Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 36
Parte XXXVI – Acareação.


Notas iniciais do capítulo

OLÁ! MEUS AMORES, AMADOS E AMORAS!
QUERO AGRADECER A TODOS VOCÊS! HOJE, QUE CHEGUE ATÉ VOCÊ CHEGOU A 500 REVIEWS!
Estou muito, muito, muito feliz! Muito grata por todos vocês! Por me acompanharem, me apoiarem! Mesmo eu sendo uma autora tão ingrata, que sequer tem tempo de respondê-los de forma decente... ;-;
Muito obrigada à Lilian Assis, que começou a ler a fanfic há pouco tempo, e depois de comentar todos os capítulos, foi a postadora(?) do 500º review! :)
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Também quero agradecer à Aiya-chan, que deu à Que Chegue Até Você sua 11ª recomendação! Muito obrigada pelo carinho e pela consideração!
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Surtos a parte...
Eu terminei esse capítulo hoje, às 5 e tantas da manhã e to quase desmaiando de sono. Eu até cheguei a betar, mas acho que com o meu sono, é perigoso que tenha algo errado. Me perdoem se for o caso. q
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O próximo capítulo vai ser o último. Pretendo postá-lo com o epílogo, e com a minha nova fanfic. Como é muita coisa pra escrever, só vou postar no próximo final de semana. Se for como eu planejo, o último capítulo vai ser postado no sábado, e o epílogo e o primeiro capítulo da nova fanfic, no domingo! :)
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Boa leitura!



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Parte XXXVI – Acareação.

– Eu quero ir procurar a minha filha! – Hinata insistiu mais uma vez, mas Naruto foi totalmente inflexível em sua decisão.

– Você vai ficar, porque ela pode voltar pra cá. – Aquilo já estava a irritando. Quem ele pensava era?!

– Então fique você! – Exclamou ela, farta de tanta conversa fiada. Naruto suspirou; estava pronto para prosseguir com a discussão, quando a campainha soou – era musica para os ouvidos dele. Levantou-se imediatamente, ignorando completamente Hinata bufando com irritação e se apressou em atender. Ele esboçou um grande e sincero sorriso ao ver Mayuki, que tinha um olhar preocupado e Hanabi, que guiava a cadeira da amiga e estava vermelha e ofegante.

– Ela correu. – Mayu explicou, e só fez a amiga enrubescer ainda mais. – A Rikka já apareceu? – A voz da loira soou tensa, e Naruto negou com a cabeça.

– Vamos, entrem vocês duas, eu quero ir procurá-la. – O Uzumaki guiou a cadeira da irmã para dentro de casa e Hanabi, ao notar o que faria, hesitou.

De fato, assim que Mayuki lhe jogara toda a verdade nas fuças, ela não pensou duas vezes antes de correr ao socorro de Hinata. Nunca em sua vida ela imaginaria que o pai que parecia tão atencioso – e que tentava ser carinhoso – desde que a herdeira mais velha se fora do clã, fosse capaz de algo tão horrível quanto afastar uma mãe de uma filha de uma forma tão cruel. Aquilo era inaceitável!

Ela conhecia bem a irmã, e finalmente, com as lembranças da desesperada noite em que lhe fora informado de que “Hinata estava doente”, pôde ter certeza de que tudo o que ela dissera à imprensa não passava da mais pura verdade. E como não perdoar alguém tão perdida quanto Hina estava na época? Como não perdoar a pessoa que ela mais respeitava e amava no mundo?

Impossível, essa era a resposta.

– Hana. – Ouviu Mayu chamá-la e enfim despertou. Com um frio tremendo na barriga e olhos cerrados, Hanabi entrou no antigo apartamento de Suzuki; ao lado dos irmãos Uzumaki, ela caminhou lentos passos até a sala de estar, onde a irmã estava sentada, emburrada no sofá.

Assim que viu a morena, Hinata levantou-se num súbito. – Hanabi! – Ela exclamou realmente surpresa. Os olhos perolados da mais jovem se encheram de lágrimas, e ela teve que olhar para o chão para se controlar.

Ela tinha que se desculpar... Tinha que se desculpar pelas palavras cruéis, pelas insinuações ignorantes e por todos os sentimentos rancorosos que mantivera contra ela. Estava pensando no melhor jeito de fazer tudo isso, quando sentiu os braços curtos e sempre gentis envolverem-na. Ela não se moveu no primeiro instante, mas logo pôde ouvir o choro baixo da mulher, e retribuiu ao abraço com carinho. – Onee-chan... – Ela murmurou chorosa. – Me desculpe...


Aproveitando o momento de lágrimas, Naruto puxou a irmã mais jovem para a cozinha, e murmurou baixo que sairia. Mayuki sabia que sair assim, sem avisar Hinata, sem permiti-la acompanhá-lo, a deixaria muito irritada, mas ele preferiu ignorar aos avisos. – Não deixe que ela saia, entendeu? – Mayu acabou concordando e depois de voltar para a sala, emburrada com a atitude autoritária do irmão, o mais velho puxou do bolso o telefone celular.

Ele discou o número de Sasuke e esperou que ele atendesse. – Sasuke. – Ele falou baixo o suficiente para que ninguém na sala de estar pudesse ouvi-lo.

– Pare de me ligar de minuto em minuto, eu ainda não a encontrei! – Naquele momento, os olhos negros do Uchiha procuravam incansáveis por qualquer criatura de cabeleira azul enquanto Sasuke dirigia lentamente por todas as ruas de Konoha.

– Não, não é isso. – O loiro suspirou. – Venha me buscar. – E deu uma olhada furtiva na sala, respirando aliviado pela amada estar ocupada demais com sua reconciliação com Hanabi para notar suas intenções. – Hanabi, chegou, eu posso deixá-la tranquilo.

– Estou aí em cinco minutos! – O amigo exclamou, e eles desligaram o telefone. Claro que Naruto não esperou os cinco minutos, ele foi até a porta do apartamento cautelosamente e com passos pequenos e silenciosos, deixou o apartamento, rezando que Hinata não fosse tão teimosa a ponto de empurrar Mayu da cadeira de rodas para sair de lá – porque conhecendo Mayuki, só assim a Hyuuga conseguiria sair.

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Hiashi e Rikka trocaram muitas palavras depois que a crise de choro da garota se acalmou.

Ela contou sobre o orfanato, sobre as amigas e sobre Naruto, e como tinha se surpreendido ao descobrir que ele era seu pai. Também falou que Hinata era a melhor mãe do mundo, e a pessoa mais gentil do universo, portanto, deveria ter sido muito bem criada – comentário que surpreendentemente o fez gargalhar. A menina também falou sobre seu amor por livros, e o velho se orgulhou por sua inteligência; ela contou que era muito ruim em matemática e ele lhe prometeu dicas para nunca mais esquecer as tabuadas, quaisquer que fossem.

Hiashi não falou muito além de comentar sobre as histórias dela. Só contou que ela se parecia muito com Hinata e com Yume, sua avó. Ele não falou sobre Naruto, e não contou sua parte na história. Ela temeu que fosse porque não havia outra parte na história, mas preferiu não perturbá-lo com isso.

O sol já tinha se posto, e o relógio de pulso infantil marcava oito horas da noite. Claro que, conversando como eles estavam – ou melhor, como ela estava – as horas passavam tão rápidas que sequer puderam notar.

Pelo menos não até o telefone de Hiashi soar alto em seu bolso. Ele puxou o aparelho e surpreendeu-se ao ver o numero da esposa no visor. Afinal, Suzuki era controladora, mas nunca foi o tipo de mulher que perguntava ao marido onde estava, ou a que horas voltaria. – Querida? – Estava realmente surpreso.

– Hiashi, precisamos da sua ajuda. – Ela parecia tensa, cansada. – A filha da Hinata sumiu, estão todos desesperados! – Ele se manteve em silêncio. Pelo canto dos olhos, fitou a netinha que brincava com a grama.

– Sumiu? – Ele não expressava nenhuma surpresa, nenhuma preocupação e aquilo irritou a esposa profundamente.

– Hiashi! Volte para cá agora! Você vai nos ajudar a encontrá-la! – Ele suspirou longamente. – Não é necessário. Ela está comigo. – Ao ouvir que a conversa se tratava dela, Rikka ergueu os olhinhos azuis em direção ao avô, confusa. Houve um minuto de silêncio do outro lado da linha.

– O que você fez? – A desconfiança na voz da médica foi quase dolorosa para o velho, que bufou.

– Eu não fiz nada. Nós nos encontramos por acaso e... Estávamos conversando. – Mais silêncio.

– Escute. – Ela disse depois de respirar. – Pegue essa menina e leve para o meu antigo apartamento agora. – Ela silabou a última palavra. – Agora, Hiashi. Entendeu? – Sim, ele tinha entendido, mas estava incomodado com o tom rude. Claro que ele nunca iria entender que toda aquela irritação dava-se a horas de angustia procurando a garotinha que, graças aos céus, estava a salvo. Ele desligou o celular depois de uma despedida calma, e olhou para a neta como que desconfiado.

– Você saiu escondida? – Perguntou. O rostinho pálido enrubesceu até ficar vermelho, e ela se encolheu.

– Não... – Murmurou. – Deixei um bilhete para a mamãe. – Hiashi suspirou; levantou-se e ajudou a menor a fazer o mesmo.

– Venha, eu vou te levar para casa.

~

O carro de Sasuke estacionou perto do prédio e Naruto desceu do sedã preto batendo a porta com violência. – Naruto... – O amigo censurou, mas o loiro ignorou completamente.

Hinata e Hanabi já estavam no térreo. A amada parecia mais tranquila do que antes, mas ainda estava nervosa. Naquele momento, Hanabi estava mais preocupada com o pai, já que o Uzumaki parecia querer explodir a qualquer momento.

Eles tinham recebido, há alguns minutos atrás, uma ligação tranquilizadora de Suzuki que avisara, com toda a cautela do universo, que a menina estava bem, e que estava com Hiashi. Claro que, ao invés de calmos, ambos os pais da garotinha ficaram nervosos.

Assim que a figura de avô e neta começou a se aproximar, as tensões intensificaram. Suzuki e Neji ainda não haviam chegado, e Mayuki havia ficado no apartamento, ligando para seus pais para avisar que a menina já tinha sido encontrada. Portanto, Hanabi sentia-se responsável por separar qualquer possível – na verdade, qualquer óbvia – discussão.

Eles mal se aproximaram e Naruto e Hinata correram em suas direções. Hina atirou-se sobre a filha, quase ignorando a presença do pai de tão aliviada por ver sua menina sã e salva, com nada fora de ordem, além dos shorts rosa sujo com um pouco de terra. O loiro, entretanto... Ele não hesitou em peitar o senhor. – O que você fez com a minha filha?! – Ele perguntou num tom baixo, mas mortífero. Hiashi suspirou exasperado, e Naruto, sem aguentar tamanha cara de pau, o agarrou pelo colarinho da camiseta de algodão. – EU PERGUNTEI O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHA! – Gritou realmente furioso. Sasuke e Hanabi se aproximaram para afastá-lo.

– Ele não fez nada, pai! – Rikka se apressou a explicar, mas Hina não a deixou se aproximar. – Fui eu quem quis ir atrás dele! – Os olhos azuis do seu adorável bem feitor não pareciam tão adoráveis assim quando olharam na sua direção.

– Eu vou conversar com você depois, Yume. – Por algum motivo, ouvi-lo chamá-la de “Yume” lhe deu calafrios. Ele tornou a encarar o antigo sogro. – O que você, o maldito que estragou a minha vida, estava fazendo com a minha filha? – Sasuke já o tinha afastado, e ciente da presença das filhas do crápula e da sua própria, ele decidiu se controlar um pouco mais – embora fosse muito difícil.

– Ela não já explicou? – O mais velho murmurou num tom moderado. – Nós nos encontramos por acaso. Ela queria conversar comigo, então... – Os olhos de pérola seguiram até os da filha; embora Hina o estivesse assistindo naquele momento, desviou o olhar imediatamente. – Eu achei que deveria... Desculpar-me. – E depois tornou a fitar o ex- genro.

Naruto gargalhou como se fosse uma piada sem graça. Francamente, para ele, era. E muito sem graça. – Ah, então o senhor quer se desculpar... – A ironia da voz dele era quase palpável. – De quê, exatamente? Porque são muitas coisas para se desculpar, senhor Hyuuga. – Hiashi não respondeu à provocação. – Seria ao fato de negar a sua própria neta? – Hinata apertou a filha ao senti-la tremer, e murmurou “está tudo bem” no ouvido dela, que se encolheu. – Ou então porque a mandou para um maldito orfanato no fim do mundo, quando ela poderia ficar com os pais? – Mais uma vez, não houve resposta. – Ou vamos além... – Naruto rodeou-o como um gavião faz com a presa. – O senhor se sente culpado porque sua filha quase enlouqueceu? – E parou à frente do velho. – SE SENTE CULPADO PORQUE SUA FILHA QUASE TIROU A PRÓPRIA VIDA? – Cuspiu as palavras na cara do Hyuuga, que não conseguiu ter reação.

– Agora já chega. – Hinata se levantou; empurrando a filha para que Sasuke, que a pegou nos braços e entrou no prédio.

– Não! – Naruto exclamou. – Eu não vou me acalmar! – A voz dele começava a se tornar esganiçada. – Eu não aceito isso! Não aceito, nem nunca vou aceitar! – Sentia os olhos quentes da amada sobre si, mas não conseguia olhá-la, só conseguia encarar aquele velho maldito. – Ele não vai entrar na nossa vida, na vida da nossa filha, como se não tivesse feito nada! Eu nunca vou permitir! Nunca vou perdoá-lo! – Os olhos dele estavam cerrados, cheios de lágrimas contidas. – Por culpa dele, a minha filha, a nossa filha cresceu trancada num maldito orfanato. Por três anos ela viveu por caridade de vizinhos pobres! Você sabia, Hiashi?! – Ele continuava ríspido. – Você sabia que sua neta lia livros remendados? Brincava com coisas usadas? – Hinata sentiu o coração congelar, e os olhos queimarem. – Esse homem acabou com parte da vida da minha filha! – Ele apontou para o Hyuuga e enfim olhou para a amada. – Por causa desse maldito, nós dois sofremos como cães no inferno! Por causa dele, nós... Por causa dele... Por causa dele, a Rikka... – E caiu em lágrimas.

Hanabi aproximou-se do pai e apertou suas mãos, cheia de solidariedade, e Hinata, que até então todos julgavam ser a mais fraca, conteve-se como uma verdadeira mulher e pousou a mão direita sobre o rosto do Uzumaki, que se tranquilizou apenas com aquele toque tão doce. Mesmo assim, ele não conseguiu parar de chorar. – Por favor... – Ela pediu mais uma vez, a voz trêmula. – Por favor, vamos ficar com a Yume... – Ele assentiu lentamente, e tentou conter as lágrimas.

Hinata estava pronta para guiá-lo quando sentiu a mão grande do Hyuuga mais velho segurar seu pulso fino. Ela olhou assustada para o pai, que tinha no rosto a dor do arrependimento esculpida. – Hinata, minha filha... Eu te amo. Sei que fui inconsequente, sei que minhas ações foram impensadas, mas... Eu nunca quis lhe fazer mal. – Ela riu sem humor, e limpou a lágrima solitária que escorreu por seu rosto.

– Pai...

– Por favor, Hinata... Perdoe este velho homem. Eu posso conviver com o ódio desse rapaz, mas não aguentaria sobreviver com o seu... – Ela desviou o olhar.

– Você acabou com a minha vida. – Falou com a voz vazia. – Com parte da minha vida. – Se corrigiu ao lembrar-se do sorriso doce de sua menina. Hanabi baixou a fonte, pois sabia que não deveria se envolver. – Mas você é meu pai... E mesmo que seja o pior homem do mundo, você realmente cuidou e se importou comigo durante toda a sua vida, mesmo que só se preocupasse com a “herdeira do clã”.

– Eu juro que nunca-...

– Você é o meu pai. – Interrompeu-o e levou os olhos até os dele. – Eu nunca vou te odiar... – Confessou. – Mas não sei se algum dia vou poder te perdoar. – E dito isso, segurou as mãos do amado; juntos, eles seguiram para dentro do prédio.

Hiashi manteve-se imóvel no mesmo lugar, sentindo a mais jovem abraçá-lo carinhosamente. – Papai... – Ela realmente estava preocupada, e aquilo o deixou feliz.

Pela primeira vez em muito tempo, ele sentiu as gotas quentes de água salgada descer por seu rosto, e foi acolhido pela única filha que lhe sobrara.


Não demorou até que Suzuki e Neji e os Uzumaki chegassem ao prédio, aliviados por encontrar a pequena fujona sã e salva. Os primeiros não chegaram a subir ao apartamento, em respeito à Hiashi; após Suzuki ter uma curta conversa pelo celular com Hinata, ela e o sobrinho guiaram Hiashi e Hanabi para o carro do rapaz, que os guiou de volta ao clã Hyuuga.

Rikka continuou sã e salva até que todas as visitas saíssem do recinto. Minato até chegou a brincar com a neta, fazendo piadas sobre as semelhanças que ela tinha com a tia em sua infância: teimosia e o dom de fugir da família. Claro que a menina debateu, dizendo que não estava fugindo da família, muito pelo contrário.

A senhorita Senjuu, que estava muito incomodada com a aproximação do primo e de Hinata, foi a primeira a insinuar que já era tarde, e que eles deveriam logo ir embora. Todos concordaram, porque de fato já passara das dez.

Mayuki foi a última a se despedir da sobrinha, e depois de um abraço gentil e um aviso amigável para que ela nunca mais fizesse algo assim, se retirou junto dos pais.

Depois, a sós com Naruto e Hina, ao julgar pelas expressões do pai, ela soube que estava encrencada. – Sente-se. – Naruto ordenou e ela obedeceu imediatamente. Viu-o dar voltas pela mesa de centro e pensou em um comentário engraçado, mas preferiu aceitar o conselho silencioso da mãe de “não fale nada”. – Eu não sei o que você tem na cabeça, Rikka, para sair do nada sem pedir permissão à sua mãe. Pior ainda, é sair para ir atrás de alguém que eu te avisei que não é uma boa pessoa.

– O avô Hiashi não é malvado! – A pequena exclamou em defesa, mas só ajudou a irritar ainda mais o pai.

– Eu acho que já te disse, não é? O que ele fez com você, comigo e com sua mãe! – A menina se encolheu.

– Mas... Mas ele pediu desculpas! Nós temos que desculpar as pessoas. – Os lábios dele formaram linha reta, e ele teve que respirar fundo antes de prosseguir.

– Pessoas como Hiashi Hyuuga não mudam, filha. – Mesmo que o comentário incomodasse Hinata, ela não se pronunciou. A pequena, por outro lado, levantou-se decidida e peitou o pai com coragem e rebeldia.

– Isso não é verdade! – Ela exclamou. – As pessoas mudam sim! O avô Hiashi pode ter mudado, e assim como eu desculpei você, como eu desculpei a mamãe, eu vou desculpá-lo porque eu quero! – E sem esperar resposta, correu para o quarto.

Hina levantou-se do sofá imediatamente, mas hesitou ao ver o amado sentar-se desolado, murmurando “eu não acredito que agora eu virei o vilão”, desacreditado com a situação absurda. No fim das contas, ela optou por ir atrás da filha.


Rikka estava deitada, escondida sob os cobertores. Hina sentou-se ao lado da filha e puxou a manta rosa para fitá-la; os olhinhos azuis estavam chorosos. – Querida...

– O avô pode ter mudado! – Ela exclamou. – Ele pode ter se arrependido! Ele pode começar a me amar. – Hina concordou, e alisou o rostinho pálido com gentileza.

– É claro que ele pode, minha querida... – E a abraçou para que sua adorada filha pudesse chorar em seus braços. – Mas, meu amor... Você tem que entender o seu pai. – Ela alisava a cabeleira azul gentilmente. Ficar ao lado de Yume era tão... Tranquilizante. – O seu avô... Ele realmente fez coisas muito ruins conosco, é natural que o seu pai não goste de ver você com ele. – E beijou a cabecinha redonda, que assentiu compreensiva. – O que você disse foi muito cruel. – Ela comentou depois que a menina parou de chorar. Rikka não respondeu. – Seu pai nunca fez nada para ser perdoado. A única culpada por não contar nada... Na verdade, fui eu. – Ela não respondeu de novo. – Yume? – Só então ela pôde notar que a menininha estava adormecida.

Rindo de si mesma, ela ajeitou a garota na cama e a encobriu; ligou o abajur fraco e se retirou do quarto cautelosamente, fechando a porta com cuidado extremo.

Na sala, encontrou Naruto da mesma maneira que o havia deixado: rosto escondido pelas mãos, cabelos bagunçados... A verdadeira imagem de um homem desolado. Hina aproximou-se, ajoelhou em frente a ele e puxou suas mãos para encontrar os olhos azuis que ela tanto adorava. – Como ela está? – Ele murmurou preocupado, e o sorriso dela foi a resposta mais tranquilizante que poderia ter. Aquilo o fez sorrir também, embora tristemente.

– Tudo vai ficar bem... – Ela garantiu enquanto alisava os cabelos loiros desalinhados; o toque dela, diferente do acontecimento da tarde, deixou-o um tanto nervoso, ansioso.

Os orbes safiras herdados por todos os Uzumaki se ergueram em direção à Hinata, que o fitava tão profundamente que parecia enxergar sua alma. De repente, sem convite nem nada, o rosto dela se aproximou demais. Os lábios dela beijaram os seus suavemente, demoradamente, deliciando-se com cada milésimo. O fez mais uma vez, e foi retribuída; repetiu uma terceira, quarta e até quinta vez, antes de erguer-se do chão e sentar-se sobre o Uzumaki, que agarrou firmemente a cintura fina.

Os dedos pequenos da mulher deslizaram gentilmente por sua nuca, e ele deixou que aquele toque que há tanto necessitava lhe acalmasse... Preenchesse-lhe o coração, e o vazio que tinha em sua alma desde que ela o deixara. Aos poucos, as mãos dela, que desciam por suas costas puxaram a camisa social, foi tirada sem antes ser desabotoada.

Os beijos ficaram mais quentes, urgentes e necessitados; Naruto a pegou nos braços sem dificuldades, e levou-a até o quarto até então vago do apartamento.

Ele a jogou sobre a cama de solteiro e se pôs sobre o corpo frágil; eles se beijaram a noite toda, e se amaram. Deleitaram-se com cada toque, com cada gemido, com cada murmúrio sem sentido. Trocaram juras e mais juras de amor, e souberam, naquele momento, que ninguém, nunca poderia separá-los, porque eles realmente se amavam, e o amor verdadeiro sobrevive até após a morte.


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Notas finais do capítulo

De verdade, pessoal... Estou muito feliz.
Quando comecei a escrever essa fanfic, não pensava em toda essa dimensão. Estou super feliz por ela ter chegado até aqui, com todos vocês sempre comentando com uma onda muito doce de sentimentos.
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Não vou me despedir ainda, porque faltam dois capítulos a serem postados. Sem depressão até lá! u___u
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Ah! Eu tive uma boa ideia! Ainda não pensei em um tema para o epílogo, o que acham de opinar? :)
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Dúvidas? Críticas? Sugestões? Fiquem a vontade!
Até semana que vem, meus adoráveis flocos de açúcar!