Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 33
Parte XXXIII – Papai.


Notas iniciais do capítulo

Olá, amigos, romanos e conterrâneos! Como vão vocês? :)
Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer à Garota Anônima por oferecer à Que Chegue Até Você sua nona recomendação! Muito obrigada! Foi uma recomendação linda. *-*
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Como eu avisei (ao menos eu acho que avisei...), teremos por volta de quatro capítulos. Esse e mais dois e mais um epílogo (pelas minhas contas, quem sabe dê mais que isso? @@), e eu devo começar a postar dois por semana (se eu não tiver nada pra fazer na faculdade, claro).
Devo postar o próximo no domingo.
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Divirtam-se! :)



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Parte XXXIII – Papai.

O elevador enfim alcançou o terceiro andar, mas Hinata não pôde evitar o sentimento de decepção sobre o fato. Naruto estava ao seu lado, com a filha cansada adormecida nas costas, babando sobre o terno preto. Ele e Hina mal tinham trocado duas palavras desde que a pequena caíra dormindo no cinema – mesmo que ela tivesse insistido tanto para que os três fossem.

O Uzumaki foi o primeiro a sair do cubículo de aço, quase sem reparar que a Hyuuga hesitara. Assim que despertou dos devaneios, ela se apressou em acompanhá-lo. – Tudo bem. – Ela disse constrangida. – Eu posso levá-la, agora. – O loiro arqueou uma sobrancelha.

– Eu posso deixá-la na cama. – O rosto da de cabelos azuis queimou. – Qual é, Hina... Não vou tentar nada. – Ele prometeu, mas diante daquele sorriso maroto, ela não podia ter certeza se podia confiar.

Ainda assim, preferiu mandar a prudência para os quintos dos infernos; tirou da bolsa a chave do apartamento de Suzuki e abriu-o sem cerimônias, torcendo internamente para que ele não cumprisse a promessa. – O quarto fica na primeira porta do corredor. – Ela disse apontando, depois de acender a luz da sala de estar. Naruto acenou e seguiu naquela direção.

Sem conseguir conter o nervosismo, a de cabelos azulados foi até a cozinha; um chá... Um chá era uma ótima maneira de começar uma conversa. – Só uma conversa... – Ela murmurou para si mesma, embora o subconsciente clamasse por mais.

Não demorou muito até que Naruto saísse do quarto. Ele tinha tirado o terno e estava afrouxando a gravata. O calor subiu mais uma vez ao rosto da mulher, que tentou se centrar no chá. Infelizmente, ela não era lá muito boa em fingir sentimentos, então o loiro não precisou se esforçar para notar. Ele se aproximou cautelosamente, e a abordou pelas costas, sem tocá-la realmente. – O que está fazendo? – Perguntou despreocupado.

– C- Chá. – Ela gaguejou apressada. Puxou o bule de água quente e começou a despejar nas xícaras cor-de-rosa. – Estava frio lá fora, então achei que seria um bom jeito de agradecê-lo. – Ele ergueu uma das sobrancelhas.

– Não precisa me agradecer por trazer minha filha para casa. Eu gosto de fazer isso. – Suspirando, Hinata ergueu os olhos perolados na direção dele. Estendeu a xícara sem quebrar o contato visual.

– Também é um bom jeito de começar uma conversa.

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O quarto de Hanabi não era mais o antigo quarto que ela dividia com a irmã. Desde a saída de Hinata da residência Hyuuga, ela quisera se mudar para um menor, e mais confortável; como resultado, um dos quartos de hóspedes foi desocupado para dar lugar aos livros, às roupas e ao computador cor-de-rosa que Neji fizera questão de comprar com seu primeiro salário.

A filha mais jovem de Hiashi estava sentada na cadeira preta almofadada; lia atentamente as apostilas para revisar, mais uma vez, as respostas das provas.

A porta se abriu com um leve ranger, que a fez virar o rosto apenas parcialmente. Suzuki ergueu uma das xícaras de café que segurava, e a enteada sorriu sinceramente. A médica se aproximou, sentou-se na cama e entregou o café para a mais jovem. – Obrigada, Suzuki. – Ela agradeceu com sinceridade, e bebericou apenas um gole do líquido quente.

– Está revisando? – Ela respondeu com um assentir. – Eu posso falar com você um minuto? – Aquilo era estranho. Suzuki não era o tipo de pessoa que pedia permissão antes de soltar o verbo.

– Claro... – Falou quase tão confusa quanto hesitante. A madrasta sorriu em resposta. – O que foi? – Ela perguntou depois de marcar as páginas do material.

– Você sabia que sua irmã está aqui? – Como estava acostumada a fazer, falou sem rodeios. Hanabi se queimou com o chá quente, e praguejou baixo.

– O- O que eu tenho a ver com isso? – Ela murmurou enquanto limpava a saia.

– Ela veio conversar com você. – Direta mais uma vez. Os olhos de pérola da morena ergueu-se em direção a mais velha. – Eu sei que você também quer isso, Han-chan, então não seja teimosa. Todo esse orgulho só vai afastá-las ainda mais. – Sem esperar resposta, Suzuki se levantou. – Ela quer que vocês se vejam essa semana, antes do natal. Não quer passar o aniversário longe da irmã.

– Foi ela quem escolheu isso, não é? – O tom de voz da mais jovem era quase grosseiro. – Foi ela quem escolheu isso, quando foi embora para Kyoto. – Estava cansada de esconder as mágoas.

– Ah, então é disso que se trata... – Suzuki puxou-a pelo antebraço, fazendo com que ela se levantasse; depois, sentou-a na cama e não foi ouvida uma só reclamação. A esposa de Hiashi se sentou ao lado dela e puxou o rosto pálido para fazê-la olhá-la em seus olhos. – É disso que se trata? – A enteada não respondeu. – Você não está preocupada com o clã, com os negócios, ou com o ataque do seu pai. – O rosto da menina enrubesceu.

– N- Não é verdade! Eu realmente me preocupei com papai! – Ela exclamou apressada, como se necessitasse explicar.

– Seu pai só fez por merecer, e você sabe disso, não é?! – Mais uma vez, não houve resposta. – Você foi até ela e a acusou de ser egoísta... Mas quem é a verdadeira egoísta? – Hanabi encarou os olhos da madrasta, mas ainda não se pronunciou. – Você não liga pra Companhia, não liga pro seu pai... Você ainda está furiosa porque ela foi, e não voltou. É isso, não é? – A jovem não pôde desmentir. Suzuki respirou fundo, e reconsiderou tudo o que havia decidido antemão. Ela teve que contar até dez mil para conter-se. – Sua irmã te ama. – A voz da médica falou quase esganiçada em agonia. – E você a ama... Por isso, independente do que o seu pai te falou, você não precisa agir assim. Se ela saiu daqui... Foi porque ela precisava disso.

– Eu não quero falar com ela. – Hanabi foi conclusiva. Os olhos dela estavam decididos. – Eu não quero ouvir as mentiras dela, as desculpas dela.

– Tudo isso se trata da ida de Hinata para Kyoto. – Novamente, a mais nova não negou. Apenas desviou os olhos em direção ao carpete. -... Converse com ela, saiba os motivos... Saiba os motivos por tudo, Hanabi. – Suzuki se levantou com a xícara de chá em mãos, ainda olhando para a estudante. – Não seja ignorante. – Murmurou antes de sair do quarto.

~

Hinata voltou à sala trazendo uma bandeja com biscoitos recheados que colocou sobre a mesa de centro, antes de se sentar ao lado do pai de sua filha. Naruto estava nervoso, mas não transparecia tanto quanto ela, que tinha a postura ereta. – Biscoitos? – Ela ofereceu constrangida, ele pegou um e mordiscou. A mulher puxou a xícara de chá e bebericou para se acalmar.

– Algum problema? – Ele estava começando a ficar preocupado.

–... Como vamos fazer isso? – Os olhos perolados fitaram os seus repentinamente, fazendo ambos corarem, e desviar-se dos olhos um do outro em questão de segundos.

– D- Desculpe. Fazer o que? – Naruto se apressou em beber da sua xícara.

– Da Yume, é claro. – Ela riu nervosa, mas acalmou-se ao lembrar-se do assunto chave. – Como vamos contar sobre você? – Ele suspirou; o braço se esticou nas costas do sofá e Hina deu graças por estar ereta.

– Eu não faço ideia. Também nem imagino como ela vai reagir. – Bagunçou os cabelos loiros enquanto murmurava. – Talvez... No natal? Enquanto estivermos todos juntos, podemos anunciar como uma grande surpresa. – Hina riu da ideia.

– E que surpresa! – Esticou as sobrancelhas. – Mas... Talvez ela fique irritada por escondermos por tanto tempo.

– Faltam quatro dias para o natal, Hinata. Só você acha que é “muito tempo”.

–... Devíamos ter dito no casamento. – Ela concluiu depois de alguns minutos de silêncio. Naruto assentiu.

– Eu ficaria feliz com isso. – E mais silêncio... – Ela me disse que você não sai com ninguém. – Naruto jogou depois de pigarrear. A amada lhe lançou um olhar confuso. – Bem, foi o que ela disse. É só curiosidade. – Garantiu, mesmo que estivesse mentindo descaradamente.

–... Yume também me disse que você é solteiro. – A Hyuuga respondeu enquanto encarava a xícara. – O que significa que ela pode estar errando. – Naruto tossiu.

– Mas eu sou solteiro. – Ela lhe lançou um olhar cético. – O quê? – Ele riu. – É verdade! Um dos quinze solteiros mais cobiçados do continente se quer saber. – Ela revirou os olhos. O loiro não gostou daquela atitude. – O que foi?

– Eu me esqueci de que, para você, “um beijo”, “uma noite”... Não é tão importante a ponto de decidir se é ou não um relacionamento.

– Você voltou como a Rainha das Insinuações, hein. – Ele murmurou irritado, desviando o olhar para a parede. Hina apertou a xícara nas mãos.

– Perdoe-me, serei mais direta. – Não conseguia olhar para ele. – Estou falando do fato de estar dormindo com Shion Senjuu. – Ela puxou um biscoito e engoliu quase sem mastigar. Ele arqueou as sobrancelhas; os olhos safira estavam presos à amada, mas ele não parecia entender o significado daquilo.

– Bem... Ela é uma peste. Fica em cima... Nenhum homem aguentaria.

– Nenhum homem sem compromisso, claro. – As sobrancelhas loiras se juntaram irritadiças. Nenhum deles gostava do rumo da conversa.

– Hinata, você está ciente de que foi você quem me mandou embora, não é?

– Eu não me importo com quem você se envolve. – Mentiu frustrada, puxando mais um biscoito, ainda sem fitá-lo. – Só não suporto aquela mulher; não a quero perto da minha filha. – Ele riu sem humor.

– Claro que não gosta dela, está morrendo de ciúmes. – Ela finalmente o olhou, possessa, a ponto de gritar quando ambos notaram chocados quão próximos estavam um do outro. Tanto que podiam sentir as respirações mescladas.

– Não estou com ciúmes... – Ela murmurou baixo.

– Por que mais motivos você não gostaria da Shion? – Ela até chegou a abrir a boca para falar, mas calou-se no meio do caminho.

–... Você devia ir, Naruto.

– Sabe que isso é como uma confirmação de que está com ciúmes, não é?

– Não, eu não estou. – Ela tornou a fitá-lo. – Só que você devia perguntar isso à ela, não a mim. – Diante a falta de resposta, ela levantou-se. – Obrigada pelo sorvete, pelo cinema... Boa noite. – Suspirando, ele também se levantou. Puxou o paletó do braço do sofá e seguiu para a porta com a amada seguindo seus passos.

– Isso é ridículo. – Ele falou ao alcançar a porta. – Você mesma não dormiu com ninguém nesses oito anos?! – Ela não respondeu; abriu a porta e apontou para a saída sugestivamente.

– Não é da sua conta. – Falou antes de fechar a porta, e Naruto pôde ter certeza de que ela não fizera.


Ele passou a noite inteira em branco, sem conseguir tirar da cabeça a possibilidade de ter sido o único homem a tocar Hinata Hyuuga. De manhã, o relógio sequer precisou despertar as oito, pois ele já estava de pé, vestindo-se e preparando o cereal de café da manhã.

Depois de comer, foi procurar a gravata e escolher os sapatos, e enquanto o fazia, decidiu ligar a TV para se sentir menos solitário. Ele estava terminando o nó quando ouviu seu nome ser citado no telejornal. Arregalou os olhos ao ver fotos dele com Rikka nas costas, carregando-a ao lado de Hinata até prédio.

–... Segundo fontes, a empresária Hinata Hyuuga e O Todo Poderoso do Grupo Uzumaki começaram a morar muito próximos. – Uma jornalista quente dizia. – Ao que tudo indica, de fato, o senhor Uzumaki é o pai biológico da criança, mas nenhuma confirmação foi dada à imprensa. – Ele gemeu de desgosto e desligou o televisor com o controle remoto.

Hoje seria um inferno.

Irritado, ele saiu de casa e bateu na porta do apartamento vizinho; Hinata abriu surpresa e ele sentiu o calor invadir o cérebro ao vê-la linda naquela camisola longa, mas com um decote discreto maravilhoso, na opinião do loiro. – Naruto? – Ela não pôde evitar a satisfação ao vê-lo daquele jeito. O loiro teve que balançar a cabeça para voltar à órbita terrestre.

– Não saia hoje. – Aquilo a assustou. – A imprensa nos viu ontem... – Ele suspirou desgraçadamente. – Vai se um inferno, então não deixe a Rikka sair. – Ela assentiu lentamente. – Também evite sair.

– Mas não temos nada em casa-...! – Ele puxou a chave do bolso e entregou na mão da morena antes que ela pudesse terminar a frase.

– A Shizune faz as compras do meu apartamento, por ordens da minha avó... Então acho que vai achar tudo o que precisar. – Mesmo que constrangida e surpresa, Hinata concordou. A conversa curta fluiu tão normal, tão natural, que ele quase cedeu ao impulso de beijá-la. Quase. Por sorte, ainda estava irritado por toda a ladainha da noite passada, então se despediu com um assentir, e seguiu na direção do elevador.

~

Hanabi se trancou no quarto assim que terminou o café da manhã. Mesmo que Neji e Hiashi achassem a atitude estranha, deduziram ser o “efeito pós-prova”, e preferiram deixar para lá.

Mas as provas não tinham nada a ver com aquilo...

A garota agachou-se em frente à cama, e com um pouco de dificuldade, puxou a “maleta dos tesouros”, que tinha desde que podia se lembrar. A maleta dos tesouros era, na verdade, uma caixa média de madeira velha que a mãe havia comprado muito antes de morrer. Ela tinha uma trava que só abria por uma chave que sempre ficava no pescoço da filha mais jovem de Hiashi.

A morena soltou o colar com um puxão, e abriu-a hesitante. Fazia anos que ela não olhava para seu passado.

Depois de muita hesitação, ela ergueu a tampa da caixa e pôde ver o seu reflexo no espelho enferrujado. Ela puxou os lenços de algodão e abriu as caixinhas espalhadas desorganizadas. Em uma, ela encontrou seu primeiro dentinho de leite. Na outra, um colar infantil de coelhinho que ela usou até os seus dez anos. E em um envelope velho, encontrou uma série de fotos.

Fotos de ela bebê, de ela criança, de ela menina. Em todas as fotos até seus doze anos, a mãe estava presente. E em todas, sem exceção, a irmã estava ao seu lado. Sempre sorrindo, sempre abraçadas, sempre de mão dadas.

Ela puxou do fundo da caixa três folhas dobradas, todas com seus desenhos do primário; desenhos simples, feitos com linhas retas e cabelos mal feitos.

Desenhos em que ela, a mãe, e a irmã estavam sempre de mãos dadas. Ela os abraçou, assim como as fotos; deitou-se na cama e permitiu que as lágrimas vazassem por seus olhos. – Onee-chan...

~

Em geral, a imprensa costumava a importunar Naruto de vez em quando. Uns paparazzi ali, uma entrevista aqui... Nada que o irritasse muito. Mas aquele dia estava sendo especialmente muito longo. Assim como ele havia imaginado, a imprensa estava fazendo guarda, tanto em frente ao prédio residencial, quanto ao prédio da sede do Grupo Uzumaki.

Sasuke havia ligado mais de dez vezes, mas ele não atendeu. Sabia que só ouviria gritos, caso atendesse o melhor amigo. “Como você pôde ser tão indiscreto?!” o Uchiha diria. “Como puderam ser tão idiotas?!”. O pior de tudo é que Naruto não tinha como discordar das possíveis repreensões.

Mas o pior de tudo aconteceu quando a secretária, Tenten Mitsashi, ativou o telefone para avisar, apavorada, que Mayuki estava bem no meio da muvuca da imprensa. Furioso, o presidente do grupo desceu imediatamente até a portaria. Ele empurrou repórteres e câmeras, assim que conseguiu alcançar a irmã, ajeitou a cadeira e seguiu para a portaria do prédio sem olhar para trás. – Senhor Uzumaki! Senhor Uzumaki! – Todos exclamavam. – É verdade que você é o pai da criança do caso Hyuuga? O que vai fazer sobre o contrato com o senhor Hiashi? – O filho de Minato suspirou, exasperado.

– Eu nunca disse que quebraria contrato nenhum. – Esclareceu com irritação. Mayu não disse uma palavra, apenas olhou para o chão, constrangida por sua impotência, por sua inutilidade.

– É verdade que a senhorita Hyuuga e a filha estão passando uma temporada com o senhor? – Ele chamou Tenten com um olhar, e a secretária se aproximou apressada.

– Pode levar a Mayu para dentro? Vou ter uma conversa com os cavalheiros. – A alegria dos repórteres foi unânime, e foi só ele se virar para ser engolido pelos microfones. Respirou fundo. – A senhorita Hyuuga está aqui por motivos familiares, que nada tem a ver comigo. Coincidentemente, ela está hospedada em um apartamento no prédio em que moro. – Preferiu omitir o fato de os apartamentos serem vizinhos.

– Segundo algumas fontes, o senhor conhecia Rikka Takagi antes mesmo de ser descoberto que ela era a filha perdida dos Hyuuga.

– Eu frequentava o Lar das Joaninhas. Sempre nos demos muito bem. – Seria pior se mentisse sobre aquilo, pois as provas eram inúmeras, e acabaria gerando mais e mais especulações.

– Como se sentiu quando descobriu a verdade sobre a morte da filha da Hyuuga?

– Eu fiquei chocado. – Ele assentiu. – Principalmente quando soube que eu conhecia a criança em questão.

– Segundo fontes... – A repórter quente do noticiário da manhã se aproximou, empurrando os concorrentes com o traseiro. – O senhor e a senhorita Hyuuga namoraram no colegial, isso é verdade? – Ele respirou fundo.

– Escute, senhora...

– Nós temos algumas fotos que comprovam. – Ela esclareceu antes. Naruto estreitou as sobrancelhas.

– Que fotos?! – Ele estava começando a ficar realmente irritado.

– Dos festivais de seus últimos anos no colégio, temos fotos de vocês juntos.

– E de onde, se me permitem perguntar, tiraram essas fotos? Aconteceu há dez anos, pelo amor de Deus! Vocês não têm limites para a curiosidade na vida alheia?!

– Então o senhor confirma que teve um caso com Hinata Hyuuga? – Irritado, ele coçou a nuca.

– Sim. – Disse a contragosto. – Eu e Hinata Hyuuga namoramos por um tempo.

– Então, de fato, Rikka Takagi é sua filha?

– Ela é minha filha, tá legal?! – Gritou contra o microfone. – É minha filha, sim. É isso que queriam ouvir?! Ela é minha filha, mas eu não sabia. Hiashi não me queria com a Hinata, por isso acabou mandando ela para Kyoto. Eu não soube da Yume até aquela louca tentar suicídio. É isso o que vocês queriam ouvir?! – Ninguém respondeu. – Agora que já respondi todas as perguntas, poderiam, por favor, deixar a minha família em paz?! – E se virou para voltar ao prédio.

– Espere! Só mais uma pergunta, senhor Uzumaki! – Ele preferiu ignorá-los, e adentrou as portas de vidro tremendo de tensão. Só pôde respirar ao ver a irmã ao lado de Tenten, com um copo nas mãos e tremendo tanto quanto ele.

Vendo a cena, o loiro se obrigou a respirar fundo e se aproximou da irmã. Agachou-se e segurou as mãos brancas. – Você está bem? – Perguntou com gentileza, e a viu assentir.

– Estavam ao vivo... – Ela murmurou, apontando para a TV pendurada no alto por um suporte. – A Hina-nee vai te matar.

~

Rikka apareceu na sala às onze horas da manhã, coçando os olhos e bocejando sonolenta. Ela agarrava o travesseiro, e não viu Hinata em nenhum canto da casa.

Por sorte, antes que pudesse se desesperar com a ideia de ter sido abandonada mais uma vez, viu o bilhete deixado sobre a mesa de centro. “Estou preparando o almoço; fique aí, eu volto já; beijos da mamãe”, dizia o papel.

Dando de ombros, Rikka amassou-o para jogar no lixo. Ela pegou um pacote de biscoitos que estava na sua mochila de viagem e se sentou na sala para procurar o canal de seu anime favorito. Do chão, ela passou tediosamente pelos canais, bocejando no meio do caminho, quando visou um relâmpago amarelo de terno em um programa; ela voltou alguns canais e viu Naruto gritando com uma repórter.

Aumentou o volume para poder ouvir melhor. –... Na vida alheia?!

– Então o senhor confirma que teve um caso com Hinata Hyuuga. – Viu ele coçar a nuca, parecia muito irritado.

Sim. – Disse com uma voz chateada. – Eu e Hinata Hyuuga namoramos por um tempo. – Aquilo surpreendeu a garotinha.

– Então, de fato, Rikka Takagi é sua filha? – Ela estava a ponto de gargalhar quando ouviu a resposta.

Ela é minha filha, tá legal?! – Naruto tinha gritado. – É minha filha, sim. É isso que queriam ouvir?! Ela é minha filha, mas eu não sabia. Hiashi não me queria com a Hinata, por isso acabou mandando ela para Kyoto. Eu não soube da Yume até aquela louca tentar suicídio. É isso o que vocês queriam ouvir?! – Naruto. Naruto Uzumaki era o seu pai. Ela não pôde raciocinar mais nada, além disso.

A porta se abriu, e Hinata adentrou sorridente com uma panela grande. – Quem quer almoçar o rámen da mamãe?! – Ela perguntou toda animada, mas Rikka não conseguiu responder.

Hinata estranhou os olhinhos azuis confusos e quase chorosos olhando em sua direção; ela colocou a panela no sofá, sem se importar se o mancharia e agachou-se na altura da menina. – Filha? O que foi? – A pequena piscou rápido, segurando o choro. Ela se levantou e correu apressada para o quarto.

A mulher não entendeu até olhar para a TV, onde a grande manchete dizia “Caso Hyuuga: Naruto Uzumaki é o pai!”. – Yume! – Ela se levantou e correu para bater incansavelmente na porta que não se abriria tão cedo.


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Notas finais do capítulo

Francamente, não sei o que vão achar desse capítulo. Eu gostei... Sempre gosto de capítulos com a Suzuki. :)
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Peço desculpas pelos comentários não respondidos, eu vou tratar de responder todos (principalmente os com duvidas) até o final de semana!
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Só pra esclarecer: Hinata está hospedada no antigo apartamento da Suzuki. O Naruto mora no apartamento vizinho. Ele e a Suzuki não chegaram a ser vizinhos porque quando o Naruto se mudou, ela já estava casada, então ele sempre pensou que era desocupado. :)
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Dúvidas? Críticas? Sugestões? Todas são bem vindas! :)
Segundo a minha conta, Que Chegue Até você chegou aos 404 reviews, tem 126 leitores, 59 favoritos e NOVE recomendações! Foi a minha fanfic mais badalada(?), e eu agradeço MUITO a todos vocês.

Obrigada por me acompanharem até aqui! Sem meus leitores, eu não sairia nem do terceiro capítulo. n.n
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Até domingo, meus docinhos!