O Vampiro De Konoha escrita por Caesarean Tolledus


Capítulo 12
Kuchiyose no Jutsu




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Konoha

- Como todos sabem, estamos enfrentando um inimigo poderosíssimo e imprevisível. Nunca se esqueçam de que aquilo que estamos enfrentando agora não é humano: é um monstro cujas habilidades estão além de nossa compreensão. A única forma de vencermos é trabalhando juntos e usando de astúcia e planejamento. E é por isso que vocês estão aqui, agora...

Tsunade conferenciava com o grupo de jovens shinobis à sua frente: Sakura, Ino, Temari, Shikamaru, Sasuke, Neji e Hanabi. Ao seu lado, Jiraya e Shizune também ouviam suas palavras. Súbito, a porta do escritório se abriu, com a chegada atrasada de mais dois shinobis.

- Perdoe, Hokage-sama! - dizia Hinata, muito constrangida - Só recebemos seu recado agora..

- Desculpe vo..., digo, Tsunade-sama - completou Naruto.

- A ANBU que enviei já retornou há algum tempo... Por que a demora, Hinata? E por que está aqui se não foi convocado, Naruto?

Hinata, obviamente, não poderia dizer o real motivo do seu atraso. Apesar de muito vermelha, não conseguia esconder um leve sorriso. Aquele, com certeza, fora o dia mais feliz de sua vida até agora. Vivera um momento tão mágico que não se importaria de enfrentar a fúria da Hokage, mil vezes se fosse preciso.

- Bem, Hokage... eu...

- A culpa foi minha, Hokage. - adiantou-se Naruto - Eu estava treinando com Hinata e não vimos a hora passar. Perdoe-nos - completou Naruto com uma profunda reverência.

Tsunade arregalou os olhos, mal acreditando no que vira e ouvira. Naruto estava sendo educado e respeitoso com ela???? Levou alguns segundos para que ela se recomposse antes de continuar.

- Muito bem, Naruto. Eu entendo... Apesar de você ter aparecido sem ser convocado, creio que sua presença possa ter sido providencial pois, talvez, eu precise de você. Mas vamos ao que interessa! Tenho uma missão para vocês do Time de Selamento e também para os outros que convoquei. Mas antes, creio que todos precisam conhecer o inimigo que estamos enfrentando.

Jiraya, a um gesto de Tsunade, se adiantou.

- Muito bem, jovens. Vou lhes contar algumas histórias de vampiros... - disse Jiraya, com um sorriso nos lábios.

E contou-lhes sobre os kyuketsukis, e das vezes em que Konoha teve que enfrentá-los. Não mencionou os nomes dos clãs Shiro e Hyuuga, pois só revelaria esta história se fosse absolutamente necessário. O importante, naquele momento, era que eles conhecessem a natureza das criaturas que estavam enfrentando.

- Shizune, Sakura e Ino formarão comigo o Time de Selamento - retomava a palavra, Tsunade - Shikamaru, Temari e Sasuke serão nossa segurança, caso algo dê errado, o que eu duvido, durante o selamento. Hinata, Hanabi e Neji, como representantes do clã que domina o jutsu secreto da "luz dos mil sóis", serão responsáveis pela erradicação do chakra demoníaco uma vez que ele esteja selado. Estamos entendidos?

- HAI! - responderam todos em uníssono.

- Ótimo. Ao nascer do sol, quero ver todos vocês no campo de treinamento. Dispensados!

Quando todos já estavam saindo, Naruto se fez ouvir.

- E quanto a mim? Vai realmente precisar de mim, vo..., digo, Tsunade-sama? 

Tsunade pareceu hesitar um pouco, como se estivesse prestes a dizer algo que não deveria.

- Talvez eu precise de você, Naruto. Não faço idéia do quão desgastante possa ser um selamento deste tipo e pode ser que eu precise de uma grande quantidade de chakra...

- Tsunade, já conversamos sobre isso e eu já disse que não acho uma boa idéia...- disse, aborrecido, Jiraya.

Naruto olhava para Tsunade e Jiraya, sentindo que eles escondiam alguma coisa.

- Vai participar do selamento também, Ero-sennin?

- Não, Naruto. Infelizmente, já tenho outra missão. E é por isso que não acho que isso seja uma boa idéia...

- Tudo bem, então...- disse Naruto, confuso, dando sua mão à Hinata e se preparando para sair. Jiraya, discretamente, fez um sinal à Tsunade dando a entender que ele queria que Hinata permanecesse mais um pouco...

- Naruto, você pode ir. Hinata, temos ainda um assunto a tratar... - disse, gravemente, Tsunade. 

Naruto, desconfiado, estranhou as expressões de Jiraya e Tsunade. Mas não viu motivo para não obedecer à Hokage.

- Te esperarei lá fora, Hina-chan... - disse Naruto, dando um rápido beijo no rosto de Hinata. 

- Hai, Naruto -kun.

Hinata, agora, estava sozinha frente à Hokage e à Jiraya. Não se sentia nervosa ou constrangida, mas sim muito curiosa... Para sua surpresa não foi a Hokage que se dirigiu à ela, mas sim Jiraya.

- Hinata, gostaria de lhe ensinar um novo jutsu... - disse Jiraya, sem rodeios.

- Um jutsu? O senhor quer me ensinar um jutsu???

- Sim. Um jutsu que só alguém com grande domínio do chakra pode aprender. Um jutsu que poderá ser muito útil à você e Naruto, no futuro...


******************************


País da Água

- Será que essa coisa tem sangue? - dizia, ironicamente, Richi.

- Baka! Concentre-se na missão! - esbravejava Yoru.

Corriam pelo lago, tentando chamar a atenção da enorme e bizarra criatura: o "Sanbi no Kappa", o bijuu de três caudas. Uma tartaruga marinha gigantesca, com uma carapaça impenetrável. A tarefa de Yoru e Richi era distrair a criatura, a fim de que Kuroi pudesse desferir o golpe no ponto fraco: seu único olho.

Enfurecida pela insistência de seus perseguidores o Sanbi batia suas caudas na água, produzindo ondas gigantescas. Yoru e Richi apenas saltavam e corriam para não serem esmagados pela enorme criatura. Do alto de um rochedo, bem á frente de onde a criatura se encontrava, Kuroi concentrava-se e acumulava uma quantidade enorme do chakra sombrio do Chioruby em suas mãos. Em dado momento, o Sanbi pareceu perceber o perigo e ignorou Richi e Yoru, passando a focar sua atenção em Kuroi. Seu único olho emitiu um brilho intenso, concentrando também muito chakra ali. Numa fração de segundo, antes que o Sanbi pudesse atacar, Kuroi lançou seu jutsu.

- AKUMA NO KAGE!!

Como uma sombra sólida, a energia sombria emanada das mãos de Kuroi atingiu em cheio o olho da criatura. Seu grito de agonia era ensurdecedor. Debateu-se durante alguns segundos, provocando uma verdadeira tempestade no lago. Quando seus movimentos começaram a cessar Kuroi envolveu todo o enorme corpo do Sanbi com sua sombra, paralisando-o. Com o monstro dominado, Kuroi iniciou o fuinjutsu, absorvendo lentamente dentro de si o bijuu de três caudas.

"Agora falta pouco, irmãos." - pensava - "Em breve teremos nossa vingança..."


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Konoha 

Jiraya caminhava pela floresta, ainda pensando em Naruto. "Espero que Tsunade tenha juízo e não use Naruto! Se a Kyuubi se manifestar prá valer, não sei o que pode acontecer... Naruto tem sorte de ter uma garota como aquela Hyuuga. Essa moça tem uma força que ela mesmo desconhece..."

Sua missão era tentar localizar o paradeiro dos kyuketsukis. Mas não faria isso sozinho...

Ao chegar na beira de um lago, parou. Aquele era o lugar ideal para sua invocação. Rapidamente, mordeu o próprio polegar e, com seu sangue, fez o selo de invocação. 

- KUCHIYOSE NO JUTSU!

Uma pequena explosão fez surgir um pouco de fumaça e, daquela fumaça, surgiram dois sapos de aparência exótica. Eram um casal, ambos usando uma espécie de manto. O macho tinha grandes sobrancelhas e uma barba branca e a fêmea tinha uma cabeleira cacheada e roxa.

- Gama-sennin, há quanto tempo! - disse o macho.

- Achei que nunca mais precisaria de nós... - disse, ironicamente, a fêmea.

- É uma honra revê-los Fukasaku-sama e Shima-sama. Sempre precisarei da sabedoria de vocês, meus amigos! Konoha enfrentará um grande perigo em breve e preciso dos olhos e ouvidos de todos os sapos!

- Quem você procura? - questionou Shima.

- Uma criatura que já foi humana, um dia. Kuroi, um dos kyuketsukis originais.

- O kyuketsuki???? Está vivo? - questionou Fukasaku.

- Para nossa desgraça, sim. É possível que ele tenha criado mais dois kyuketsukis e é por isso que preciso de vocês. Não estamos conseguindo rastreá-los e precisamos antecipar suas ações pois é fato que eles pretendem atacar Konoha. Precisamos saber o que eles pretendem.

- Convocaremos toda a família imediatamente, Jiraya - respondeu Shima.

- Nós os acharemos Gama-sennin. Não se preocupe...- emendou Fukasaku.

- Conto com vocês, meus amigos...


******


A noite em Konoha seguia tranquila.

Shikamaru tentava se concentrar na partida de Shougi que estava jogando com seu pai, mas sua atenção era constantemente desviada pelas vozes de Temari e Yoshino, conversando animadamente na cozinha. Apesar da personalidade forte das duas, elas haviam se entendido perfeitamente. Shikamaru perguntava a si mesmo se isso era bom ou ruim...

- Está distraído demais, Shikamaru. Se isso fosse uma batalha de verdade, você estaria morto...- disse Shikaku, após finalizar o movimento que lhe deu a vitória. - O que o perturba?

- Diga-me, pai... você é feliz com a mamãe?

- Plenamente feliz! - respondeu Shikaku, sem hesitar - Mesmo após todos esses anos, sinto que minha vida não seria nada, além de vazia, sem a sua mãe. Mas por que me pergunta isso?

- A mamãe parece estar sempre brava com você! Parece que se as coisas não saírem exatamente do jeito que ela quer o mundo pode acabar a qualquer momento...

Shikaku não conseguiu segurar uma pequena risada. Aquela era mesmo Yoshino, tal qual Shikamaru a descrevia.

- Sim, é verdade. Sua mãe tem uma personalidade forte e é uma mulher muito ativa. É exatamente por isso que nosso casamento deu certo.

- Como assim? 

- Você puxou a mim, Shikamaru. Somos mais contemplativos, "preguiçosos" até eu diria... Gosto de levar a vida sem pressa e de pensar antes de agir. Se eu fosse igual sua mãe, provavelmente nosso casamento teria fracassado pois viveríamos em constante atrito. Mas, da forma como somos, nós nos complementamos: Ela é a força que me tira da inércia e eu sou o freio para os seus impulsos. Uma combinação quase perfeita!

Não era difícil para Shikamaru perceber a sabedoria contida nas afirmações de Shikaku. Se ele tivesse a mesma personalidade de Yoshino, e vice-versa, aquele casamento seria simplesmente impossível... Os pequenos "destemperos" de Yoshino eram um preço pequeno a se pagar, afinal de contas...

- Você ainda não me respondeu, Shikamaru. Por que me perguntou isso? - insistia Shikaku, mesmo já sabendo a resposta.

Shikamaru olhava para Temari e Yoshino, conversando como velhas amigas enquanto bebiam chá na cozinha. Sorriu, inconscientemente, com a cena.

- Por nada, pai. Apenas analiso as possibilidades... - respondeu, enquanto arrumava novamente o tabuleiro.


******


- Há alguma coisa que queira me dizer, Hina-chan?

-Não, meu amor. Nada que seja importante...- respondeu Hinata enquanto o abraçava.

Hinata sentia-se perturbada desde a reunião da tarde. Havia aprendido com um dos lendários sannins um jutsu poderoso e sentia-se mal por não poder compartilhar aquilo com Naruto. Sabia que aquilo era para o bem dos dois, mas, ainda assim, sentia-se mal por esconder qualquer coisa dele.

Sentia, também, um constrangimento natural próprio daqueles que experimentam uma intimidade inédita. Cada beijo, cada abraço, agora tinham um significado especial.

Naruto despedia-se de Hinata, em frente ao portão da mansão Hyuuga quando, sem que nenhum dos dois percebesse imediatamente, um chakra diferente se fez presente.

Hiashi Hyuuga os observava à uma curta distância, de braços cruzados, e com cara de "poucos amigos"...

Naruto, que percebera primeiro a presença do patriarca dos Hyuuga, soltou Hinata delicadamente, mas sem se intimidar. Desde a conversa que tivera com ele, há quase um mês atrás, já não se sentia tão "deslocado" na presença dele.

- Hyuuga-sama... - cumprimentou, respeitosamente, Naruto.

- Naruto-san... - respondeu Hiashi.

Hinata apenas olhava, sem reação. Já achava admirável o fato de seu pai dignar-se a cumprimentar Naruto de forma tão respeitosa...

- Hinata, se não se importar, gostaria de conversar com Naruto a sós...

- Pai...

- Está tudo bem, minha linda - disse Naruto, tranquilizando-a.

Hinata, a contra-gosto, deu um último beijo no rosto de Naruto, entrando em seguida... Não estava preocupada, apenas curiosa. Mas respeitou, incondicionalmente, a vontade de seu pai.

Mesmo depois de Hinata ter entrado, Hiashi ainda permaneceu algum tempo em silêncio, aumentanto a expectativa de Naruto.

- Soube que amanhã vocês selarão o chakra dos outros kyuketsukis....

- Eu só observarei... - respondeu Naruto.

- Naruto, quis falar com você esta noite por dois motivos: o primeiro é para pedir que proteja Hinata amanhã, a qualquer custo.

- Não precisava se dar ao trabalho de me pedir, Hiashi-sama. Eu faria isso, de qualquer forma...

- O segundo é para lhe dizer que... bem...

- Que controle a Kyuubi caso ela resolva aparecer, não é? - completou Naruto, adivinhando os pensamentos de Hiashi...


- Bem, sim...- respondeu, constrangido, Hiashi - mas não é só isso. De certa forma, você agora faz parte de minha família. Creio que há alguns detalhes que você precisa conhecer.

E Hiashi contou a Naruto a história que Jiraya já havia lhe contado mas sem omitir os detalhes referentes aos clãs Hyuuga e Shiro. Naruto, surpreso, preocupou-se com Hinata.

- Hiashi-sama! Isso significa que os kyuketsukis buscam vingança!

- Sim, Naruto. Perdoe-me por não lhe ter dito nada antes, mas este é um segredo que nos traz grande vergonha. Nem Hinata sabe totalmente de todos os detalhes desta história sórdida. Ela, com certeza, será alvo desta vingança também. Preciso de sua ajuda Naruto-san...

Esta é uma situação que Naruto jamais imaginaria: proteger o clã Hyuuga. Mas não poderia ignorar o apelo de Hiashi pois Deus sabe o quanto esse pedido de ajuda havia custado a seu orgulho. Não poderia fazer por menos...

-Hiashi-sama, conte comigo!




(continua...)



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Notas finais do capítulo

AKUMA NO KAGE = sombra do demônio
KUCHIYOSE NO JUTSU = técnica de invocação
Prometo um pouco mais de ação no próximo capítulo....



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