Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 34
Parte XXXIV - Como Família.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal!Antes de qualquer coisa, queria agradecer à Bella Rodrigues pela décima recomendação à minha fic. Isso me deixou MUITO feliz. É mais que o dobro do que consegui na última, The Vampire Knight, e isso me faz pensar que eu devo sim, ter melhorado! E isso foi graças à vocês! Muito obrigada por me acompanharem a mais uma reta final! *-*~Agora eu tenho um péssimo comunicado para dar. Infelizmente, eu tenho QUATRO seminários para fazer em DUAS semanas (apresentação e o trabalho escrito), e como não confio no meu grupo (é sempre assim...), posso apostar que vai cair tudo em cima das minhas costas. CASO ISSO NÃO ACONTEÇA, e eles coloquem a mão na consciência, eu vou sim tentar postar dois em cada semana (como havia prometido), mas francamente acho muito difícil. :/ Infelizmente, eu sou muito medrosa para falar em publico (embora eu adore me expressar na escrita) e sempre acabo estudando, estudando e estudando para os seminários, até minha cabeça fritar. XDCaso essas coisas desagradáveis aconteçam, vou continuar postando só no domingo.~Eu me esforcei um pouco para esse capítulo. Graças à algumas coisas desagradáveis (como a minha desconfiança no grupo e o medo de não conseguir fazer um bom trabalho [porque, sério, eu sou muito apavorada com notas]), eu não tive muita inspiração durante a semana, e só fiz o capítulo ontem a noite. D:~Espero que gostem, e comentem. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/269603/chapter/34

Parte XXXIV – Como Família.

Naquele fim de tarde, Naruto voltou ao condomínio já preparado para a fúria da Rainha das Insinuações. Ele bateu na porta do apartamento vizinho com muita hesitação – e só bateu porque precisava das chaves que havia entregado a ela de manhã – e a porta foi aberta num súbito, com a já prevista furiosa Hinata encarando-o como uma tigresa a ponto de devorar sua presa. Excitante, ele não podia negar. – O QUE VOCÊ FEZ?! – Ela berrou. O loiro suspirou.

– Não teve jeito... – Ele murmurou, mesmo que internamente fizesse para si aquela mesma pergunta.

– “Não teve jeito”? – Ela repetiu. – “Não teve jeito”... – Repetiu desacreditada. – Yume viu Naruto. – Ele enrijeceu. – Ela te viu no noticiário, essa manhã. Está trancada no quarto desde então. – Teve que se apoiar na parede para não cair.

–... O quê? – Os olhos de Hinata estavam cheios de dor.

– Eu não sei o que fazer... – Confessou. – Estou tentando convencê-la desde a manhã, mas... – Ele apertou os punhos.

– Não tem a chave do quarto? – Ela ficou em silêncio por alguns segundos.

–... Achei que seria melhor esperá-la abrir por conta própria.

– POR DEUS, HINATA! – Ele exclamou irritado. – ELA TEM OITO ANOS! VOCÊ É A MÃE, FAÇA ALGUMA COISA! – Em qualquer outro momento, ela entenderia o desespero do loiro, mas falar daquele jeito enquanto ela estava tão, se não mais preocupada que ele a irritou profundamente.

– E você é o pai! Não acha que deveria dizer para ela ao invés de contar para uma jornalista barata? – Os olhos dela se cerraram. – Ou será que também tiveram um caso, e por isso ela quis se vingar fazendo você explodir?

– Pare de insinuar coisas! – Ele exclamou, já estava farto de tudo aquilo. – Foi você quem não quis contar, para começo de história!

– “Não quis contar”?! Eu só queria dizer com calma! Definitivamente não queria que ela descobrisse por um noticiário!

– PAREM DE BRIGAR! – A voz da menininha soou das costas da mãe, que se virou para poder olhá-la. Hinata se agachou de imediato, e abraçou a filha, desesperada por tocá-la. A menininha se encolheu nos braços da mãe, mas não conseguiu olhar nos olhos do pai, e Naruto notou isso.

– Querida, você está bem? – Hina alisou a cabeleira azul curta. – Está com fome, não é? Nem mesmo quis almoçar... – Rikka assentiu timidamente. – Farei um prato delicioso nesse momento. – A mulher se levantou, mas sentiu a filha apertar seu pulso; ela fitou as safiras que a olhavam com timidez.

– Eu quero conversar com você, mamãe... Sozinhas. – Aquilo doeu, mas Naruto ficou em silêncio. Hinata assentiu e concordou, mesmo que triste pelo rapaz.

– Vá para o quarto, querida. Eu vou fazer algo para você comer, e te levo para conversarmos. – A menininha assentiu, e seguiu para entrar nos corredores. Só depois de ouvir a porta batendo, Hinata se voltou para Naruto. -... Você está bem? – Ela perguntou com hesitação; ele esboçou um sorriso tristonho.

– Quem ficaria bem numa situação dessas? – Murmurou sem humor, e sentiu o rosto formigar com o toque gentil da amada. Os olhos azuis seguiram até os perolados, mas ele não disse nada.

–... Eu vou conversar com ela. – Garantiu. – Não precisa ter medo. – E deu um sorriso bondoso e tranquilizador. – Nos espere aqui. – Ele concordou, e seguiu-a apartamento à dentro. Viu-a preparando dois pratos, e se surpreendeu quando ela lhe ofereceu um. Ele acabou aceitando, e com muita tensão, viu-a seguir para o quarto em que na noite anterior, havia deitado a menininha.

Hinata abriu a porta com dificuldade, e sua pequena Yume se apressou em ajudá-la. Ela pegou a bandeja com a tigela de rámen e um copo de suco, e desajeitadamente colocou-a sobre a cama. A mãe fechou a porta antes de se sentar ao lado da pequena. Rikka atacou a comida como se não se alimentasse há três dias; a mãe esperou pacientemente ela terminar, sempre alisando gentilmente os cabelos sedosos.

Em questão de minutos, todo o macarrão havia sumido da tigela infantil. Hinata puxou a mesa de cama e deixou-a no chão, depois se ajeitou, encostando as costas na cabeceira da cama, e a filha se acomodou em seus braços. – Mamãe... O que é “suicídio”? – A menina começou perguntando timidamente.

–... Onde você ouviu isso, querida? – Hina sentia o estômago girar em trezentos e sessenta graus. Estava pronta para falar de Naruto, mas não de si mesma.

– O onii-chan disse que “não sabia até aquela louca tentar cometer suicídio”. – Os olhinhos safira fitaram os perolados com uma curiosidade contida. – O que é suicídio? – Hina suspirou. Segurou o rosto da filha entre as duas mãos e fitou seus olhos fixamente.

–... Querida, me prometa uma coisa... – Ela pediu com a voz muito séria. A filha concordou. – Prometa que vai se esquecer disso, e que esquecerá que a mamãe fez isso.

– Mas eu nem sei o que significa! – Exclamou, surpresa pela reação da mais velha. Os olhos de Hina ainda estavam sérios.

– Eu não vou te contar o que significa, mas um dia você vai saber. E quando esse dia chegar, me prometa que você não vai se lembrar disso. – Lentamente, a menor assentiu com a cabeça. Elas voltaram à posição de antes, e a filha prosseguiu.

– Então o onii-chan é mesmo o meu pai? – Hina respondeu um “sim” carinhoso.

– Eu pensei que ficaria feliz quando soubesse. – Refletiu, e a menor se encolheu em seus braços.

– Só estou confusa. – Rikka confessou. – Por que não me contaram antes? – Respirou fundo, tranquilizando-se ao sentir as carícias da mãe, que continuou a alisar a cabeleira azulada. Hinata sorriu ao senti-la relaxar.

– Eu não sabia que vocês se conheciam... Fiquei tão surpresa, que... – Ela suspirou. Apertou a filha e beijou sua cabeça. – Fiquei assustada...

–... O onii-chan disse que... Disse que tinha uma filhinha no céu...

–... Yume, isso é complicado... – Ela suspirou. – Complicado demais pra uma menininha, como você. – E então sorriu; puxou o rostinho redondo e alisou as bochechas levemente coradas. – O que você tem que saber é que... Nós dois te amamos.

–... Eu quero falar com o onii-chan. – Hina sorriu. Beijou a testa da menina e levantou-se. Ela pegou a bandeja do chão e se despediu da filha com uma piscadela confiante que ela nunca, jamais, pensou que seria capaz de dar. A última coisa que viu antes de sair do quarto foi a risada da filha por seu comportamento estranho.

Ela foi tornou para a cozinha e corou ao ver Naruto tão à vontade em uma das cadeiras; com o paletó sobre a mesa, sem a gravata e com a camisa aberta. Ela colocou a louça sobre a pia e teve que esperar um momento antes de olhá-lo, mas quando se virou para dar o aviso, ele já estava ali, à sua frente, com os olhos ansiosos. – Você falou com ela? – Hina assentiu.

– E- Ela quer conversar com você. – Gaguejou apressada. Naruto sequer esperou para ouvir o resto da explicação; afastou-se e se deu passos largos até o primeiro quarto do corredor.

Ele hesitou um pouco antes de abrir a porta, mas sorriu ao ver Rikka sentada, ereta. Como Hinata sempre se sentava; olhando pra ele como quando se conheceram: envergonhada e ansiosa.

O loiro se aproximou; sentou-se ao lado dela e a puxou para seu colo, sem cerimônias. Rikka enrubesceu, e continuou rígida. – Ei, ei... O que é isso?! – Ela mantinha a cabeça baixa. -... Sabe, não precisa se comportar assim. – O sorriso do pai ficou sem graça. – Nós sempre nos demos bem. – Ela teve que concordar.

–... Por que não me contou? – Ergueu os olhos safira até os do Uzumaki. – Por que me escondeu isso...?

–... Rikka. – Encostou a testa na dela. – O único motivo de eu não ter contado nada... É porque não queria magoar você, ou sua mãe. – Ela suspirou.

– Por que todos dizem isso? Eu não teria ficado chateada se tivessem me contado. – Ele não respondeu. Os olhinhos redondos azulados se cerraram com choro contido. – Como eu vou saber como devo me comportar?! Nem sei o porquê eu fui abandonada naquele orfanato! Eu pensei que, já que não tinha sido a mamãe, poderia ter sido meu pai... Então... Por que fingiu que eu estava morta?! Por que me escondeu isso por todos esses anos?! – Sentiu os braços envolverem-na e chorou no peito largo que ela sempre gostou de abraçar.

–... Rikka, nós não te abandonamos. Nem eu, nem a sua mãe... Nunca teríamos coragem de fazer algo assim. – Naruto afirmou com firmeza. – E eu não sabia que era seu pai... – Beijou a cabeleira azul. – Eu sempre te amei com todas as forças do meu coração... Sempre te amei como se fosse a minha filha, mas... Se eu soubesse que era você... – Ele apertou os punhos.

– Então quem foi?! – Ouviu-a murmurar agonizada. – Quem faria isso? Por que faria isso?! Não faz sentido... – Ele esperou até que o choro dela acalmasse.

– Seu avô... Digo, o pai da sua mãe... – Os lábios dele ficaram em linha reta, só de se lembrar. – O Sr. Hiashi Hyuuga... Pelo jeito, nós... Nem eu, nem você, éramos bons o suficiente para ficar com sua mãe. – O rancor era quase palpável. – Ele me afastou da sua mãe, e depois te afastou dela... – O choro parou, mas ela continuou fungando; Rikka ergueu seus os olhos azuis chorosos – que certamente ficariam inchados no dia seguinte – até os dele.

–... Ele não gostava de mim?! – Ela sussurrou surpresa. – Mas ele nem me conhece... Como alguém que não me conhece pode não gostar de mim? – Sentiu o pai alisar seu rosto e corou um pouco.

– Não, querida... O problema não era você. Você nunca foi um problema... Ele era o único problema, na verdade. – Suspirou. – Mas não precisa se preocupar, eu não vou deixá-lo chegar perto de você... Nunca. – Prometeu, e beijou a testa enrugada pela expressão de choro. Rikka tornou a esconder o rosto no peito do pai, que a embalou com os braços gentilmente. Ele cantarolou musicas que costumava a cantar quando ela era menor, e aquilo tranquilizou a ambos, e ao ponto da menina sentir-se sonolenta.

– Papai... – Claro que a naturalidade com que disse era causada pelo sono, mas o fato não fez com que Naruto se sentisse menos feliz. – Você ainda ama a mamãe...? – Ele riu da curiosidade.

– Eu te amo mais. – Prometeu, mas ela estreitou as sobrancelhas.

– Você me entendeu. – Murmurou contrariada; estava a ponto de cair no sono. Sentiu os lábios quentes tocarem sua testa.

– Sempre... – Ele falou, mas ela não pôde ouvir, já que havia adormecido.

~

O quarto era pequeno e simples, mas o condomínio onde se localizava era realmente caro. Ainda assim, a dona do modesto apartamento orgulhava-se por tê-lo conseguido por um preço considerável. – O que ele disse? – Neji praticamente cuspiu todo o vinho que bebera há segundos atrás. Seus cabelos estavam soltos; ele não vestia camisa, nem calça, apenas uma cueca boxer verde musgo.

Estava em pé, em frente ao minibar de madeira que ficava no quarto simples, mas organizado. Sentiu os braços femininos enlaçarem sua cintura, e sua companheira sorria traquinamente. – Foi o que você ouviu: ele não vai desfazer a aliança. – A expressão de Tenten era tão travessa que ele tinha que se controlar muito para não jogá-la de volta para a cama. Podia apostar que ela só estava vestindo sua camisa social – que nela parecia mais uma camisola extremamente sexy – para provocá-lo.

– Mas isso não faz sentido. – Mesmo estando confuso, o Hyuuga não conseguia deixar de sorrir. – Naruto odeia o Hiashi. – As sobrancelhas da morena se estreitaram.

– Qualquer um odeia o Hiashi. – O lembrou, mas ao invés de responder com brigas, como estavam acostumados a fazer, beijou-a calorosamente.

– Isso é incrível! – Ele exclamou depois de se afastarem. – Quer dizer que os Hyuuga não vão falir. – Ela assentiu. Ergueu uma taça que antes pousava na mesa e brindou com o amado.

– E isso quer dizer que você e eu vamos finalmente ir para a América! Tenho certeza que longe do seu tio, vai ter coragem de ficar comigo em publico. – O moreno a censurou com um olhar.

– Você sabe que eu só tento ser discreto...

– “para manter a sua imagem”. – Ela fez uma careta ao pronunciar o bordão favorito do Hyuuga. Como se aquilo a convencesse.

– Você tenta me manter em segredo, querido... Porque morre de medo do seu tio fazer o mesmo que fez com Hinata e Naruto. Sabe que ele quer que você se autoproclame pedófilo e case com sua prima dez anos mais nova. – Arqueou as sobrancelhas ao imaginar. Neji riu.

– Seis anos. – Ele corrigiu.

– Claro, agora melhorou. – Tenten se afastou, e tornou a pousar a taça no minibar. – Não vai ser muito difícil, querido, já que ela parece muito disposta a concordar com o pai. – Irritada, se jogou sobre sua cama de casal e se escondeu embaixo dos edredons. O cabeludo a seguiu, e se sentou ao seu lado.

– Vamos, Tenten... Sabe que eu considero essa ideia muito mais louca do que você. – Ela não respondeu. Suspirando, ele puxou o cobertor e depois de um pouco de guerra para ver quem era mais forte – ela segurando, ou ele puxando – enfim pôde ver os magoados olhos castanhos fitando-o. – Tenten...

– Cinco anos, Neji. Estamos nessa situação há cinco anos. – Ele beijou seus lábios carinhosamente, e alisou o rosto macio.

– Não pense muito nisso. Eu vou contatar meu antigo professor, e tenho certeza de que ele vai poder me arranjar àquela vaga. – Sorrindo, encostou a testa na dela. – E prometo que, quando estiver tudo decidido... Vou te apresentar aos meus pais.

– Não ao seu tio. – Ele riu com o rancor na voz dela.

– Não ao meu tio. – Garantiu, e se pôs sobre o corpo escultural. – Então, futura senhora Hyuuga... – Ela riu com a expressão sedenta que ele tinha estampada no rosto. – O que acha de um segundo round?

~

Naruto fechou a porta com cuidado para não acordar a filha, e seguiu silenciosamente para a sala. Corou ao ver Hina deitada no sofá; ela usava a mesma camisola que de manhã. De uma hora para a outra, viu-se colocando-se ao lado dela.

Estava deitada, com as pernas desajeitadamente apoiadas no sofá e o antebraço escondendo os olhos de lua. A respiração subia e descia compassadamente... E confiante de que ela estava dormindo, ele tocou seu rosto. Claro que depois de dez anos ele não poderia se lembrar do quão leve era o sono de Hinata, então caiu sentado quando ela afastou o braço do rosto. – H- Hinata! – Ele exclamou sem jeito. Sonolenta, a Hyuuga se sentou.

–... Naruto...?! – Surpreendeu-se, inicialmente confusa. Mas corou ao lembrar-se dos últimos acontecimentos. – C- Como foi? – Se apressou em perguntar. O loiro suspirou. Levantou-se e sentou, mesmo sem convite, ao lado dela.

– Complicado. – Ele confessou. – Eu até contei sobre o seu pai. – Ele viu as sobrancelhas morenas se juntarem e sabia que não era um bom sinal. Entretanto, dois segundos depois, as rugas de fúria sumiram da testa branca, como se ela compreendesse o porquê da cruel revelação. Ela fez menção de baixar a fonte, mas ele a impediu, segurando seu queixo. O rosto dela formigou, mas não conseguiu quebrar o contato visual imposto com o ato. -... Ela vai ficar bem. – Ele garantiu, e ela assentiu lentamente. – Sinto muito por falar aquilo no jornal... E por falar do seu pai. – Ela assentiu novamente. – Você parece exausta. – Ele riu, nervoso, mas ela não respondeu. -... Que droga, Hinata. Eu vou acabar te beijando desse jeito. – O rosto dela se avermelhou imediatamente, e recuou o rosto instintivamente. Naruto expirou e coçou a nuca.

– Foi um longo dia... – Ela podia sentir o sangue pulsar na testa. – Você deve estar cansado, pode dormir.

– Posso ficar aqui? – A pergunta foi tão repentina que ela não conseguiu responder. – No sofá, eu juro. – Naruto riu da expressão dela, mas diante do silêncio, não resistiu, e acabou se aproximando um pouco mais, até os lábios ficarem a milímetros de distância. – A menos, é claro... Que você queira companhia. – Hina não conseguiu responder. Era como se todas as palavras tivessem sumido de seu cérebro; seus lábios tremiam e ela se sentia como a adolescente de dez anos atrás.

Naruto deslizou as mãos pelas maçãs rubras do rosto da amada, deliciado com aquela expressão tímida que ele sempre julgou tão sedutora. – Se você não me responder, eu não vou fazer nada... – Ele sussurrou. “Não!” ela pensou; “Por favor, não peça...”, foi o que seu cérebro clamou, mas ao invés disso, ela se ouviu dizer:

– Me beije. – E o pedido foi prontamente aceito. Sem dar chance para que ela pudesse recuar Naruto a puxou pela nuca, apressado e necessitado; praticamente engoliu os lábios doces. A sensação das mãos dela alisando seus cabelos era ainda mais deliciosa e reconfortante do que ele se lembrava, mas aquele beijo nostálgico não durou por muito tempo, já que um grito assustado foi ouvido do quarto em que a filha dormia.

Eles se afastaram imediatamente, e correram para o lugar; encontraram Rikka encolhida na cama, chorando incansavelmente, abraçando suas próprias pernas. – Filha! – Hinata correu até ela e a abraçou gentilmente.

– Rikka! O que houve?! – Preocupado, ele sentou-se ao lado da ex-; alisou o rostinho redondo e infantil carinhosamente.

– Eu sonhei que alguém estava me tirando da mamãe... – Ela se encolheu nos braços da mãe, que a encheu de beijos amorosos. – Ninguém vai te tirar de mim, querida... – Ela garantiu, e ambas se deitaram.

Depois de quinze minutos de conversa, Naruto se levantou para sair. – Onde é que você vai, papai?! – A menina perguntou manhosa. O loiro riu.

– Vou para minha casa, ora essa. – Rikka negou com a cabeça; fitou a mãe com os irresistíveis olhinhos pidões.

– Mamãe, por favor... Eu quero que o papai fique aqui, comigo... – Por um momento, Hinata sentiu-se rejeitada. Estava pronta para se levantar, mas a filha a agarrou com mais força. – Não! – Ela exclamou. – Quero que os dois fiquem comigo! A mamãe vai proteger a Rikka, e o papai vai proteger a mamãe. – Explicou timidamente, encolhendo-se nos braços da Hyuuga. O rosto de Hinata enrubesceu, principalmente por sentir o corpo de Naruto deitar-se atrás do seu.

A pequena Uzumaki teve que conter o sorriso de vitória; ela puxou o braço do pai sem hesitação, fazendo-o passar pela cintura da mulher. – Eu quero segurar a sua mão, papai. – Pela expressão divertida de Naruto, ela tinha certeza de que ele já havia entendido o porquê daquilo tudo. Hinata estava imóvel, e os dois maiores amores de sua vida divertiam-se com isso.

Aquele tinha sido um dia longo, então não demorou muito até que os pais adormecessem. Naruto até mesmo chegou a soltar sua mão – inconscientemente, é claro – para apertar o corpo de Hinata contra o seu. Os lábios dele pousavam na cabeleira longa da mãe, que a abraçava possessivamente, e por mais que ela estivesse feliz com aquele resultado, não conseguia pregar os olhos... Não sem lembrar-se do sonho que a fizera acordar; um sonho onde olhos de lua idênticos aos da adorada mãe a encaravam, cheios de ódio.

~

Sasuke acordou no meio da noite, irritado pela falta de peso em suas costas. Ele se virou parcialmente, e não encontrou a esposa na cama. – Sakura? – Sem resposta, teve que se levantar.

Mal saiu do quarto, e escutou murmúrios vindos da sala; ele se apressou e encontrou a esposa encolhida no sofá, abraçando as próprias pernas e praguejando baixo. – Sakura? – Ele se aproximou assustado, e ela ergueu os olhos verdes cheios de olheira em direção ao amado marido.

– Sasuke-kun...! – Exclamou baixinho, e fez uma careta de dor em seguida. – Me desculpe, eu não quis acordá-lo... – Ele negou com a cabeça, e murmurou um “tudo bem”. O senhor Uchiha se apressou em testar a temperatura da esposa, e se assustou.

– Você está pelando! – Praticamente gritou de tão aterrorizado. Sakura riu.

– Estou com trinta e seis e meio, seu exagerado. – Ele a repreendeu com um olhar. – Só estou passando um pouco mal... Como estava com calafrios, achei melhor sair da cama. Sei que amanhã tem uma reunião importante... – Mas o marido suspirou. Puxou-a nos braços, fazendo-a enrubescer e mesmo com os protestos, levou-a de volta para a cama. – S- Sasuke-kun! – Ela reclamou.

– Você já tomou remedio? – Perguntou, ignorando-a completamente. As sobrancelhas róseas se estreitaram, e ele concluiu que não. Foi até a suíte, pegou um par de comprimidos e voltou à cama. Entregou à esposa junto da garrafa de água que ele sempre deixava ao lado da cama.

– Francamente, com uma esposa médica, eu tenho que medicá-la... – Ele balançou a cabeça em reprovação, mas Sak notou o sorriso de canto. Tão encantador que ela teve que beijá-lo. Sasuke sequer teve como retribuí-la, de tão repentino.

– Vamos dormir. – Ele falou constrangido; deitou-se de bruços e sentiu o corpo da amada deitar-se sobre suas costas segundos depois.

– Eu não queria te atrapalhar a dormir. – Ela falou timidamente.

– Não consigo dormir sem você na cama. – O rosto dele estava um pouco corado com a confissão, e ela adorou aquilo. Beijou a cabeleira negra, sempre bagunçada, e apertou o corpo do marido contra o seu.

– Obrigada por cuidar de mim, Sasuke-kun. – Ele suspirou.

– Boa noite, Sakura...

– Boa noite, Sasuke-kun.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A última cena foi inspirada em uma short fic lindinha que eu li no fanfiction.net, acho que ela se chamava "Problemas para Dormir"; é tão perfeita que eu já perdi as contas de quantas vezes eu li!~Eu tive alguns problemas para nomear o capítulo, por isso não sei se ficou muito bom. Alguns me perguntaram sobre... Então espero que a cena NejiTen(?) tenha explicado a situação do Neji, da Tenten e da Han-chan. XD~Acho que o próximo capítulo vai ser mais interessante. Vocês provavelmente vão gostar (ou não), mas eu vou me esforçar, como sempre. XDMais uma vez, lembro a vocês que não faço nem ideia de quando vai terminar essa fanfic. Talvez tenha mais uns três capítulos! XD~Mais um obrigada à Bella-chan, pela recomendação. E a todos vocês, pelos maravilhosos comentários! Muito obrigada, pessoal! ~Vou responder os comentários do capítulo passado agora, mas não se acanhem!Dúvidas, críticas, sugestões? Sempre estou disposta à ouvi-las!~Obrigada por sempre receberem minha história tão bem. :)