Luna apreciou a companhia de Ralf para tomar um chocolate quente no Café da Madame Puddifoot em Hogsmeade e ele era realmente muito bom, Lorcan e Lysander estavam com eles e ela se divertiu, mas quando notou que começava a anoitecer ela teve que ir embora, estava um pouco ansiosa para saber onde Riddle ia levá-la. Deixou os gêmeos com Lyn e se arrumou, colocou um dos vestidos negros, um justo até a cintura e rodado depois dela com o comprimento até o joelho, um all star azul escuro e até arrumou os longos fios loiros mal-cuidados colocando uma presilha azul que combinava com o tênis, por ultimo colocou brincos de estrela do mar e estava pronta.

Encontrou-o na sala principal da mansão com belas vestes bruxas da cor negra. Ele sorriu ao vê-la.

— Olá.

— Está muito bela, Luna. – ela sorriu em agradecimento.

— Me deixou curiosa para saber onde vamos.

— Era a ideia. – ele disse lhe oferecendo seu braço, Luna riu e aceitou, os dois aparataram para um restaurante bruxo que ela nunca tinha freqüentado, parecia aquele tipo de local que somente bruxos de puro sangue ricos freqüentariam, uma veela era a recepcionista e os recebeu muito bem indicando uma mesa no final do salão. Luna ficou encantada com o lugar, penas de escrita rápida anotavam os pedidos que eram levados por elfos domésticos de smoking e gravata borboleta.

— Nunca vi elfos domésticos vestidos tão bem. – confidenciou Luna enquanto faziam o pedido, embora que pelas expressões nos rostos deles, Luna podia jurar que o traje não fazia com que eles fossem bem tratados e certamente não os tornava livres. – Pensei que roupas os fariam se tornar livres.

— Não nesses casos, seus donos ordenaram que vestissem isso, não quer dizer que o traje seja deles, não foram presenteados com esta peça de roupa. Tenho que lhe devolver algo. – ele lhe deu sua varinha, Luna sentia falta dela e colocou-a logo atrás da orelha por precaução.

Luna também notou a decoração, luzes coloridas flutuando em contraste com os detalhes em marfim e dourado do restaurante, era um lugar muito bonito.

— Como passou à tarde?

— Foi muito agradável, Ralf e eu fomos ao Café da Madame Puddifoot. – disse Luna com simplicidade e Tom riu debochado e revirou os olhos. – Não gosta de lá? Não caçoe dele.

— Tinha coisas mais importantes para fazer quando fui aluno de Hogwarts do que freqüentar esse tipo de lugar e nunca, eu nunca caçoaria do Sr. Scamander. – disse com ar condescendente.

Luna lhe lançou um olhar de repreensão, mas não conseguia conter um sorriso quando estava com ele, seu sarcasmo a divertia, mas também a fazia se sentir culpada.

— Coisas como aprender magia das trevas eu suponho. – alfinetou e apertou os lábios. Riddle assentiu com um único e breve aceno, não adiantava tentar dizer o contrário, não subestimava a inteligência de Luna, não mais.

O jantar foi servido e Luna agradeceu ao elfo doméstico antes de voltar sua atenção a Riddle.

— Pois você devia ter visitado, é um lugar legal, aconchegante. – disse Luna e sorriu com a careta de Riddle enquanto ela falava do Café da Madame Puddifoot. – Talvez eu deva te levar lá.

— Quer dizer que temos um segundo encontro? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha e Luna abaixou o olhar para sua comida, sentindo as bochechas esquentarem.

— Talvez. – disse pegando a taça e tomando um longo gole de vinho, ela precisaria de mais daquele líquido vermelho sangue, doce e alcoólico para continuar aquele jantar, Tom tinha o dom de deixá-la desconcertada, era sarcástico e sombrio e ela parecia gostar cada vez mais.

— Posso te servir mais um pouco de vinho? – ele perguntou como se lesse sua mente.

— Quer me embriagar Tom? – brincou, mas aceitou mais um pouco do vinho.

— Claro que sim Luna para poder me aproveitar de você. – ele disse enquanto servia o vinho, e Luna se perguntou se era uma daquelas ocasiões em que as pessoas dizem a verdade fingindo que é brincadeira para a outra pessoa pensar que é mentira, ou talvez fosse exatamente o contrário, Luna riu internamente de seu próprio pensamento louco meio paranóico, enquanto semicerrava os olhos por cima da taça de vinho.

— Não acredito que você consiga enganar tantas pessoas, antes e agora. – disse Luna pousando a taça de volta na mesa.

— As pessoas só vêem o que querem ver, antes elas só viam o jovem brilhante e órfão, agora só vêem o Lorde redimido, claro que saber atuar bem ajuda, mas eu não acho que conseguiria te enganar por muito tempo.

— São os olhos, eles são a janela da alma, pode exibir seu sorriso mais gentil Sr. Voldemort, mas os olhos não mentem. – disse Luna se debruçando na mesa e lhe contando como se fosse um segredo antes de sorrir, Tom se sentia incomodado quando ela o olhava tão intensamente com aqueles olhos arregalados e enevoados, parecia que ela era capaz de ver sua alma, de ver o que mais ninguém via.

— Você quer sobremesa?

— Claro, eu quero pudim.

A noite se seguiu com Luna bem mais descontraída e Tom achou que nunca tinha se divertido tanto, levou-a de volta para a mansão depois que provou o pudim que ela insistira tanto para que ele comesse.

— Foi uma noite ótima. – ela disse tirando a capa de Tom que estava em seus ombros, Luna se sentia feliz e quente agora que tinham entrado na mansão e os ventos da noite não estavam mais a atingindo, sentia até um pouco de sonolência. – Mas agora você tem que ir comigo no Café da Madame Puddifoot.

— Eu esperava que você tivesse esquecido isso. – Luna tombou a cabeça para o lado, os olhos esperançosos. – Está bem, a gente pode ir. – Tom sabia que nunca poderia negar algo a ela quando ela o olhasse daquele jeito.

— Que legal. Obrigada por isto. – ela disse lhe devolvendo a capa e Tom notou que ela tinha as bochechas mais rosadas que o normal, estava um pouco mais estabanada também e a varinha quase caía de sua orelha, certamente ela tinha tomado um pouco mais de vinho do que devia, ele sorriu, arrumou a varinha de Luna e desceu a mão suavemente de sua orelha pela sua bochecha até chegar ao queixo. – O-o que está fazendo?

— Me aproveitando de você. – ele sussurrou, parando apenas para apreciar mais um pouco a expressão surpresa de Luna, os olhos arregalados, o queixo para cima, a boca entreaberta, era quase como se ela tivesse pedindo que ele a beijasse e ele o fez.

Sua capa e a varinha dela caíram no chão, e o barulho da madeira contra o chão fez Luna se distanciar, ela pegou a varinha que tinha caído e se voltou para ele. Merlin sabia como ela queria continuar aquele beijo, mas precisava ir com calma e estava morrendo de sono, então ela apenas segurou sua mão, sem dizer nada e o guiou para o andar de cima para seu quarto, onde deitou na cama sem trocar de roupa ou tirar os sapatos.

— Boa noite Tom Riddle. – ela disse lhe dando um beijo na bochecha. Ele a viu adormecer e se deitou ao seu lado, ao lado de sua Luna.