Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 23
Parte XXIII – Por Você.


Notas iniciais do capítulo

Yo~ minna! Como vão vocês?!
A tia Candy está particularmente animada com a segunda fase da fanfic! :D
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Bem, antes de qualquer coisa... Quero agradecer a recomendação lindinha de ForeverTheBest! Obrigada por fazer a autora feliz. :)
Quero agradecer também aos reviews... Vocês sempre respondem muito bem à essa fanfic, e isso me deixa emocionada. Obrigada por me acompanharem até aqui! ;-;
Ainda vou responder todos. Desculpem a demora, mas perfeição requer paciência, e eu odeio responder com poucas palavras os sentimentos que vocês deixam para mim! :3
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O capítulo foi betado, mas quem sabe né? Qualquer erro de ortografia, concordância ou palavras confusas, me desculpem! :D
Espero que se divirtam. ♥



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Parte XXIII – Por Você.

O quarto de Mayuki estava exatamente do mesmo jeito como ela deixara: as portas do armário abertas, escangalhadas e quase vazias, já que na pressa, ela colocara tudo o que considerava bonito dentro das malas para a "Grande Viagem".

Era a primeira vez que entrava em seu quarto desde o acidente... E naquele momento, era como se uma chuva invadisse seu coração com a certeza de que nada seria igual antes. "Bem... Qualquer um que estivesse sentado numa cadeira de rodas preta e sem graça acharia a mesma coisa", pensou ela.

Quem a guiava era Minato, o pai, que estava com um sorriso tão sincero no rosto que chegava a ser sufocante. Ele estava tão feliz... Ela sabia que estava feliz por ela, por ela estar viva. Mas ainda assim... – Nós vamos colocar as barras para sua fisioterapia ali. – A mãe, adentrando no quarto, sugeriu com felicidade. – Quando voltar a andar pode até fazer balé. – Ela também sorriu, esforçando-se ao máximo, mas mãe percebeu que aquele sorriso não chegava a ser  verdadeiro. – Seu irmão vai trazer aquele sorvete que você gosta. – Ela tentou animá-la, ainda com um sorriso no rosto, e Mayu assentiu.

- O onii-chan foi para a escola? – Perguntou curiosa. Afinal... Por suas contas, as aulas já deviam ter acabado há algum tempo. Kushina assentiu.

- Ele vai fazer as provas, e assim saberemos se ele vai ganhar um carro por terminar o colégio, ou ser expulso de casa por reprovar. – Brincou, conseguindo assim finalmente arrancar um sorriso sincero do rosto da mais jovem.

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A escola vazia era realmente um lugar estranho, e era ainda mais estranho caminhar ali depois de quase cinco meses... Andando com a maleta em suas mãos, ele reparava em cada corredor... Em cada cantinho escuro em que ele geralmente conseguia roubar beijos da namorada...

Acabara de terminar as provas que decidiriam o seu destino: faculdade ou trabalho, e se sentia verdadeiramente aliviado por acabar com aquele martírio; já estava há semanas estudando sozinho pela primeira vez em sua vida... E temia que aquilo não fosse suficiente. Por sorte, ele podia sentir que tinha conseguido... Seguiu até a lista de aprovados e reprovados, e sorriu ao ver “Sakura Haruno” no lugar de honra, como a Primeira Colocada nas últimas provas. Segundo Shizune, ela havia conseguido entrar com honras na Universidade de Tóquio, no curso que tanto desejava.

Ele procurou muito... Mas estranhamente, não encontrou o nome de Hinata em nenhuma das listas. – Estranho... – Murmurava para si mesmo quando surpreendentemente viu Hanabi Hyuuga caminhando pelos corredores do colégio ao lado de outro Hyuuga que ele não conhecia. Provavelmente, ela devia estar se inscrevendo para o vestibular do colégio, já que assim como Mayu, estava alcançando quatorze anos... Mas não deveria ser Hinata a acompanhá-la?

Quase sem pensar, ele se aproximou vagamente da ex- cunhada. Aquilo estava estranho... Muito estranho, para o seu gosto.

Hanabi parecia cabisbaixa, e mais quieta do que o normal – embora ele soubesse que ela era assim na presença de alguns Hyuuga. Eles pararam fora do colégio, em frente à estrada, provavelmente esperando alguém... Naruto esperou por alguns minutos, mas quando notou que não mais resistiria se aproximou. Inicialmente, tocou o ombro da caçula dos Hyuuga, que praticamente pulou com o contato físico que não tinha há tanto tempo. – N- Naruto-nii-... Naruto-san, - Corrigiu-se antes do seu “cão de guarda” notar qualquer intimidade. O loiro sorriu abertamente, forçadamente.

- Hana-chan! Como vai? – Ela deu um sorriso triste.

- Estou bem... – Murmurou, e ele reparou que não passava de uma mentira deslavada. – E a Mayuki-san? Ela já está melhor? – O corpo de Naruto enrijeceu, mas ele forçou um sorriso convincente.

- Ela está se acostumando... Infelizmente, o colégio daqui não tem estrutura para cadeirantes, então talvez ela tenha que ir para fora da cidade. – Hanabi assentiu compreensiva. O silêncio perdurou... Pelo menos o acompanhante da menina não pareceu se incomodar com a presença do Uzumaki – ao menos era o que parecia. Naruto coçou a nuca... Olhou para os cantos, e de novo para a garotinha, que parecia ainda mais tensa do que quando se conheceram. – Hanabi... – Ele começou cauteloso, e viu o corpo dela endurecer. – A Hinata... – Os olhos dela tremeram. – Como ela está? – Uma lágrima solitária desceu pelo rosto pálido típico da família Hyuuga, e aquilo fez o café da manhã que ele tomara revirar no estômago. – Ela está bem...? – Ele sentiu-se tremer, quando as lágrimas da mocinha tornaram-se mais grossas. – Hanabi, me responda! – Ele se aproximou mais, e foi afastado pelo guarda.

- Senhor Uzumaki... – Ele pediu, mas o loiro simplesmente ignorou, empurrando-o com o ombro. Naruto segurou-a pelos ombros, e a balançou sem força.

- Hanabi! O que houve com a sua irmã?! – Sem se conter, os soluços se tornaram mais altos, e o choro desesperado estalou na garganta da pré-adolescente. Ela caiu, escondeu o rosto e não conseguiu mais se controlar. – Hanabi! – Ele exclamou de novo, mas novamente sem ter resposta. Estava a ponto de gritar com ela, berrar para que ela explicasse o que diabos estava acontecendo, quando sentiu a mão forte empurrá-lo para trás.

- QUE DROGA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?! – Neji exclamou furioso. Estava dentro de um terno caro e acabara de sair de um carro preto.

- O que aconteceu com a Hinata? Por que ela não se formou?! – A voz do Uzumaki era mais autoritária do que ele supunha, o que vez rugas nascerem na testa do primo das garotas. “Aquele maldito covarde” pensou Neji “o que ele pensava que estava fazendo com mais uma das suas primas?!”, e quase sem raciocinar direito, com todo o ódio que estava guardando há meses, estourou, resultando num soco forte no rosto bonito, que provavelmente deixaria um arroxeado em volta dos olhos azuis.

- A CULPA É SUA! – Ele gritou, apontando-lhe. – SUA, E DE NINGUÉM MAIS! MALDITO IRRESPONSÁVEL! – E socou-lhe mais uma vez. O loiro estava surpreso demais para revidar. Viu o cabeludo afrouxar a gravata e mexer o pescoço, exasperado. Ele puxou as mangas do terno para o antebraço e se aproximou mais uma vez do culpado de todas as desgraças de sua tão adorada prima.

Naruto soltou a maleta e fez o mesmo. – Ela está bem? É tudo o que eu quero saber. – Ele tentou manter a calma, mas não pareceu dar certo, já os olhos de pérola de Neji estavam quase vermelhos de ódio. O choro de Hanabi, agora, era só um som de fundo. – Por favor, Neji. Eu não quero brigar. – Tentou ponderar, mas o outro estava surdo. Foi o que Naruto reparou quando, mais uma vez, ele tentou lhe acertar. Por sorte, o loiro não era tão ruim assim em combates corpo-a-corpo... Ainda que não quisesse acertar o rapaz, também não queria mais apanhar. Ele suspirou. – Neji, por favor!

- Eu não estou brincando! – A exclamação não foi um grito, mas foi direta, esmagadora... – Você é o culpado. – Puxou-o pelo colarinho e encarou os olhos azuis com fúria esmagadora. – Por sua causa... Hinata se foi. – Os olhos do Uzumaki se apagaram. Os lábios dele murmuraram um “O que?” mudo e trêmulo, que Neji pôde facilmente identificar. – Ela saiu de Konoha, e sinceramente... Duvido muito que volte.

-... Por quê...?! – Veias destacaram-se na testa de Neji, seus olhos estavam semicerrados, ardendo com ódio.

- Você sabe bem o que fez, Naruto Uzumaki.  Ela o avisou... Então não banque o idiota desinformado, a vítima... Por que você definitivamente não é.

- Neji-san, a senhorita Hanabi... – A voz do outro Hyuuga soou preocupada, e o rapaz assentiu. Soltou o Uzumaki, que recuou cambaleando, chocado, e observou Neji adentrar no carro preto; mesmo pelos vidros escuros, podia ver Hanabi se encolhendo nos braços do primo no banco de trás, e se desmanchando em lágrimas... Quando o carro se afastou, ele enfim pôde voltar a si. Puxou o telefone do bolso e discou com velocidade anormal o número de Sak, que demorou pouco mais de um minuto para atendê-lo com um “Naruto!” alegre.

- Por que inferno não me avisou que a Hinata tinha saído do colégio?! – Ele estava irritado demais para ser gentil. – Eu acabo de levar dois socos do primo dela! Ele disse que a culpa é minha! – Sakura pareceu se surpreender.

- Você não sabia...? – Estava em choque.

- Se eu soubesse que a minha garota estava indo embora, eu teria feito alguma coisa, Sakura! – Era a primeira vez que ele a chamava sem o prefixo em toda sua vida. – Você sabe de alguma coisa? Se souber, por favor... – Mas ela suspirou.

- Eu não sei de nada, Naruto... – Murmurou desanimada. – Nós fomos aos Hyuuga, eu e a Ino, quando recebemos a notícia de que ela tinha sido transferida, e o Neji falou para falarmos com você... Mas você estava com tantos problemas, que sequer cogitamos te interrogar. Depois de um tempo que ela foi embora, saiu uma notícia de que você estava saindo com uma garota, então concluímos que era isso... – Ele precisou de um minuto para pensar.

- Matéria? Que matéria? – Estava começando a se sentir estático.

- Não sei, faz uns meses. Pensamos que vocês tinham terminado por essa garota, e que ela tinha ido embora... – Naruto riu sem humor, e alisou os cabelos, exasperado.

- Sakura, se você pensasse isso, com certeza ia atrás de mim no mesmo segundo para tirar satisfações. Você e a Ino. – O tom dele era quase acusatório, de tão suspeito.

- Oh, desculpe por isso. – Sak já estava ficando irritada. – Mas com sua irmã cheia de problemas, achamos melhor não tocar no assunto. Afinal, vocês dois já são maiores de idade. Grandinhos o suficiente para cuidar do próprio relacionamento, não acha?! – Ele inspirou fundo.

- Tudo bem, esqueça... Agora me diz... Que matéria é essa?

~

Aquilo estava sendo insuportável... Hinata realmente gostava de trabalhar, de verdade. Sempre foi muito mimada enquanto a mãe era viva... E embora tivesse um dom natural para cozinhar, nunca limpara um quarto sequer, pelo menos não até agora.

Fazia quatro meses que estava sob os cuidados dos tios, Hizashi e Mai Hyuuga. Eles eram gentis, sem duvida... Muito melhor companhia que o pai rabugento. Entretanto... Hiashi sempre estava por perto – mesmo que indiretamente – complicando sua vida ainda mais.

Durante os primeiros meses, ela era a responsável pelas compras da casa, arrumação e cozinha. Depois, quando a barriga começou a se destacar, fora proibida de sair além do jardim. Ela tinha que cuidar das plantações de fruta sozinha, colher o que estava maduro, cuidar da casa e da cozinha... E mesmo que os tios tentassem ajudá-la, eles não podiam fazer muito, já que a própria Hina queria provar ao pai que era responsável suficiente para cuidar de uma criança.

Mas mesmo que Hizashi e Mai fossem tão gentis em querer ajudá-la com os trabalhos domésticos, eles também não pareciam apoiá-la. Assim como Hiashi, diversas vezes ao dia, todos os dias, abordavam o assunto do aborto. Alegavam que “ela ainda era muito jovem para colocar uma criança no mundo”, que “o clã precisava dela, sua família precisava dela” e que “ela não poderia criar um filho sozinha”, mas mesmo com a última afirmação, a única regra de Hiashi que eles faziam questão de manter sem hesitação – e a única que ela queria quebrar desesperadamente – eram os telefonemas proibidos. Ela estava oficialmente isolada, castigada pelo seu erro, pelo seu pecado. Ela merecia isso e devia entender que merecia, esse era o pensamento de todos Hyuuga cientes da gravidez. Mas ela não queria desistir... Não podia desistir.

Não só por Naruto... Não mais. Ela queria aquele bebê, porque era o seu bebê. Sua pequena criança, que crescia cada vez mais dentro dela. Para quem ela cantava todas as noites. Decidiu que, se fosse um garoto, o chamaria de Jiraya – o amado certamente aprovaria, quando descobrisse – e se fosse uma menina, Yume, assim como sua mãe. “Yume”, como “Sonho”...

Hoje mesmo ela teria essa resposta: como seu bebê se chamaria. A Dra Suzuki a levaria até uma clínica não muito longe da casa de Hizashi, e lá seria “a hora da verdade”, era por isso que o dia estava sendo tão insuportavelmente demorado. Ela já limpara a casa, já cuidara do jardim, da plantação, do almoço e do jantar... E ainda assim, a médica não aparecera. Ela já deveria ter imaginado que sairiam tarde – já que para os Hyuuga, discrição era tudo... Mas ela sinceramente queria que a discrição se explodisse, desde que ela pudesse saber o sexo do pequeno filhote que sentia crescendo dentro dela. Por telefone, Suzuki prometera – sim, ela podia atender telefonemas de Hyuugas – que deixaria o líder do clã bem longe enquanto a consulta era feita, já que ela mesmo estava saturada por ser rodeada por aquele “velho resmungão”.

O horário comercial já tinha terminado quando ela chegou à casa de campo, e depois de calorosos cumprimentos, as duas seguiram para dentro do carro de vidros escuros que as levaria até um consultório pequeno que pertencia à uma amiga de faculdade da médica.

Suzuki Hyuuga não era exatamente velha; tinha por volta dos trinta anos e era clínica. Era uma mulher cautelosa, como todos no seu clã, mas também alegre e com uma mente um pouco mais aberta que os demais na sua família. Era a única que não verbalizava o desejo de que Hinata abortasse, já que como ela afirmara à Hiashi milhares e milhares de vezes “aquilo era uma decisão que apenas ela poderia tomar”. Admirada, inteligente e bem sucedida, essas três palavras descreviam-na bem. – E como você está hoje, Hinata? – Ela perguntou enquanto dava partida. Hina sorriu constrangida, e ajeitou a bata de modo que cobrisse toda a barriga.

- Estou um pouco ansiosa. – Confessou. – Achei que não ia chegar nunca. – E riu tensa. Suzuki também riu.

- Vamos lá, menininha. Ver o que o seu descuido gerou.

~

A sala de jantar dos Uzumaki nunca estivera tão cheia antes! Ali, quase todos os Uzumaki estavam reunidos com o intuito de demonstrar à Mayuki que ela definitivamente não estava sozinha, e que mesmo com a morte de Jiraya, ela poderia ter esperanças. Todos poderiam ter esperanças.

Shion era a convidada “especial” de Kushina (especial porque ela não era exatamente uma convidada, mas sim, uma intrusa que fora educadamente aceita), estava conversando animadamente com a tia, Tsunade, sobre a possibilidade de se tonar uma enfermeira – pois achava os uniformes realmente lindos – quando o filho de Minato adentrara atrasado na sala de jantar. Ela estava a ponto de formar uma piada sobre aquilo, mas acabou se assustando com a aparência nada agradável do loiro: rosto avermelhado e olhos irritadiços. – Que droga de notícia é essa, Shion? – Ele perguntou lenta e amarguradamente, jogando sobre a mesa uma papelada impressa de todos os sites que haviam publicado uma estranha "novidade", que era novidade até para ele, de que os dois estavam se envolvendo. A última daquelas notícias era de duas semanas atrás. – Por que essas fotos estão na imprensa? – Ele estava realmente furioso... Tanto, que ela precisou de algum tempo para formular uma resposta coerente.

- N- Naruto... E- Eu... Eu só publiquei essas fotos, não tinha a menor intenção de espalhar fofoca nenhuma. – Mentiu descaradamente, fazendo Karin revirar os olhos.

- Você tem noção dos problemas que isso me trouxe?! – A voz dele ficou alta de repente. – Tem ao menos uma ideia do que você causou, publicando essas malditas fotos de maneira tão irresponsável?! – Ela encolheu na cadeira, constrangida. – Apenas vá embora! – Sibilou cruelmente, antes de deixar a sala de jantar.

Kushina fez menção de se levantar, mas foi impedida por Minato. Com um olhar, ele pediu para que todos continuassem, levantou-se e seguiu o filho, que foi encontrado na sala, andando de um lado para o outro como se remoesse alguma ideia. – O que foi? – Ele quis saber, sinceramente preocupado. Naruto sempre fora impulsivo, mas nunca grosso, principalmente com garotas... E da família.

O garoto deu os ombros, e discou um numero no celular. O pai suspirou impaciente, e se aproximou mais do filho. – Estou falando com você.

- Desculpe pai. Agora não. – Ele murmurou irritadiço, e esperou até que a ligação fosse atendida. -... Itachi? Eu preciso falar com você... Agora.

~

O consultório acabou sendo um pouco mais distante do que a garota imaginara, chegando a ser quase próximo à divisa de Konoha.

Hinata estava constrangida. Afinal, era a primeira vez que alguém fora da família via sua barriga. A doutora Nohara era muito gentil e cuidadosa. Ela a tratou como se aquela fosse a situação mais simples do mundo; não fez perguntas indiscretas e nem insinuações maldosas. Foi amigável desde a apresentação, e enquanto preparava os equipamentos para o ultrassom, respondeu animadamente a cada dúvida mental da adorável paciente.

Hina descobrira que ela morava em Konoha, mas por alguns motivos particulares – que a Hyuuga jamais seria tão indiscreta a ponto de perguntar – trabalhava naquele escritório, nem longe, nem perto da vila. Fora adotada pela família Uchiha ainda jovem, mas gostava de usar o nome do falecido pai biológico. Tinha um irmão incrível que morava no exterior há quase cinco anos, e era casada há três e meio com um professor assalariado que Hina torceu para não conhecer. Segundo Suzuki, Rin Uchiha sempre fora uma das melhores alunas de seu ano, o que fez a jovem lembrar-se da amiga. Teria Sakura conseguido passar no vestibular...? Era simplesmente inconcebível imaginá-la falhando.  – Certo! Tudo pronto! – A médica exclamou com uma alegria que Suzuki considerou exagerada. A essa altura, Hinata já estava deitada sobre a maca. A morena ergueu a bata e deslizou o gel gélido pela saliência do ventre, e a Hyuuga riu com o toque. – He! As pessoas normalmente acham gelado... E se assustam.  Você riu? – Rin ergueu as sobrancelhas; os olhos diretos na tela preta ao lado. A moça riu mais uma vez.

- Faz cócegas. – Murmurou tímida, e viu a doutora assentir.

- Ora, ora, ora... É muito pequeno, mas espaçoso. – Ela apontou para o pequeno bebê que podia ser visto quase abstratamente. Os olhos de Hina travaram na tela, encantados e emocionados. Rin riu. – É o seu primeiro ultrassom? – Perguntou, divertida ao ver a reação surpresa da jovem; a moça negou prontamente.

- Mas... É a primeira vez que consigo ver tão bem... – Ela também riu, mas contendo lágrimas. – É tão bonitinho...!

- Bem, já são seis meses. Pelo tamanho, eu diria... Um pouco mais de vinte e cinco semanas. Creio que não saiba ao certo. – A insinuação não foi exatamente proposital, mas fez a garota corar. – Quer saber o sexo?

- Sim! – Ela respondeu prontamente, quase apressada, e a esposa de Kakashi sorriu. Ela apontou para a tela, um canto borrado.

- Consegue ver isso? – Murmurou, mas Hina realmente não conseguia enxergar nada além de um borrão. Mais uma vez, a médica riu. – Não se preocupe, você não está cega. Não tem nada mesmo, o que significa que é uma menina. – Os olhos perolados se arregalaram por um instante. Ela ficou sem palavras, e sentiu as lágrimas descendo pelo rosto, emocionadas. Depois, riu, e limpou-as com as costas da mão.

- Eu nunca ia imaginar. – Ela olhou para o próprio ventre. – Sequer posso dormir, por ser tão agitada... Podia jurar ser um menino. – A morena desligou a máquina, e a Hina lamentou profundamente.

- Parece que você vai ter trabalho, então. Com essa menininha travessa. Escolha o nome com cuidado. Ela pode reclamar muito se você decidir chamá-la de “Rin”. – Fez uma careta com a pronúncia, arrancando mais uma gargalhada da mocinha.

- Eu já escolhi... Yume. – Pronunciou com orgulho. A morena sorriu com doçura.

- É... Com um nome assim, ela não vai reclamar.

~

A campainha tocou uma, duas, três vezes, rápida e impaciente. Mikoto estranhou, ainda mais quando Itachi desceu com sua calma de sempre para atender a porta. Veja bem, Itachi era um bom filho... Um ótimo filho; inteligente e uma ótima babá quando Sasuke era mais jovem, entretanto... Para os demais deveres da casa, era um completo inútil. Por um momento, a mãe Uchiha cogitou alguma namorada, mas foi surpreendida pela eufórica entrada de Naruto Uzumaki. – Itachi, eu preciso da sua ajuda. Agora! – Ela estava visivelmente desesperado, o que a chocou.

Depois de um olhar sugestivo do filho, ela assentiu; como uma boa esposa dona de casa, ofereceu um chá que foi prontamente recusado e se retirou para a cozinha. – O que você quer, rapaz? – Itachi tratou de perguntar; estava tão curioso quanto preocupado, desde o momento em que o melhor amigo do irmão lhe ligara há alguns minutos. Naruto coçou a nuca, parecia estar pensando em como pedir algo...

- Você é detetive, não é? – O loiro perguntou tenso. O Uchiha ergueu a sobrancelha, desconfiado, mas assentiu.

- Sou formado em direito e tenho especializações em política, mas trabalho na polícia de Konoha como detetive. Por que a curiosidade? Oh, sente-se. – O Uzumaki obedeceu, e suspirou exasperado.

- Itachi, você sempre foi o cara mais inteligente que eu já conheci... Por tanto, quero que me faça um favor. – O mais velho dos filhos Uchiha ergueu ambas as sobrancelhas, realmente surpreso. – Eu preciso que me ajude a encontrar Hinata Hyuuga o mais rápido possível.


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Notas finais do capítulo

Eu quero explicar algo que, enquanto escrevia, temi que vocês não entendessem... A idade das irmãs, Hanabi e Mayuki.
Quando a fic começou, elas tinham por volta dos doze anos... Hinata e Naruto estavam no segundo ano do colegial, e elas no segundo ano do ginásio (não lembro se especifiquei isso no começo da fic, vou dar uma olhada mais tarde :D). Quando Naruto e Hinata passaram para o terceiro, elas também foram para o terceiro ginasial(treze anos), e agora que os mais velhos se formaram, elas vão entrar pro colégio (quatorze anos). :)
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Bem, mais uma vez agradeço às recomendações e aos reviews que vocês sempre mandam. Obrigada por tudo, pessoal!
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Dúvidas, críticas, sugestões... Sempre disposta. o
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Até semana que vem, meus adoráveis bolinhos de arroz. *w*