Isso aí! Ano Novo!

Já se passaram o dia 21/12/2012, vulgo fim do mundo, e o Natal, onde Kujo quase precisou ir para o hospital. No dia 31, eu fui meio que obrigada à ficar um tempinho com os meus pais, sendo que eles sabiam que eu teria uma festa de fim de ano para ir.

Ótimo. Minha mãe deu uma de alouca, e fez aquelas mil e uma recomendações tipo: Não bebe, não come ou bebe nada que te derem, se proteja, não deixa o seu namorado te machucar, não arruma confusão e blábláblábláblá.

Lá pelas oito, o Kujo fez questão de sair antes, e passar de novo em casa para “simular que ele estava me levando até a festa”. Ele me levou até a casa da Helena, que chamou todos nós, inclusive o Hector, Nina e companhia da casa da praia.

No caminho, eu notei que Kujo ficava muito bem de branco, mas muito bem mesmo. Uma bermuda e camiseta da mesma cor, só que a camiseta tinha escrito em azul “O MUNDO NÃO ACABOU!”.

Chegamos lá na festa e tinha um monte de comida na mesa, vários lanches de metro e bebidas de todos os tipos. A Helena apareceu toda animadinha, com seu fofo vestidinho branco e nos recepcionou muito bem.

No meio da festa, Benten tirou uma baita garrafa de sake para que dividíssemos, faltando poucos minutos pra meia-noite, Kujo apareceu com aquela sacolinha do Natal.

‒ Tó — Ele disse—É pra você usar hoje, no resto da festa.—Abri a sacola e meti a mão dentro, mas não tinha nada.

‒ Não tem nada.

‒ Exatamente. —A contagem regressiva começou e ele pegou duas taças de champanhe para nós. Quando faltavam apenas cinco segundos, ele deu um sorriso— Te amo Eliza. Feliz ano novo.

Ele me tascou um pequeno beijo e nós dois viramos os copos.

O_O_O

Acordei com uma puta dor nas costas. Me espreguicei e percebi como estava.

Na. Pior. Maneira. Possível.

Resumindo: Seminua, com a lingerie meio esgarçada, o cabelo parecendo um ninho de rato, com a bunda apontada para a lua, encima do peito nu do Kujo; tá, minto, em cima da nudez total dele; Ele amarrado pelos pulsos na cama de alguém, com marcas estranhas no corpo inteiro, e com uma puta dor de cabeça e azia.

Quando me dei conta de como estava, quase dei um pulo e saí de cima dele. Olhando para o quarto, cheio de garrafas de cerveja, roupas brancas e outros itens comecei a suar frio.

O que raios aconteceu noite passada?

Me levantei e me vesti, saindo atrás dos outros. Num cômodo, Hector e Nina pareciam dormir tranquilamente. Em outro Helena estava deitada no meio de Pedro, Guilherme e com Benten em cima de si. Isa estava pendurada numa viga da casa, Camila dentro da geladeira, Júlia parecia exausta jogada no meio da sala, com Kon e Nando sem camisa e um monte de cartas jogadas por aí.

Vendo que não acordariam tão facilmente, subi até o topo da escada e tirei uma daquelas buzinas infernais do meio da sala e aprrtei sem dó.

Todos se levantaram, seminus, cobertos por lençóis, com uma cara de ressaca total, Kujo me olhou com uma dor esquisita e amassou uma Neosaldina e um Engove para depois cheirá-los.  

‒ O que raios aconteceu ontem à noite?—eu gritei.Todos fizeram um “shhhhh” coletivo.

‒ Pega aquela fita que está em cima da TV, tá tudo gravado.—Benten falou.

Eu coloquei e dei o play.

O cinegrafista ligava a câmera e encheu um copo, um monte de champanhe em um copo. Depois deu um close em mim e Kujo, olhando os fogos, mas depois passeou a câmera por outros lugares.

Helena olhava instintivamente para Guilherme e Pedro, eles discutiam enquanto bebiam um monte.

‒ Vamos lá, que tal consertar a rachadura no teto?—Ela falou

‒ Quem sabe um dia.—Guilherme comentou.

‒ Pedro liberaria no ato.—ela replicou. Guilherme a olhou com olhos sedutores, depois tentou segurar Pedro que quase caía de tão bêbado.

‒ Heleninha—Ele falou—Quero comer você!

‒ Quem sabe um dia?—Ela comentou, cheia de gosto

‒ O Pedro liberaria no ato.—Ele suspirou. Ambos se olharam e Pedro começou a fazer um barulho indecifrável, depois se pegaram com tanta ferocidade que largaram Pedro naquela cama e deitaram ao lado dele, sem ligar.

A câmera muda e aparece a Isa tentando subir na viga mais baixa de madeira, ela tira os sapatos de salto e se ependura, logo arrumando uma posição mais confortável e vomitando de monte.

A Câmera muda novamente, e Kon, Nanda e Júlia jogam uma mistura de strip poker com truco. Pois cada vez que um perde a rodada, eles patiam na cara do perdedor com a carta e tiravam uma peça de roupa dele. Logo Nando se dá por vencido e cai de uma maneira exausta no chão.

A câmera dá um zoom e mostra Kon contando piadas eróticas sem-graça à Júlia.

‒ Então, ficou rapando assim!—Ele alternava os dedos mas raspando-os— É POR ISSO QUE BARBA ATRAPALHA NA HORA H!

‒ QUE DESPRESÍVEL!!—Júlia dá uma risada histérica e cai sem forças no chão, ainda rindo.

Aí a câmera muda novamente e mostra Eu em cima da Kujo, segurando um cinto, ele só de cueca Box preta e eu de lingerie.

‒ Quem é o meu gatinho?—Eu pergunto com uma voz manhosa.

‒ Sou eu! Nyah~~--Ele fala muito acanhado—Me castiga Eliza!!—Eu bato com o cinto nas pernas dele e ele enverga da dor e prazer.

A Câmera vira e mostra Benten, totalmente Bêbado ele ajusta a câmera ele dá um sorriso mole.

‒Não devemos dar Viagra para esses dois nunca mais!—ele ri um monte e desliga a câmera.

Com o fim do vídeo, não sei quem estava mais envergonhada eu, Helena o até Kujo. Pedro tinha uma cara de puro nojo.

‒ Não acredito que vocês treparam do meu lado!—Ele se levantou e arrumou as roupas.—Vamos para casa!

Guilherme deu um beijo na mão dela e saiu andando junto com Pedro e todos se despersam. Na volta para casa, Kujo se transformou em gato e entra pela porta de trás. Minha mãe ao ver que eu chego em casa.

‒ Tá voltando tarde hein?—Ela cruza os braços—Pelo menos valeu a pena.

‒ Valeu, valeu sim mãe.