8 anos atrás

     Todas as crianças que estavam naquela creche no dia estavam reunidas na grande mesa que tinha no centro lanchando. Menos uma. Uma garota estava sentada num canto comendo seu lanche sozinha, assim como fazia todos os dias. Tinha longos cabelos lisos e pretos que lhe davam uma aparência assustadora, eles tampavam seu rosto quase todo, só deixando a mostra um pouco de seu olho esquerdo e a metade de sua boca. Ela comia desanimada enquanto assistia as outras crianças se divertindo.

     O nome dessa garota era Yukarrara Nadeshiko. Como seus pais trabalhavam o dia inteiro ela saia da escola no almoço e passava o dia todo na cheche, ate as oito da noite. Havia voltado das férias no dia anterior e já se sentia cansada de estar ali. Lembrava do rosto e nome de cada uma das crianças, mas nenhuma nunca falava com ela. Então viu uma garota nova entrar e se dirigir ate a mesa onde as outras crianças estavam. Ela era muito fofa, vestindo um vestido rosa com babados brancos e com seus longos cabelos cacheados num tom de castanho claro.

     _Oi._ Ela disse tímida para todos._ Me chamo Kanae Yuki.

     _Kanae, igual aquela outra menina, a Aya._ Um menino disse.

     _É, sou prima dela.

     _Que azar o seu, depois do que ela fez na ultima semana de aula tenho muito medo dela._ Uma outra menina disse se abraçando._Bem eu sou Kaede._ Nadeshiko que ouvia a conversa não entendeu,a tal Aya era amiga de todos antes, mas Nadeshiko não tinha ido as ultimas semanas por isso não sabia o que ocorreu. Depois todas as crianças se apresentaram amigavelmente.

     _E aquela?_ Yuki pergunta apontando para Nadeshiko.

     _O nome dela é Nadeshiko. Ela é estranha e assustadora, não fala com ela ta._ Um menino disse._ Desde que ela chegou nunca falou com ninguém, por causa daquela aparência assustadora demos pra ela o apelido de Sombria.

     _Ok, não falarei com ela._ Yuki diz.

     _Tambem demos um apelido a sua prima, Rainha das Sombras, porque ela é tão maléfica que parece que pode controlar as sombras, como uma bruxa._ Kaede diz rindo.

     _O que a Aya?_ Yuki diz como se Kaede tivesse dito algo idiota._ Ela não é de nada.

     _Ela chegou._ Um menino diz assustado olhando para a porta. Uma menina também muito fofa entra. Tinha cabelos ruivos presos em Maria Chiquinha, e vestia uma saia jeans com uma meia calça rosa choque, sapatilhas rosa bebê e uma blusa lilás.

     _Oi Aya!_ Yuki grita sorrindo.

     _Oi oi!_ Aya responde e vai ate a sacada e se senta sozinha ali, como era uma cheche a sacada era bem segura.

     Mais tarde enquanto Nadeshiko fazia sozinha seu dever de casa, pois a baba da creche também não se aproximava muito dela Aya aparece em sua frente.

     _Oiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!_ Aya diz sorrindo e assustando Nadeshiko._ Eu fiz um desenho pra você._ Ela diz mostrando um desenho delas duas de mãos dadas sorrindo, muito bonito pra uma menina de nove anos._ Quer ser minha amiga?

     _Ham?_ Nadeshiko fica muito confusa com aquilo e vira a cara._ Tanto faz._ Murmura.

     _EBAAAA!_ Aya grita abraçando ela. Nadeshiko fica vermelha e incomodada então não retribui, mas Aya não liga._ O que você quer fazer?

     _Tanto faz.

      _Bem então eu decido, vamos jogar vídeo game.

      _Mas tem uns meninos jogando.

     _Sem problema._ Ela diz puxando Nadeshiko pela mão ate a TV, ela parou na frente dos meninos, Nadeshiko estava atrás dela se escondendo. Quando os meninos vêem a Aya largam os controles irritados e vão embora.

     _O que foi isso?

     _Nada._ Aya diz sorrindo e as duas vão jogar. Passaram o dia jogando, foi super divertido. Ate que a baba diz para Nadeshiko que seus pais chegaram e ela vai embora.

     Ela ao sair logo vê o carro de seu pai e entra. Eles nem se dão oi e ela senta no banco de traz e fica o caminho todo olhando pela janela. Ao chegar ambos saem do carro sem nem olhar um pro outro e entram em casa. Sua mãe estava no sofá com seu irmão Iushin de dois anos no colo. Ao ver ela ele sai do colo da mãe e vai correndo feliz ate Nadeshiko.

       _Nee nee!_ Ele diz abraçando as pernas dela.

     _Oi Yushin._ Ela diz se agachando e o abraçando. Isso ate sua mãe sem cerimônia segura-lo o afastando de Nadeshiko e o levando de volta ao sofá.

     _Não sabe fazer nada se não atrapalhar._ A mãe diz irritada.

     Nadeshiko sentida vai para seu quarto, toma banho no banheiro de seu quarto, come um salgadinho que tinha em suas gavetas e depois dorme.

     Depois disso ela e Aya ficaram muito amigas, estavam sempre juntas e longe de todas as outras crianças. Com isso se passaram seis meses, e as férias de meio de ano começaram. Somente Aya, Nadeshiko e Yuki continuavam a freqüentar a creche.

     As duas estavam entrando na creche juntas, quando passaram por Yuki que estava na entrada essa pois o pé para que Aya caísse. Quando ela caiu como sua mochila estava meio aberta suas coisas voaram longe. Nadeshiko foi catar. Pegou seus livros da escola e seu caderno de desenho, mas sem querer deixou varias coisas caírem de novo. O caderno de desenho se abriu numa das ultimas paginas. Na direita estava desenhadas varias pessoas mortas formando um monte uma encima da outra e na pagina a esquerda estava uma garota com roupas fofas segurando uma faca pingando sangue. Nadeshiko se assustou pensando ser outro caderno, mas estavam as mesmas borboletas na capa, o nome de Aya e as primeiras folhas tinham desenhos fofos e felizes, depois vinham folhas em branco e começavam desenhos assustadores. Então Aya pega o caderno de sua mão o guarda na mochila e sai correndo.

     Ela ficou um tempo atordoada e depois correu atrás de Aya. Quando a achou viu ela chorando sentada na pia do banheiro.

     _Você não que mais ser minha amiga neh._ Aya diz.

     _Não, nós vamos ser amigas pra sempre ta bom._ Ela diz e a abraça.

     _Você é a única pessoa que gosta de mim._ Aya diz chorando mais.

     Chegando o dia seguinte as três estavam a mesa fazendo tarefas. Aya e Nadeshiko conversavam animadamente. Yuki já estava muito irritada por as duas não falarem com ela, agora que não tinha mais nenhuma criança ali queria a amizade de sua prima de novo, mas não gostava nem um pouco de Nadeshiko. Então Aya foi ate o banheiro.

     _Sombria._ Yuki a chama pelo apelido que Nadeshiko tanto odiava._ Você vai parar de falar com a Aya, não é pra vocês serem mais amigas._ Ela diz e Nadeshiko só a ignora. Irritada Yuki pega o caderno que Nadeshiko escrevia e o joga pela janela, como estavam no oitavo andar já era.

     _Por que você fez isso?_ Nadeshiko diz com vontade de chorar.

     _Agora prometa que não será mais amiga da minha prima.

     _Mas a Aya é minha única amiga._ Nadeshiko diz já com voz de choro.

     _Não é problema meu._ Yuki diz e joga seu livro pela janela também. _Prometa._ Ela ordena.

     _Não posso._ Nadeshiko diz começando a chorar.

     _PARA DE CHORAR!_ Yuki grita a empurrando. Nadeshiko cai junto com a cadeira no chão batendo forte as costas no chão e da um grito._ PROMETA!_ Ela diz com raiva._ HAAAAI!_ Ela grita sentindo uma forte dor na mão. Quando vê Aya que já estava ali tinha enfiado um lápis com a ponta bem afiada  em sua mão, chegou a perfurar e estava sangrando. Aya puxa o lápis e começa a sangrar muito. Yuki fica de joelhos chorando muito alto e segurando sua mão. Aya segura os cabelos dela puxando para cima.

     _Nunca mais chegue perto da Nadeshiko._ Ela diz com uma voz tão fria que nem parecia dela. Nadeshiko olha para ela assustada, seus olhos estavam tão frios que davam medo._ Prometa._ Ela diz cinicamente lembrando o que Yuki falava antes e cortou seus cabelos com uma tesoura que pegou em seu estojo, encostando no couro cabeludo que só não cortou sua cabeça pois a tesoura era de criança. Então ela chutou suas costas a deixando deitada no chão e pegou uma cadeira e a jogou em cima dela.

     _PARE COM ISSO!_ A baba diz assustada entrando e vendo a cena. Nadeshiko caída sobre sua cadeira, Yuki com a mão sangrando, cabelos cortados chorando desesperadamente  e Aya jogando uma cadeira que era de madeira e ferro em cima dela com força. A baba corre empurrando Aya pro lado e indo socorrer Yuki.

      As três foram levadas ao hospital. Yuki estava em um leito e Nadeshiko e Aya estavam na recepição.

     _Por que você fez isso?_ A baba pergunta nervosa.

     _Porque eu quis baka!_ Aya diz de modo grosseiro. A baba começou a dar um sermão enorme enquanto Aya brincava com os dedos ou mexia no cabelo sem dar e mínima. Quando a baba foi chamada Aya continuou com a mesma atitude desinteressada. Nadeshiko nem conseguia falar com ela, não sabia quem era aquela.

     _Aya._ Nadeshiko chama depois de criar coragem.

     _Que é?_ Aya diz do mesmo modo grosseiro que assustou Nadeshiko já que ela falaria assim ate com ela. Mas então a mãe de Aya chegou, no mesmo momento Aya ficou assustada e voltou a ter as mesmas expressões de sempre. A sua mãe sem dizer nada só foi a puxando pelo braço embora morrendo de raiva.

     _Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa._ Aya ficou repetindo e chorando enquanto a levavam.

     No dia seguinte Yuki faltou pois sua perna foi quebrada com a cadeira e ela estava no hospital ainda. Nadeshiko estava na mesa fazendo seus deveres quando Aya chegou, mas ela não falou com Nadeshiko indo ate a sacada desenhar. Então do nada Nadeshiko aparece La e a abraça.

     _Não se preocupe, eu disse vamos ser amigas para sempre._ Nadeshiko diz.

     _Mas._ Aya não retribui o abraço._ Eu sou ma.

     _Mesmo que você faça coisas ruins sempre vou te acobertar, não vou ligar._ Com isso Aya retribui o abraço chorando. Quando se separam Nadeshiko vê varias marcas rochas em seus braços e pernas._ Que isso?

     _Ha._ Aya fica bastante triste._ Meu pai bebeu ontem e me bateu._ Ela diz olhando pro lado. Nadeshiko só abraça ela.

     Ela ficaram juntas por mais um ano ate que Nadeshiko mudou de cidade e as duas perderam contado.

     Aya agora tinha dezessete anos, depois de Nadeshiko não teve mais nenhum amigo. Ela era super bonita e popular na escola, mas apesar de falar com todos não considerava ninguém. Porque ate podiam gostar daquela Aya, mas não iriam gostar se conhecessem ela de verdade. A ela que aparece as vezes ela querendo ou não. Era tão incontrolável que Aya a considerava como outra pessoa e a chamou de Rainha das Sombras, seu apelido quando criança.

     Ela estava jogando um jogo de RPG de madrugada quando ouviu sua mãe atender o telefone na sala. Uma hora algo a chamou atenção para ouvir a conversa.

     _Não da, ele pagou os juízes para deixarem a Aya comigo. Ele é um ex marido ridículo, alem de se separar de mim ainda deixa o lixo pra que eu tenha mais problemas._ Uma longa pausa._ Não é, ele compra aquele menino estranho e não quer ficar com a própria flha. Eu sei que também não a quero, mas não estou comprando crianças por ai. As vezes desejo que ela morra para poder me livrar dela._ Depois de ouvir aquilo Aya só pode começar a chorar, chorou a noite toda.

     No dia seguinte foi pra escola com o rosto sem emoções e cheia de olheiras. Ao sentar em seu lugar na escola que estudava, a única escola particular daquela pequena cidade sua prima Yuki aparece do lado de sua cadeira.

     _Oi._ Ela diz sorrindo como sempre. Aya só a olha de canto de olho e ignora abrindo seus cadernos._ Olha a classificação._ Yuki mostra a lista dos melhores alunos da escola._ Eu ganhei em primeiro lugar. Per-de-do-ra._ Assim que diz isso Aya vira de frente para ela e da um sorriso cínico e então da um chute na barriga dela a jogando no chão, toda a sala se cala assistindo assustados.

       _Vai mostrar essa porcaria de lista para que se importar com ela._ Aya diz pisando em sua barriga, Yuki não estava respirando direito._ Priminha querida._ Diz sinicamente. Um garoto segura Aya por traz, mas ela se desvencilha dele facilmente._ Não se preocupe, estou indo para a direção. Alguem leve ela também._ Diz sem se importar com nada e vai calmamente andando na frente. Yuki estava um pouco atrás sendo ajudada por um garoto, ela não falava nada, morria de medo quando essas coisas aconteciam, mas já fazia mais de um ano que não acontecia, pelo menos não quando ela estava por perto.  Quando  Aya virou num corredor viu o namorado de Yuki encostado na parede olhando pro nada._ Oi._ Ela diz tocando o ombro dele e sorrindo, ele fica parado só olhando para ela ate que Aya beija ele. Ela abre os olhos um pouco depois vendo Yuki e o garoto virarem no corredor vendo a cena. Yuki vira o rosto com vontade de chorar. Então Aya se separa dele e volta a andar ate a direção.

     Como punição Aya tem que por uma semana ficar depois das aulas na sala de castigo. Quando chegou La depois das aulas as cadeiras estavam em circulo, haviam outros alunos e um professor. Aya se sentou onde não tinha mais ninguém. O professor pegou uma folha, leu e se dirigiu para um garoto meio fofo, com cabelos pretos.

     _Você só brinca na aula é o que diz aqui. Ryuukimaru, isso de novo._ O professor diz entediado.

     _Eu já sei de tudo, é perda de tempo prestar atenção na aula. E eu estudo em casa o que é      preciso._ Ele diz desinteressado.

     _Certo, mas você não acha ruim estar gastando o dinheiro de seus pais com essa escola atoa?

     _Meus pais são nobres do Japão, isso é como comprar balinhas, um dinheiro que não faz falta._ Ele diz e o professor suspira, não valia a pena discutir.

     _Você é da mesma sala do Ryuukimaru neh. Nunca tinha vindo antes, o que você fez. Aqui só diz que algo seu foi confiscado pelo professor._ Ele diz se dirigindo para uma garota de olhos verdes, cabelos negros extremamente lisos e longos, estava sentada perfeitamente com as pernas cruzadas e com o rosto frio.

     _Sou Lyli Blackwolf  e eu não fiz nada de mais._ Ela diz calmamente.

     _Essa é uma das revistas que foram confiscadas dela._ Ryuukimaru mostra uma revista hentai. O professor envergonhado pega logo ela e esconde._ Ela parece ser uma boa aluna, mas é só uma otaku pervertida.

     _Professor por favor não leve em conta o que um garoto que vem a escola só para brincar diz. Essa revista é de um amigo que por brincadeira pois em minha mochila._ Lily(Fenrir) diz calmamente.

     _Você não parece mentir, pode ir._ O professor diz.

     _Mentindo descaradamente heim Lily._ Ryuukimaru diz.

     _Não te dei permissão para me chamar pelo meu primeiro nome, pra você é Blacwolf. E Ryuuki não se intrometa em meus assuntos._ Ela diz fria e calmamente.

     _Mas você esta me chamando pelo meu primeiro nome, e ainda o diminuiu como um apelido.

     _Eu te chamo como quiser, ou não posso?Oh filho de nobres do Japão._ Ela diz sarcasticamente._ E vou falar Ryuuki sim, pois o seu nome certo é longo e chato. Então eu faço como quiser._ Ela diz pegando a revista do professor, colocando em sua mochila e indo embora calmamente.

     _Ninguem merece gente rica. _ O professor lamenta.

     _Oi garota, você é tão fofa e perfeita. Sou Keri, quem é você?_ Um garoto alto e bonito diz para Aya enquanto o professor se distrai.

     _Cala a boca idiota._ Uma garota ruiva de olhos dourados puxa a Keri pro lado irritada.

     _Calma Tsuki.

     _Como calma, culpa sua estou presa aqui, eu queria poder sair para comprar aquele jogo novo, mas cul...

    _Tsuki._ Uma mulher ruiva chama na porta junto a uma mulher mais velha de cabelos castanhos em coque. Tsuki suspira e vai ate La._ Não acredito que isso aconteceu de novo, você é uma desepção para mim.Você ficou ate tarde jogando de novo neh?_ pergunta achando ridículo. É por isso que aquele garoto antes preferiu sua irmã do que você. Mas é obvio ele queria uma garota, com “a”. Mas uma garota que só joga vídeo game e mal se arruma ta mais é pra garoto._ Ela diz em tom esnobe.

     _ Ele queria uma garota qualquer como minha irmça, por isso a escolheu. E eu não quero um namorado inútil para me fazer perder tempo. E isso não tem nada a ver com o que ta acontecendo._ Tsuki diz irritada.

     _Quer saber, você é uma sem futuro mesmo._ A mãe diz e vai embora deixando somente a mulher mais velha que vestia roupa de empregada.

     _O que realmente aconteceu?_ Ela pergunta amigavelmente.

      _Fiquei ate tarde no computador e dormi na aula.

     _Mas porque você estava culpando o Keri.

     _Porque é o trabalho dele me acordar.

     _Certo, professor eu estou levando a Tsuki ta bem._ Ela diz e o professor concorda.

     _Brigada Ecler san._ Tsuki diz saindo.

   Pouco depois eles foram dispensados e foram para suas casas, ao chegar em casa Aya vê sua mãe na porta. Ao vê-la imediatamente volta a sua personalidade boba.

     _Aya eu vou viajar e você ta indo agora mesmo para ficar uma semana com seu pai. A empregada já arrumou suas malas.

     _Certo._ Aya diz se abraçando com medo.

     _Ate mais._ Nadeshiko deu tchau para seu irmão o deixando na porta de sua escola e foi andando ate a sua própria agora. Haviam mudado no inicio do ano de volta para sua cidade natal e ate agora ela não tinha feito amigo nenhum, mas nem que estivesse La a anos não teria amigo algum. Sua única amiga foi a Aya, mas mesmo tendo voltado a cidade sem a creche não poderia encontra-la. E ela estudava na única escola publica da cidade e pelo que lembrava Aya era bem rica. Enquanto andava distraída nesses pensamentos acabou por esbarrar em alguém.

     _Era só o que faltava pro meu dia ficar pior, uma retardada esbarrar em mim._ O garoto diz irritado, então fica quieto prestando atenção nela._ Você é a estranha isolada que me falaram. Uma idiota como você devia tomar cuidado pra não perturbar os outros. Sabe fazer seu melhor para parecer que não existe.

     _Isso seria mais fácil se você fizesse o favor de fingir que eu não existo._ Ela responde irritada e magoada com suas palavras, ela não ficava sozinha porque queria.

      _O que? Eu não vou facilitar seu trabalho, não seria divertido. Mas vou te dar uma dica, essa aparência de fantasma pode não ser o suficiente para te fazer inexistente, tem gente que acredita em fantasmas.

     _Eu não acredito, é o suficiente._Nadeshiko tentou não parecer  magoada por ele lhe chamar de fantasma.

      _Certo, Nadeshiko neh. Só quero te avisar que tomarei seu lugar de melhor aluno da escola, mas você devia ficar feliz. Assim existira menos ainda. Quando ver o nome Dante Blackbird(Red)  em primeiro lugar já sabe.

     _Me deixa em paz._ Nadeshiko diz com a cabeça baixa e seus cabelos negros tampando seu rosto e entra na sala. Senta em seu lugar e fica olhando pela janela chateada, ele a fez se sentir mais só que o normal. Dante Blackbird, era filho de um milionário que por viver criando problemas era expulso de todas as escolas. E por isso agora estava numa escola publica, só podia ser carma.

     Logo começa um tumulto na porta da sala, Nadeshiko conseguia ver dali. O Dante estava discutindo alto com uma garota. Ela estava com jeans rasgados e moletom com tolca cobrindo seu rosto, mas pouco de seus cabelos castanhos saiam pela blusa. Depois de discutir muito ela tentou dar um soco nele, mas outro menino a segurou. Ele era bem bonito, com cabelos castanhos arrepiados e olhos castanhos.

     _PARA AMY!_ Ele grita e segurando._ Você será suspensa de novo._ Ele diz e ela para de se debater. Então Dante vai embora calmamente rindo dela.

     _Brigada por isso Poke._ Ela diz apesar de não estar feliz._ Olha mais garotas inúteis me deram cartas ridículas para entregar para você.

     _E cadê as cartas?

     _Eu joguei no lixo._ Ela diz e vai se sentar. Nadeshiko se sentia um pouco parecida com ela, mas odiava garotos como Poke, legais cheios de meninas ao redor. Então Kumo o menino que sentava a sua frente chega, ele sempre chega atrasado e sai correndo. Pois mora sozinho com sua irmã mais nova e tem que trabalhar, esta sempre fazendo deveres de casa atrasado.

     A professora chega e passa um trabalho em duplas, Nadeshiko odiava aquilo. Ou seria  a única só, ou ficaria com alguém que por azar ficou só e que odiaria estar com ela. Nadeshiko fica reparando que alem dela tinha mais um garoto que não falava com ninguém. Kyle(Vingador) um garoto que morava num orfanato porque ninguém queria adota-lo ate hoje. Obvio que a professora os pois juntos. Ao se sentar ao seu lado ela não disse nada e ele só a ignorou. A professora deu duas folhas e era para a dupla resolver as questões junta. Mas Kyle logo pegou uma folha e começou a fazer só, então Nadeshiko pegou a outra. Quando do nada uma menina mais nova entra na sala ,tinha longos cabelos lilás e olhos azuis.

     _Você é o Vingador não é?_ Ela grita apontando para Kyle, toda a sala olha. A professora fica vermelha de raiva por ela entrar assim do nada._Eu sou Reinaze, sou Rein no WOU. Não acredito que o meu companheiro Vingador é da mesma escola que eu.

     _Não acredito que minha perseguidora irritante é da mesma escola que eu._ Ele diz sem olha-la.

     _Que malvado._ Ela faz um bico._ EU gosto tanto de você._ Ela diz e o abraça.

     _Saia daqui agora._ A professora diz a puxando para fora.

     _NÃÃÃÃO! Vingador ajuda!_ Ela grita enquanto é levada.

      Nadeshiko achando aquilo ridículo fica muito feliz quando o sino toca e corre para ir lanchar. Se senta só numa mesa, mas como estava lotado duas meninas muito parecidas foram sentar com ela. Ela suspirou pesadamente, aquele não era seu dia de sorte.

     _Ai minha mãe me deu duas Jeans e um salto também._ Uma delas diz._ E pra você Emilly o que a mamãe te deu de natal.

     _Nada Inari, você já sabe, então precisa mesmo ficar tentando me fazer inveja?_ Emilly pergunta comento um bolo de chocolate.

     _Não preciso neh. Já que só pela mamãe amar só a mim, e só dar presentes a mim enquanto você usa roupas apertadas e surradas é o suficiente._ Inari diz como se fosse normal._ Então meus amigos vão La em casa amanha, então faxine a casa e faça bolo para amanha.

     _Claro neh, já que você é delicada de mais para fazer algo.

     _E sou mesmo, e também mamãe vai te por de castigo se não fizer o que eu mandar.

     _Que seja, não vou fazer nada._ Emilly diz abrindo uma vasilha com vários brigadeiros.

     _Você tem que fazer, porque desde que o papai morreu não tem ninguém para te defender. Então vai ficar de castigo._ Depois de dizer isso Emilly ficou calada pois estava com vontade de chorar.

     Depois de um dia em que Nadeshiko fracassou em ficar sozinha chegou em casa se jogando na cama feliz por sua solidão. Mas era aniversario de seu irmão e teve que sair pra comprar algo, no centro um moço lhe deu um jogo . Chegando deixou o presente no quarto de seu irmão e foi para seu quarto ver o tal jogo, se chamava war in the other universe. O jogo havia sido lançado a somente três semanas e já era bem popular. Ao fazer sua personagem escolheu ser uma semi gata druida, pintou seus cabelos de rosa, seus olhos de azul e pois um óculos  para ficar um pouco diferente. Como era uma excluída na vida real decidiu jogar e não ser uma derrotada no jogo também. Pois seu nome de Sombria, o seu apelido maldoso da infância. E pois Rainha Sombria para rivalizar com a mais forte jogadora do jogo todo, a Rainha das Sombras, que é uma jogadora do mal que ganha experiência sulgando a energia e roubando outros jogadores. Porem o nome rainha das Sombras lhe parecia familiar, mas não lembrava muito bem.

     Nadeshiko agora Sombria desvenda o enigma do cajado da lua, no caminho para o local onde o cajado estaria encontra a tão falada Rainha das Sombras. Mesmo ela sendo muito mais forte Sombria não foje e a Rainha diz que ela lhe lembrava alguém diz que Sombria pode a seguir. Como uma estratégia para derrotá-la depois Sombria aceita, mesmo que tenha que ser uma personagem do mal também para isso.

     Ela vai a seguindo depois de pegar o cajado. A Rainha prendia em gelo cada personagem que encontrava e depois sulgava sua energia ate a sua morte, isso fazia com que ela subisse muitos níveis rapidamente. Como ela não podia fazer isso muitas vezes seguidas as duas prendiam vários jogadores em uma cabana na floresta.

     _Você acha certo fazer isso com os outros?_ Um garoto pergunta irritado.

     _É só um jogo, não da nada._ Sombria diz, embora sentisse um pouco pelos jogadores, não queria que a Rainha gostasse menos dela, em só cinco dias acabou por se apegar muito a ela. Mesmo sendo uma pessoa fria e maldosa.

     _Não importa se é certo, o que importa é que é divertido ver vocês desesperados querendo sair dessa cabana._ A Rainha diz sorrindo para ele enquanto procura algo na bolsa dele. Encontra uma chave e a pega.

     _Não, foi muito difícil pegar isso, levei uma semana me devolva.

     _Uma semana, que azar o seu. Porque agora isso é meu._ Ela diz e guarda a chave._ Você não esta sendo um menino bonzinho, eu não gosto de gente que reclama._ Ela diz aproximando seu rosto do dele._ Acho que vou te deixar preso aqui por uma semana antes de mata-lo para que reapareça na praça dos iniciantes._ Ela diz e beija a ponta do nariz dele, ele fica hipnotizado olhando nos olhos dela ate que ela perfura seu braço com gelo desfazendo a hipnose._ Sangue é bom para poções.

     _E você, como pode ser amiga de alguém ma como ela?_ Ele pergunta para Sombria.

     _Não importa quantas coisas ruins ela faça, vou apóia-la._ Sombria diz.

     _Verdade?_ A Rainha pergunta emocionada, e diferente de sempre não parecia uma bondade falsa. Então ela vê a estaca de gelo no braço do garoto._Ha, desculpa._ Diz desesperada tirando a estaca e amarrando o machucado com pano._ Você ta bem?_ Ela pergunta, mas ele não responde achando que era algum fingimento dela, mas não parecia. Sombria estava bem confusa, parecia a...

     _Aya._ Sombria diz. A Rainha se assusta, mas depois abraça ela e começa a chorar.

     _Que saudade._ Ela diz super feliz.

      Aya criou a personagem Rainha das Sombras no jogo para poder estar sempre com sua personalidade ruim. Escolheu uma raça e uma classe do mal e começou a ganhar experiência dos modos mais sujos. Porem depois de descobrir que Sombria era a Nadeshiko não conseguia mais se manter ma, já que essa personalidade vinha de toda a raiva e tristeza que sentia. Porem agora estava completamente feliz, acabou sendo gentil ate com os prisioneiros pois a Aya real não conseguia ser ma com ninguém. Depois que a Sombria se deslogou foi caminhando pela trilha da cidade lembrado de quando as duas estavam na creche e sorrindo.

     _Era para você ser ma, por que esta sorrindo alegremente?_ Uma voz aterrorizante ecoa, quando ela procura vê um homem de capa preta._ Se continuar sendo boa perdera o respeito que o medo de você lhe traz. _Ela fica triste com essas palavras, mas não conseguia voltar a personalidade ma feliz como estava._ Não consegue é._ Ela se assusta pelo ser ler seus pensamentos._ Então eu ajudarei você, pegue._ Ele joga aos seus pés um colar com pingente de concha, ela fica se perguntando o que seria aquilo._ Com isso poderá criar outra personagem, use a com sua personalidade boa. Assim com esse colar poderá trocar quando quiser entre as duas, mesmo que esteja feliz poderá permanecer com a Rainha das Sombras que eu adoro e se quiser poderá mesmo triste ou com raiva permanecer como a outra.

     Então a tela de criação de personagens aparece. Aya cria uma nova personagem um pouco parecida com a Rainha das Sombras, mas com um cabelo loiro mais claro, olhos azuis e rosto mais delicado e fofo, lhe da o nome de Yume.

     _Essa personagem só terá a metade dos níveis da Rainha das Sombras. E eu te darei outro presente._ Ele diz e desaparece, a Rainha fica o procurando com os olhos ate que sente algo no dedo, quando olha seu dedo esta pingando sangue e ele esta de volta em sua frente. Ele esta com um pergaminho com desenhos, no centro deles estava uma gota de sangue dela. Então o pergaminho desaparece e outro ser de capa preta aparece, porem esse não parecia humano, parecia só haver energia maligna por baixo da capa, mas nenhum corpo._ Esse é um guardião do portão do inferno agora você pode invoca-lo.

     _Por que isso?_ A Rainha pergunta desconfiada.

     _Lembra a caverna que você descobriu que daqui a dois dias abrira um portal para outro mundo. Na verdade é necessário que alguém abra o portal, eu dou esse dom a você. Se quiser poderá abri-lo. Porem esse portal leva outra dimensão, algo como esse jogo porem real. Se abrir o portal você e todos os outros que passarem ficaram presos para sempre nesse mundo._ Então ele e o guardião desaparecem.

     _Como se eu fosse acreditar nisso._ Ela diz e então resolve deslogar. Aya levanta da cama para ir tomar banho, porem quando fica na frente do espelho vê aquele mesmo homem de capa preta refletido no espelho, olha para traz e não tem ninguém ali.

     _Isso te prova que é real._ A voz dele ecoa assustando Aya, suas pernas tremem de medo e ela cai no chão se abraçando._ Então sabe, se abrir o portal ficara presa em outro mundo e nunca mais poderá voltar para este._ Então sua imagem desaparece do espelho.

     Aya estava muito assustada, não conseguiu dormir a noite toda. No fim decidiu nunca mais voltaria a jogar, era macabro o que aconteceu na noite anterior. Aquele jogo devia ser amaldiçoado e também ela nunca que prenderia varias pessoas em outro mundo, que tipo de pessoa horrível faria isso, os jogadores tem família e amigos. Alem de que deveria ser perigoso.

      Nezumi era filho de um homem pobre que o odiava, então esse homem o vendeu para um bilionário. Porem o seu novo pai era muito assustador. Assim Nezu  passa todos os seus dias trancado no seu quarto com medo do homem. Ele não vai a escola nem nada, a empregada lhe leva comida pois ele tem medo de sair e encontrar seu “pai”. A principio o pai não morava na mesma mansão que ele, porem ele se separou de sua mulher e mudou para a mansão que Nezu ficava. Mesmo assim ele pouco se importa se Nezu esta ali trancado no quarto ou não, ate se ele esta morto naquele quarto ou não. Nezu se perguntava então porque ele o comprou.

     Seu pai tinha uma filha verdadeira que as vezes ia La, uma tal de Aya. Porem como Nezu não aparecia e ninguém falava dele ela não sabia, nem nunca saberia. Nezu acordou um dia com um carro chegando, viu que era Aya pela janela. Sem se importar tomou seu café que a empregada lhe deixou na mesa e foi jogar seu novo jogo, estava viciado naquilo.

     Passa o dia jogando, ate que a meia noite para pra tomar banho. Quando saiu do banho viu pela janela que seu pai chegou, estava claramente bêbado. Daqui a pouco começa a ouvir gritos de Aya, coisas quebrando e outros barulhos. Logo os barulhos acabam e a mansão fica num completo silencio. Nezu só tentou não se incomodar, como o pai estava bêbado devia ter batido em Aya de novo. Agora ela devia estar no quarto ao lado do seu chorando baixo.

     Depois de um bom tempo olhando pro teto Nezu resolve ir ver a menina. Abre a porta com cuidado para não fazer barulho, vendo que o pai devia estar em seu quarto sai, aproveitando a brexa da porta ele observa a garota de cabelos ruivos toda roxa chorando deitada no chão. Ele não consegue dizer nada, só fica ali olhando. De repente os olhos dela se tornam frios e ela para de chorar se levantando do chão. Ela anda sensualmente ate o espelho e fica olhando sua imagem friamente. Então toca o espelho e da um sorriso cínico.

     _Eu não me importo._ Diz ao espelho._ Pouco importa a vida de todos que ficarem presos comigo eu só quero sair desse mundo, para sempre ou não pouco importa. Se os parentes e eles mesmos sofreram com saudade pouco importa. Se morreram, se se machucaram pouco importa. Eu só quero sair daqui._ Ela diz friamente ao espelho sorrindo ainda. Então se conecta ao aparelho de realidade virtual que tinha em seu quarto.

     Nezu começa a pensar que depois de apanhar tanto ela ficou doida. Resolve ignora-la e volta para seu quarto. Então resolve ir jogar também.