Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 22
Parte XXII – Acordando.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! :D
Como vão vocês?!
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Essa semana eu dei de fazer a "Maratona KimiTodo"! Sim, sim. O anime cujo título deu inspiração à essa fic!
Decidi ler os mangás até estar acompanhando (eu ainda não tinha lido todos os online, e minhas comprinhas também estão atrasadinhas...), e to adorando. *o* Depois do post já to indo ler o vol. 15. :3
Tinha me esquecido de como a história da Sawako era fofa. *w*
Eu também gosto muito do anime, é bem fiel ao mangá... Uma pena que, como sempre, ele acaba no momento de "FINALMENTE!", só pra deixar aquele gostinho de quero mais. ''
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O capítulo foi revisado! :D "Aleluia, tia Candy!", vocês devem dizer, mas eu realmente não tive tempo com os últimos. XD
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Espero que se divirtam! *o* Boa leitura. :)



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Parte XXII – Acordando.

            O choro podia ser ouvido por todo o corredor estreito do maior hospital de Okinawa. Um choro estridente, alto e completamente emocionado... Cheio de uma felicidade imensurável, de uma mãe que, enfim, tinha a filha sã e salva em seus braços.

O quarto, antes branco e gélido estava colorido e feliz; cheio de natureza, com uma faixa de “Boas Vindas” completamente sem noção, que Naruto comprara na loja de conveniências perto do hospital na cor vermelha – a favorita da irmã. Ainda assim, Mayuki estava saturada!

Recebera flores durante todo o dia, de pessoas que ela não conhecia; empresas que ela nunca se interessara e redes televisivas das qual nunca viu sequer uma propaganda comercial. Estava confusa, irritada e constrangida pelos altos e incansáveis gritos de Kushina clamando aos céus, agradecendo por ela estar bem. Claro que ela seria mais compreensiva se entendesse, de fato, pelo que havia acabado de passar. Ou então, se fosse um pouco mais informada, não teria perguntado a avó, que depois de muita coragem decidiu sair do quarto e examinar a neta, onde estava Jiraya... Mas mesmo que estivesse tão curiosa – e um tanto preocupada – sua resposta sempre era adiada por uma súbita mudança de assunto causada por qualquer membro da família. Afinal, convenhamos! Não é muito conveniente avisar a uma garotinha que acabou de voltar de um coma que o avô que ela tanto adorava havia falecido, e que por estar desacordada, perdera a sua última chance de se despedir do homem que sempre admirou.

Por sorte, ela não parecia desconfiar do pior. Quando os exames enfim pareceram terminar, ela não pareceu notar exatamente. Estava absorta numa conversa desinteressante com o irmão, então nem mesmo percebeu quando seus pais foram discretamente convocados para fora da sala com um olhar sugestivo da avó – embora ele tenha percebido.

Tsunade não falou nada até que os três estivessem em seu consultório, com as portas fechadas e com os resultados dos exames em mãos. Ela parecia tensa, o que definitivamente não era bom sinal. – Sentem-se. – Pediu com gentileza. A filha a obedeceu, mas Minato preferiu ficar em pé.

- O que aconteceu? – A voz dele era cautelosa, claramente assustada. Tsu respirou fundo por um momento, e depois, com o olhar sério que sempre tinha em situações médicas, prosseguiu.

- Mayuki sofreu uma séria lesão medular. – Levantou-se e colocou os raios-X na claridade, demonstrando com o indicador os danos ditos. – Ela não deve ter notado ainda, mas... Sua sensibilidade nas pernas não está funcionando. – Kushina arfou, desacreditada.

- Mas... Como pode ter tanta certeza...?! Temos que tentar pedir para ela, não é? Fazer alguns testes antes de concluir! – A ruiva teimou, e a mãe suspirou.

- Eu já confirmei isso, minha querida... Enquanto trocava as bandagens dos ferimentos... – Suspirou mais uma vez. – Aquilo devia ser doloroso. Mas ela sequer pareceu notar. – O silêncio perdurou por um longo minuto. – Claro, farei exames detalhados para saber com qual paraplegia estamos lidando... A fisioterapia é muito importante também, poderá dar resultados, mas...

-... Diga, Tsunade. – Minato insistiu. – Esse é o trabalho da sua vida, não é? – Ela preferiu não olhar nos olhos da filha, que certamente estavam cheios d’água; focou-se nos orbes safira do genro.

-... Creio que ela não poderá mais andar.

~

O quarto de Neji era grande, solitário. Eram quatro paredes altas, com duas portas – uma que dava para suíte e outra trancada, que lhe daria a liberdade. Assim como o restante dos quartos, ficava no segundo andar da mansão, e a paisagem da sua única janela eram os muros altos de tijolo cinza. Por milhares de vezes ela imaginou se sobreviveria a uma queda daquelas... Imaginou fazer uma corda com as roupas de cama, mas era covarde demais para tentar de fato.

Tinha uma cama de casal forrada com um edredom esverdeado, um armário não muito grande, estantes com livros e uma escrivaninha. Não tinha nenhuma TV... E o notebook preto que ele usava apenas para trabalhos acadêmicos havia sido confiscado, assim como o celular e a linha telefônica que ficava no quarto do rapaz, por tanto... Ela estava isolada. Nada para pensar, além de suas desventuras ou, talvez, os livros de política do garoto Hyuuga. Ninguém para conversar, além dela mesma...

Claro que ninguém a estava matando de fome. Neji lhe visitava quatro vezes por dia; levava-lhe frutas, refeições e roupas; e a tranquilizou ao informar que Mayuki Uzumaki já havia despertado do coma. Mesmo assim, não queria aconselhá-la ou conversar; ainda estava magoado, sentindo-se um estúpido por ter confiado tanto em Naruto... E ela não podia culpá-lo por isso.

Perdida no tempo, ela não podia saber que horas eram... Só que já estava tarde, quando Hiashi a surpreendeu invadindo o quarto ao lado de Neji. Como passara o dia inteiro deitada na cama grande, sentiu-se zonza ao se levantar de súbito. O pai revirou os olhos diante a fragilidade da filha, e esperou que ela começasse o contato visual. – E então? Já pensou no seu erro? – Perguntou amargamente. Ela assentiu, mas não baixou os olhos um minuto sequer. – E vai corrigi-lo? – A voz de Hiashi era impassível.

- Tudo depende, otou-sama, do que o senhor entende por “corrigir”. – Viu a veia estressada pulsar no rosto sério do líder dos Hyuuga.

- Você sabe do que estou falando, Hinata. – Ele falou devagar, mas assustadoramente. – Sabe que esse bastardo não vai nascer. – Ela apertou os punhos. “Ele não é um bastardo!” queria gritar aos quatro ventos, mas ao invés disso, apenas murmurou calma e cautelosa:

- Eu não vou deixar ninguém matar o meu bebê. – Para sua surpresa, um sorriso nasceu nos lábios do pai.

- E como pretende criá-lo, sozinha?

- Eu não estou sozinha. – Ela desviou daqueles olhos maldosos.

- Acho que você não me entendeu, Hinata... – Tornou a olhá-lo de soslaio. – Eu não permitirei que aquele garoto saiba. Nunca. – Ela se levantou de repente e se aproximou corajosamente do pai, encarando-o com os olhos semicerrados.

- Você não pode me trancar aqui pra sempre. – Sibilou furiosa.

- Quer apostar? – Os punhos dela se cerraram, assim como os dele.

- Acalmem-se! – Neji pediu, colocando-se entre os dois. – Essa discussão não vai levar ninguém a nada. – Olhou de um para o outro. – Não vai convencer ninguém. – Cruzando os braços, Hina recuou.

- Você vai abortar. – O mais velho insistiu.

- EU NÃO VOU! – O grito foi ouvido em todo o segundo andar, e causou silêncio nos homens. O pai deu meia-volta, e caminhou lentamente em direção a porta branca, que ela sabia... Seria trancada mais uma vez.

~

A campainha soou, e Shizune suspirou. Preguiçosamente, caminhou até porta, e se surpreendeu com a visita inesperada.

A garota de estatura mediana, com cabelos loiros claríssimos e olhos azuis perolados certamente seria uma grande dor de cabeça naquele momento. Shion Senjuu era sobrinha de Tsunade e prima em segundo grau de Naruto. Tinha mais ou menos a mesma idade do loiro e Karin, mas diferente deles, era o exemplo perfeito de “criança mimada pela família”. Era loucamente apaixonada pelo primo desde o início da sua puberdade, por tanto, não era difícil de imaginar o porquê daquela garota residente de Tóquio estava visitando Konoha. – Shion! – Shizune exclamou depois de se recuperar do choque. A garota sorriu.

- Shizune. O que faz aqui? Você não é da família. – Sempre direta. Ela suspirou.

- Eu sou aprendiz da senhora Tsunade... Só estava cuidando da casa. – Ela lhe deu seu melhor sorriso. – Também é muito bom vê-la, menina Shion. – Com a visão periférica, entrou em pânico com o tamanho daquelas malas. – Mas... O que faz aqui? – A loira deu os ombros, e ajeitou a franja reta.

- É claro que vim ficar ao lado da minha família num momento tão difícil. O marido da minha tia morreu... Meu primo deve estar muito triste. – Shizune suspeitou que não houvesse nada de nobre na atitude da garota, mas nada disse sobre isso.

- Infelizmente, estão todos hospedados na casa da sua tia Tsunade.

- O quê?! – Ela exclamou com a voz estridente. – Não posso acreditar! O Naruto também?! – Dar chilique enquanto a família estava em luto... Shizune suspirou novamente, e assentiu. Shion bufou, cruzou os braços e deu os ombros. – Já está escurecendo. Vou passar a noite aqui e amanhã de manhã sigo pra Okinawa. – E sem pedir permissão, passou pela enfermeira e seguiu direto para o segundo andar. – E tome cuidado com a minha mala! – Gritou das escadas, fazendo a morena praguejar.

~

Ela enfim estava dormindo... Naruto sorriu enquanto a olhava. Alisou as madeixas loiras, e se centrou nas semelhanças entre eles... Mayuki definitivamente se parecia mais com Minato. Assim como Naruto, puxara os cabelos e os olhos do pai... Mas o mais velho tinha as feições da mãe – e dava graças à isso, já que sempre considerou a mãe a mais bela de todas as mulheres –, entretanto, mesmo que a caçula fosse tão parecida com o pai... Por que será que, para ele, ela era tão mais bonita?

Dormindo, a menina fez uma careta engraçada que o fez rir. O irmão pousou o indicador sobre o nariz pequeno, causando mais caretas, que o tranquilizavam mais do que divertiam. Afinal, depois de dias com ela em coma... Vê-la desacordada definitivamente era preocupante. Mayuki passara o dia inteiro fazendo perguntas de como fora parar no hospital. Mesmo que Kushina tivesse contado sobre o acidente, a menininha ainda desconhecia o trágico destino do avô. Provavelmente imaginava que ele devia estar acamado, assim como ela e impossibilitado de vê-la; além das perguntas sobre o acidente, falara muito em Hinata, demonstrando total curiosidade sobre o porquê aquele anel estava no pescoço do irmão, ou quando ela a visitaria. Mas é claro que ela não poderia... Não poderia vir até Okinawa com o pai em seu encalço. Por sorte, Mayu era compreensiva demais para culpá-la de qualquer coisa.

Sentiu a mão de Minato tocar seu ombro, e assustou-se com aquilo. Sua reação não foi melhor quando, com a cabeça, o pai indicou que ambos se retirassem do quarto. Seguindo as instruções, eles se retiraram discretamente, com cuidado nos passos para não acordar a menina, e encostaram a porta com muita cautela. – O que houve? – O filho tratou de perguntar logo. Não estava gostando daquela expressão séria...

Minato alisou os cabelos, exasperado. – Algo horrível. – Foi sincero. – Sua avó acha que ela não vai voltar a andar... – O rosto do mais novo empalideceu.

-... O quê?! – Sua voz soou um pouco alta demais, e o pai fez uma cara feia em sua direção. – Como assim?! – Preferiu ignorar a bronca visual.

- Parece que ela fraturou a medula óssea, ou algo assim. – Suspirou. – Sua avó ainda vai fazer alguns exames, mas... – Os olhos azuis do mais jovem estavam levemente arregalados, ansiosos pela resposta, ansiosos por uma luz para a pequena irmã, que tanto tinha para viver e conhecer. – Tsunade é muito experiente nesses assuntos. Ela tem diversos trabalhos sobre isso... Não acho que ela esteja errada.

- Mas, se ela diz que ainda há exames a serem feitos, nós temos que ter esperanças... Pela Mayuki, pai. – Minato concordou, e ambos se abraçaram por um curto instante. – Onde está a mamãe?

- No consultório da sua avó... Ela precisou se medicar para ficar calma.

- ONII-CHAN! – A voz estridente, em pânico, foi ouvida de dentro do quarto. Apressados, os homens da família adentraram no lugar, e paralisaram diante a dolorosa imagem: Mayu, sua doce Mayu... Caída no chão, com os olhos e corpo tremendo assustados; as mãos apoiadas no chão, que apoiavam seu corpo meio em pé, meio sentado. As pernas, caídas desengonçadamente no chão... Mortas. – Papai! O que é isso?! Eu não consigo andar!

~

Hinata estava sentada na escrivaninha de Neji, lendo suas anotações do colégio sem real interesse, quando ouviu a tranca do quarto se abrir. Ela respirou aliviada quando viu a longa cabeleira do primo adentrar o lugar, mas se surpreendeu pela falta da bandeja do jantar.

Ele fechou a porta e pareceu muito desconfortável com o que estava prestes a dizer... Coçou a nuca, olhou para a parede e pensou... Olhou para todos os cantos do quarto, menos para ela, por um bom tempo... Mas quando enfim os quatro pares de olhos perolados se cruzaram, ele bufou. Não irritado, mas tenso. – Foi decidido que você vai voltar para Kyoto. Essa noite. – Os olhos dela se arregalaram.

- Mas... O Naruto... – Neji negou com a cabeça.

- Seu pai não quer que vocês se aproximem novamente... – Coçou a nuca mais uma vez. – Honestamente, eu também não gostaria disso, mas... – Olhou de soslaio para a prima que, em choque, não se movia do lugar. Suspirou e se aproximou; agachou-se diante dela e segurou sua mão firmemente. – Eu não quero te ver assim, Hina. – Murmurou com um sorriso triste. – Eu quero que você seja feliz... Então...

-... Vai me deixar falar com ele?! – Neji assentiu. Puxou o celular do bolso e entregou para a garota, que quase o quebrou ao abri-lo. Digitou os números que decorara há alguns meses e esperou na linha por um tempo longo, antes de cair na caixa postal. Ela tentou mais uma vez, e mais uma vez falhou... E uma terceira vez, que não deu certo. Infelizmente, naquele exato momento, os Uzumaki estavam dando à Mayuki a triste notícia de que, talvez, ela não tornasse a andar, e o choro inconsolável da irmã fizera o loiro esquecer-se completamente do celular, que devia estar dentro do bolso da jaqueta laranja.  -... Ele não atende. – Ela murmurou descrente.

- Talvez esteja ocupado. – Neji tentou confortá-la. – Veja, ele não está te evitando... Sequer sabe que é você na linha. – E sorriu nervoso. – É o meu numero. – Ela assentiu. Sabia que ele não a estava evitando, aquela possibilidade sequer passara por sua mente... Só sentia-se triste por ele não atender a maldita ligação quando ela, depois de tanto tempo, conseguira fazer. – Vamos... Você deixa uma carta explicando a situação com alguém na casa dos Uzumaki. – Ela concordou e após se levantar, ambos seguiram até o quarto de Hina e Hanabi.

Como a mais nova desconhecia completamente a situação da mais velha, chorou litros de lágrimas, sozinha, e não quis ajudá-la a arrumar as malas... E quem a culparia? Hiashi havia sido muito cruel ao contar a notícia para a filha mais nova “sua irmã preferiu seguir sozinha”, ele lhe disse. “Sua irmã vai voltar para Kyoto, e você ficará aos meus cuidados”, lhe avisou, o que a desesperou. Desde sempre, nunca quis ir para Konoha... E a ideia de ficar sozinha era inconcebível, ainda mais com a possibilidade de Hina ter escolhido deixá-la sozinha. Claro que Hanabi não acreditaria no pai, mas Hinata não se deu ao trabalho de desmenti-lo, pois sabia ser inútil.

Depois de guardar tudo o que lhe era mais precioso, e escrever uma curta carta explicativa que continha o seu antigo endereço para Naruto, Neji a guiou para fora do clã. Hanabi não se despediu, nem Hiashi. Estavam feridos demais para tal coisa... Hina disse adeus às serventes, aos guardas e todos aqueles que complicaram sua vida nesse último ano. Ainda assim, não conseguiu conter o choro... O desespero na voz.

Neji dirigiu até a casa dos Uzumaki antes que o trem da prima partisse, e apressada como nunca antes, ela tocou a campainha. O corpo inteiro tremia de ansiedade, e esperança de que, por qualquer motivo que fosse, Naruto estivesse ali. Infelizmente, quem atendeu não foi Naruto... E sim uma garota loira que ela nunca tinha visto em toda sua vida. Ela ergueu a sobrancelha e a analisou dos pés a cabeça, fazendo o costumeiro rubor envergonhado subir pelo rosto da Hyuuga. – Em que posso ajudar? – Shion perguntou entediada.

- E- Eu estou procurando o Naruto-kun... – Hina murmurou tímida. Os olhos de pérola azul se semicerraram, mas ela se calou ao notar as malas que a outra segurava.

- Ele só vai chegar mais tarde... Quer entrar e esperar? – A morena negou com a cabeça. – Ah, eu sou Shion. – A loira forçou um sorriso e a cumprimentou com um aperto de mão cordial. – Sou  sobrinha da avó dele. Sério, se quiser deixar qualquer recado... – Bem... Ela tinha um olhar estranho, mas seu sorriso era simpático. Ela era uma parenta distante... Então talvez não tivesse tanto contato com Naruto quanto Karin tinha. E ela não tinha muito tempo para se decidir... Então esticou a carta na direção da Senjuu, timidamente.

- P- Pode... Entregar a ele? – Murmurou baixo, mas Shion pôde compreender.  Com um sorriso ainda mais gentil, pegou a carta.

- Claro, Hinata-san. – Ela leu o nome no envelope. Hina assentiu e sorrindo, correu para o carro. Shion revirou os olhos ao fechar a porta, e rasgou-a sem cerimônia nenhuma, sem sequer dar-se ao trabalho de ler.

- Quem era? – Shizune perguntou do alto das escadas, enrolada em toalhas pós-banho.

- Uma repórter! – Ela gritou em resposta, e a mais velha deu os ombros. Não era muito anormal, então preferiu não dar importância. Ela riu da letra bonita da Hyuuga, e jogou o resto dos papeis na lareira. – Como se eu fosse deixar uma garota minimamente bonita entregar uma cartinha de amor para o meu Naruto... – Ajeitou o carvão e com um fósforo, acendeu o fogo.

Quando Hinata, na manhã seguinte, acordou em Kyoto ao lado de Neji, não imaginava que ficaria na casa do tio, o senhor Hizashi Hyuuga. Assim que desfez a mala, teve o desprazer de descobrir que o celular que ganhara de presente não funcionava em Kyoto, e que mesmo que furtivamente ligasse do telefone do tio, Naruto aparentemente parecia estar ocupado demais para atendê-la.

~

Quando as aulas foram retomadas em Konoha, o professor Kakashi foi claro ao avisar aos alunos que a senhorita Hinata Hyuuga havia se retirado da instituição por motivos particulares, e como nem Ino nem Sakura aceitaram a possibilidade de ela ter escapulido sem avisá-las, trataram de procurá-la na fortaleza de muros que era a mansão Hyuuga. Entretanto... Diferente da última vez, elas não foram recebidas muito bem.

Os Hyuugas foram curtos e grossos ao afirmarem que Hina não mais pertencia aquele lugar, e elas tiveram que gastar muita saliva para convencer o porteiro a chamar Neji, ou qualquer um que pudesse explicar aquilo direito. Quando o primo de Hina saiu para recebê-las, estava claramente desconfortável. – O que vocês querem? – Ele começou, fechando os portões para que ninguém pudesse ouvi-los.

- Como assim: “O que vocês querem?”. Queremos saber da Hina, claro! – Foi Ino quem respondeu, e de maneira nada gentil. Neji suspirou lentamente.

- Hinata não mora mais aqui.

-... O quê? – Sak sibilou, chocada.

- Ela não mora mais aqui... Eu não posso falar o porquê, então não insistam. Mas, não se preocupem... Ela está em boas mãos. – Ele deu um sorriso gentil ao se lembrar dos pais, que em toda ligação pareciam preocupados com o estado da sobrinha.

- Neji, nós não podemos ficar sem resposta... – Sakura tentou ponderar, mas ele deu os ombros. Juntando as sobrancelhas, murmurou com rancor:

- Se quiserem mesmo saber, perguntem ao “Naruto-kun”. – E voltou para casa sem se despedir das moças.

~

Hizashi era bem mais gentil que o pai, sem duvidas... E não a pressionava de maneira nenhuma sobre a gravidez. O trabalho do tio, ela percebeu, era lhe dar trabalhos físicos. Notou que mesmo que o pai de Neji não gostasse disso, fazia-a colher, plantar, lavar as roupas e preparar o jantar de todos os Hyuugas que habitavam a casa grande.

Um mês longo se passou, e ela ainda não tinha recebido nenhuma notícia do pai de seu filho... A barriga já era visível, portanto, ela deixou de sair para a cidade. Semanalmente recebia visitas de seu pai, que insistente, sempre a questionava sobre o seu desejo de estar com o bebê... Mas mesmo que ela sempre fosse firme e afirmasse que “jamais mataria seu filho”, já não tinha mais tanta certeza se poderia dar conta disso tudo sozinha...

O celular de Naruto estava constantemente desligado, e ela começou a imaginar que, talvez, ele realmente a estivesse evitando. Mas só pôde ter certeza quando numa tarde, enquanto terminava os sapatinhos de crochê branco que a tinha a tinha ensinado a fazer, viu no jornal uma notícia que a matou... Em uma imagem que ela não conhecia, de um baile que parecia ser de aniversário, Naruto e uma garota loira que ela se lembrava de algum lugar sorriam, mais jovens.

“Naruto Uzumaki e Shion Senjuu, juntos?!”, era o rodapé da foto especulava.


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Notas finais do capítulo

Estou muito magoada com vocês. u.u
Tantos comentários, tantos elogios... Mas eu só tenho uma Recomendação. ;-; Obrigada a SetDragon-san.
Eu não queria mendigar recomendações (sou tímida até pra isso), mas não vi escolha. Eu quero ficar feliz... Snif, snif. ;-;
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TÁ PAREI. Q
Enfim gente, aí tá o capítulo! Eu realmente não tinha pensado em colocar a Shion (a propósito, ela é a loirinha do primeiro filme de Naruto Shippuden que eu sequer assisti, portanto, dificilmente vai ter a mesma personalidade), mas por motivos e razões que eu não tinha calculado antes... Tá aí. XD
Prevejo muitas ofensas pra menina Senjuu. Q
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Espero que tenham gostado. Eu me esforcei muito, como sempre. n.n
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Críticas, dúvidas, sugestões... RECOMENDAÇÕES? ;-;
Estou sempre disposta a ler! Obrigada desde já! A todos os leitores! Se não fossem vocês, eu não teria chegado nem no décimo capítulo! ^-^v
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Beijinhos, beijinhos e tchau, tchau baixinhos. Vou ler KimiTodo! Beijo p'ocês. :~