O Vampiro De Konoha escrita por Caesarean Tolledus


Capítulo 15
A Decisão de Naruto




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"O chakra negro o envolvia como uma serpente, sufocando-o, tomando-o de corpo e alma. Tentava desesperadamente se libertar, debatendo-se e gritando, mas era inútil. E então a raposa despertou. Numa explosão de chamas, a aura vermelha tomou conta de seu corpo, transformando-o, inundando-o com a força sobrenatural da Kyuubi. Presas, garras pêlos e caudas. Nove Caudas. O chakra negro exitinguiu-se nas chamas vermelhas que emanavam de seu corpo, mas seu poder era incontrolável. As chamas consumiam tudo ao seu redor, casas, florestas, pessoas. Kakashi, Sakura, Sasuke, todos ardiam em chamas. Um rosto se destacou. Olhos de prata. Hinata... ardendo... gritando seu nome..."



– HINATAAAAAA!!!!!

Acordou quase num salto, gritando o nome dela. Confuso, não sabia onde estava.

– Naruto-kun, calma!!! Sou eu, Hinata! Está tudo bem, foi só um pesadelo...

– Hina-chan - disse, segurando o rosto dela entre as mãos. Abraçou-a com desespero.

– Aishiteru, Hina-chan. Me desculpe!!!

– Calma, meu amor! Está tudo bem. Por que me pede desculpas?

– Eu... eu não sei. Por um momento eu pensei que... Onde estamos?

– No hospital. Você se feriu na luta contra a Akatsuki...- dizia Hinata, com os olhos baixos. Naruto percebeu que havia algo estranho.

– Hinata, o que houve com sua mão? - perguntou, segurando delicadamente a mão direita de sua namorada, envolta em ataduras. Mesmo segurando delicadamente, percebeu que ela estremeceu um pouco com o toque, como se aquilo realmente estivesse doendo...

– Ah, isso... Não foi nada! No calor da luta eu acabei me machucando, mas eu nem percebi na hora... - dizia, sem encará-lo.

Naruto olhou então para si mesmo: braços e pernas envoltos em ataduras, rosto e sobrancelhas chamuscadas, a dor típica de queimaduras... Ele já havia sentido aquilo antes.

– E quanto aos outros? E o chakra negro?

– Nós conseguimos selá-lo e destruí-lo, apesar da Akatsuki ter atacado. Os outros... estão bem!

– Hina-chan, por favor, olhe para mim.

Hinata então finalmente o encarou e ele viu em seus olhos que havia algo que ela estava lhe escondendo.

– Hina-chan, diga-me a verdade: o que aconteceu?

Uma lágrima solitária escapou-lhe de seu olho direito enquanto ela respirava profundamente, buscando coragem para contar-lhe a verdade.

– Naruto-kun, antes de lhe dizer qualquer coisa quero que saiba que você nos salvou! Se não fosse por você, a Akatsuki teria se apoderado do chakra maligno dos kyuketsukis. Você foi um herói...

– Hinata, por favor! O que houve afinal????

– A Kyuubi... - disse Hina, quase num sussurro.

E então, tudo veio à tona. As lembranças invadiram sua mente como um turbilhão. O selamento, a aparição da Akatsuki, Hinata se ferindo ao proteger Hanabi, sua fúria ao atacar Kisame. Não... Sua fúria, não... A fúria dela... da Kyuubi. E lembrou-se de Hinata, da mão dela em seu abdomen, do selo...

A verdade daquelas lembranças feriram-no como uma kunai fincada em seu coração. Ele ferira seus amigos. Ele ferira Hinata...

– Hina-chan... - as lágrimas inundavam-lhe o rosto. Hinata tentou abraçá-lo, mas ele afastou-a. Não tinha o direito de tocá-la. Sentia nojo de si mesmo.

– Naruto-kun, por favor, não fique desse jeito! Não havia como você evitar...

– Perdoe-me, por favor, perdoe-me!!! - chorava convulsivamente. Hinata, em desespero, não sabia o que fazer para confortá-lo...

Ele a machucara... Pela primeira vez na vida havia quebrado uma promessa. Ele não conseguiria se perdoar...


******************************


País da Água

– Acorde, velhote!

A água fria do lago, jogada por Richi, atingiu o rosto de Jiraya em cheio, acordando-o num sobressalto. Ainda se lembrava dos momentos de horror que passara, preso ao genjutsu de Kuroi, mas não se lembrava de como havia sido capturado.

A escuridão da floresta não era nada para os kyuketsukis, seres das sombras, mas desafiava seus sentidos. Sabia pela brisa úmida da noite que encontrava-se próximo ao lago que havia investigado durante o dia. Sentia suas mãos apertadas, amarradas com uma corda. E, acima de tudo, sentia o cheiro inconfundível de sangue e morte agredindo-lhe as narinas.

– Já está acordado, velhinho? Que bom! Kuroi-sama quer brincar um pouco com você... - dizia sadicamente Richi.

Uma pequena luz iluminou a escuridão da floresta quando Yoru surgiu carregando uma tocha, um pouco à frente de Kuroi.

– Sannin dos sapos, perdoe-me pelo desconforto - dizia cinicamente Kuroi - Em minha atual situação, não tenho acomodações melhores para lhe oferecer, uma vez que fui expulso de minha casa e meu clã foi privado de sua glória e riquezas... - completava amargamente - Mas creio que, mesmo em condições tão precárias, ainda posso lhe oferecer um tratamento digno de um Sannin de Konoha!

Mal Kuroi acabara de dizer essas palavras, Jiraya contorceu-se em espasmos com seu corpo tomado por dores insuportáveis. Kuroi o torturava sem a menor piedade... Depois de alguns segundos, que para Jiraya pareceram uma eternidade, as dores pararam e Kuroi voltou a falar:

– Não é sempre que tenho a honra de ter a companhia de um "ilustre" de Konoha. Creio que essa noite será longa e agradável...

– O que você quer Kuroi?

– Seu sangue. Sua dor. Seu chakra... Apenas para começar! E depois, quero o sangue de Konoha! Quero aquela maldita Vila em chamas, iluminando a noite das cinco nações com o maior fogo que este mundo já viu!!!

– É muita pretensão! - dizia Jiraya, provocando-o - Mesmo três kyuketsukis juntos não poderão subjugar Konoha!!!

– Eu pretendia ter a ajuda de meus irmãos, mas sei que, infelizmente, não posso mais trazê-los de volta à vida... Esse é o único motivo de você ainda estar vivo!!! Quero entender como conseguiram destruir o poder que estava guardado nos ossos de meus irmãos! Quero saber o que foi que vocês fizeram!!!!!

Novamente as dores tomaram o corpo de Jiraya. Aquilo era o limite da dor que qualquer ser vivo poderia aguentar. Estava a ponto de enlouquecer. Quando as dores pararam, Jiraya ainda conseguiu reunir forças para questionar Kuroi.

– Você não vencerá Konoha, Kuroi! Mesmo exércitos poderosos já tentaram no passado e falharam...

– Ah, mas eu também tenho um exército! Um exército como esse mundo jamais viu...

A um gesto de Kuroi, a floresta pareceu ser tomada por um enxame. Jiraya podia ouvir sons guturais, como gemidos e rosnados se aproximando de onde estavam. Dezenas de criaturas, cujas vestimentas sugeriam que um dia haviam sido humanas, surgiram atrás de Kuroi.

– Ghouls... - murmurava Jiraya.

– Vejo que conhece minhas crianças! - disse Kuroi, com sarcasmo - Em breve levarei-as para brincar nos jardins de Konoha...

– Entendo... - disse monotonamente, Jiraya - FUKASAKU-SAMA!!!!!

Subitamente, ouviram uma pequena explosão de fumaça, a poucos metros de onde estavam, no exato local onde Fukasaku-sama estivera escondido.

– Um sapo espião??? - disse Richi.

– Muito esperto, Sannin dos Sapos! - dizia Kuroi, irado - Sua rã de estimação pode ter escapado, mas você será alimento para minhas crianças!!!

– Sinto decepcioná-lo, Kuroi-sama, mas terei que, respeitosamente, recusar seu convite! - Mal disse isso, Jiraya também desapareceu numa explosão de fumaça.

– COMO???!!!! MALDITOOOO!!!!! - explodia Kuroi em fúria. Yoru e Richi, já sabendo o que esperar, afastaram-se rapidamente de Kuroi enquanto ele extravasava sua raiva destruindo a floresta e alguns de seus próprios ghouls...


******************************


Monte Myoboku - Terra dos Sapos

– Jiraya-chan! Você está bem? - perguntava Shima, com aflição.

– Estou sim, Shima-sama. Vocês me tiraram de lá bem na hora!- dizia Jiraya, com um sorriso bobo.

– Sei que concordei com isso Jiraya, mas foi perigoso demais! Se a nossa invocação falhasse, a esta hora você já seria "ração" para aqueles monstros... - lamentava-se Fukasaku-sama.

– Sim, eu sei Fukasaku. Porém, era necessário. Agora eu conheço melhor os planos de Kuroi e tenho uma idéia de sua força. Precisamos voltar para Konoha imediatamente e passar essas informações para Tsunade!


******************************


Konoha

– Meu Kami, Tema-chan! Como conseguiu uma queimadura como esta??? - dizia Yoshino, seguranco o braço esquerdo de Temari.

– Não sei direito, Sra. Nara. Só sei que foi durante a batalha... - mentiu Temari. Por ordem de Tsunade, todos que haviam participado do selamento e da batalha estavam proibidos de comentar sobre o aparecimento da Kyuubi. Tsunade temia que a Vila entrasse em pânico e que voltassem a desprezar e odiar Naruto, como já havia acontecido no passado. Ele já havia sofrido demais...

– Chame-me apenas de Yoshino, querida. Vou usar esta mistura de ervas para aliviar sua dor mas não posso garantir que uma queimadura deste tamanho não vá deixar cicatriz...

– Está tudo bem, Yoshino. Sakura já olhou o ferimento e disse que não é grave.

– Com licença... - disse Shikamaru, entrando no quarto - Aqui estão as ervas que me pediu, mamãe.

– Ótimo! Vá macerando-as enquanto eu vou esquentar um pouco de água para fazer a compressa.

– Certo, "doutora"...

Yoshino sai do quarto, não sem antes dar um tapa na cabeça de Shikamaru, só para não perder o costume...

– Sua mãe é um amor, sabia?

– Ah, claro... se você diz... - senta-se na cama e a puxa delicadamente para seu colo, abraçando-a - Como você está?

– Estou bem. O braço ainda dói, mas Sakura disse que isso é normal numa queimadura provocada pelo chakra da Kyuubi. Meu Kami, eu me arrepio só de lembrar da visão do Naruto transformado naquela coisa!!! Meu irmão já foi um jinchuuriki e eu já o vi transformado, mas não dá para comparar com aquilo!

– É, eu sei. Pobre Naruto...

– E você "preguiçoso"? Não se machucou?

– Não. Tive sorte... Ah, quase ia me esquecendo: isso aqui acabou de chegar para você. - disse, mostrando à Temari um pergaminho lacrado.

– É do Gaara! - disse entusiasmada, rompendo o lacre do pergaminho. O entusiasmo foi diminuindo à medida em que lia. Isso não passou despercebido à Shikamaru.

– Tema, o que foi? Aconteceu alguma coisa em Suna?

Ela não respondeu. Levantou-se, indo até a janela onde estava o vaso com a Rosa do Deserto que Shikamaru havia lhe dado. Alisou delicadamente as pétalas, entregando o pergaminho à Shikamaru, sem encará-lo. Shikamaru, receoso, começou a ler:

Irmã,

Não posso dizer que fiquei realmente surpreso com sua partida repentina. Sei que você só faz o que bem entende e não costuma seguir conselhos. Porém, já faz um mês desde que você deixou Suna sem minha permissão. Pergunto-me se o motivo de você se demorar tanto em Konoha é realmente o interesse em confrontar os inimigos que atacaram nossa Vila ou ficar mais próxima de um certo Chuunin metido a inteligente.

Não pense que culpo o Nara, pois conhecendo-o como o conheço sei que ele é responsável o suficiente para ter tentado te convencer a ficar em Suna e, conhecendo-a como a conheço, sei que você se recusou prontamente. No entanto, você já é uma mulher adulta e sabe de suas responsabilidades.

Preciso que volte para Suna o quanto antes. Lembre-se: estou pedindo-lhe isso como seu irmão. Mas se for necessário, também lhe pedirei como Kazekage.

Um abraço de seu irmão,
Sabaku no Gaara

P.S.: Kankuro encontra-se totalmente recuperado e diz que, se você não voltar, ele vai até Konoha te buscar à força e dar um "corretivo" no Shikamaru por se aproveitar de sua "irmãzinha"...



Shikamaru não pôde deixar de achar uma certa graça naquela carta. Os dois irmãos estavam se mordendo de ciúmes... Porém, não se atreveria a rir na frente de Temari naquele momento. Ela continuava em pé, alisando sua Rosa do Deserto, totalmente alheia à tudo.

Levantou-se, abraçando sua cintura por trás e apoiando o queixo em seu ombro. Adorava o perfume de seu cabelo, a maciez de sua pele...

- Preciso voltar... - disse ela, numa voz completamente neutra.

- Não quero que vá... - E eu não quero ir. Mas a verdade é que Gaara tem razão. Vir para Konoha foi um capricho meu, eu acabei deixando todas as minhas responsabilidades e deveres para trás.

- Você tinha uma missão. Iria confrontar os inimigos que atacaram Suna...

- Uma missão que eu mesma me impus. Uma missão não-oficial não vale como desculpa, Shika... - virou-se e abraçou-o com força, como se aquele abraço fosse o último.

- Isso é tudo culpa sua, "preguiçoso"! - disse, ainda abraçada a ele.

- Hein?! O que quer dizer?

- Vou acabar chorando de novo, e a culpa é sua porque você fez com que eu me apaixonasse por você!!!

- Foi mal, "problemática"... - disse, beijando-a em seguida.

Ficaram abraçados sem dizer nada durante um longo tempo. Foi Temari quem finalmente quebrou o silêncio, surpreendendo Shikamaru.

- Aishiteru...

Abraçou-a ainda mais forte, quase em desespero.

- Aishiteru, Tema-chan...

Shikamaru não conseguia mais imaginar sua vida sem Temari, isso era fato. Ela não podia ir embora. E, no que dependesse dele, ela não iria...


******


- Sua mão ainda vai demorar um pouco para ficar boa, Hinata. Infelizmente, ferimentos causados pelo chakra da Kyuubi demoram mais para cicatrizar completamente. Digo-lhe isso por experiência própria...

Caminhavam pelo hospital em direção ao quarto de Naruto. Sakura desejava ver seu amigo.

- Está tudo bem, Sakura. Mas você deveria estar em repouso! Se Tsunade-sama vir você andando deste jeito pelo hospital...

- Eu não consigo ficar simplesmente parada. Acho que, de tanto andar com o Naruto, acabei ficando hiper-ativa também! - gracejou. Hinata deu um sorriso tímido, de olhos baixos, com a piada de Sakura. Seu estado de espírito era evidente...

- O que houve, Hinata? Está tudo bem com o Naruto? - perguntou preocupada.

- Ele se recupera rápido, Sakura. Acho que você sabe disso melhor do que ninguém... O que me preocupa no Naruto não são as feridas do corpo, mas estas aqui de dentro - disse, apontando o indicador para o próprio peito.

Sakura entendeu perfeitamente o que Hinata quis dizer. Tudo o que ele mais temia aconteceu: ele perdera o controle e ferira seus amigos. "Ele deve estar se sentindo péssimo..." – imaginou Sakura.

- Você o ama mesmo, não é? - perguntou Sakura, já sabendo a resposta.

- Eu o amo há muito tempo, desde a nossa infância. E depois que passamos a ficar juntos, algo que eu achava impossível aconteceu: passei a amá-lo ainda mais. O que me fazia admirar Naruto era sua determinação, seu jeito infantil, sua teimosia e, acima de tudo, sua devoção pelos amigos. Depois que começamos a namorar conheci também seu lado carinhoso, apaixonado, sempre preocupado comigo... Eu sonhava em ter meu amor correspondido por ele e meu sonho se realizou de uma forma que eu jamais podia imaginar, pois é raro ganharmos aquilo que desejávamos e aquilo que nem sonhávamos alcançar, tudo num mesmo dia... Não consigo imaginar minha vida sem ele...

Sakura olhava para Hinata com espanto, admiração e uma pontinha de inveja. Lembrava-se daquela menina tímida, de olhos exóticos, sempre no fundo da sala e agora via em sua frente uma mulher apaixonada, abrindo seu coração sem nenhum receio.

- Naruto tem muita sorte de ter você, sabia?

Hinata corou levemente, finalmente abrindo um sorriso mais iluminado. Entraram em silêncio no quarto, caso Naruto estivesse dormindo...

- Naruto???

A cama estava vazia. Nem sinal dele em lugar nenhum do quarto.

- EU NÃO ACREDITO QUE AQUELE BAKA FUGIU DO HOSPITAL DE NOVO!!!! - esbravejava Sakura.

Hinata estava apreensiva. Algo lhe dizia que aquilo não era um simples episódio de teimosia do Naruto...

- Sakura, avise Tsunade! Eu vou procurar Naruto! - dizia Hinata, ao mesmo tempo que saltava pela janela do quarto.

- Hinata, espere!!!! - tarde demais, ela já havia desaparecido.



******


- Tsunade-sama, acabo de ser avisada por Sakura que Naruto fugiu do hospital! - dizia Shizune, entrando no escritório.

- DE NOVO????

- Hai!

- Mande procurá-lo no Ichiraku-Ramen, com certeza ele deve estar lá...

- Já fizemos isso. Ele não está lá e também não voltou para o seu apartamento.

"Estranho..." - pensava Tsunade - Reúna os Chuunins disponíveis e procurem-no. E quando achá-lo, ordeno que o amarrem ao leito até que ele tenha alta, entendeu?

- Hai, Tsunade-sama!

Depois que Shizune saiu, Tsunade ficou sozinha com seus pensamentos. Sabia que a culpa também era dela por tudo o que havia acontecido. Ela que havia pedido emprestado a Naruto o poder da Raposa.

"Perdoe-me garoto. Fui precipitada ao lhe pedir isso..." – lamentava-se, desejando em seu íntimo que seu "neto" preferido estivesse bem...


******


- BYAKUGAN!!!

Hinata, do alto do Monte Hokage, vasculhava a Vila pela décima vez. Nem sinal de Naruto. Desceu finalmente para a Vila, encontrando os outros que a ajudavam em sua busca.

- Viu alguma coisa, Hinata? - perguntava Ino.

- Nada. E quanto a vocês?

- Isso tá muito estranho! - disse Kiba - Akamaru e eu achamos o cheiro dele, só que em todas as direções possíveis! Não dá prá entender... E quanto a você, Shino? Achou alguma coisa?

- Nada...- disse, simplesmente.

- Vamos continuar a busca, ele não deve estar longe! - disse Ino, sendo imediatamente seguida por Kiba. Hinata estava prestes a segui-los quando sentiu a mão de Shino segurando seu braço.

- Hinata, preciso lhe falar...

- O que foi, Shino?

- Eu menti. Meus insetos detectaram a presença do chakra de Naruto.

- Mas por que você não quis dizer isso naquele momento, Shino?

Tem algo estranho. Da mesma forma que o cheiro de Naruto está espalhado em todas as direções confundindo Kiba, o mesmo acontece com seu chakra. Pensando nas habilidades de Naruto só há uma forma dele ter conseguido nos confundir desta forma: Kage Bushins.

- Isso não faz sentido... Se Naruto só queria sair do Hospital por que ele se daria tanto trabalho só para nos despistar?

- Porque acredito que sua intenção não era fugir apenas do Hospital. Ele fugiu de Konoha, Hinata...

O coração de Hinata quase parou quando Shino disse aquelas palavras. Não, ele não faria isso! Ou faria?

- S-Shino, não p-pode ser! Ele não iria nos abandonar assim!!!

- Meus insetos vasculharam uma parte da Floresta. O chakra dele está espalhado por lá também. Ele saiu da Vila, Hinata. Sinto muito!

Agindo por impulso Hinata correu para a Floresta. Corria a esmo, sem saber onde procurá-lo. Em sua mente, as lembranças dele no Hospital consumindo-se de culpa, afastando-a com medo de tocá-la. Sim, era possível que ele tivesse realmente partido...

- NARUTOOOOOOO!!!!!!

Gritava em desespero, vasculhando a floresta com o BYAKUGAN, cuja visão estava comprometida devido suas lágrimas. Passou horas nesta busca infrutífera até que, finalmente exausta, rendeu-se ao cansaço deitando-se sob as árvores da floresta

"Como ele pôde???? Por que ele não me levou com ele?"– lamentava-se Hinata, ainda sem acreditar que ele realmente se fora. Entregava-se ao desânimo, sem saber mais onde procurá-lo.

Não... Havia um lugar onde ainda não o havia procurado! Um lugar que só os dois conheciam. O "lugar especial" dos dois...

Ignorando o cansaço Hinata pôs-se de pé num salto, com sua esperança reacesa. Corria pela Floresta como louca, tentando desesperadamente se lembrar onde ficava a clareira onde ela e Naruto haviam se amado pela primeira vez....


******


O Sol já havia quase se posto completamente quando ela chegou à Clareira. Apesar da luminosidade escassa, o lugar conservava a beleza que a havia encantado. Mas ele não estava lá... Aquele lugar era sua última esperança, mas não havia sinal de que ele tivesse sequer passado por ali. Sentou-se numa pedra para descansar antes de voltar à Vila. Já não conseguia mais chorar, como se suas lágrimas tivessem se esgotado.

Súbito, um brilho fraco numa árvore próxima chamou sua atenção. Caminhou até a árvore e encontou algo inusitado: um pergaminho preso à árvore por uma kunai fincada em seu tronco. No lacre do pergaminho, apenas uma palavra escrita: "Hinata".

Rapidamente, rompeu o lacre e viu o conteúdo do pergaminho:



Hina-chan,

Antes de mais nada, peço, ou melhor, imploro-lhe que me perdoe. Não estou fugindo de Konoha e nem de você, mas sim fugindo de mim mesmo...

Aquilo que eu mais temia aconteceu: eu a machuquei. Falhei com você e com seu pai, a quem eu havia jurado lhe proteger. E, além disso, feri meus amigos que lutavam ao meu lado.

Ser um jinchuuriki é carregar o fardo da solidão, do desprezo, do medo e do ódio. Pensei que já havia me livrado disso tudo ao conhecer pessoas como Sakura, Sasuke, Kakashi e, finalmente, você, a mulher que eu amo e me completa. Mas vejo agora que eu estava apenas me iludindo...

Enquanto eu carregar esse demônio dentro de mim eu jamais serei livre. Todos à minha volta correrão perigo, especialmente você que sempre está ao meu lado.

Por isso estou partindo com uma missão: dominar ou destruir a Kyuubi, antes que ela faça isso comigo. É isso ou morrer tentando, pois me recuso a continuar vivendo dessa forma: sozinho e com medo de ferir aqueles que amo.

Por favor, diga à Neji, Temari e a qualquer outro que por acaso eu tenha ferido que eu sinto muito.

Lembre-se de duas coisas: A primeira é que faço isso por nós dois, para poder um dia tê-la em meus braços novamente, sem medo. A segunda é que eu te amo! Você é a minha vida, minha alma e meu coração. Não perca a fé em mim, minha linda! Hei de vencer esse demônio por nós dois...

Aishiteru, Hina-chan.

Aishiteru.

Naruto




(continua...)



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Notas finais do capítulo

Quase matei o Jiraya neste capítulo. Só não matei porque achei que já estava dramático demais...
Obrigado por lerem!



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