Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 38
Parte XXXVIII – Um novo Alguém.


Notas iniciais do capítulo

[EDITANDO]

Olá, queridos e amados leitores! Eu sou Candy (Ou C-Chan) e estou aqui para dar um aviso importantíssimo para os novos e antigos leitores de Que Chegue Até Você.
Francamente? Eu não gostei tanto desse capítulo para considerá-lo um bom epílogo (o final perfeito que essa fanfic, definitivamente, merece!), então eu pensei em ouvir o meu coração de escritora!
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Como eu mesma não estou satisfeita com o trabalho desse epílogo (e alguns dos meus mais consideráveis leitores também não acharam o fim desejado), pensei apagá-lo, mas ao invés disso, vou considerá-lo como um capítulo e fazer um epílogo digno (ao menos ao meu ver).
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Espero que gostem. :)



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Parte XXXVIII – Alcançando

Mal havia anoitecido, mas o senhor Hiashi Hyuuga já estava deitado em sua sempre confortável cama de casal. Vestia um pijama de seda gostoso que a falecida esposa havia lhe comprado, e naquele momento, encarava o lugar vazio de Suzuki, que estava de plantão. Provavelmente, cuidando de sua nova neta, a pequena Mayume Uzumaki, que ele ainda não havia conhecido e nem tinha esperanças de conhecer.

Desde que Hinata e Naruto se casaram, há cinco anos, o velho senhor decidiu que o melhor a se fazer era, de fato, se afastar. Assim como Naruto lhe jogara nas fuças naquela discussão, ele havia feito muito mal para todos, e implorar por perdão não era algo que ele, como o Hyuuga orgulhoso que era, estava acostumado a fazer. Tudo isso, claro, eram apenas desculpas para sua falta de coragem.

Os negócios da família, agora, estavam nas mãos de Hanabi e Neji, que havia voltado para a vila por volta de dois anos atrás, com a esposa e um garotinho da idade de Rikka chamado Yuuta, que fora adotado no exterior.

Hanabi estava realmente feliz com a vida atual. Ela tinha muito contato com Hinata, por isso estava na casa dela, naquele momento, como babá da filha mais velha dos Uzumaki. Ela estava noiva de Konohamaru, antigo estagiário e atual agente e braço direito do cunhado. Embora Hiashi não tivesse gostado do relacionamento no começo, agora considerava o garoto como um filho.

Esse sentimento, entretanto, deixava-o confuso. Ele sabia – tinha toda a certeza do mundo – que Konohamaru era como uma cópia quase igual de Naruto – só que com um passado menos sujo. Portanto, não se cansava em perguntar-se se poderia de alguma forma, após envolver-se com o primeiro genro chegar a ter um relacionamento tão bom quanto o que tinha com Tenten e Konohamaru. – Isso é impossível. – Ele sorriu desgraçadamente com a conclusão, e suspirou.

Levantou-se ao se dar conta de que não conseguiria pregar os olhos naquela noite, pois ao badalar da meia noite, ele completaria longuíssimos cinquenta e cinco anos. Talvez fosse por isso que ele se sentia tão inquieto. O fato de estar velho, cansado e sem coragem de reatar a relação com a filha tão amada.

Ele seguiu para o bar que ficava em um canto da sala de estar. Hiashi não era muito de beber, mas ele estava realmente cansado e precisava dormir. Portanto, encheu a taça de vidro com uma dose generosa de uísque e tomou o líquido em um gole. Antes que ele pudesse tomar o segundo copo, entretanto, a campainha soou.

O velho olhou para o relógio e surpreendeu-se, pois de fato, já era muito tarde. A campainha tornou a soar e ele, curioso, deixou o copo de lado para atender à inesperada visita. Talvez fosse apenas Suzuki, que tinha esquecido as chaves.

Ele puxou o interfone no corredor do hall. – Pois não? – Ele murmurou no fone.

– Sou eu, Hyuuga. – A voz de Minato Namikaze soou, e o velho, por um instante, sentiu-se estático. Algo teria acontecido à Hinata?!

Apavorado com a ideia, ele se apressou em abrir a porta, e correu para fazer o mesmo com os portões. O fato de o genro estar dentro do carro com cara amarrada, segurando o volante não o acalmou. – O que foi? Algo aconteceu à minha filha?! – Ele se apressou em questionar o senhor Namikaze. Minato, entretanto, negou.

– Não é nada demais, não se preocupe. Será que eu posso entrar para conversarmos? – Mesmo que inicialmente tivesse hesitado, Hiashi deu espaço para que ele adentrasse a residência.

Juntos, eles seguiram para a sala de visitas e enquanto bebiam uma dose de vinho que fora servida pelo dono da casa, este não deixou de notar, com certa inveja, a diferença entre ambos. Minato era apenas dois ou três anos mais jovem que Hiashi, mas parecia ser décadas.

Talvez pelo fato de ser mais feliz.

Suspirando desgraçadamente, Hiashi tornou a beber. – Você se arrepende do que fez? – O loiro perguntou de repente; os olhos azuis estavam fixos no copo não tão cheio. Hiashi olhou para o chão.

– Eu perdi minha filha... É claro que eu me arrependo. Na realidade, eu me arrependi há muito. – Minato concordou.

– Mas não se arrependeu pelo fato de abandonar a sua neta, e sim porque a Hinata não queria viver sem ela. – Os olhos sérios do Namikaze fitaram o Hyuuga, que ainda tinha a fonte baixa. – Basicamente, você se arrependeu porque ela quase se matou sem motivos, e por sua causa. – As lembranças da filha frágil na cama de hospital, com os pulsos enfaixados bateram à mente do velho, que estreitou os olhos. – Valeu a pena?

– Se você veio falar esse tipo de coisa, Minato, peço que saia. Seu filho já deixou bem claro que eu sou o tipo de ser humano que não merece ser pai. – Ele se levantou e seguiu para o bar no intuito de buscar algo ainda mais forte para engolir as palavras.

– Talvez você não mereça, mas sua filha precisa de você. – Ele parou no meio do caminho, chocado com a frase, que ecoou em sua mente. Hiashi virou-se aos poucos e chocado, fitou os olhos sinceros do pai de Naruto. – Ela teve uma gravidez de risco, você deve saber, e está internada nesse momento, inconsciente. Ela está incansavelmente chamando a mãe... E o pai. – Foi como se o coração de Hiashi, de uma hora para a outra, começasse a bater novamente. Ele sentiu as lágrimas queimarem seus olhos, mas se conteve para não chorar. – Você vai? – Fungando e limpando os olhos lagrimados, o Hyuuga assentiu.


Minato entrou no carro suspirando, e Naruto olhou ansioso para o pai. – Ele vai vir? – Ele estava realmente nervoso. Por algum motivo louco, Hinata teve uma gravidez de risco. Como marido, é claro que ele não permitiu que ela fizesse nada de imprudente. E mesmo assim... A bolsa havia estourado algumas semanas antes do esperado, e uma cirurgia de risco foi feita para o nascimento da segunda filha do casal. Por sorte, mais uma vez, tudo havia dado certo no final.




A pequena Mayume era um bebê lindo, um colírio aos olhos do pai que certamente seria um pai coruja. Infelizmente, Naruto não poderia deliciar-se com a filha nos braços sem a preocupação da esposa estar melhor. Hinata estava fervendo em febre desde que o bebê nascera, e em constantes intervalos gemia o nome do marido, da mãe e do pai. No fim das contas, o Uzumaki acabou por ceder à inconsciência da esposa.




Claro que ele não tinha certeza se o velho Hyuuga teria saco para aguentar a filha no hospital mais uma vez. Como o julgava como um monstro maldito que merecia a morte e nada, além disso, surpreendeu-se quando, como resposta à pergunta que havia feito ao pai, a porta da garagem dos Hyuuga se abriu e um carro preto saiu de lá.


Ele se lembrou, então, das horas mais agonizantes de sua vida. No dia em que Hinata ligara para o seu celular há anos atrás, chorando e despedindo-se, e da reação do pai da garota quando soube de sua tentativa maluca. Agora, pensando em suas duas filhas, uma crescida e a outra, um pequeno bebê, ele pôde perceber.

Nenhum pai consegue ignorar a dor de uma filha.


A menina Mayume havia nascido saudável como um touro: três quilos e meio. Uma gordinha com fios dourados na cabeleira muito chorona, que só se acalmava nos braços de Minato.




Entretanto, quando a manhã fria e gélida do começo de inverno, preocupando a todos, por imaginarem que um tempo assim era horrível para uma adoentada com saúde frágil, como Hinata, o choro alto da criança que utilizou de todos os pulmões finalmente fizeram os olhos perolados da jovem esposa se abrirem.




Inicialmente, Hina vislumbrou a luz clara que machucou seus olhos. Pouco depois, olhou em volta, confusa com suas últimas lembranças que estavam misturadas aos sonhos, e fitou, confusa, as costas de dois homens, seus dois guardiões que tentavam a todo o custo silenciar a pequena de pulmões fortes. – Não é assim que se segura uma criança! – A voz de Hiashi soou severa, e Naruto praguejou baixo.


– Como se você pudesse se lembrar de uma coisa tão pura, seu velho maldito. Não fique tocando nela, idiota! Pode contaminá-la com seu orgulho e covardia! – A resposta de Hiashi foi um bufar irritadiço.

– Venha, me dê esta criança. – Para a surpresa de Hinata, o marido o obedeceu.

– Cuidado com a Mayume! – Ele murmurou, cheio de preocupações, e Hiashi se deliciou com a sensação de ter um bebê nos braços mais uma vez. Ele murmurou uma canção que Hinata conhecia muito bem. Era algo que Yume, sua mãe, havia inventado após o nascimento de Hanabi.

Aquele momento, provavelmente, foi o ápice de toda a felicidade que Hinata Uzumaki poderia ter em toda uma vida. Os olhos perolados, que observavam fixamente o pai ninando a filha que ela ainda não conhecia de vista e o marido sorrindo aliviado pelo bebê estar mais calmo, encheram-se de lágrimas que escorreram por seus olhos.

Quando Naruto flagrou sua esposa em seu choro silencioso, não hesitou em puxar o bebê dos braços do sogro – com todo o cuidado possível, é claro – e aproximar-se da amada com um sorriso gentil. Ele se sentou ao lado de Hina e estendeu a menininha loira para que a mulher pudesse enxergar cada mínimo detalhe da pequenina. Hinata, entretanto, não conseguiu enxergar nada além de um embaçado pálido e loiro.

E com um sorriso gigante, caiu em prantos.

~

Sakura se jogou na cama, exausta pela longuíssima noite de plantão. Era surpreendente que Suzuki estivesse daquele jeito há três dias e parecesse mais acordada que ela jamais esteve!

Sasuke, que estava sentado lendo um livro, não conseguiu deixar de sorrir com a imagem da esposa. Fechou O Monge e o Executivo e deixou-o de lado para alisar os cabelos médios róseos da amada, que murmurou algo inteligível que o fez rir.

Bicuda, a senhora Uchiha se ajoelhou no colchão preguiçosamente e seguiu até deitar-se nos braços do amado, que a acolheu de bom grado. – É bom vê-la em casa. – Ele murmurou depois de beijar-lhe os cabelos, a testa, o nariz e os lábios.

– É bom estar em casa... – Respondeu cansada; e o abraçou.

– Como foi o plantão? – Ela estreitou as sobrancelhas.

– Horrível. – Reclamou. – Hinata estava péssima, cheia de febre e não parava de chamar os pais. – Os olhos verdes fitaram os do marido, agonizados. – Foi horrível ver aquilo, Sasuke-kun... – O Uchiha alisou as faces pálidas pela falta de sono da mulher.

– Sinto muito por Naruto. – Sak concordou.

– Ele chegou ao ponto de buscar o senhor Hyuuga. – O marido ergueu as sobrancelhas, surpreso. – Ele achou que seria melhor que ele estivesse lá quando ela acordasse... – E uma batida na entrada do quarto tirou toda atenção do casal.

A porta se abriu, revelando a garotinha que havia ficado na ponta dos pés para alcançar a maçaneta, ao lado de um menininho com cara de sono, ambos tinham os cabelos bagunçados. Sak sorriu ao vê-los.

Meiko Uchiha tinha cinco anos e já sabia ler e escrever como qualquer criança de sete. Ela era muito parecida com a mãe: olhos verdes vívidos, rosto redondo, testa saliente escondida por uma franja... Mas os cabelos eram negros, como os do pai. Sua personalidade também era muito parecida com a de Sasuke, portanto, ela estava rubra por invadir a privacidade dos mais velhos daquela maneira. Nunca, jamais faria isso se não estivesse sentindo tanta falta da mãe.

O pequeno Ryuuji Uchiha era o segundo filho do casal. Muito quieto e tímido, assim como a irmã. Era a cópia perfeita de Sasuke, inclusive na inteligência. Com apenas dois anos, ele sabia falar com propriedade os nomes dos pais, dos avós, dos tios e da irmã. – Desculpe, mamãe. – Meiko murmurou tímida, Sak deu os ombros.

Levantou-se e foi seguida pelo marido. Enquanto ela puxava o menininho para seus braços e beijava-lhe o rosto pálido, Sasuke segurou a mão da filha. – Está com fome? – Ele perguntou gentilmente, ela concordou. E mesmo que Sakura estivesse cansada como nunca antes, não resistiu a ideia de ir tomar café com a família de seus sonhos.

~

Quando Chouji abriu os olhos naquela manhã, incomodado pelo frio e pela falta de cobertores que pudessem encobri-lo totalmente, preocupou-se ao dar falta da esposa.

Ele se sentou, mas não a encontrou de frente para o armário, como normalmente acontecia. Então, de súbito lembrou-se do acontecimento na noite anterior: a filha única do casal, a menina Sanae de sete anos havia acordado assustada por um pesadelo terrível, e no fim, a mãe teve que acompanhá-la para o quarto no intuito de fazê-la dormir.

Suas suspeitas foram supridas quando, após levantar-se e vestir-se para o trabalho, o Akimichi abriu a porta do quarto da filha e encontrou a esposa deitada na cama de casal forrada de cor-de-rosa, abraçando a menininha loira que agarrava um coelho grande de pelúcia. Ele se aproximou cautelosamente, mas como sempre acontece com qualquer pessoa que não quer fazer barulho, acabou fazendo mais barulhos do que teria conseguido se tentasse, de fato, acordá-las.

Como resultado, os olhos azuis da senhora Akimichi se entreabriram e ela se sentou na cama, sonolenta. O marido sentou-se ao lado dela, que o recebeu com um beijo carinhoso. – Bom dia. – A loira sussurrou para o marido, que sorriu.

– Você não voltou para a cama... – Foi uma reclamação, e ela riu baixo. Voltou a deitar-se e abraçar a filha.

– Tenha um bom dia no trabalho... – Mas ao invés de alguma resposta, sentiu o corpo grande de Chouji deitar-se atrás do dela e envolver sua cintura com os braços grandes e confortáveis.

No fim das contas, em menos de vinte minutos, eles estavam dormindo.

~

– Tudo bem, tia. Nós vamos sim. – Karin falou ao telefone, esbanjando alívio em seu sorriso sincero. – Mal posso esperar para conhecê-la... – Ela suspirou sonhadora, imaginando a criança que era detalhada milimetricamente pela avó coruja, Kushina. – E, por favor, não se esqueça de mandar meus parabéns para Naruto e Hinata! – Ela sorriu de novo, e ouviu as exigências da tia que “insistia que ela os visitasse mais rápido possível”, e depois de mais uma vez confirmar, desligou o telefone.

Sentiu os braços másculos agarrarem-na por trás e o rosto enrubesceu. – E- Ei! Eu estava falando no telefone! Tenha o mínimo de respeito... – Ela murmurou visivelmente constrangida. Suigetsu riu, e beijou a nuca da ruiva.

– Eu fico feliz que seu primo tenha tido um bebê. Assim, quem sabe, você não adote a ideia de que gerar uma criança é uma coisa incrível. – A sobrancelha da Uzumaki, entretanto, se estreitou como se tivesse certeza de que aquelas palavras não passavam de mentiras deslavadas.

– Claro. – Ela pontuou. – Deve ser mesmo uma coisa incrível. Incrivelmente dolorosa isso sim! Você se lembra do rosto do Sasuke quando retornou ao escritório, depois do parto da Mei-chan? – A careta de Suigetsu foi tão exagerada que ela riu. – E então! Quer mesmo passar pelo mesmo que ele passou?

– Você poderia fazer isso sozinha. – Ela estreitou os olhos, e se esquivou dos braços do rapaz.

Ela e Suigetsu namoravam há muito tempo. Moravam juntos há pouco mais de três anos, mas nunca chegaram a considerar o casamento propriamente dito. Embora o homem estivesse ansioso para ter um pequeno herdeiro correndo por todo o apartamento, jogando água para todos os cantos da casa, Karin dispensava o trabalho de cuidar de uma criança que fosse sua – embora adorasse brincar com o filho dos outros.

Infelizmente – ou talvez felizmente – para a ruiva, o menino desejado por Sui já estava a caminho, e com ele, o enfim casamento.

~

O despertador soou e os olhos de Mayu se estreitaram. Sem abri-los, sua mão esquerda vasculhou o criado mudo cegamente, e bateu no relógio pelo menos três vezes até que ele parasse de tocar, o suficiente para ela continuar acordada.

Tinha os cabelos loiros bagunçados, e as alças do sutiã rosa caia em seus ombros. Um pouco irritada, ela levou os olhos azuis até o adormecido Uchiha, que mesmo com um sono de pedra abraçava-a por trás possessivamente com seus fortes braços nus. Ela invejou seu sono pesado e o ofendeu mentalmente por isso.

Preguiçosa demais para se levantar, ela tornou a se deitar, desta vez virada em direção ao novo marido e o admirou.

Itachi era realmente muito bonito... Os cabelos dele também estavam desgrenhados, mas não parecia muito, já que estavam presos.

Os seus braços não eram grandes, mas apenas pelos músculos definidos era possível saber que eram mais fortes do que de fato pareciam. Ela deslizou o indicador pelo que a agarrava, até o peito nu do irmão de Sasuke, que respirava compassadamente, tranquilo como uma criança. Ela delineou com a ponta do dedo cada músculo definido, e mordeu o lábio inferior ao fazê-lo.

Depois, sem resistir, levou as mãos gentis até o rosto do homem e puxando-o gentilmente, roubou-lhe um beijo que foi devidamente correspondido. – Bom dia... – Ele murmurou com um sorriso doce, entre os lábios da amada, que sorriu igualmente.

– Bom dia... – Ela não cessou as carícias nem por um momento sequer. Os olhos negros se abriram um pouco preguiçosos, e as sobrancelhas se estreitaram ao ver o quão cedo era. – Você madrugou...! – Surpreendeu-se.

– Temos que visitar o meu irmão. Minha mãe quer fazer uma festa surpresa de boas vindas para a minha sobrinha. Convidou todos, mas nós somos família, temos que ajudar. – O Uchiha fez uma careta que a fez rir. – Vamos lá! Eu sei que você gosta de ajudar os outros. – Ele concordou.

– Mas não essa hora da manhã. Essa hora... – Ele se colocou sobre Mayuki. – Eu quero aproveitar cada centímetro do corpo da minha esposa... – E beijou-a.

~

– Bolsa?

– Checa.

– Brinquedos?

– Checa.

– Velho maldito? – Hinata riu, Hiashi revirou os olhos.

– Checa.

– A fadinha do papai?

– Checa. – Hina respondeu aos risos.

– E a mulher mais quente-... – Antes que ele pudesse terminar, ela o beijou. E embora quisesse, de fato, beijá-lo, só o fez para evitar que o senhor Hyuuga se sentisse ainda mais constrangido do que devia estar por aquela situação.

Eles estavam dentro do carro de Naruto, prontos para irem para casa e o loiro em pessoa havia convidado o sogro a conhecer o lugar em que viviam desde o casamento. Talvez Hiashi não houvesse concordado se não estivesse tão completamente apegado à menininha Uzumaki a ponto de fazer qualquer coisa para não poder se separar dela.

Menos ouvir aquele garoto que já era um safado desde rapazinho chamar sua filha de “quente”. Quando Naruto parou com suas piadinhas e gracinhas incansáveis, eles seguiram para o condomínio de casas, onde Naruto e Hinata moravam há cinco anos e Sasuke e Sakura, há dois – desde que o segundo filho não planejado havia nascido.

O lugar era no centro de Konoha, então não ficava muito longe do hospital Senju, onde Hinata, naturalmente, havia dado a luz – desta vez, sem doutores Kabutos ou pais revoltados.

Quando chegaram a casa, foram surpreendidos por uma reunião grande de amigos que os receberam cheio de abraços e beijos, e à pequena Mayume, cheios de presentes e elogios. “Que coisa linda!” provavelmente nunca havia sido tão dito em um só dia antes.

E enquanto todos se divertiam, Hiashi se afastou para observar. Estavam realmente todos muito felizes... Nem Kushina, nem Yume não se separaram do bebê nem por um só segundo, e ele teve certeza de que as netas deveriam ser como as filhas algum dia. Hinata, Mayuki, Hanabi e Suzuki estavam sentadas no sofá, na sala de estar, conversando sobre o casamento da terceira, cheias de mistérios para com os homens.

Sasuke, Konohamaru, Itachi, Suigetsu e até mesmo Neji foram alguns dos que felicitaram Naruto, que enfim poderia cuidar de uma filha sem a interferência de terceiros, e Hiashi realmente se sentia completo com tudo aquilo. – É incrível, não é? – A voz de Minato o assustou inicialmente. O Namikaze ergueu a taça de vinho em direção à festa. – Nossos filhos são tão diferentes... Mas são igualmente amados. – Hiashi sorriu e concordou. – Sabe Hiashi... Eu nunca te entendi. – O loiro falou depois de um bom gole de vinho. – Nós somos sócios. Eu e Kushina viemos de boas famílias, e nossos filhos foram muito bem criados... Ainda assim, você foi contra o relacionamento deles desde o começo.

– Seu filho era um moleque safado quando conheceu minha menina, Minato. – Embora isso fosse um fato deveras constrangedor, o Namikaze riu.

– Talvez. – Concordou. – Mas... Ainda assim... – Ele tornou a olhar para o casal, que mesmo de longe, trocava olhares e sorrisos. – Eu acho que eles foram feitos um para o outro. – O Hyuuga deu os ombros.

– Não posso dizer que concordo realmente. Afinal, como pai, eu creio que minha filha sempre mereça o melhor. – Aquilo ofendeu Minato um pouco, tanto que ele fez uma careta e bebeu mais vinho. – Mas... – Olhou para o sogro da filha de canto. – Eu fico feliz que seja ele. Caso contrário... Eu não seria perdoado. Talvez eu não estivesse aqui, para celebrar o nascimento da minha segunda neta. – O marido de Kushina sorriu sinceramente. Ele se virou para voltar para esposa, quando o Hyuuga falou, de repente: - Sobre sua pergunta de ontem... – Ele virou o rosto e fitou o mais velho confuso. – Não, não valeu a pena. – Disse cabisbaixo, e Minato concordou.

– Agora sim... Bem vindo à família.


[Dois anos depois]




Ela calçou os sapatos rapidamente. Tinha uma torrada presa nos lábios, pois a pressa a impedira de tomar o café direito. Hinata aproximou-se da porta com Mayume nos braços e riu ao ver o estado da filha. – Querida, acalme-se. É seu primeiro dia, você pode chegar atrasada.




– Onee-chan desastrada! – A menininha exclamou risonha, e Yume revirou os olhos; aproximou-se e beijou o rostinho da pequena.


– Estou indo! – Ela exclamou antes de correr para fora de casa.

– Vão com cuidado! – Hina falou alto suficiente para que ela pudesse ouvir.

Já do lado de fora, Rikka adentrou no sedã preto de Naruto, que estava afrouxando a gravata que a esposa outrora deixara perfeitamente alinhada. – Papai, você tem algum problema com organização? – Naruto revirou os olhos; olhou para a filha com o intuito de respondê-la, mas riu assim que notou os cabelos azulados bagunçados.

– Sinto muito ter puxado isso, querida. – Ela enrubesceu; olhou para o espelho do retrovisor e, apressada, ajeitou as madeixas lisas. – Da escola para casa, ouviu? Nada de parar no meio do caminho. Nós vamos visitar os gêmeos hoje à noite. – Os olhos dela brilharam.

– Verdade?! Mal posso esperar! – Exclamou. – Eles devem ser tão lindos quanto a tia Mayu! – Naruto bufou.

– Na verdade, se parecem com aquele pedófilo maldito de meia tigela. – Rikka riu e assim se passou a viagem, com descrições longas dos recém-nascidos sobrinhos de Naruto: Fumito e Saya Uchiha, enquanto a colegial comia sua torrada não tão torrada quanto ela gostaria.

Embora aquilo fosse extremamente constrangedor, a garota não fez questão de pedir para que o pai a deixasse dois quarteirões antes do colégio, pois sabia que isso faria desconfiar. Então, assim que Naruto estacionou, ela o deixou com o beijo rápido no rosto e desceu do automóvel agilmente, correndo para a entrada, pois estava atrasada para a cerimônia de abertura que só seria aberta para alunos e professores.

Quando ela se sentou entre as filas de garotas de sua idade, esperou com ansiedade. Depois do longo e chato discurso do diretor Kakashi, o momento tão esperado por ela aconteceu. – Agora, o discurso de boas vindas será dito pelo senhor Yuuta Hyuuga. – Uma salva de palmas alta foi ouvida, e as de Rikka foram as mais animadas em comparação a quaisquer uma.

O filho de Tenten e Neji subiu ao palco e após uma apresentação séria e educada, começou o seu grande discurso.

Embora Yuuta fosse um ótimo palestrante, vez ou outra se pegava olhando diretamente para os olhos de Rikka – a única pessoa que realmente conhecia ali – em busca de calma para prosseguir em frente à todos, sem sequer imaginar que a atenção que ela dava ali, naquele momento, era a mesma que sempre dera desde que o conhecera. Afinal, Yuuta era o seu alguém para se admirar.

E em diversas trocas de olhares e sorrisos, ela apertava cada vez mais forte a declaração escrita pousada em seu colo, ansiando para que o tempo passasse rápido.

“Yuuta...! Que meu sentimento Chegue Até Você!”


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Notas finais do capítulo

[EDITANDO]
Enfim, como expliquei nas notas, eu vou fazer um epílogo que satisfaça o meu ego de escritora.
Não sei quando devo postá-lo, mas espero que os considerem essa fic como eu considero, fiquem felizes por ler mais algo de Que Chegue Até Você! sz

Obrigada mais uma vez. :)
[/EDITANDO]
~
A surpresa que eu disse na semana retrasada é uma outra fanfic que resolvi postar de duas em duas semanas.
Será a paródia: 50 tons de Uchiha [http://fanfiction.com.br/historia/367822/50_Tons_De_Uchiha/] onde pretendo escrever tudo que desejava ter visto em 50 tons de Cinza!
Espero que deem apenas uma olhadinha. ;)
~
Então, esse é o fim da minha fanfic de mais sucesso até agora. Eu agradeço muito por acompanharem cada capítulo, e expressarem seus sentimentos da maneira doce como fizeram.
Vocês são incríveis! O motivo para eu continuar escrevendo, e seguindo atrás do meu sonho de ser uma grande escritora!
Obrigada!
Espero vê-los em The King [http://fanfiction.com.br/historia/362733/The_King] e/ou 50 tons de Uchiha [http://fanfiction.com.br/historia/367822/50_Tons_De_Uchiha/]!
Até lá e, mais uma vez: OBRIGADA!