus esforços para salvar Mizore não tiveram êxito... O jutsu não funcionou...

– O que está me dizendo? Minhas lembranças... estão confusas, mas... eu lembro de vê-la em pé! Ela me abraçou e...

– Kuroi, ouça!!! Ela o atacou! Ela mordeu sua garganta como um animal selvagem!

– Não... não quero ouvir isso!!!! Onde ela está?????

– ...

– Pai...

– Ela está morta, Kuroi. Morreu lutando contra seu próprio clã. Morreu em seus braços...

– ...

– O corpo dela... como ninguém soube explicar o por quê do corpo dela se reduzir àquele estado, ela foi cremada enquanto você estava desacordado."



Kuroi silenciou, caindo de joelhos ao chão. Sua respiração tornou-se pesada e ruidosa. Seu corpo foi tomado por tremores incontroláveis. Seus irmãos julgaram que ele ainda não estava bem, que aquilo acontecia por ele ainda estar enfraquecido. Mitsurashi estava prestes a ordenar que chamassem os médicos quando, subitamente, Kuroi levantou-se e olhou para seu pai e irmãos. Os olhos, outrora azuis, agora eram vermelhos como as chamas do inferno. Seus longos cabelos, quase brancos, cobriam parcialmente a palidez cadavérica de sua face.

Quando ele gritou o nome de Mizore, todos puderam ver os longos e afiados dentes que haviam surgido em sua boca...




(continua...)



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Notas finais do capítulo

Kinjutsu = técnica proibida
Obrigado por lerem!



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