Que Chegue Até Você. escrita por L-chan_C-chan


Capítulo 21
Parte XXI – Prisão.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Eu acabei de escrever o capítulo (são 6:07 da manhã), e vou postar agora, sem betar, porque vou sair mais tarde. Infelizmente, não é só a Hinata que tem problemas de família, e eu tenho que resolver alguns do meu pai (também) problemático.
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Eu demorei muito para escrever porque fiquei sem inspiração (também culpa do meu pai problemático), mas uma força maior me fez conseguir terminar esse capítulo pra vocês!
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Está aí, quentinho, acabando de sair do forno! Sem betar, porque betar essa hora não vai adiantar nada (to quase babando no teclado), mas espero que não tenha nenhum erro... D:
[EDITANDO]
Já tá betado. Só uma vez, porque to com uma dor de cabeça dos infernos (ainda pelo problema com meu progenitor). Mas acho que tá bem betadinho. Obrigada pela paciência gente!
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Muita gente me perguntou se o Jiraya realmente tinha morrido... Sim, gente. Ele morreu. Eu sou uma autora dramática (sinto muito por isso) e acho que em um acidente daqueles, ia ser irreal alguém sair vivo. Por isso, alguém tinha que morrer e entre a Mayu e o Jiraya... Mesmo que tenha me doído, foi o ero-sennin. T-T
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Boa leitura!



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Parte XXI – Prisão.

Quando Neji se aproximou no dia seguinte, para avisar a prima que o pai queria lhe falar, pela primeira vez em muito tempo ela realmente temeu Hiashi. Não pelo que aconteceria com ela, claro que não... Afinal, já estava acostumada a ouvir gritos e ordens desde pequena, mas seu estado psicológico não parecia estar ajudando.

Ela descobrira que o avô de Naruto falecera na noite anterior, provavelmente no mesmo momento em que ela desmaiava ao ouvir da notícia do acidente, mas a descoberta não foi por uma mensagem triste e depressiva do namorado (ou ex-namorado), e sim pelos noticiários; aquilo a magoou profundamente, já que mesmo que não estivessem mais juntos (coisa que não duraria muito, pelo jeito), sempre imaginou que ele a via como uma amiga de confiança. “Ele está ocupado”, era o que sua mente lhe dizia em todo momento; “não significa que ele tenha se esquecido de você.”, tranquilizava-a, mas Hina simplesmente não conseguia acreditar plenamente em si mesma – no caso, em seu subconsciente.

Já era tarde da noite quando os resultados pareceram chegar – foi o que ela concluiu, já que o pai pareceu normal durante todo o dia. Assim que Hanabi caiu no sono, ela fora imediatamente convocada até o escritório do senhor Hyuuga.

Temeu muito, porque já sabia o que ele ia dizer. Já sabia o que ele mandaria e duvidava muito que conseguiria aceitar isso, é claro, se de fato ela estivesse esperando um bebê.

Quando entrou na sala, o pai estava reto e impassível, dentro do quimono branco e preto, simples e confortável, geralmente usado por todos os Hyuuga residentes. Com os dedos juntos e olhos avaliadores, ele fitava a filha fixamente. Com a cabeça, fez menção para que se sentasse, e ela assim o fez; pôde ver a papelada do laboratório de Suzuki e sentiu a barriga com gelar. Ainda assim, tentou manter o contato visual com o pai intacto, já que ele provavelmente não gostaria de saber que ela ouvira a conversa da noite anterior tão furtivamente quanto fizera. Ele pegou a papelada e estendeu em sua direção, com o corpo rígido e lábios em linha reta; só por aquela expressão, ela pôde descobrir o resultado. Mas puxou os testes como de praxe leu atentamente a análise médica que não entendia muito bem. – O que é isso? – Ela murmurou quase trêmula.

– É um teste de gravidez. – Foi direto ao ponto, e aquilo a surpreendeu um pouco. Os olhos perolados se ergueram em direção aos idênticos aos seus.

– O quê? – Ela tentou soar mais surpresa possível. Hiashi apertou os punhos e socou a mesa, possesso. Ela piscou rápido, mas não recuou.

– Um teste de gravidez, Hinata. Seu. – Ele sibilou furioso. – Eu pensei que tinha parado com os encontros com aquele moleque. – Ela enrijeceu, e baixou a cabeça. – É daquele moleque, não é? Do filho de Minato. – Ela juntou as sobrancelhas e sentiu uma pontada de irritação com a insinuação.

– Claro que é do Naruto-kun. – Murmurou com revolta, e ouviu mais um soco na mesa. Mais uma vez, piscou rápido; agora afastara a cadeira um pouco. Os olhos tornaram a fitar a figura do pai, agora em pé, muito maior do que já parecia ser.

– “Naruto-kun” – Ele praticamente cuspiu o nome. – Como se atreveu, Hinata?! – A voz dele estava alta o suficiente para ser ouvida de fora. – Como se atreveu a manchar o nosso nome? A nossa reputação! – Puxou os resultados e jogou sobre ela, frustrado. – Você é minha primogênita, Hinata! – Agora ele parecia decepcionado... A ponto de chorar, e isso causou um aperto enorme no coração da garota.

De fato, Hiashi não era o pai mais presente e amoroso do mundo, mas ele também nunca fora um carrasco. Era autoritário, sim. Tinha uma mente fechada, com certeza e certamente, faria uma proposta assustadora para a filha. Mas nesse último ano, ele não tinha sido tão terrível assim; até mesmo aceitara suas novas amizades, vez ou outra perguntava com verdadeiro interesse sobre as atividades escolares e nunca lhe negou nada – além, é claro, da permissão para namorar Naruto.

– Por que Hinata...?! – Ele perguntou mais uma vez, o tom melancólico. – Por que fez isso comigo? – Sentou-se, escondeu o rosto com as mãos e chorou baixo. Chocada, Hina observou o homem que sempre julgou frio e calculista desmanchar-se num choro incontido, com direito a soluços e murmúrios penosos que lhe quebraram o coração. Ela sentiu as lágrimas subirem para os olhos, mas não permitiu que elas lhe escapassem. Ela definitivamente não tinha o direito de chorar naquele momento.

– Desculpe... – Foi o que conseguiu sussurrar, num tom quase inaudível. – Pai, eu realmente não pretendia... Eu não pretendia...

– Descer tão baixo?! – Ele foi ríspido. Secou as lágrimas com a manga do quimono e tornou a torturá-la com aqueles olhos culposos. – Não queria trazer um bastardo ao mundo, é isso?! – As sobrancelhas dela se juntaram.

– Não é um bastardo. – Ela tentou conter a voz. – Eu tenho certeza que o Naruto-kun... – Viu o pai puxar o netbook da mesa e jogá-lo contra a parede.

– DIGA “NARUTO-KUN” SÓ MAIS UMA VEZ! DIGA! – Ameaçou com os olhos ardendo em chamas de ódio. – Eu vou matá-lo, Hinata! – Exclamou. – Matá-lo! Então essa criança será uma bastarda de qualquer forma! – A porta foi aberta e Hinata viu Neji adentrar e segurar o tio antes que ele pudesse avançar na prima.

– Tio, acalme-se! – Ele pediu assustado.

– VOCÊ SABIA?! – Ele berrou na direção de Neji. – SABIA QUE ELA SE ENCONTRAVA COM ESSE MOLEQUE?! SABIA DAS COISAS QUE ELES FAZIAM?! – Hina levantou-se subitamente.

– Ele não sabia de nada! – Exclamou em alto e bom som, e teve os olhos do pai mais uma vez na sua direção, sedentos de sangue. – Ninguém, além de nós dois, sabia. – Por um segundo, ela viu algumas das veias do rosto do pai se esconderem, e pôde notar que estava mais calmo. – Sempre fomos muito discretos, meu pai. Não somos tão imaturos quanto você pensa. – Ele pareceu respirar com a informação.

– Então ninguém sabe do seu caso? – Perguntou frio e grosso; ela assentiu, hesitante por se lembrar de todas as testemunhas de seu amor incondicional pelo Uzumaki e deu graças por todos serem de confiança. – Ótimo. Isso vai ser mais fácil. – Se esquivou dos braços de Neji, que ainda o segurava, por via das dúvidas.

–... Fácil?

~

Sentado na cadeira do escritório do avô, olhando para as fotos dele, de Karin e de Mayuki sobre a mesa de trabalho que Jiraya não usava há muito tempo, Naruto sentia-se flutuando num mundo completamente inexistente. Na mão esquerda, segurava o pequeno anel que Hinata rejeitara em seu último encontro... Na última vez em que falou com a irmã, o avô e a amada... O aperto no peito tornou a torturá-lo, e ele sentiu as grossas lágrimas descerem pelo rosto. Aquele definitivamente fora o pior dia de toda sua vida...

Os Uzumaki velaram o corpo de Jiraya em casa, e o enterraram no cemitério da família, um túmulo ao lado do de seus pais. Tsunade aguentou toda a cerimônia em silêncio, com um olhar baixo e tristeza contida... Mas foi só chegar entrar no seu quarto para dormir – algo que os filhos tiveram que implorar para que ela fizesse – que não conseguiu mais se segurar; o lugar era cheio de lembranças doces, o que naquele momento era uma tortura para a viúva. Pela tarde inteira chorou, e ninguém além de Kushina pôde entrar no quarto para consolar a mulher.

Minato havia passado a tarde com Mayuki – que ainda não tinha acordado. Diferente de quando sua esposa morreu, Nagato fez questão de consolar a filha, e Karin ficou ao seu lado todo o tempo, já que se sentia envergonhada com o primo. Todos estavam consolando um ao outro... A família estava unida, como sempre... Mas porque ele se sentia tão sozinho?

Se isso tivesse acontecido alguns meses atrás, certamente estaria ao telefone com Sasuke nesse momento, desabafando sobre a dor que parecia sangrar tão dolorosamente seu coração; ou numa possibilidade ainda melhor, poderia estar com Hinata. Ela estaria ao seu lado, com certeza. Com os braços quentes envolta do seu corpo... Os lábios doces encostados em seu rosto... Os murmúrios apaixonados, as promessas de amor e de que sempre estaria ao seu lado...

Puxou o celular do bolso sem esperança alguma, e confirmou nenhuma chamada perdida. Ela sabia, não é? Hinata era inteligente e informada, certamente teria descoberto sobre o acidente por noticiários. Mesmo assim... Nenhuma mensagem de “Meus pêsames” havia chegado. Nenhuma dela, pelo menos. Suspirou, e fechou o aparelho. Limpou as lágrimas com o antebraço e se levantou. – Teimosa. – Murmurou enquanto colocava o telefone no bolso da calça. – Vou te beijar muito quando voltar. – Deu uma última olhada no porta-retratos e sorriu para o avô. – Você nos daria uma surra se nos visse assim, não é? – E riu sozinho. -... Eu vou sentir muito a sua falta, seu velho tarado.

~

Paralisada, aquele era o termo perfeito para descrever Hinata Hyuuga naquele momento. Parada, sentada em frente ao pai, os olhos perolados grandes e espantados o fitavam como se fosse uma espécie de monstro. Neji, ao seu lado, mantinha-se cabisbaixo e pensativo. Ele não havia olhado nos olhos da prima nenhuma vez, o que significava, concluiu a garota, que deveria concordar com Hiashi. – Eu vou ligar para Suzuki essa tarde, e agendar um horário para você. – O mais velho dizia com tanta naturalidade que chegava a ser cruel. Sequer perguntara se era aquilo o que a filha queria. – Não se preocupe, vai estar anestesiada durante todo o processo. – Os punhos femininos se apertaram, e ela estreitou os olhos grandes.

A porta estava fechada, e apenas Hiashi, Neji e Hinata podiam ouvir aquela conversa... Aquela decisão. Ele não estava perguntando, estava decidindo. Aquilo era óbvio para qualquer um.

“- Toda a mãe deveria amar seu filho desde o ventre!”

As palavras de Naruto martelaram dolorosamente em sua mente, e ela já não mais conseguia ouvir o pai; Hina se levantou de súbito, o que fez os outros dois olharem em sua direção, ambos surpresos. – Eu não vou fazer isso. – Decidiu de repente. Uma veia se destacou na testa de Hiashi, que respirou fundo.

– Do que está falando? – Questionou ameaçadoramente. Ela sentiu o frio invadir a barriga, mas tomou toda a coragem do universo para continuar.

– Eu não vou abortar. – Cada músculo do seu corpo tremia; seu estômago parecia revirar a cada olhar desconfiado, a cada veia destacada no rosto pai. Neji tinha ambas as sobrancelhas erguidas; estava realmente chocado com a reação da prima, já que ela definitivamente nunca fora de negar absolutamente nada. – Sou maior de idade. – A voz tremia enquanto ela dizia. – Você não pode simplesmente decidir o que vou fazer ou deixar de fazer com o meu bebê!

– Está me desafiando?! – A voz do mais velho tornou a soar alta. – Está tentando medir poderes comigo, com seu pai?! – Ela sentiu o coração palpitar.

– Eu não estou tentando nada, otou-sama. Estou simplesmente recusando a abortar o meu bebê. É o meu direito, como mãe, tê-lo. Eu vou cuidar dele, você querendo ou não. – Ele passou as mãos nos longos cabelos, exasperado e procurando paciência no fundo de sua alma. Neji havia ficado estático; olhava para a garota como se confrontar Hiashi Hyuuga fosse o pior pecado do universo.

– Entendo, você quer pensar. – Ela estreitou os olhos.

“- Eu não ia deixar ninguém matar meu filho.”

– Eu não quero pensar. – Murmurou decidida. – Eu não vou deixar ninguém matar meu filho. – Imitou as palavras do amado, e os olhos do pai se tornaram frios.

– Neji, leve Hinata para o seu quarto. – Era uma ordem, e o rapaz bem notou isso. Apressou-se ao puxar a prima pelo braço, e só o toque amigo a tranquilizou; ainda assim, não pode quebrar o contato visual com o pai. – Você vai pensar. – Ele sorriu geladamente. – Lembre-se que está longe do seu querido Naruto-kun... Por que você nunca mais vai vê-lo na sua vida; vou me certificar de que isso aconteça. – Ela estava pronta para rebater, mas o primo a puxou do escritório antes que pudesse.

– Mas que diabos! – Ele murmurou do lado de fora, enquanto a guiava para o seu quarto. – O que infernos você fez, garota idiota?! – E praguejou um palavrão baixinho. – Eu sabia que não devia ter confiado naquele maldito fanfarrão...

– Nii-san, ele não é um fanfarrão! – Ela parecia desesperada ao falar, ao se explicar. – A culpa foi minha... – Sentia as lágrimas voltarem aos olhos. – Eu não me cuidei, deveria ter tomado remédios, qualquer coisa... – Mas o primo bufou.

– Você não é experiente nisso, Hinata. Ele sim. – Ele rosnou baixo. – Ele deveria ter se cuidado. Se precavido para que esse tipo de coisa não acontecesse. – E quando alcançou a última porta no corredor, abriu-a e adentrou junto com a moça. – Eu não vou perdoá-lo. – Concluiu, mais para si mesmo do que para ela. Suspirou profundamente, e alisou os cabelos; parecia furioso... – Eu vou dar uma bela surra nele, quando o vir. Sim, é isso o que eu vou fazer. – Hinata negou com a cabeça.

– Por favor, Neji nii-san... Não seja como meu pai. – Ele a olhou de soslaio; ela parecia tão... Solitária. Encolhida, apertando o próprio ventre – provavelmente sem perceber – com os olhos vermelhos e marejados; Neji podia quase sentir o desespero aflorando da pele pálida da amada prima. Vê-la naquele estado decadente... Era revoltante. Considerava-a como uma irmã, então como poderia perdoar o maldito Uzumaki depois de deflorá-la, engravidá-la e sumir, de uma hora para a outra?!

Mesmo que Naruto tivesse motivos para estar fora da cidade, a raiva cegou o Hyuuga completamente. Para Neji, loiro deveria estar ali, ao lado de Hina, enfrentando Hiashi como um homem de verdade deveria fazer. – Por favor... Eu preciso falar com ele... Preciso dizer ao Naruto-kun... – Ela sussurrou baixo; sentia seu coração sangrar ao pedir aquilo para o primo, já que sabia que ele deveria estar se sentindo traído – e com motivos. Como Hinata temia, ele negou com a cabeça.

– Não vou mais ajudá-los. – Ele decidiu, murmurando melancolicamente. – Eu sei que você mentiu para não me meter em encrenca, mas sinceramente... – E suspirou pesadamente; fechou os olhos e refletiu por um curto instante. – Estou decepcionado com você, Hinata-san. – Concluiu enfim, e saiu do quarto logo depois.

Lentamente, ela seguiu até a cama. Sentou-se e alisou a saliência que jamais seria notada, se não fosse Mayu. – Mayuki... – Ela apertou os olhos ao se lembrar. Apertou os punhos e se deitou. – Naruto-kun... – Murmurou chorosa, e abraçou o travesseiro. – Volte logo.


Depois de deixar a prima no quarto, Neji tornou ao escritório. O tio estava lá, sentado no mesmo lugar em que o havia deixado; tinha a cabeça baixa e as mãos escondiam o rosto, mas ele ainda podia ouvir os soluços do choro quase silencioso de decepção. Mais uma vez, sentiu-se culpado por encobrir o caso daqueles dois inconsequentes, mas agora era tarde demais... Revelar sua traição só faria Hiashi sofrer mais uma decepção, e só o faria se irritar ainda mais com a prima.

Suspirando, ele se aproximou da mesa e sentou-se na cadeira vaga. Hiashi demorou um pouco, mas quando pareceu pronto para recompor-se, secou as lágrimas e olhou para o sobrinho com o sofrimento estampado no rosto. – Ela chorou? – Perguntou a voz cheia de tristeza. O mais jovem negou. – E parecia querer chorar? – Ele hesitou um pouco, mas assentiu. – Acha que ela vai considerar? – Mais uma vez, o sobrinho hesitou. E quando negou com a cabeça, ele suspirou longamente.

– Hinata-san parece ser muito forte... E muito teimosa, quando o assunto é Naruto Uzumaki. Eu sinto muito senhor. – O tio assentiu.

– Eu não quero que ela fale com ninguém além de nós dois e a médica, você entendeu? – Neji assentiu. – Ela vai ficar no seu quarto; tire os telefones de perto; não entregue cartas, não aceite visitas... Eu a quero isolada ouviu? Isolada, Neji.

– Senhor... – Hiashi negou; não queria ouvir nada que fosse a favor da filha.

– Isolada. Ela vai mudar de ideia, você vai ver... – E girou a cadeira para a janela. – No fim das contas, ela é minha filha... Vai ver que não vale a pena. Vai ver que o clã é o mais importante... Ela vai me preferir ao rapaz estúpido.

~

– Boa noite, pai. – Naruto abraçou Minato uma última vez, antes de ele sair do quarto de Mayuki. Eram dez da noite, e faziam quase vinte e quatro horas que o pai não dormia. Kushina também estava muito cansada, e era a única com quem Tsunade parecia querer falar naquele momento, portanto o primogênito do casal seria o responsável por zelar pela irmã àquela noite. Na verdade, aquilo já havia se tornado um hábito... Ele, Kushina e Minato revezavam as noites, porque sabiam que ela acordaria a qualquer minuto. E, como Mayu era muito medrosa quando o assunto era escuridão, não podiam deixá-la sozinha naquele quarto frio de hospital que era totalmente desconhecido pela garotinha.

Ele ajeitou a cadeira ao lado da cama da irmãzinha, ajeitou outra para que pudesse esticar as pernas e se sentou de modo estratégico. Pegou o iPod no bolso, pôs os fones e ligou baixinho sua lista de músicas. Com uma das mãos, segurou o pulso da pequena, e com a outra, puxou o colar que a avó lhe dera no seu décimo terceiro aniversário, agora acompanhado de um anel pequeno que não cabia em nenhum dos dedos do rapaz. Ele admirou a peça cuidadosamente, e notou que era realmente bonita; lembrou-se da expressão de choque da amada ao receber o presente, e riu nostalgicamente com a memória.

Ele ficou ali, lembrando-se de cada minuto feliz... Com Mayuki, com Hinata... Com as duas... Com o avô. E, de uma hora para a outra, adormeceu, levado pelo som leve e calmo de uma das musicas.


Era madrugada quando os dedos pequenos se remexeram dentro das mãos grandes de Naruto. Mas o movimento foi tão lento e fraco que não serviu para acordá-lo. Horas depois, os dedos tornaram a se mover, mas não conseguiam muita força para despertá-lo. Quando era quase de manhã, Mayuki pôde mexer as finas sobrancelhas loiras quase imperceptivelmente, e quando o sol raio, os olhos azuis grandes estavam bem abertos; procurando pela visão periférica qualquer coisa que lhe fosse familiar. – Onii-chan... – Ela murmurou baixinho quando viu o corpo do irmão adormecido, e reconheceu a mão do mais velho sobre a sua. – Onii-chan... – Ela tentou de novo, mas sentia algo estranho descendo pela garganta; algo que a impedia de falar normalmente. Ela também não podia mexer o pescoço direito, não com aquela coisa grande imobilizando-a... Então, com uma força de vontade extrema, ela remexeu a mão que era carinhosamente segurada.

Quando Naruto enfim começou a abrir os olhos, bocejando com uma preguiça quase palpável, ela sorriu fracamente. O mais velho, entretanto, paralisou-se ao notar que a pequena estava acordada. – M-... Mayuki!


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Notas finais do capítulo

Então pessoal... Eu coloquei o que queria ter colocado. Talvez pudesse ficar melhor, mas é algo que nunca saberemos. XD
Bem, não acho que foi o pior capítulo escrito (de verdade, até gostei de escrever, me relaxou um pouco), e espero que vocês realmente gostem.
~
Mais uma vez, peço desculpas por possíveis erros ortográficos, repetição e todos os mimimis dessa linda língua portuguesa. Mas eu realmente não estou em condição nenhuma pra betar isso daqui. Farei assim que puder! q
[EDITANDO]
Foi betadinho. Só uma vez, mas acho que está aceitável! Obrigada pela paciência gente, perdoem os erros. :3
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Dúvidas, críticas, sugestões... Sempre a disposição. :D