Uma Nova Chance escrita por Satine


Capítulo 30
Capitulo 30




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POV Tom

Por que ela tinha que ter dito que me amava?

Quando acordei na manhã seguinte o quarto ainda exalava aquele perfume de campo, mas Luna não estava mais lá. Tomei um banho e me preparei para ir ao Ministério, dei uma olhada nos gêmeos que brincavam com Lyn e quando saí da mansão para aparatar tive uma péssima surpresa.

Alícia Montgomery estava rodeada de dementadores e segurava Luna desacordada e pálida.

— Largue-a! – Ordenei.

— Ah olá Tom! Imagine que bela refeição Luna Lovegood não seria a meus dementadores, uma criaturinha cheia de memórias felizes, eles iriam adorar sugar a alma dela.

Senti algo gelar dentro de mim. Não sou capaz de amar, mas apenas me importar com ela já é uma grande fraqueza.

— Não é ela que você quer, sou eu.

— Ah, mas por que não fazer você sofrer antes de te matar? Não é isso que você fazia com suas vítimas? – Ela disse vitoriosa, semicerrei os olhos e cerrei os punhos, se ela tocasse em um fio de cabelo de Luna eu a mataria, ou melhor, eu a mataria de qualquer maneira.

— E-ele não é mais essa pessoa. – Luna sussurrou e continuou com mais firmeza: – Ele não é mais Voldemort.

— Calada, garota tola. – Disse a mulher de vermelho jogando Luna no chão, os dementadores voaram em direção a ela, eles a atacavam e se alimentavam de suas lembranças boas.

Expecto Patronum. – Gritou Harry Potter e seus aurores, Ralf Scamander e Kingsley Shecklebolt estavam com eles. Os dementadores recuaram, mas minha raiva só aumentava, eu ia matar Alícia. Ralf correu para socorrer Luna.

— Agora é só entre nós. – Digo à Alícia e aponto a varinha em sua direção.

— Riddle, nós cuidamos daqui em diante. – Disse o Ministro apontando a varinha para Alícia.

— Você está atrapalhando. – A bruxa fez um gesto como se espantasse uma mosca antes de apontar a varinha para ele. – Avada Kedavra. – Ela o atacou antes que ele pudesse se defender, eu poderia tê-lo protegido, mas não quis.

Houve um duelo entre Alícia e eu, ela era boa, mas eu estava só me divertindo, quando me cansei fiz com que ela recuasse até o muro da mansão e fiz com que ele caísse em cima dela quando ela menos esperava.

— Não é páreo para mim, Alícia. Pense pelo lado positivo, vai se encontrar com sua família e amiguinhos de sangue ruim logo logo. – Digo com um sorriso sarcástico antes de encostar a varinha em seu pescoço, queria ver a luz deixar os olhos dela.

— Riddle, não! Abaixe a varinha. – Ordenou Potter. – Nós vamos cuidar de Alícia, ela vai voltar para Azkaban.

[...]

Alguns minutos mais tarde, o sol entrava forte na mansão, Luna estava acordada e comendo um chocolate, sentada no sofá, junto dos dois pequenos, Potter, Weasley e Scamander ainda estavam lá.

— Você está bem Luna? – Perguntou Potter e Luna balançou a cabeça assentindo.

— Vamos aproveitar que estamos aqui e revistar a casa Riddle. – Quem anunciou foi o Weasley. – Se encontrarmos algo suspeito, o levamos para fazer companhia a Alícia em Azkaban.

— Vá em frente. – Digo de má vontade. E eles revistaram a casa, quando não encontraram nada, Potter se virou para mim.

— Fale... Em língua de cobra, fale, você pode ter escondido algo que só se abrirá com a ofidioglossia. – Ele disse ajeitando os óculos, eu olhei para a cicatriz, ele tinha matado a parte de mim que vivia dentro dele, então não tinha mais a habilidade.

— Devia ter deixado a horcrux dentro de você viva Harry, agora você não é tão especial. – Eu o provoco. – Abra.

O quadro de Salazar Slytherin na sala fez um clique e a lareira se tornou uma escada que levava ao esconderijo onde guardava as varinhas de minhas vítimas, livros de magia negra, horcruxes destruídas e tudo de suspeito que não havia no restante da casa. Suspirei, eles não podiam pensar que eu iria para Azkaban sem lutar, então empunhei a varinha ficando preparado.

— Quadros. – Disse o Weasley quando saiu do esconderijo e eu franzi a testa. – Só tem quadros lá dentro.

— Quadros? – Perguntou Potter confuso.

— Pedi a Tom que guardasse os meus quadros lá dentro, não ficam expostos e duram mais. – Explicou Luna com simplicidade. Olhei surpreso e confuso para a Lovegood.

— Está tudo bem, Harry, Rony. Talvez a pessoa que tenha denunciado Tom estivesse enganada.

— Bom, não temos mais nada para fazer aqui Rony, é melhor irmos. Tchau Luna.

— Tchau Luna. – Disse o Weasley emburrado.

— Tchau Harry, Tchau Rony. Ralf, será que podemos dar uma volta no jardim? Crianças, vocês podem ficar com o tio Tom um pouquinho?

— Tio! – Uma das crianças me chamou erguendo os bracinhos para mim e eu revirei os olhos, antes de ir até o bebê.

— O que é coisa pequena? Você está melhor? Não nos assuste mais desse jeito, está bem? – Digo para o pequeno e depois olho para o outro. – Ou era você que estava doente? Eu juro que quando vocês crescerem, eu não vou mais confundir vocês.

— Pa-pa.

— Está lá fora com a minha Luna. – Digo emburrado.

— Tom.

— Muito bem, acertou meu nome, nada de tio.

— Colo. – Pediu erguendo os bracinhos de novo.

— Você está brincando, não é garoto?

— Colo. – Pediu dessa vez mais alto.

— Não vou te dar colo garoto, eu não gosto de crianças. – Digo, mas o garoto fica me olhando com aqueles olhos arregalados enevoados, idênticos ao de Luna e eu sou vencido, desajeito eu o pego no colo e sento no sofá, suas bochechas também são enormes e eu quase sorrio. – Não pode me culpar por não gostar de crianças, a ultima vez que tive contato com uma quase fui morto, sabia? E o desgraçado ficou só com uma cicatriz.

— Pa-pa. – O outro falou.

— Ele já vem Lysander, para de ser mimado. Acho que eu acertei o seu nome bate aqui.

Ouvi uma risadinha e vi Scamander e Luna tinham voltado.

— Não queria atrapalhar esse momento fofo. – Disse Luna.

— Para de ser boba e pega essa coisinha, vai. – Digo erguendo o garoto para ela que o pega ainda rindo.

— Se importa se eu passar algum tempo com eles, Luna? Uma semana. – Pediu Scamander que segurava o outro no colo.

— Sem problemas.

— Bem eu já vou então, se cuida. – Ele deu um beijo na testa dela e foi embora levando as crianças enquanto brincava com elas com a maior facilidade, eu nunca ia ser pai, não que estivesse nos meus planos, eu tinha que me focar agora, em ser ministro da magia, agora que Shecklebolt estava morto.

Um silêncio pairou na sala principal da mansão quando Scamander foi embora. Luna olhou para mim e sorriu.

— Foi o Ralf, ele estava vindo para cá ver as crianças quando viu que Alícia estava me atacando, ele chamou o Harry, o Rony e o Ministro. – Ela explicou.

— Eu teria dado conta dela se eles não tivessem aparecido. – Digo com desdém.

— Tudo bem.

— E quanto aos quadros? – Pergunto franzindo a testa.

— Eu não queria que você fosse para Azkaban, suas coisas ainda estão lá e não tem quadro nenhum, foi um feitiço de ilusão, não pegaria o Harry, mas o Rony sim, ele melhorou muito, mas ainda não é muito atento.

— Você é muito inteligente, Luna, feitiços de ilusão não são para qualquer um.

— Muito gentil de sua parte. Eu acho que tenho que ir embora agora, não estou mais correndo perigo. O que você vai fazer? – Ela perguntou enquanto fazia um feitiço para que seu malão descesse até a sala principal.

— Provavelmente virar ministro da magia, me aproximei das pessoas certas para que isto acontecesse e a população de Londres vai estar de acordo, tenho sido um nome bastante citado no Profeta Diário ajudando o ministério e as pessoas realmente acham que eu mudei.

— É... Boa sorte, então. – Ela disse segurando o malão. – Ah, Tom, se puder, vire esta pedra três vezes e pense na sua mãe, talvez ela possa te explicar porque você teve uma segunda chance. Aposto que não foi pra cometer os mesmos erros.

Luna se foi deixando uma pedra em minha mão e várias perguntas em minha cabeça. Olhei para a pedra negra com o símbolo das relíquias da morte, o mesmo símbolo do colar no pescoço da loira.

[...]

Nos dois dias que se seguiram, falavam muito em me colocar como Ministro interino enquanto os bruxos votavam em quem seria seu novo Ministro da Magia, aceitei mesmo que odiasse política era a forma mais fácil de atingir meus objetivos agora, o mundo da magia sem a escória.

Em minha sala na mansão, em cima da escrivaninha, de um lado eu tinha a poção preparada para a realização de uma horcrux, do outro tinha a pedra que Luna tinha me entregado. Olhava de uma para a outra e passei a mão pelo rosto sem saber o que fazer. Por fim, peguei a pedra e a virei três vezes, na mesma hora uma mulher de cabelos negros escorridos e com a aparência de um fantasma apareceu, eu não parecia nada com ela, mas seu sorriso quando me viu foi algo único.

— Meu filho. – Ela se aproximou e colocou sua mão sobre a minha, mas eu não senti nada além de um vento gelado, ela não podia me tocar, ela se entristeceu por isto.

— Por quê? Por que teve um filho com a escória trouxa? – Perguntei com raiva.

— Eu o amava.

— E por isto morreu, não se preocupe, eu te vinguei.

— Não, eu morri, pela falta de compreensão, Tom não entendia nada sobre bruxaria, se entendesse. Morri porque não fui correspondida, Tom, mas hoje ele entende.

— É minha culpa. – Disse um homem que era idêntico a mim.

— Saia daqui. – Digo entre dentes para o fantasma. – Não quero falar com você.

— Não me deu tempo para falar antes de me matar Tom, mas eu sinto muito, não sabia da sua existência.

— É mentira. – Sussurrei. – Você é um mentiroso. – Dessa vez gritei furioso.

— Querido, nós só queremos que você saiba que é amado, muito amado. – Disse a mulher.

— Eu não sei o que é isto.

— Não sabe? Amor é eu continuar a te amar mesmo depois de tudo o que você fez, mas isto é amor materno Tom, Luna não vai te esperar se cometer os mesmos erros.

— Gostaria de ter te conhecido melhor, tenho o acompanhado algumas vezes Tom, é um grande bruxo, só tem muito ódio dentro de si. – Disse o homem que eu deveria chamar de pai.

— Não era isto que eu queria. – Uma voz forte ribombou no escritório e um homem de vestes longas e antigas, barba, mas nenhum cabelo e, olhar forte e frio se aproximou. – Me reconhece Riddle?

— Salazar... Slytherin. – Arregalei os olhos.

— Em minha época os bruxos eram queimados em fogueiras, embora muitos tenham conseguido escapar, não eram todos, por isto eu odiava os trouxas, mas se podem viver em harmonia, por que não? Claro que não são todos que estão preparados e ainda considero bruxos superiores aos trouxas, mas com os anos pude ver que ter sangue trouxa não diminuiu a grandeza de muitos bruxos, você é um exemplo Riddle.

— Eu o decepcionei? – Perguntei ao fundador.

— Em alguns momentos, mas de todos os meus herdeiros, foi o que mais me orgulhou Tom.

— E então eu posso amar? – Perguntei à minha mãe que sorriu.

— Claro que pode querido.

— Obrigado. – Disse a ela que sorriu mais abertamente e acenei com a cabeça para meu pai. – Eu gostaria de ter mais tempo com vocês, conhecê-los.

— Você vai ter. – Disse meu pai. – Mas antes precisa fazer as escolhas certas.

— Acho que eu não posso continuar com isso, vocês continuam comigo mesmo que eu não tenha a pedra.

— Sempre. – Disse minha mãe, Mérope Gaunt Riddle.

— Adeus então.

— Melhore a imagem que todos têm de minha Casa, Tom. – Pediu Salazar e eu soltei a pedra, todos desapareceram.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Mereço reviews?
Até o próximo capitulo
Beijos ♥



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